Papers by Thiago Machado

Terra Livre, 2024
The work aims to investigate the general lines of the “paradigm of
formation” in the disciplinary... more The work aims to investigate the general lines of the “paradigm of
formation” in the disciplinary field of Geography, identifying the position of
Geography in Brazilian Social Thought and analyzing the geographic
contribution to that paradigm through the formulation of geographical
variants of formation: socio-spatial formation (Milton Santos); spatial
formation (Ruy Moreira); territorial formation (Antonio Carlos Robert
Moraes); and territorial and economic formation (Manuel Correia de
Andrade). The research consists of a textual analysis of the works of the
selected authors observing the theoretical-methodological perspective
adopted, the contribution to the epistemological debate in Geography, how
concepts are operationalized for the study of Brazil, and the interactions
with Brazilian Social Thought. In conclusion, we understand that the
disciplinary field of Geography made a creative appropriation of the
paradigm of formation, through which it established a dialogue with
Brazilian Social Thought. Even though it occupies a marginal position in
this field, geographic interpretations of Brazil have the heuristic capacity
to reveal relevant aspects of the national reality. Finally, we identified five
basic relationships in territorial formation studies: space-time; part-whole;
internal-external; State-territory; and society-nature.

GEOgraphia, 2023
A atitude crítica e reflexiva de Milton Santos sobre como o Brasil é pensado pela Geografia e pel... more A atitude crítica e reflexiva de Milton Santos sobre como o Brasil é pensado pela Geografia e pelos intelectuais, nacionais ou estrangeiros, tem repercussões importantes na avaliação dos pressupostos teórico-metodológicos e das possibilidades políticas vinculadas a um discurso e uma teoria do Brasil. Desse modo, o autor identifica dinâmicas deformadoras da realidade nacional que resultam na imagem de um “país distorcido” pela tendência histórica de acolher uma dinâmica modernizadora estrangeira e de ser interpretado segundo ideias importadas. O presente trabalho objetiva, portanto, examinar como Santos compreende o Brasil como “país distorcido” a partir da relação entre as ideias mobilizadas para interpretar o país e seus respectivos contextos geográficos, explorando os ajustes propostos pelo autor para mitigar os mecanismos de distorção tributários das expectativas de modernização nacional. A metodologia parte
do cotejamento da sua produção teórica com as fontes aqui nomeadas de “reflexivas” (artigos de jornal, entrevistas, discursos e conferências), pelas quais Santos interveio mais diretamente no debate público. A hipótese sugere que há uma indissociabilidade entre seu projeto teórico-metodológico de renovação crítica da Geografia e aquele de construção de uma interpretação geográfica do Brasil, no sentido de produção de um discurso eficaz e uma teoria de Brasil. Como resultado, compreendemos que o autor produz uma Geografia situada a partir de uma interpretação do Brasil, posicionando-se no âmbito do chamado “paradigma da formação” ao propor uma revitalização do projeto nacional. Para tanto, reconhece o protagonismo e a agência dos homens lentos (pobres, negros e migrantes), de modo a relacionar a dimensão existencial da corporeidade com a escala nacional da formação socioespacial. Por fim, reconhecemos que
a sua própria trajetória intelectual se deu em um “entrelugar” das ideias ao tensionar os cânones geográficos desde o Sul global, apropriando-se e reformulando ideias estrangeiras para enunciar um discurso novo a partir de um projeto intelectual autêntico e “descolonializado”.

For decades, Milton Santos (1926-2001) has been considered one of the most influential thinkers i... more For decades, Milton Santos (1926-2001) has been considered one of the most influential thinkers in Brazilian and Latin American social sciences and geography. Yet his writings, most of which have not been translated into English, are largely unknown to European and North American audiences. This book introduces English-speaking scholars to Professor Santos through critical engagement with his ideas and writings. The chapters presented here reveal the breadth and originality of his critical thought, as well as its ongoing importance to contemporary debates. The book features a biography of Santos and includes an annotated translation of one of his most-cited texts, The Return of the Territory, offered here for the first time in English. This text demonstrates how Santos's provocative insights continue to transform core concepts of political and human geography. The book also includes a number of short chapters written by scholars from Brazil, Spain and France. Through reflections...
Entre Brasil e Portugal: aproximações geográficas.1 ed.Rio de Janeiro : 7 Letras, 2018, p. 76-98., 2018
A relação entre as principais geografias lusófonas é aqui examinada por meio da obra do geógrafo ... more A relação entre as principais geografias lusófonas é aqui examinada por meio da obra do geógrafo brasileiro Milton Santos. Para tanto, é investigada a relação deste autor com as Escolas de Geografia de Lisboa e de Coimbra, tal como a assimilação de sua obra em vários trabalhos da geografia portuguesa. Desse modo, exploramos os contatos internacionais entre grupos de geógrafos de ambos países do final da década de 1940 até o final da década de 1960, quando esta relação se deu por meio de eventos acadêmicos internacionais. Posteriormente, discutimos como a obra de Milton Santos fora utilizada por vários dos principais nomes da geografia portuguesa, levantando, ao fim, hipóteses sobre as "limitações" desse diálogo entre as geografias produzidas no Brasil e em Portugal.

A tradução aqui apresentada do texto de Milton
Santos intitulado Sub-imperialism as Viewed by a
G... more A tradução aqui apresentada do texto de Milton
Santos intitulado Sub-imperialism as Viewed by a
Geographer, publicado em 1975, possibilita resgatar
o debate entre a Geografia e a teoria da dependência,
especialmente por dar visibilidade ao diálogo entre Milton
Santos e o sociólogo brasileiro Ruy Mauro Marini. Em
que pesem os conflitos no seio da formulação da teoria
da dependência, o que conferiu a Marini certo aspecto
marginal no pensamento social brasileiro, estabelecer
uma visão geográfica do conceito de subimperialismo
parece responder aos anseios de Milton Santos em
produzir categorias analíticas que superem a mera
importação de teorias formuladas nos países centrais.
Além disso, oferece o retrato de uma época em que a
discussão do desenvolvimento, do subdesenvolvimento
e do imperialismo estava na ordem do dia nas ciências
sociais, inclusive na Geografia brasileira, contexto que
contribuiu para a sua virada crítica ao final da década de
1970.
O objetivo principal deste trabalho é apresentar e discutir a teoria geográfica elaborada por Mil... more O objetivo principal deste trabalho é apresentar e discutir a teoria geográfica elaborada por Milton Santos e expressa de forma acabada, em 1996, na primeira edição do livro A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. A teoria geográfica desse notável intelectual brasileiro é trazida aqui não apenas pela sua originalidade e valor no campo científico geográfico, mas sobretudo pela sua atualidade
interpretativa. Buscando explorá-la e contextualizá-la, inicialmente, serão apresentadas a forma de produzir do autor, cumulativa e dialética, e as
origens de suas proposições teóricas, que remontam aos primeiros
trabalhos do autor, publicados entre 1948 e 1960. Em seguida, será exposto e discutido o eixo interpretativa da teoria geográfica, sustentado na ideia da Geografia como filosofia da técnica e nos seus desdobramentos conceituais.

Resumo: O conceito de formação socioespacial foi formulado por Milton Santos na década de 1970 no... more Resumo: O conceito de formação socioespacial foi formulado por Milton Santos na década de 1970 no contexto da chamada renovação crítica da Geografia brasileira, a partir da matriz teórica marxista. Tem por base o conceito marxiano de formação social, ou formação econômica e social, e assimila o debate em torno dele ao integrar a dimensão espacial ao discurso da formação. O objetivo do presente trabalho é analisar a gênese e o desenvolvimento do conceito e discutir sua operacionalidade para uma interpretação da realidade brasileira na obra de Milton Santos. Desse modo, a formação socioespacial dialoga com outros conceitos utilizados pelo autor nos seus estudos sobre o Brasil, tal como território usado e meio geográfico, servindo como uma " teoria das mediações ". Para tanto, é posto em relação com o conceito de modo de produção, desdobrando-se em aspectos epistemológicos e metodológicos, tais como: periodização, totalidade, diferenciação espacial, produção e organização do espaço, e relação espaço-tempo. Palavras-chave: Formação socioespacial. Território usado. Brasil. Milton Santos. Abstract: The concept of socio-spatial formation was formulated by Milton Santos in the 1970s in the context of the so-called critical renewal of Brazilian geography from a Marxist theoretical matrix. It is based on the Marxian concept of social formation, or economic and social formation, and assimilates the debate around it by integrating the spatial dimension into the discourse of formation. The objective of the present work is to analyze the genesis and the development of the concept and to discuss its operability for an interpretation of the Brazilian reality in the work of Milton Santos. In this way, socio-spatial formation dialogues with other concepts used by the author in his studies on Brazil, such as used territory and geographical environment, working as a "theory of mediations". For this, it is related to the concept of mode of production, unfolding in epistemological and methodological aspects, such as: periodization, totality, spatial differentiation, space production and organization, and space

Resumo: Nos últimos quarenta anos, tem sido ampliadas as atividades de responsabilidade social e ... more Resumo: Nos últimos quarenta anos, tem sido ampliadas as atividades de responsabilidade social e de sustentabilidade empresariais, alargando as esferas de atuação do capital para além daquelas estritamente voltadas à produção de lucro. Apesar desse fenômeno ser efeito das políticas neoliberais, nas quais o Estado cede espaço ao " terceiro setor " , a ação social das empresas no Brasil já estava presente nas vilas operárias do início do processo de industrialização nacional. Dessa forma, o argumento central desse trabalho se refere ao papel estratégico de tais ações como forma de superar conflitos sociais e tensões espaciais referentes à reprodução do capital sobre as bases de um apropriado ordenamento territorial. Para tanto, analisa-se a organização da responsabilidade social empresarial no país a partir de três ordenamentos distintos, segundo seu vínculo com o processo global de acumulação do capital: o espaço molecular, o espaço monopolista e o espaço neoliberal. Abstract: In the last forty years it has been expanded social responsibility activities and business sustainability, extending the capital's spheres of activity other than those strictly aimed at producing a profit. Although this phenomenon is the effect of neoliberal policies, in which the state gives way to the "third sector", the social action of companies in Brazil was already present in workers' villages of the beginning of the national industrialization process. In this way the central argument of this work refers to the strategic role of such activities as a way to overcome social conflicts and spatial tensions for the reproduction of capital on the basis of an appropriate territorial planning. Therefore, we analyze the organization of corporate social responsibility in the country from three different ordering, according to its link with the global process of capital accumulation: the molecular space, monopoly space and the neoliberal space.

A ascensão do debate ambiental nas últimas décadas tem introduzido o conceito de natureza no deb... more A ascensão do debate ambiental nas últimas décadas tem introduzido o conceito de natureza no debate público. Este trabalho apresenta um diálogo entre este conceito e aquele de espaço, levando em consideração o papel que a natureza desempenha na construção da espacialidade humana. Para tanto, utiliza-se a abordagem marxiana do metabolismo socioecológico e a perspectiva do espaço relacional para compreender as dimensões natural e ambiental no processo de produção e organização do espaço.
The rise of environmental debate in the last few decades has introduced the concept of nature in public debate. This paper presents a dialogue between this concept and that of space, concerning the role that nature plays in the construction of human spatiality. Therefore, it is used the marxian approach of socio-ecological metabolism and the perspective
of relational space to grasp the natural and environmental dimensions into the processes of production and organization of space.
Book Reviews by Thiago Machado

Finisterra, 2019
O livro editado por Lucas Melgaço e Carolyn Prouse sobre Milton Santos pretende reintroduzir a ob... more O livro editado por Lucas Melgaço e Carolyn Prouse sobre Milton Santos pretende reintroduzir a obra e o pensamento do geógrafo brasileiro na audiência internacional da Geografia anglófona. Este é um projeto a que Melgaço se tem dedicado nos últimos anos e que está associado a outros resultados, tal como a realização de um simpósio na antipode (2017) sobre Milton santos, em que vários artigos foram publicados em inglês, e a tradução e edição, em parceria com tim Clarke, de uma das últimas e mais sintéticas obras de santos, Por uma outra globalização. (2017). É importante frisar que se trata de uma reintrodução ou reapresentação, pois na década de 1970 Milton santos muito contribuiu com uma rede internacional de geógrafos, sobretudo, com aqueles que participavam da renovação crítica da disciplina, colaborando efetivamente nos primeiros anos da Antipode (santos & Peet, 1977), periódico norte-ame-ricano de Geografia radical, e com a Herótode, na frança. além disso, o seu período de exílio o levou a lecionar em importantes universidades, não só do mundo francófono (Bourdeaux, toulouse e sorbonne), mas também anglófono, como Universidade de toronto, Universidade de Columbia e Massachussets institute of technology. em 1979 foi publicado Shared Space: the two circuits of urban economy in underdeveloped countries, a tradução de O Espaço Dividido, originalmente publicado em francês, em 1975.
Conference Presentations by Thiago Machado

BRASA XVI - Brazilian Studies Association, 2022
The Brazilian geographer Milton Santos was one of the most prominent Latin American intellectuals... more The Brazilian geographer Milton Santos was one of the most prominent Latin American intellectuals of the 20th century. His contributions range from the study of underdeveloped countries’ urbanization, Brazilian socio-spatial formation, and globalization to the epistemology of Geography. Recently he has been recognized as a pioneer thinker of the Global South who has built a broad intellectual project aiming for a decolonized and Critical Geography. The argument I explore in this presentation highlights his contribution to understanding Brazilian socio-spatial formation by the introduction of what he named the "technical-scientific-informational milieu". Technological modernizations, as a result of "corporative uses of territory", reach the territory and places disturbing previous socio-spatial dynamics. It produces urban marginalization, and proletarianization of rural workers and reinforces spatial inequalities which express the historical lack of citizenship in the country. In spite of those corporative uses of territory, there is the "power of places", the capacity of people to resist and rebuild their everyday life by other uses of territory which confront and oppose the "verticalities" of modernization vectors. Hence the concept of socio-spatial formation works as a mediation theory of Miltonian interpretation of Brazil. Finally, we argue that Milton Santos has a strong contribution not only to the field of Geography but also to Brazilian Social Thought, being part of the critical intellectual tradition of national interpretation and reflection about other possible futures.
Uploads
Papers by Thiago Machado
formation” in the disciplinary field of Geography, identifying the position of
Geography in Brazilian Social Thought and analyzing the geographic
contribution to that paradigm through the formulation of geographical
variants of formation: socio-spatial formation (Milton Santos); spatial
formation (Ruy Moreira); territorial formation (Antonio Carlos Robert
Moraes); and territorial and economic formation (Manuel Correia de
Andrade). The research consists of a textual analysis of the works of the
selected authors observing the theoretical-methodological perspective
adopted, the contribution to the epistemological debate in Geography, how
concepts are operationalized for the study of Brazil, and the interactions
with Brazilian Social Thought. In conclusion, we understand that the
disciplinary field of Geography made a creative appropriation of the
paradigm of formation, through which it established a dialogue with
Brazilian Social Thought. Even though it occupies a marginal position in
this field, geographic interpretations of Brazil have the heuristic capacity
to reveal relevant aspects of the national reality. Finally, we identified five
basic relationships in territorial formation studies: space-time; part-whole;
internal-external; State-territory; and society-nature.
do cotejamento da sua produção teórica com as fontes aqui nomeadas de “reflexivas” (artigos de jornal, entrevistas, discursos e conferências), pelas quais Santos interveio mais diretamente no debate público. A hipótese sugere que há uma indissociabilidade entre seu projeto teórico-metodológico de renovação crítica da Geografia e aquele de construção de uma interpretação geográfica do Brasil, no sentido de produção de um discurso eficaz e uma teoria de Brasil. Como resultado, compreendemos que o autor produz uma Geografia situada a partir de uma interpretação do Brasil, posicionando-se no âmbito do chamado “paradigma da formação” ao propor uma revitalização do projeto nacional. Para tanto, reconhece o protagonismo e a agência dos homens lentos (pobres, negros e migrantes), de modo a relacionar a dimensão existencial da corporeidade com a escala nacional da formação socioespacial. Por fim, reconhecemos que
a sua própria trajetória intelectual se deu em um “entrelugar” das ideias ao tensionar os cânones geográficos desde o Sul global, apropriando-se e reformulando ideias estrangeiras para enunciar um discurso novo a partir de um projeto intelectual autêntico e “descolonializado”.
Santos intitulado Sub-imperialism as Viewed by a
Geographer, publicado em 1975, possibilita resgatar
o debate entre a Geografia e a teoria da dependência,
especialmente por dar visibilidade ao diálogo entre Milton
Santos e o sociólogo brasileiro Ruy Mauro Marini. Em
que pesem os conflitos no seio da formulação da teoria
da dependência, o que conferiu a Marini certo aspecto
marginal no pensamento social brasileiro, estabelecer
uma visão geográfica do conceito de subimperialismo
parece responder aos anseios de Milton Santos em
produzir categorias analíticas que superem a mera
importação de teorias formuladas nos países centrais.
Além disso, oferece o retrato de uma época em que a
discussão do desenvolvimento, do subdesenvolvimento
e do imperialismo estava na ordem do dia nas ciências
sociais, inclusive na Geografia brasileira, contexto que
contribuiu para a sua virada crítica ao final da década de
1970.
interpretativa. Buscando explorá-la e contextualizá-la, inicialmente, serão apresentadas a forma de produzir do autor, cumulativa e dialética, e as
origens de suas proposições teóricas, que remontam aos primeiros
trabalhos do autor, publicados entre 1948 e 1960. Em seguida, será exposto e discutido o eixo interpretativa da teoria geográfica, sustentado na ideia da Geografia como filosofia da técnica e nos seus desdobramentos conceituais.
The rise of environmental debate in the last few decades has introduced the concept of nature in public debate. This paper presents a dialogue between this concept and that of space, concerning the role that nature plays in the construction of human spatiality. Therefore, it is used the marxian approach of socio-ecological metabolism and the perspective
of relational space to grasp the natural and environmental dimensions into the processes of production and organization of space.
Book Reviews by Thiago Machado
Conference Presentations by Thiago Machado
formation” in the disciplinary field of Geography, identifying the position of
Geography in Brazilian Social Thought and analyzing the geographic
contribution to that paradigm through the formulation of geographical
variants of formation: socio-spatial formation (Milton Santos); spatial
formation (Ruy Moreira); territorial formation (Antonio Carlos Robert
Moraes); and territorial and economic formation (Manuel Correia de
Andrade). The research consists of a textual analysis of the works of the
selected authors observing the theoretical-methodological perspective
adopted, the contribution to the epistemological debate in Geography, how
concepts are operationalized for the study of Brazil, and the interactions
with Brazilian Social Thought. In conclusion, we understand that the
disciplinary field of Geography made a creative appropriation of the
paradigm of formation, through which it established a dialogue with
Brazilian Social Thought. Even though it occupies a marginal position in
this field, geographic interpretations of Brazil have the heuristic capacity
to reveal relevant aspects of the national reality. Finally, we identified five
basic relationships in territorial formation studies: space-time; part-whole;
internal-external; State-territory; and society-nature.
do cotejamento da sua produção teórica com as fontes aqui nomeadas de “reflexivas” (artigos de jornal, entrevistas, discursos e conferências), pelas quais Santos interveio mais diretamente no debate público. A hipótese sugere que há uma indissociabilidade entre seu projeto teórico-metodológico de renovação crítica da Geografia e aquele de construção de uma interpretação geográfica do Brasil, no sentido de produção de um discurso eficaz e uma teoria de Brasil. Como resultado, compreendemos que o autor produz uma Geografia situada a partir de uma interpretação do Brasil, posicionando-se no âmbito do chamado “paradigma da formação” ao propor uma revitalização do projeto nacional. Para tanto, reconhece o protagonismo e a agência dos homens lentos (pobres, negros e migrantes), de modo a relacionar a dimensão existencial da corporeidade com a escala nacional da formação socioespacial. Por fim, reconhecemos que
a sua própria trajetória intelectual se deu em um “entrelugar” das ideias ao tensionar os cânones geográficos desde o Sul global, apropriando-se e reformulando ideias estrangeiras para enunciar um discurso novo a partir de um projeto intelectual autêntico e “descolonializado”.
Santos intitulado Sub-imperialism as Viewed by a
Geographer, publicado em 1975, possibilita resgatar
o debate entre a Geografia e a teoria da dependência,
especialmente por dar visibilidade ao diálogo entre Milton
Santos e o sociólogo brasileiro Ruy Mauro Marini. Em
que pesem os conflitos no seio da formulação da teoria
da dependência, o que conferiu a Marini certo aspecto
marginal no pensamento social brasileiro, estabelecer
uma visão geográfica do conceito de subimperialismo
parece responder aos anseios de Milton Santos em
produzir categorias analíticas que superem a mera
importação de teorias formuladas nos países centrais.
Além disso, oferece o retrato de uma época em que a
discussão do desenvolvimento, do subdesenvolvimento
e do imperialismo estava na ordem do dia nas ciências
sociais, inclusive na Geografia brasileira, contexto que
contribuiu para a sua virada crítica ao final da década de
1970.
interpretativa. Buscando explorá-la e contextualizá-la, inicialmente, serão apresentadas a forma de produzir do autor, cumulativa e dialética, e as
origens de suas proposições teóricas, que remontam aos primeiros
trabalhos do autor, publicados entre 1948 e 1960. Em seguida, será exposto e discutido o eixo interpretativa da teoria geográfica, sustentado na ideia da Geografia como filosofia da técnica e nos seus desdobramentos conceituais.
The rise of environmental debate in the last few decades has introduced the concept of nature in public debate. This paper presents a dialogue between this concept and that of space, concerning the role that nature plays in the construction of human spatiality. Therefore, it is used the marxian approach of socio-ecological metabolism and the perspective
of relational space to grasp the natural and environmental dimensions into the processes of production and organization of space.