Papers by Luiz Eduardo Motta

É necessário que se saiba, e mais do que isso que se diga, que a "Questão Althusser" não é domina... more É necessário que se saiba, e mais do que isso que se diga, que a "Questão Althusser" não é dominante, entre nós, uma questão teórica mas sobretudo uma questão política". Essa frase que inicia o artigo de Carlos Henrique Escobar, publicado na revista Leia Livros em junho de 1979, expressa bem o contexto no qual a obra de Louis Althusser repercutiu na formação social brasileira entre a segunda metade dos anos 1960 e o início dos anos 1980. Nessa conjuntura, Althusser, juntamente com Gramsci, foi o filósofo marxista mais publicado no Brasil, além de ter sido o principal alvo de diversas análises contrárias, ou não, à sua teoria. O artigo de Escobar demarca explicitamente sobre quem e quais foram as instituições que se opuseram a obra de Althusser desde o início de sua inserção ao cenário intelectual brasileiro. Essa oposição encontrava-se tanto nos intelectuais vinculados ao PCB de matriz teórica lukacsiana, como Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder, e também parte da intelectualidade paulista vinculada ao eixo USP-CEBRAP, especialmente nos trabalhos Fernando Henrique Cardoso e José Arthur Giannotti, ambos citados no texto de Escobar.
Resumo ste artigo tem como objetivo resgatar o debate sobre a Revolução Brasileira, e tem como fo... more Resumo ste artigo tem como objetivo resgatar o debate sobre a Revolução Brasileira, e tem como foco principal a crítica de Guerreiro Ramos ao PCB e a ideologia marxista-leninista. Segundo Guerreiro, o PCB era uma organização "alienada" e isso comprometia a constituição de um processo revolucionário com bases nacionais. O artigo se divide em três seções: a primeira trata da ideologia populista nacionalista revolucionária de grande influência nos países do Terceiro Mundo, e teve em Guerreiro Ramos uma de suas principais expressões no pensamento brasileiro; a segunda seção aborda a análise crítica de Guerreiro Ramos ao programa ideológico revolucionário do PCB e sua defesa do socialismo terceiro mundista; por fim, as considerações finais.

A problemática do direito sempre esteve presente na obra de Nicos Poulantzas, desde seus primeiro... more A problemática do direito sempre esteve presente na obra de Nicos Poulantzas, desde seus primeiros trabalhos inspirados pelo existencialismo sartreano, cujos artigos combinavam temas da fenomenologia com a sociologia do direito, até o período seguinte à publicação do livro Poder Político e Classes Sociais. Embora Martin (2008:6) afirme que Poulantzas tenha abandonado o foco do direito, substituindo-o pela análise sobre o Estado capitalista sob o prisma político, a análise sobre a problemática do direito e de sua relação com o Estado não foi abandonada. Ao contrário, o conceito de Estado capitalista traz consigo o papel do direito como organizador da estrutura do Estado e de suas práticas (por exemplo, o efeito de isolamento) e como um dos elementos constitutivos da materialidade institucional do Estado moderno. O objetivo deste artigo é resgatar a análise de Poulantzas sobre o direito e, desse modo, mostrar as mudanças ocorridas na sua teoria política. Essas transformações se devem principalmente ao fato de Poulantzas ter sido influenciado, ao longo de sua trajetória intelectual, por dife-367 * Agradeço aos pareceristas anônimos da Revista Dados pelas críticas e sugestões a este artigo. A relação de Poulantzas com o direito começou em seu lar 1 . Seu pai, Aristides Poulantzas, era uma liderança no campo jurídico grego, tanto como advogado quanto como acadêmico, ensinando grafologia forense. Poulantzas ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Atenas em 1953 e formou-se em 1957, destacando-se como um excelente aluno. Embora tenha sido registrado na Associação de Advogados de Atenas, nunca exerceu a profissão de advogado. Em vez disso, preferiu continuar estudando direito, em nível de pós-graduação, na Alemanha. Residiu durante um tempo em Munique, em 1960. Contudo, devido às influências do nazismo que ainda perduravam na Alemanha, mudou-se para Paris -o lar da diáspora dos intelectuais gre-Poulantzas e o Direito Poulantzas e o Direito
119 Comum -Rio de Janeiro -v.5 -nº 15 -p. 119 a 145 -ago/dez 2000 Desde o seu surgimento na décad... more 119 Comum -Rio de Janeiro -v.5 -nº 15 -p. 119 a 145 -ago/dez 2000 Desde o seu surgimento na década de 50, o ISEB tem provocado apaixonadas e intensas polêmicas a respeito de seu papel institucional e de sua produção intelectual. Com efeito, o apoio recebido pelos governos JK e Jango e o envolvimento do ISEB com os movimentos políticos, sociais e culturais de caráter nacional-popular no decorrer dos anos 60 produziu críticas por parte tanto dos setores politicamente conservadores, como também por intelectuais de esquerda ligados em sua maior parte à Faculdade de Sociologia da USP; e é nesse conjunto de intelectuais paulistas que encontramos as principais críticas dirigidas ao ISEB.
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