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Silvia Liebel

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), History - Instituto de História, Faculty Member

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I research Early Modern Cultural History, with emphasis on printing, violence and the construction of the modern self. My current work focuses on French street literature from 16th and 17th centuries, specially its feminine representations. I have a Bachelor’s and a Master’s degree in History from the Federal University of Paraná, Brazil, and a PhD in History from the Sorbonne - Université Paris Nord (under Robert Muchembled's supervision). Currently I'm associate professor of Early Modern History at Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) - Brazil.
Supervisors: Robert Muchembled

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Papers by Silvia Liebel

ALCIATO, Andrea

Obras raras da Biblioteca Central da Universidade de Brasília: séculos XVI e XVII, 2024

Verbete referente à edição da Emblemata cum commetariis, de Andreae Alciati, conservado na Biblio... more

Dos estudos inquisitoriais à Micro-história global: uma entrevista com José Pedro Paiva

by Silvia Liebel and Beatriz Catão Cruz Santos

Topoi (Rio J.), 2024

Começamos agradecendo, em nome do PPGHIS, do LAELAPS e do Sacralidades, sua disponibilidade para ... more Começamos agradecendo, em nome do PPGHIS, do LAELAPS e do Sacralidades, sua disponibilidade para esta entrevista, não só pela importância de sua obra para a historiografia luso-brasileira, como também pela referência que ela representa para os estudos voltados para o amplo campo religioso, conforme o definiu Pierre Bourdieu (2011), que realizamos no Brasil. Seus temas de pesquisa, das crenças e práticas mágicas observadas na diocese de Coimbra (PAIVA, 1992), passando pelo estudo da especificidade portuguesa na caça às bruxas entre os séculos XVII e XVIII (PAIVA, 1997), para chegar ao seminal estudo político e sociológico dos bispos portugueses (PAIVA, 2006b) são referências incontornáveis. Na obra seguinte, o senhor estudou as relações entre os bispos e a Inquisição portuguesa (PAIVA, 2011) e, na sequência, publicou com Giuseppe Marcocci uma renovada História da Inquisição Portuguesa (1536-1821) (MARCOCCI; PAIVA, 2013), voltada para o estudo da instituição, durante muito tempo negligenciado. Poderia nos falar como avalia hoje o percurso de sua investigação e como foi se desenvolvendo esse caminho de pesquisa? JPP: Sou eu que me sinto obrigado a agradecer o gentil convite que me endereçaram. Fico muito feliz, naturalmente, por saber que as minhas pesquisas têm acolhimento no Brasil. Quanto à questão suscitada, eu, por vezes, em jeito de brincadeira, digo que passei do estudo dos perseguidos, isto é, das bruxas, feiticeiras, curandeiros, adivinhadores, para os perseguidores. Os perseguidos encontram-se no primeiro livro que Jacqueline Hermann mencionou e que corresponde ao equivalente da minha tese de mestrado, Práticas e Crenças Mágicas: o medo e a necessidade dos mágicos na diocese de Coimbra 1650-1740, de 1992; e no segundo, que corresponde à minha tese de doutoramento, Bruxaria e superstição num país sem "caça às bruxas", de 1996. Já os perseguidores encontramo-los na História da Inquisição Portuguesa, e nos diversos textos que tenho publicado sobre os bispos. De um modo mais sério, porém, tenderia a dizer que há dois vetores que interceptam toda a minha produção e as minhas preocupações historiográficas. Desde muito cedo, tive a sorte de conhecer as abordagens da microstoria, em voga em Itália, no final dos anos 80 do século XX, quando comecei a preparar o doutorado em Florença, no Instituto Universitario Europeo. Um pouco mais tarde, mas ainda no contexto do doutorado, fui tocado pelos estudos de Jacques Revel (1996) sobre jogos de escalas, que eu considero muito operativos e explicativos, e que apliquei no livro Bruxaria e superstição num país sem "caça às bruxas".

A invenção do Novo Mundo

Novas pautas para a História Social, 2024

LIEBEL, S. The Fall of the Marquise d'Ancre as Printed on Both Sides of the English Channel (1617)

Revista de História (São Paulo), 2024

April 24, 1617, marked the end of the prodigious influence of an Italian couple over the regent o... more April 24, 1617, marked the end of the prodigious influence of an Italian couple over the regent of France, Marie de Médicis. By arranging the murder of the Marquis d’Ancre, French Marshal and key figure in the affairs of the kingdom, the Dauphin Louis XIII ensured his grasp over the throne and isolated the Queen Mother thanks to the distribution of the deceased’s riches of among his supporters. However, a question remained: What should be done to widow Léonora Dori, Concini’s legitimate heir? By analyzing how the Marquise is represented in French and English pamphlets, this article rebuilds the ways she was portrayed and the opposing views about her degree of influence in early 17th-century France. By investigating the interface between the History of Print, the History of Women and the History of Emotions, this work reflects on the mobility of texts and the impact of cheap prints on establishing a specific imaginary around the feminine and opinion formation in early modern France.

A queda da marquesa d'Ancre impressa dos dois lados do canal da Mancha (1617)

Revista de História (São Paulo), 2024

Em 24 de abril de 1617, chegava ao fim a prodigiosa influência de um casal de italianos sobre a r... more Em 24 de abril de 1617, chegava ao fim a prodigiosa influência de um casal de italianos sobre a regente da França, Marie de Médicis. Ao articular o assassinato do marquês d’Ancre, marechal da França e figura-chave na condução dos negócios do reino, o delfim Louis XIII garantiu sua ascensão ao trono e o isolamento da rainha-mãe, apoiando-se sobre a distribuição das riquezas do falecido entre seus apoiadores. Restava, contudo, a questão em torno do que fazer com a viúva Léonora Dori, herdeira legítima de Concini. Através da análise das representações da marquesa em folhetos franceses e ingleses, este artigo reconstrói as facetas que lhe foram atribuídas e as visões contrastantes em torno de seu grau de influência na França do início do século XVII. No entrecruzamento entre a História do Impresso, a História das Mulheres e a História das Emoções, este artigo se volta à reflexão sobre a mobilidade dos textos e o impacto dos impressos baratos na constituição de um dado imaginário em torno do feminino e da formação da opinião na França moderna.

LIEBEL, S. Tuer le fils pour se venger du père: l'infanticide, du canard imprimé aux histoires tragiques

Figures et personnages de criminelles. Des histoires tragiques au roman policier, 2023

Utopia: entre a ideia e o gênero literário

Das utopias modernas às distopias contemporâneas: conceito, prática e representação, 2021

Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora.

Utopia e mundos imaginários em François Rabelais

Das utopias modernas às distopias contemporâneas: Conceito, prática e representação, 2021

Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora.... more Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. 85 CAPÍTULO 4 Utopia e mundos imaginários em François Rabelais Silvia Liebel Entrai, nobres damas de alta linhagem, Aqui vos esperam virtudes e ventura. Entrai, belas damas de grande coragem, Entrai, e encontrareis nessa viagem Um porto amigo, abrigo à vossa altura, Uma angra tranquila e bem segura. Nobres damas entrai, aqui tereis O que bem desejais e mereceis. A vida é suave Qual canto de ave, Nem pranto nem dor, Mas hinos de amor Quais cantos de ave. A vida é suave.

Varia Historia, 2021

This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution Li... more

A peste bufônica

Varia Historia, 2020

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Sobre notas de rodapé: os percursos da pesquisa nos artigos acadêmicos de História

Varia Historia, 2021

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Sobre autoplágio: ou quantos artigos vale uma tese

Varia Historia, 2021

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35 anos de Varia História: a mente do editor e os desafios na gestão de periódicos científicos

Varia Historia

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Editorial: Da (velha) hierarquização da produção científica

Varia Historia

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Abrir janelas nas almas dos homens: notas historiográficas nos 500 anos da Reforma Protestante

História Unisinos, 2020

A Reforma Protestante, um dos limiares da modernidade para Hannah Arendt, permanece um tema fért... more A Reforma Protestante, um dos limiares da modernidade para Hannah Arendt, permanece um tema fértil para especialistas do período. Passados os 500 anos de seu marco inaugural, momento relembrado por eventos e celebrações ao redor do mundo, observa-se um contexto profícuo para um balanço dos estudos que lhe são dedicados. Pela vasta extensão do tema, este ensaio contempla um recorte da historiografia concernente às rupturas religiosas ocorridas na Europa de então, abarcando, sobretudo, a produção das últimas décadas nas academias francesa e alemã. Destacam-se, entre os elementos abordados, as múltiplas interpretações da Reforma Protestante e da Contrarreforma, além da tese da confessionalização e das pesquisas acerca das guerras de religião na França e das vivências religiosas. Busca-se, assim, refletir sobre os olhares diversos da historiografia sobre o tema, sem perder de vista o contexto vivido e os impactos desses movimentos.

Le foie et la vengeance féminine : la littérature des rues, source d'une histoire des émotions

Le foie et la vengeance féminine : la littérature des rues, source d’une histoire des émotions, 2019

Si le sexe feminin est de bon seduire, et estre facille à gaigner ; la nature par contre a donné ... more Si le sexe feminin est de bon seduire, et estre facille à gaigner ; la nature par contre a donné à icelluy des moyens et artifices, pour se venger de ceux qui trompent et pippent l'honneur des filles et femmes, et de telle sorte que la vengeance bien souvent est tellement horrible et prodigieuse, qu'elle faict terreur à ceux qui la despeignent où [sic] racomptent 1 .

Viagem à Lua: utopia, viagem imaginária e o mundo de ponta-cabeça em Cyrano de Bergerac

A Viagem à Lua, ou Os Estados e Impérios da Lua (1657), obra do francês Savinien de Cyrano de Ber... more A Viagem à Lua, ou Os Estados e Impérios da Lua (1657), obra do francês Savinien de Cyrano de Bergerac, publicada postumamente, constitui-se em representante do libertinismo que se insurge na literatura do século XVII. Escrita em meio ao contexto de dessacralização do céu, seguindo a formulação de Jean Delumeau, a viagem de Cyrano apresenta em suas bases elementos do materialismo moderno, paralelamente à uma ácida crítica social. Nas fronteiras da utopia e da viagem imaginária, a obra recorre à forma romanesca e à ironia no desenvolvimento de um topos próprio do período que este artigo procurará explorar: o mundo às avessas, tema que encontrou terreno fértil em textos e imagens da Primeira Modernidade.
Palavras-chave: Cyrano de Bergerac, mundo às avessas, utopia, viagem imaginária, Idade Moderna

17th-century French street literature

The Literary Encyclopedia, 2017

Peddled or colportage literature, ephemera, street literature. All these denominations apply to c... more Peddled or colportage literature, ephemera, street literature. All these denominations apply to cheap printed materials intended for a broad public during the structuring of the print market in early modern France. Texts produced according to the needs of publishers, following the trends of the time (such as texts that described a newly seen comet, a religious controversy or a crime with shocking details), were developed with the mass of common people in mind, which is to say that they were inexpensive and often targeted those without a high degree of instruction – or even any instruction, as the practice of reading aloud would have expanded accessibility. Therefore, it is not a material that originated from the most modest social groups, but it was directed to them, so its classification as “popular” literature is thus problematic. Examining the original production environment can shed light on the types of street literature, its status as “popular”, as well as its role in society.

The Literary Encyclopedia, 2017

The printed canards were brochures sold to the general public in the large cities of France from ... more The printed canards were brochures sold to the general public in the large cities of France from the early sixteenth century to the nineteenth century. Serving as a valuable tool for the dissemination of news before and alongside the creation of the periodical press with Renaudot’s Gazette in 1631, the canards are considered “the first works of ‘popular’ printed literature” in France (Chartier, 1989, p. 60). Indeed, their commercial success is likely one of the major inspirations for the creation of the bibliothèque bleue (blue library), traditional French chapbooks with a blue cover printed in the city of Troyes, initially by the brothers Oudot, in the beginning of the seventeenth century.

A DISPUTA PELOS CULOTES: GÊNERO E O MUNDO ÀS AVESSAS NA EUROPA MODERNA

O tema da disputa pelos culotes é um dos mais difusos dentro da produção imagética concernente à ... more O tema da disputa pelos culotes é um dos mais difusos dentro da produção imagética concernente à chamada “guerra dos sexos” nos inícios da impressão na Europa moderna. Integrante do mundo às avessas, lugar-comum no período que apresenta a inversão entre indivíduo, animal, elementos e objetos, revelando a desordem generalizada na sociedade, as trocas de atributos entre homens e mulheres aparecem sob um véu cômico, o que reforça o absurdo das situações – como a mulher que vai à caça, enquanto o marido embala o filho. Este artigo se volta a identificar como a alteridade é elaborada nessas imagens que, produzidas dentro de um contexto de progressiva ordenação social, atuam como um de seus vetores.

ALCIATO, Andrea

Obras raras da Biblioteca Central da Universidade de Brasília: séculos XVI e XVII, 2024

Verbete referente à edição da Emblemata cum commetariis, de Andreae Alciati, conservado na Biblio... more

Dos estudos inquisitoriais à Micro-história global: uma entrevista com José Pedro Paiva

by Silvia Liebel and Beatriz Catão Cruz Santos

Topoi (Rio J.), 2024

Começamos agradecendo, em nome do PPGHIS, do LAELAPS e do Sacralidades, sua disponibilidade para ... more Começamos agradecendo, em nome do PPGHIS, do LAELAPS e do Sacralidades, sua disponibilidade para esta entrevista, não só pela importância de sua obra para a historiografia luso-brasileira, como também pela referência que ela representa para os estudos voltados para o amplo campo religioso, conforme o definiu Pierre Bourdieu (2011), que realizamos no Brasil. Seus temas de pesquisa, das crenças e práticas mágicas observadas na diocese de Coimbra (PAIVA, 1992), passando pelo estudo da especificidade portuguesa na caça às bruxas entre os séculos XVII e XVIII (PAIVA, 1997), para chegar ao seminal estudo político e sociológico dos bispos portugueses (PAIVA, 2006b) são referências incontornáveis. Na obra seguinte, o senhor estudou as relações entre os bispos e a Inquisição portuguesa (PAIVA, 2011) e, na sequência, publicou com Giuseppe Marcocci uma renovada História da Inquisição Portuguesa (1536-1821) (MARCOCCI; PAIVA, 2013), voltada para o estudo da instituição, durante muito tempo negligenciado. Poderia nos falar como avalia hoje o percurso de sua investigação e como foi se desenvolvendo esse caminho de pesquisa? JPP: Sou eu que me sinto obrigado a agradecer o gentil convite que me endereçaram. Fico muito feliz, naturalmente, por saber que as minhas pesquisas têm acolhimento no Brasil. Quanto à questão suscitada, eu, por vezes, em jeito de brincadeira, digo que passei do estudo dos perseguidos, isto é, das bruxas, feiticeiras, curandeiros, adivinhadores, para os perseguidores. Os perseguidos encontram-se no primeiro livro que Jacqueline Hermann mencionou e que corresponde ao equivalente da minha tese de mestrado, Práticas e Crenças Mágicas: o medo e a necessidade dos mágicos na diocese de Coimbra 1650-1740, de 1992; e no segundo, que corresponde à minha tese de doutoramento, Bruxaria e superstição num país sem "caça às bruxas", de 1996. Já os perseguidores encontramo-los na História da Inquisição Portuguesa, e nos diversos textos que tenho publicado sobre os bispos. De um modo mais sério, porém, tenderia a dizer que há dois vetores que interceptam toda a minha produção e as minhas preocupações historiográficas. Desde muito cedo, tive a sorte de conhecer as abordagens da microstoria, em voga em Itália, no final dos anos 80 do século XX, quando comecei a preparar o doutorado em Florença, no Instituto Universitario Europeo. Um pouco mais tarde, mas ainda no contexto do doutorado, fui tocado pelos estudos de Jacques Revel (1996) sobre jogos de escalas, que eu considero muito operativos e explicativos, e que apliquei no livro Bruxaria e superstição num país sem "caça às bruxas".

A invenção do Novo Mundo

Novas pautas para a História Social, 2024

LIEBEL, S. The Fall of the Marquise d'Ancre as Printed on Both Sides of the English Channel (1617)

Revista de História (São Paulo), 2024

April 24, 1617, marked the end of the prodigious influence of an Italian couple over the regent o... more April 24, 1617, marked the end of the prodigious influence of an Italian couple over the regent of France, Marie de Médicis. By arranging the murder of the Marquis d’Ancre, French Marshal and key figure in the affairs of the kingdom, the Dauphin Louis XIII ensured his grasp over the throne and isolated the Queen Mother thanks to the distribution of the deceased’s riches of among his supporters. However, a question remained: What should be done to widow Léonora Dori, Concini’s legitimate heir? By analyzing how the Marquise is represented in French and English pamphlets, this article rebuilds the ways she was portrayed and the opposing views about her degree of influence in early 17th-century France. By investigating the interface between the History of Print, the History of Women and the History of Emotions, this work reflects on the mobility of texts and the impact of cheap prints on establishing a specific imaginary around the feminine and opinion formation in early modern France.

A queda da marquesa d'Ancre impressa dos dois lados do canal da Mancha (1617)

Revista de História (São Paulo), 2024

Em 24 de abril de 1617, chegava ao fim a prodigiosa influência de um casal de italianos sobre a r... more Em 24 de abril de 1617, chegava ao fim a prodigiosa influência de um casal de italianos sobre a regente da França, Marie de Médicis. Ao articular o assassinato do marquês d’Ancre, marechal da França e figura-chave na condução dos negócios do reino, o delfim Louis XIII garantiu sua ascensão ao trono e o isolamento da rainha-mãe, apoiando-se sobre a distribuição das riquezas do falecido entre seus apoiadores. Restava, contudo, a questão em torno do que fazer com a viúva Léonora Dori, herdeira legítima de Concini. Através da análise das representações da marquesa em folhetos franceses e ingleses, este artigo reconstrói as facetas que lhe foram atribuídas e as visões contrastantes em torno de seu grau de influência na França do início do século XVII. No entrecruzamento entre a História do Impresso, a História das Mulheres e a História das Emoções, este artigo se volta à reflexão sobre a mobilidade dos textos e o impacto dos impressos baratos na constituição de um dado imaginário em torno do feminino e da formação da opinião na França moderna.

LIEBEL, S. Tuer le fils pour se venger du père: l'infanticide, du canard imprimé aux histoires tragiques

Figures et personnages de criminelles. Des histoires tragiques au roman policier, 2023

Utopia: entre a ideia e o gênero literário

Das utopias modernas às distopias contemporâneas: conceito, prática e representação, 2021

Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora.

Utopia e mundos imaginários em François Rabelais

Das utopias modernas às distopias contemporâneas: Conceito, prática e representação, 2021

Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora.... more Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. 85 CAPÍTULO 4 Utopia e mundos imaginários em François Rabelais Silvia Liebel Entrai, nobres damas de alta linhagem, Aqui vos esperam virtudes e ventura. Entrai, belas damas de grande coragem, Entrai, e encontrareis nessa viagem Um porto amigo, abrigo à vossa altura, Uma angra tranquila e bem segura. Nobres damas entrai, aqui tereis O que bem desejais e mereceis. A vida é suave Qual canto de ave, Nem pranto nem dor, Mas hinos de amor Quais cantos de ave. A vida é suave.

Varia Historia, 2021

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A peste bufônica

Varia Historia, 2020

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Sobre notas de rodapé: os percursos da pesquisa nos artigos acadêmicos de História

Varia Historia, 2021

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Sobre autoplágio: ou quantos artigos vale uma tese

Varia Historia, 2021

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35 anos de Varia História: a mente do editor e os desafios na gestão de periódicos científicos

Varia Historia

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Editorial: Da (velha) hierarquização da produção científica

Varia Historia

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Abrir janelas nas almas dos homens: notas historiográficas nos 500 anos da Reforma Protestante

História Unisinos, 2020

A Reforma Protestante, um dos limiares da modernidade para Hannah Arendt, permanece um tema fért... more A Reforma Protestante, um dos limiares da modernidade para Hannah Arendt, permanece um tema fértil para especialistas do período. Passados os 500 anos de seu marco inaugural, momento relembrado por eventos e celebrações ao redor do mundo, observa-se um contexto profícuo para um balanço dos estudos que lhe são dedicados. Pela vasta extensão do tema, este ensaio contempla um recorte da historiografia concernente às rupturas religiosas ocorridas na Europa de então, abarcando, sobretudo, a produção das últimas décadas nas academias francesa e alemã. Destacam-se, entre os elementos abordados, as múltiplas interpretações da Reforma Protestante e da Contrarreforma, além da tese da confessionalização e das pesquisas acerca das guerras de religião na França e das vivências religiosas. Busca-se, assim, refletir sobre os olhares diversos da historiografia sobre o tema, sem perder de vista o contexto vivido e os impactos desses movimentos.

Le foie et la vengeance féminine : la littérature des rues, source d'une histoire des émotions

Le foie et la vengeance féminine : la littérature des rues, source d’une histoire des émotions, 2019

Si le sexe feminin est de bon seduire, et estre facille à gaigner ; la nature par contre a donné ... more Si le sexe feminin est de bon seduire, et estre facille à gaigner ; la nature par contre a donné à icelluy des moyens et artifices, pour se venger de ceux qui trompent et pippent l'honneur des filles et femmes, et de telle sorte que la vengeance bien souvent est tellement horrible et prodigieuse, qu'elle faict terreur à ceux qui la despeignent où [sic] racomptent 1 .

Viagem à Lua: utopia, viagem imaginária e o mundo de ponta-cabeça em Cyrano de Bergerac

A Viagem à Lua, ou Os Estados e Impérios da Lua (1657), obra do francês Savinien de Cyrano de Ber... more A Viagem à Lua, ou Os Estados e Impérios da Lua (1657), obra do francês Savinien de Cyrano de Bergerac, publicada postumamente, constitui-se em representante do libertinismo que se insurge na literatura do século XVII. Escrita em meio ao contexto de dessacralização do céu, seguindo a formulação de Jean Delumeau, a viagem de Cyrano apresenta em suas bases elementos do materialismo moderno, paralelamente à uma ácida crítica social. Nas fronteiras da utopia e da viagem imaginária, a obra recorre à forma romanesca e à ironia no desenvolvimento de um topos próprio do período que este artigo procurará explorar: o mundo às avessas, tema que encontrou terreno fértil em textos e imagens da Primeira Modernidade.
Palavras-chave: Cyrano de Bergerac, mundo às avessas, utopia, viagem imaginária, Idade Moderna

17th-century French street literature

The Literary Encyclopedia, 2017

Peddled or colportage literature, ephemera, street literature. All these denominations apply to c... more Peddled or colportage literature, ephemera, street literature. All these denominations apply to cheap printed materials intended for a broad public during the structuring of the print market in early modern France. Texts produced according to the needs of publishers, following the trends of the time (such as texts that described a newly seen comet, a religious controversy or a crime with shocking details), were developed with the mass of common people in mind, which is to say that they were inexpensive and often targeted those without a high degree of instruction – or even any instruction, as the practice of reading aloud would have expanded accessibility. Therefore, it is not a material that originated from the most modest social groups, but it was directed to them, so its classification as “popular” literature is thus problematic. Examining the original production environment can shed light on the types of street literature, its status as “popular”, as well as its role in society.

The Literary Encyclopedia, 2017

The printed canards were brochures sold to the general public in the large cities of France from ... more The printed canards were brochures sold to the general public in the large cities of France from the early sixteenth century to the nineteenth century. Serving as a valuable tool for the dissemination of news before and alongside the creation of the periodical press with Renaudot’s Gazette in 1631, the canards are considered “the first works of ‘popular’ printed literature” in France (Chartier, 1989, p. 60). Indeed, their commercial success is likely one of the major inspirations for the creation of the bibliothèque bleue (blue library), traditional French chapbooks with a blue cover printed in the city of Troyes, initially by the brothers Oudot, in the beginning of the seventeenth century.

A DISPUTA PELOS CULOTES: GÊNERO E O MUNDO ÀS AVESSAS NA EUROPA MODERNA

O tema da disputa pelos culotes é um dos mais difusos dentro da produção imagética concernente à ... more O tema da disputa pelos culotes é um dos mais difusos dentro da produção imagética concernente à chamada “guerra dos sexos” nos inícios da impressão na Europa moderna. Integrante do mundo às avessas, lugar-comum no período que apresenta a inversão entre indivíduo, animal, elementos e objetos, revelando a desordem generalizada na sociedade, as trocas de atributos entre homens e mulheres aparecem sob um véu cômico, o que reforça o absurdo das situações – como a mulher que vai à caça, enquanto o marido embala o filho. Este artigo se volta a identificar como a alteridade é elaborada nessas imagens que, produzidas dentro de um contexto de progressiva ordenação social, atuam como um de seus vetores.

Perseguição de mulheres na Idade Moderna

by Silvia Liebel and Naiara Krachenski

Debate-40 em texto, 2022

São mais de 23 mil visualizações e quase 1.500 inscrições. Há de se imaginar, então, o nível do n... more São mais de 23 mil visualizações e quase 1.500 inscrições. Há de se imaginar, então, o nível do nosso profundo agradecimento a todas e todos os envolvidos no Canal Debate-40. A todas e todos que nos disponibilizaram parte de suas produções intelectuais para compor o primeiro e-book "Debate-40 em textos". Portanto, fazemos questão de deixar expresso, nominalmente, o nosso muito obrigado aos resistentes professores e professoras que fazem da sua profissão, um lugar para a transformação, instrução e edificação do humano.

Das Utopias modernas às distopias contemporâneas: Conceito, prática e representação

by Silvia Liebel, Geraldo Witeze Jr, and Kelly Appelt

Sonho, quimera, evasão. A utopia frequentemente é caracterizada como um escape, sem maiores conse... more Sonho, quimera, evasão. A utopia frequentemente é caracterizada como um escape, sem maiores consequências para a sociedade. A palavra, no entanto, que amalgama lugar ideal com lugar nenhum está intimamente relacionada à ambição por um mundo melhor. Atrelada ao fértil gênero literário que se firma na aurora moderna a partir da obra homônima de Thomas Morus, a utopia se estrutura a partir do questionamento da realidade, do mundo vivido que precisa de reformas, e servirá, portanto, à crítica social. Entre o apogeu e o declínio do pensamento utópico, com a ascensão das distopias que substituem a esperança pelo temor em um futuro em que somos subjugados pela tecnologia e por uma ordem totalitária, diferentes autores e autoras desenvolveram os anseios sociais de cada época. Os capítulos deste livro se voltam a esses mundos-outros, seguindo a deixa do filósofo Cornelius Castoriadis: “não existimos para dizer o que é, mas para fazer ser o que não é”.

Das Utopias modernas às distopias contemporâneas: conceito, prática e representação.

by Lívia Bernardes Roberge, Silvia Liebel, Vinícius Liebel, and Kelly Appelt

Capítulo 6: "Da ruptura pela derrota à consagração de uma esperança: reflexões sobre Um Programa para a Lei da Liberdade, de Gerrard Winstanley (1652)., 2021

Sonho, quimera, evasão. A utopia frequentemente é caracterizada como um escape, sem maiores conse... more Sonho, quimera, evasão. A utopia frequentemente é caracterizada como um escape, sem maiores consequências para a sociedade. A palavra, no entanto, que amalgama lugar ideal com lugar nenhum está intimamente relacionada à ambição por um mundo melhor. Atrelada ao fértil gênero literário que se firma na aurora moderna a partir da obra homônima de Thomas Morus, a utopia se estrutura a partir do questionamento da realidade, do mundo vivido que precisa de reformas, e servirá, portanto, à crítica social. Entre o apogeu e o declínio do pensamento utópico, com a ascensão das distopias que substituem a esperança pelo temor em um futuro em que somos subjugados pela tecnologia e por uma ordem totalitária, diferentes autores e autoras desenvolveram os anseios sociais de cada época. Os capítulos deste livro se voltam a esses mundos-outros, seguindo a deixa do filósofo Cornelius Castoriadis: “não existimos para dizer o que é, mas para fazer ser o que não é”.

Mulheres, gênero e conservadorismo: uma genealogia da violência e da dominação

by Silvia Liebel and Vinícius Liebel

Sociologia, Política e Cidadania, 2020

Les Médées modernes

LES MÉDÉES MODERNES La cruauté féminine d'après les canards imprimés français (1574-1651), 2019

Version électronique en accès ouvert Versão eletrônica em acesso aberto

Os canards e a literatura de rua na França moderna - Possibilidades de pesquisa em História

Possibilidades de Pesquisa em História, 2017

Embora a literatura de cordel do Portugal quinhentista também se enquadre na literatura popular, ... more Embora a literatura de cordel do Portugal quinhentista também se enquadre na literatura popular, suas raízes na oralidade, sua expressão em versos e seus temas principais se afastam do modelo aqui analisado. Sobre a literatura de rua inglesa e alemã de inícios do período moderno, ver Joy Wiltenburg, Disorderly Women and Female Power in the Street Literature of Early Modern England and Germany, Charlottesville, University Press of Virginia, 1992. formais dos canards e suas linhas gerais. Apesar de terem sido catalogadas com afinco por Séguin, estas brochuras permanecerão, no entanto, uma fonte muito pouco explorada pelos historiadores.

Les Médées modernes : la cruauté féminine d'après les canards imprimés (1574-1651).

Les temps modernes marquent l'émergence de la littérature criminelle en France. Les canards, livr... more Les temps modernes marquent l'émergence de la littérature criminelle en France. Les canards, livrets bon marché remplis d'histoires merveilleuses et sanglantes, offrent des récits fondés sur le quotidien, établissant ainsi un lien avec l'univers des lecteurs. Comme les Histoires tragiques, ils privilégient les narrations de crimes, où les actions féminines sont mises en relief. Associée aux peurs du temps, la femme y incarne les figures de l'infanticide, de la parricide, de l'adultère et de la sorcière, attaquant l'ordre masculin du monde. Produits et moteurs de la moralisation grandissante du royaume, surtout au début du XVIIe siècle - moment de plein essor de la Réforme catholique -, ces pièces avertissent des dangers représentés par les femmes insoumises. Considérant la littérature des rues comme source privilégiée pour l'histoire culturelle, ce travail cherche à l'appréhender en tant que puissant système de diffusion de modèles de comportement vers un large public.

Colloque international Canards, occasionnels, éphémères : "information" et infralittérature en France à l'aube des Temps Modernes

Ce colloque international a pour objet la collection des Histoires tragiques de Pierre Boaistuau ... more Ce colloque international a pour objet la collection des Histoires tragiques de Pierre Boaistuau et François de Belleforest, incluant toutes ses éditions, y compris les contrefaçons et le volume apocryphe, ainsi que les suites tardives de la collection, comme les recueils de Vérité Habanc et Bénigne Poissenot.

Appel à communication: Colloque international Canards, occasionnels, éphémères : « information » et infralittérature en France à l’aube des temps modernes

CÉRÉdI-Université de Rouen, 19-21 septembre 2018