Papers by Alessandra Castilho da Costa

In: Mediações formativas para o ensino de Língua Portuguesa, 2019
A elaboração de um trabalho de conclusão de curso (TCC) é uma tarefa cognitiva complexa, que dema... more A elaboração de um trabalho de conclusão de curso (TCC) é uma tarefa cognitiva complexa, que demanda a execução de outras tarefas cognitivas e metacognitivas (Flavell 1979), tais como o planejamento de cronograma de trabalho, o estabelecimento de objetivos, a apropriação de modelos textuais, o levantamento bibliográfico, a elaboração de resenhas, a eliminação de bloqueios de escrita, dentre inúmeras outras. Nesse processo, estratégias metacognitivas desempenham um papel decisivo, dado que o controle, o monitoramento e a avaliação da própria escrita permitem abandonar estratégias inapropriadas e potencializar o alcance dos objetivos de escrita segundo as necessidades específicas do produtor de texto. O objetivo do presente capítulo é contribuir, particularmente, para a aquisição de conhecimento metacognitivo de mestrandos do Profletras por meio da apresentação de um inventário de estratégias cognitivas e metacognitivas, quer dizer, de planejamento, monitoramento, elaboração e desenvolvimento de projetos de intervenção e pesquisa no âmbito do Profletras. A aplicação dessas estratégias oportunizará novas experiências metacognitivas, que, por sua vez, contribuirão para o desenvolvimento e a modificação do conhecimento metacognitivo dos alunos do Profletras.

Linha D'Água, 2009
Resumo: Este artigo apresenta os resultados da pesquisa, desenvolvida por Castilho da Costa (2005... more Resumo: Este artigo apresenta os resultados da pesquisa, desenvolvida por Castilho da Costa (2005), sobre o uso sociocultural de gêneros discursivos por alunos brasileiros e alemães de escolas socialmente diferenciadas. A pesquisa busca responder à seguinte pergunta: Como alunos brasileiros e alemães escolhem, usam e "formatam" quais gêneros discursivos ao comunicarem sobre conteúdos iguais ou parecidos? A análise baseia-se em um modelo de análise e interpretação de gêneros discursivos como entidades culturais, que possuem três dimensões: uma lingüística, uma cognitiva e uma pragmática. Na análise de dados foram levantados critérios para a identificação dos meios lingüísticos escolhidos pelos produtores (dimensão lingüística) e dos conhecimentos ativados quando da produção de gêneros discursivos (dimensão cognitiva) na realização de uma tarefa comunicativa (dimensão pragmática). Neste trabalho são apresentados alguns desses critérios: escolhas de gêneros discursivos, funções textuais modelos de argumentação, expressões do campo semântico da violência sensorialmente experenciada; e finalidade e concessividade. Os resultados mostram que o uso dos gêneros discursivos por alunos brasileiros e alemães é determinado por parâmetros culturais e sociais, tais como as tensões proximidade/distância, conteúdo abstrato/concreto, dentre outras. Para os Estudos do Texto e do Gênero Discursivo, o trabalho contribui com a comprovação da interculturalidade das escolhas de gênero. Palavras-chave: Lingüística Textual, texto, gênero discursivo, cultura. Introdução A abordagem de gêneros discursivos tem ganhado relevância nas últimas décadas, tanto no Brasil quanto na Alemanha. A pesquisa em gêneros discursivos é um dos * Doutora em Lingüística Germânica pela Martin-Luther-Universität Halle-Wittenberg e pós-doutoranda na Área de Filologia e Língua Portuguesa da USP.

RESUMO Em sua função cognitiva e cultural, os textos são teorias pioneiras (de leigos) e devem sa... more RESUMO Em sua função cognitiva e cultural, os textos são teorias pioneiras (de leigos) e devem satisfazer determinadas condições em termos de sua construtividade. Como propostas de teorias cotidianas sobre nosso mundo, os textos são companheiros em uma concorrência medial, discursiva e cultural sobre o que deve se tornar e permanecer conhecimento coletivo, talvez também cultural. Para esse fim, deve existir, antes, um esforço de produzi-los e atualizá-los, de torná-los conhecidos, lidos e processados: nos atos de recepção, os textos não tornam o conhecimento visível de um modo direto, mas, na verdade, sob influência do próprio conhecimento. Nessa medida, além do potencial de sua construtividade, eles são modelos tanto individuais quanto coletivos para a criação linguisticamente complexa do conhecimento, do sentido social e da orientação cultural. O que isso implica para a lingüística textual? Os linguistas investigam condições e formas de abordagens explicativas do mundo baseadas textualmente, quer dizer,-ao contrário de filósofos e sociólogos do conhecimento-não o aspecto epistêmico da produção do conhecimento, mas sua construtividade, na qual as experiências de leitura e os modelos de recepção dos leitores, predeterminados intertextualmente, desempenham um papel do mesmo modo que os aspectos dinâmicos da " atualização " dos textos.

This paper discusses different retextualization strategies during the process of translation, spe... more This paper discusses different retextualization strategies during the process of translation, specially in the case of the transposition of a more orally influenced text genre into another one, with more affinity with literacy. The critical edition in Portuguese that incorporates these strategies of retextualization is developed taking into account not only the first edition of the handbook Textlinguistik, by Eugenio Coseriu, published in German by Albrecht from recorded classes given by Coseriu in the winter semester of 1977/78, but also the editions in Italian and in Spanish. In this study, different strategies of verbalization that allow the text displacement in the direction of literacy are illustrated and theoretically grounded, following the theoretical and methodological assumptions of the Discourse Tradition Model (of Coserian origin), which understands the language as a diasystem of texts and language varieties located in the continuum of orality and literacy.
Keywords: translation; orality; literacy; text genre; retextualization
Resumo: O presente trabalho discute diferentes estratégias de retextualização no processo de tradução de um texto acadêmico, especialmente no caso de transposição de um gênero mais próximo à oralidade a outro, mais próximo da escrituralidade. A edição crítica em português que incorpora estas estratégias de retextualização é desenvolvida tomando como base não só a primeira edição do manual didático-científico Textlinguistik de Eugenio Coseriu, fixada em alemão por Albrecht a partir de gravações em áudio de aulas ministradas por Coseriu em 1977/78, como também as edições em italiano e espanhol. Neste trabalho, diferentes estratégias de verbalização que permitem o deslocamento do texto em direção à escrituralidade são ilustradas e fundamentadas teoricamente, segundo os pressupostos teóricos do modelo de Tradições Discursivas, de base coseriana, que entende a língua como um diassistema de textos e variedades linguísticas localizadas no contínuo de oralidade e escrituralidade.
Palavras-chave: tradução; oralidade; escrituralidade; gênero textual; retextualização

Segundo a hipótese forte do modelo de TD, a língua varia não somente de acordo com dia-letos, soc... more Segundo a hipótese forte do modelo de TD, a língua varia não somente de acordo com dia-letos, socioletos e estilos, mas também de acordo com as diferentes tradições de textos ou tradições discursivas. Em outras palavras, as tradições internas aos textos condicionam a seleção de elementos de diferentes sistemas linguísticos (Kabatek 2008: 9). No presente estudo, essa hipótese é testada por meio da investigação de testamentos norte-rio-grandenses dos séculos XVIII a XX a partir de critérios textuais, discursivos e linguísticos, com o fim de verificar quais partes do texto tendem ao conservadorismo das formas e quais são menos fixadas e, portanto, mais abertas ao uso do vernáculo. Na análise das tradições internas aos testamentos norte-rio-grandenses dos séculos XVIII a XX, são utilizados os seguintes critérios: a) as unidades de estruturação textual, b) as relações de evocação com outros gêneros textuais, como manuais de bem morrer e tratados jurídicos seculares e c) as tendências de uniformização no uso de técnicas de junção. Os instrumen-tos teóricos e metodológicos advêm da Diplomática (Spina 1997) e dos estudos em Tradi-Os resultados demonstram a influência de duas filiações históricas: de um lado, da ars moriendi católica; de outro, da iluminista. As duas tradições diferenciam-se quanto à expressão de conteúdos (religiosos, por exemplo) e às estratégias de verbalização. O seg-mento textual menos formulaico nos testamentos pertencentes à tradição da ars moriendi católica é o dispositio, mais influenciado pela imediatez comunicativa. Com relação aos nexos coesivos, nos testamentos da tradição da ars moriendi, os esquemas de junção da cau-salidade aparecem de modo privilegiado na arenga, que tem função justificativa, ao passo que, nos testamentos de influência iluminista, a arenga não está presente ou, quando pre-sente, pode ser mais concisa. Ambas as tradições são tipicamente marcadas por con-struções subordinadas e preposições, isto é, por maior integração sintática, o que aponta para a proximidade do gênero testamento ao eixo da distância comunicativa. O trabalho contribui, assim, com a comprovação do condicionamento de elementos linguísticos segundo TD.

Koch (1997) propõe a existência de duas classes de regras: as regras relativas às variedades ling... more Koch (1997) propõe a existência de duas classes de regras: as regras relativas às variedades lingüísticas, isto é, as regras puramente lingüísticas, e as regras discursivas, que dizem respeito a diferentes níveis de modelos textuais. Tais modelos textuais ou tradições discursivas (TD) abrangem desde fórmulas até gêneros textuais, estilos e universos discursivos. No estudo da história da língua, mostra-se proveitoso considerar a história dos textos, isto é, as relações entre o uso de determinados fenômenos lingüísticos e a existência de TD. O objetivo do presente estudo é identificar algumas das regras discursivas presentes no gênero textual carta do leitor de um ponto de vista diacrônico. A pesquisa baseia-se em um corpus de cartas de leitor publicadas nos jornais A Província de S.Paulo/O Estado
de S. Paulo e Correio Paulistano dos anos de 1854, 1875 e 1901. Como
resultado, verifica-se, na macroestrutura do gênero, o apagamento do vocativo
e a inserção de títulos que desvelam a transformação de um projeto
de leitura integral do jornal a um projeto de leitura selecionada. Com
relação à sua função, observa-se, do corte de 1854 ao corte de 1901, a
redução do número de cartas de leitor de reclamação de serviço, de
desenvolvimento temático predominantemente narrativo, e o aumento
de cartas de leitor que comentam artigos ou notícias, de desenvolvimento
temático predominantemente argumentativo. Observa-se, ainda, nessas
cartas de leitor a presença de formas desqualificadoras (insultos, xingamentos,
etc.) que podem estar ligadas à tendência panfletária da primeira
fase do jornalismo brasileiro. Nesse sentido, o trabalho não só descreve a
formação do gênero carta do leitor em jornais paulistas dos séculos XIX e
XX, como comprova a transformação desse gênero em relação à sua
estrutura composicional, seu desenvolvimento temático, sua função textual
e sua linguagem típica.

níveis de integração sintática da junção: a expressão de contra-causa em cartas de câmara cascudo... more níveis de integração sintática da junção: a expressão de contra-causa em cartas de câmara cascudo Alessandra CASTILHO DA COSTA Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)/PPgEL RESUMO Apoiando-se no conceito de junção proposto por RAIBLE (1992), entendida como o estabelecimento de relações semânticas por meio de diferentes recursos de integração sintática, o objetivo deste trabalho é verificar a hipótese de correlação entre técnicas de junção e tradições discursivas, analisando a distribuição das técnicas de expressão da contra-causa em 93 cartas pessoais escritas pelo folclorista norte-rio-grandense Câmara Cascudo ao escritor paulista Mario de Andrade entre os anos de 1924 e 1944. A análise foi dividida nas seguintes etapas: a) identificação dos meios linguísticos utilizados na expressão de contra-causa no corpus; b) classificação desses recursos segundo o grau de integração sintática; c) análise da distribuição desses recursos; d) interpretação dos resultados com relação ao espaço que o gênero carta pessoal ocupa no contínuo de oralidade e escrituralidade, proposto por KOCH & OESTERREICHER (1990). Como resultado da análise, verifica-se uma preferência por um tipo de nexo coesivo que predomina nessas cartas, a saber, a técnica de coordenação na expressão de contra-causa, e também por um item linguístico específico (" mas "), que se mostra como recurso prototípico dessa técnica nos dados do corpus. Tais preferências são interpretadas com relação à afinidade que o gênero carta pessoal apresenta com a oralidade concepcional. ABSTRACT Based on the concept of " junction " , proposed by Raible (1992), and understood as the as the establishment of semantic relations through different syntactic integration of resources, the purpose of this study is to test the hypothesis of correlation between junction patterns and discoursive traditions through the analysis of the distribution of connectives of the semantic
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Papers by Alessandra Castilho da Costa
Keywords: translation; orality; literacy; text genre; retextualization
Resumo: O presente trabalho discute diferentes estratégias de retextualização no processo de tradução de um texto acadêmico, especialmente no caso de transposição de um gênero mais próximo à oralidade a outro, mais próximo da escrituralidade. A edição crítica em português que incorpora estas estratégias de retextualização é desenvolvida tomando como base não só a primeira edição do manual didático-científico Textlinguistik de Eugenio Coseriu, fixada em alemão por Albrecht a partir de gravações em áudio de aulas ministradas por Coseriu em 1977/78, como também as edições em italiano e espanhol. Neste trabalho, diferentes estratégias de verbalização que permitem o deslocamento do texto em direção à escrituralidade são ilustradas e fundamentadas teoricamente, segundo os pressupostos teóricos do modelo de Tradições Discursivas, de base coseriana, que entende a língua como um diassistema de textos e variedades linguísticas localizadas no contínuo de oralidade e escrituralidade.
Palavras-chave: tradução; oralidade; escrituralidade; gênero textual; retextualização
de S. Paulo e Correio Paulistano dos anos de 1854, 1875 e 1901. Como
resultado, verifica-se, na macroestrutura do gênero, o apagamento do vocativo
e a inserção de títulos que desvelam a transformação de um projeto
de leitura integral do jornal a um projeto de leitura selecionada. Com
relação à sua função, observa-se, do corte de 1854 ao corte de 1901, a
redução do número de cartas de leitor de reclamação de serviço, de
desenvolvimento temático predominantemente narrativo, e o aumento
de cartas de leitor que comentam artigos ou notícias, de desenvolvimento
temático predominantemente argumentativo. Observa-se, ainda, nessas
cartas de leitor a presença de formas desqualificadoras (insultos, xingamentos,
etc.) que podem estar ligadas à tendência panfletária da primeira
fase do jornalismo brasileiro. Nesse sentido, o trabalho não só descreve a
formação do gênero carta do leitor em jornais paulistas dos séculos XIX e
XX, como comprova a transformação desse gênero em relação à sua
estrutura composicional, seu desenvolvimento temático, sua função textual
e sua linguagem típica.
Keywords: translation; orality; literacy; text genre; retextualization
Resumo: O presente trabalho discute diferentes estratégias de retextualização no processo de tradução de um texto acadêmico, especialmente no caso de transposição de um gênero mais próximo à oralidade a outro, mais próximo da escrituralidade. A edição crítica em português que incorpora estas estratégias de retextualização é desenvolvida tomando como base não só a primeira edição do manual didático-científico Textlinguistik de Eugenio Coseriu, fixada em alemão por Albrecht a partir de gravações em áudio de aulas ministradas por Coseriu em 1977/78, como também as edições em italiano e espanhol. Neste trabalho, diferentes estratégias de verbalização que permitem o deslocamento do texto em direção à escrituralidade são ilustradas e fundamentadas teoricamente, segundo os pressupostos teóricos do modelo de Tradições Discursivas, de base coseriana, que entende a língua como um diassistema de textos e variedades linguísticas localizadas no contínuo de oralidade e escrituralidade.
Palavras-chave: tradução; oralidade; escrituralidade; gênero textual; retextualização
de S. Paulo e Correio Paulistano dos anos de 1854, 1875 e 1901. Como
resultado, verifica-se, na macroestrutura do gênero, o apagamento do vocativo
e a inserção de títulos que desvelam a transformação de um projeto
de leitura integral do jornal a um projeto de leitura selecionada. Com
relação à sua função, observa-se, do corte de 1854 ao corte de 1901, a
redução do número de cartas de leitor de reclamação de serviço, de
desenvolvimento temático predominantemente narrativo, e o aumento
de cartas de leitor que comentam artigos ou notícias, de desenvolvimento
temático predominantemente argumentativo. Observa-se, ainda, nessas
cartas de leitor a presença de formas desqualificadoras (insultos, xingamentos,
etc.) que podem estar ligadas à tendência panfletária da primeira
fase do jornalismo brasileiro. Nesse sentido, o trabalho não só descreve a
formação do gênero carta do leitor em jornais paulistas dos séculos XIX e
XX, como comprova a transformação desse gênero em relação à sua
estrutura composicional, seu desenvolvimento temático, sua função textual
e sua linguagem típica.