Papers by Leonardo Vianna
Revista Ipotesi, 2024
Proponho uma tradução do conto “Salsicce” (Linguiças), da escritora ítalo-somali Igiaba Scego. Al... more Proponho uma tradução do conto “Salsicce” (Linguiças), da escritora ítalo-somali Igiaba Scego. Além disso, são realizados algumas de minhas escolhas tradutórias; o objetivo é contribuir para a difusão da obra de Scego, uma autora premiada e com pelo menos duas décadas de carreira literária. Scego já possui alguns de seus romances traduzidos para o português, mas até o presente momento nenhuma tradução de seus contos para o público brasileiro.
Revista de Italianística, Dec 21, 2023
zoppE: idEntidadE E masculinidadE nEgras Em AduA, dE igiaBa scEgo Zoppe: Identità e mascolinità n... more zoppE: idEntidadE E masculinidadE nEgras Em AduA, dE igiaBa scEgo Zoppe: Identità e mascolinità nere in Adua, di Igiaba Scego Zoppe: Black Identity and Masculinity in Adua, by Igiaba Scego lEonardo vianna* RESUMO: O presente artigo pretende investigar a construção de identidade e masculinidade negras do personagem Zoppe, pai da personagem Adua do romance homônimo. Zoppe serve como tradutor e intérprete ao conde Anselmi no contexto dos anos 1930, pouco tempo antes da invasão italiana na Etiópia.

Revista de Italianística, 2023
O presente artigo pretende investigar a construção de identidade e masculinidade negra... more O presente artigo pretende investigar a construção de identidade e masculinidade negras do personagem Zoppe, pai da personagem Adua do romance homônimo. Zoppe serve como tradutor e intérprete ao conde Anselmi no contexto dos anos 1930, pouco tempo antes da invasão italiana na Etiópia. Este estudo adotará como referencial teórico os intelectuais que pensaram a identidade (WOODWARD, 2014), sobretudo a identidade racial e a masculinidade negras (KILOMBA, 2019; FANON, 2020; FAUSTINO, 2014; hooks, 2019). Observamos através da análise do que Zoppe fala de si e do que falam sobre ele que o colonialismo e o racismo operam para desumanizar sujeitos racializados. O fato de Zoppe não conseguir trabalhar o luto da perda de sua amada Asha corrobora para os resultados deste estudo que indicam que o colonialismo produz subjetividades embrutecidas, não permitindo aos colonizados mergulharem nos seus próprios infernos (FANON, 2020).

ORGANON , 2023
Este artigo pretende investigar de que maneira a escritora Igiaba Scego, no romance La linea del ... more Este artigo pretende investigar de que maneira a escritora Igiaba Scego, no romance La linea del colore (2020), revisita o passado italiano para demonstrar que a Itália se construiu como branca escamoteando da sua história povos de outras origens étnico-raciais. A questão sobre o passado italiano não branco chama a atenção das duas protagonistas: Lafanu Brown, uma negra estadunidense com origens indígenas, que viaja à Itália em pleno século XIX para se tornar pintora; e Leila, uma curadora de arte ítalo-somali que pesquisa a obra de Lafanu na contemporaneidade. Através da perspectiva de ambas, conhecemos uma Itália repleta de monumentos que comprovam a passagem de povos de outras culturas pela península. Além disso, Scego discute sobre a identidade cultural contemporânea de sujeitos que nasceram e/ou cresceram na Itália, mas que possuem outros backgrounds culturais. Nosso objetivo é lançar luz sobre um passado pouco conhecido (até mesmo para os italianos) e reforçar a necessidade de um debate a respeito dessa formação identitária em que diferentes identidades culturais se intersectam. Nesse sentido, a análise aqui realizada levará em consideração autores e autoras de diferentes perspectivas teórico-metodológicas que tratem de temas mencionados anteriormente, como Giuliani (2013), Mbembe (2018), Hall (2019) e Otele (2021).

Letras em Revista, 2022
O presente artigo pretende investigar a relação entre memória, identidade e espaços urbanos. Na n... more O presente artigo pretende investigar a relação entre memória, identidade e espaços urbanos. Na narrativa autobiográfica Minha casa é onde estou (2018), da escritora afro-italiana Igiaba Scego, é empreendida uma verdadeira cartografia da memória por meio dos espaços urbanos de Roma e de Mogadíscio, capital somali. Scego discute contatos e trocas culturais, o passado colonial na Somália, o racismo na Itália contemporânea. Para tal discussão, utilizaremos as reflexões sobre memória de Halbwachs (1990) e Candau (2019); sobre identidade, além de Candau, que estabelece um diálogo entre memória e identidade, nos valeremos das reflexões de Stuart Hall (2019); por fim, contaremos com Tuan (1980) e seu conceito de topofilia quando discutirmos as relações afetivas do sujeito com o espaço no seu entorno. Igiaba Scego é uma das principais vozes da contemporaneidade a (re)pensar uma Itália multicultural e plurirracial a partir da tríade memória, espaços urbanos e identidade.

O presente artigo pretende investigar a relação entre memória, identidade e espaços urbanos. Na n... more O presente artigo pretende investigar a relação entre memória, identidade e espaços urbanos. Na narrativa autobiográfica Minha casa é onde estou (2018), da escritora afro-italiana Igiaba Scego, é empreendida uma verdadeira cartografia da memória por meio dos espaços urbanos de Roma e de Mogadíscio, capital somali. Scego discute contatos e trocas culturais, o passado colonial na Somália, o racismo na Itália contemporânea. Para tal discussão, utilizaremos as reflexões sobre memória de Halbwachs (1990) e Candau (2019); sobre identidade, além de Candau, que estabelece um diálogo entre memória e identidade, nos valeremos das reflexões de Stuart Hall (2019); por fim, contaremos com Tuan (1980) e seu conceito de topofilia quando discutirmos as relações afetivas do sujeito com o espaço no seu entorno. Igiaba Scego é uma das principais vozes da contemporaneidade a (re)pensar uma Itália multicultural e plurirracial a partir da tríade memória, espaços urbanos e identidade.

Pós-Colonialidade e Estereótipos Africanos Em Adua De Igiaba Scego
VERBO DE MINAS, Jun 29, 2020
RESUMO No presente trabalho será discutida a pós-colonialidade italiana, pensada sob uma ótica pl... more RESUMO No presente trabalho será discutida a pós-colonialidade italiana, pensada sob uma ótica plural e multiétnica cuja intenção é a construção de um paradigma que a diferencie dos casos francês e britânico, por exemplo. Em um segundo momento, serão analisados alguns dos estereótipos africanos que podem ser verificados no romance Adua, especificamente aqueles que recaem sobre Zoppe e Adua, pai e filha na narrativa. A desconstrução dessas imagens cristalizadas sobre os africanos tem por finalidade descolonizar e repensar criticamente o imaginário italiano relacionado à África. Igiaba Scego, italiana e negra de ascendência somali, acusa a ausência de uma discussão sobre tais estereótipos ainda presentes na Itália contemporânea e é uma das principais vozes da atualidade que denuncia o racismo, o colonialismo, a xenofobia e os preconceitos de classe e de gênero no país. Palavras-chave: Igiaba Scego. Pós-colonialismo. Itália. Racismo. Descolonização. 1. A pós-colonialidade italiana: pensando um novo paradigma No debate teórico sobre a pós-colonialidade-conceito, por si só, bastante discutível e complexo-dois nomes se destacam no cenário acadêmico contemporâneo no que concerne a pós-colonialidade italiana: Caterina Romeo e Cristina Lombardi-Diop. Ambas autoras, em 2014, organizaram e publicaram uma Artigo recebido em 11/03/2020 e aprovado em 25/05/2020.
Sob uma perspectiva do erotismo de Georges Bataille e das trocas simbolicas de Jean Baudrillard, ... more Sob uma perspectiva do erotismo de Georges Bataille e das trocas simbolicas de Jean Baudrillard, o presente artigo pretende analisar as personagens Angelica Sedara e Tancredi Falconeri, de O Leopardo , de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. O romance, cuja narrativa principal centra-se na decadencia, antes, durante e logo apos o processo de unificacao italiana, da aristocracia siciliana, representada pela familia do principe de Salina, possui como narrativa paralela a relacao de Angelica e Trancredi. Embora fossem membros de classes sociais diferentes, logo no primeiro encontro, em um jantar no palacio de Donnafugata, estabelece-se entre eles um jogo de seducao totalmente erotico, sensual e simbolico. Palavras-chave: O Leopardo; Giuseppe Tomasi di Lampedusa; Sicilia; erotismo

This article aims to investigate the relationship between landscape and memory in the novel I Vec... more This article aims to investigate the relationship between landscape and memory in the novel I Vecchi and i Giovani, by Luigi Pirandello, and how this interaction is related to the Sicilian subject, analyzing the cases of the characters Mauro Mortara and Dom Ippolito Laurentano. Before reaching this point of the discussion, however, there will be an analysis of the Arab-Sicilian poetry of Ibn Ḥamdis, a poet who had to go into exile when Sicily was conquered by the Europeans and who wrote verses full of nostalgia and suffering on the island. The intention here is to restore Ḥamdis to its proper place within Sicilian / Italian literature and to observe connections between his poetry and Pirandello's novel. Understanding that the Sicilian landscape is the result of an ancient historical-cultural sedimentation and that the Sicilian is a nostalgic subject, his connection with the land itself will be paradoxical: sometimes with exacerbated attachment, sometimes with disgust, recalling ...

REVISTA DE ITALIANÍSTICA, 2020
RESUMO: O presente artigo pretende investigar a relação entre paisagem e memória no romance I Vec... more RESUMO: O presente artigo pretende investigar a relação entre paisagem e memória no romance I Vecchi e i Giovani, de Luigi Pirandello, e como essa interação se relaciona com o sujeito siciliano, analisando os casos dos personagens Mauro Mortara e Dom Ippolito Laurentano. Antes de chegar a esse ponto da discussão, no entanto, serão realizadas análises da poesia árabe-siciliana de Ibn Ḥamdîs, poeta que precisou partir para o exílio quando a Sicília fora reconquistada pelos europeus e que sobre a ilha escreveu versos cheios de nostalgia e sofrimento. A intenção aqui é restituir Ḥamdîs ao seu devido lugar dentro da literatura siciliana/italiana e observar conexões entre a sua poesia e o romance de Pirandello. Entendendo que a paisagem siciliana é resultado de uma sedimentação histórico-cultural milenar e o siciliano um sujeito nostálgico, a sua ligação com a própria terra será paradoxal: ora de apego exacerbado, ora de repulsa, relembrando aquilo que o poeta latino Ovídio imortalizara nos versos Nec sine te nec tecum vivere possum [Nem contigo, nem sem ti posso viver]. PALAVRAS-CHAVE: Nostalgia; Luigi Pirandello; Ibn Ḥamdîs; Paisagem; Sicília. RIASSUNTO: La presente ricerca intende investigare il rapporto tra paesaggio e memoria nel romanzo I Vecchi e i Giovani, scritto da Luigi Pirandello, e come questa interazione si relaziona con il soggetto siciliano facendo un'analisi dei casi dei perso

Revista Verbo de Minas, 2020
RESUMO No presente trabalho será discutida a pós-colonialidade italiana, pensada sob uma ótica pl... more RESUMO No presente trabalho será discutida a pós-colonialidade italiana, pensada sob uma ótica plural e multiétnica cuja intenção é a construção de um paradigma que a diferencie dos casos francês e britânico, por exemplo. Em um segundo momento, serão analisados alguns dos estereótipos africanos que podem ser verificados no romance Adua, especificamente aqueles que recaem sobre Zoppe e Adua, pai e filha na narrativa. A desconstrução dessas imagens cristalizadas sobre os africanos tem por finalidade descolonizar e repensar criticamente o imaginário italiano relacionado à África. Igiaba Scego, italiana e negra de ascendência somali, acusa a ausência de uma discussão sobre tais estereótipos ainda presentes na Itália contemporânea e é uma das principais vozes da atualidade que denuncia o racismo, o colonialismo, a xenofobia e os preconceitos de classe e de gênero no país. Palavras-chave: Igiaba Scego. Pós-colonialismo. Itália. Racismo. Descolonização. 1. A pós-colonialidade italiana: pensando um novo paradigma No debate teórico sobre a pós-colonialidade-conceito, por si só, bastante discutível e complexo-dois nomes se destacam no cenário acadêmico contemporâneo no que concerne a pós-colonialidade italiana: Caterina Romeo e Cristina Lombardi-Diop. Ambas autoras, em 2014, organizaram e publicaram uma Artigo recebido em 11/03/2020 e aprovado em 25/05/2020.
Sob uma perspectiva do erotismo de Georges Bataille e das trocas simbólicas de Jean Baudrillard, ... more Sob uma perspectiva do erotismo de Georges Bataille e das trocas simbólicas de Jean Baudrillard, o presente artigo pretende analisar as personagens Angelica Sedàra e Tancredi Falconeri, de O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. O romance, cuja narrativa principal centra-se na decadência, antes, durante e logo após o processo de unificação italiana, da aristocracia siciliana, representada pela família do príncipe de Salina, possui como narrativa paralela a relação de Angelica e Trancredi. Embora fossem membros de classes sociais diferentes, logo no primeiro encontro, em um jantar no palácio de Donnafugata, estabelece-se entre eles um jogo de sedução totalmente erótico, sensual e simbólico.
Este texto propõe-se, por meio da análise dos discursos do senhor Paleari e de Mattia Pascal/Adri... more Este texto propõe-se, por meio da análise dos discursos do senhor Paleari e de Mattia Pascal/Adriano Meis, personagens de O falecido Mattia Pascal (1904), a uma reflexão sobre a estética do humorismo de Luigi Pirandello, importante ferramenta de questionamento existencial. O humorismo, do qual esses personagens são representantes prototípicos, visa, em linhas gerais, criticar uma modernidade europeia ausente de conceitos referenciais para o homem e discutir a tensa relação entre essência e aparência. Através da perspectiva humorística enxerga-se um mundo e uma sociedade totalmente sem sentido e/ou finalidades, os quais não proveem a felicidade do homem, exortando-o a uma constante reflexão sobre o sentido da sua existência.
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