Papers by Celia Daniele Moreira de Souza

Labirinto, Jun 11, 2014
O filosofo persa Al-Ghazali (1058-1111) foi um dos principais estudiosos da kalam , isto e, a cie... more O filosofo persa Al-Ghazali (1058-1111) foi um dos principais estudiosos da kalam , isto e, a ciencia dedicada a compreender a “palavra de Deus”. Por meio de seu trabalho foi responsavel por conciliar “ortodoxia” e “misticismo” de maneira inedita e unica. Em sua obra mais importante, “O Renascimento das Ciencias Religiosas”, o autor estabelece um guia de fe para os muculmanos, o qual muitos pesquisadores apontam como uma explicita tentativa de reafirmacao da ortodoxia sunita, a fe legitimadora do poder instituido do Califado Abassida e do sultanato turco-seljucida, contra o avanco das heterodoxias xiitas e dos cristaos na primeira Cruzada. Neste artigo, pretendo abordar como o contexto de Al-Ghazali moldou sua abordagem de sistematizacao da religiao islâmica, analise que faz parte de minhas pesquisas de mestrado a respeito do “Livro de Etiqueta do Casamento”, segundo capitulo do segundo tomo integrante da obra supracitada.

Presentes no imaginário ocidental, os gênios possuem boa reputação para aqueles que os associam a... more Presentes no imaginário ocidental, os gênios possuem boa reputação para aqueles que os associam ao que a Disney retratou em Aladdin, uma releitura contemporânea da história contada no épico abássida As Mil e Uma Noites (sécs. IX/XV). Entretanto, para a religiosidade islâmica ortodoxa e também para aqueles que tiveram contato com produções audiovisuais árabes, como a série Jinn, disponível na Net ix, os gênios podem ter outras naturezas que vão além da fanfarronice e da magia. O fenômeno dos gênios, à primeira vista, é concernente à cultura árabe, mais propriamente à era pré-islâmica (Jaḥiliya), em que o mundo espiritual era compreendido e com o qual o homem podia interagir por meio da inspiração desses seres espirituais. Todavia, parece que a crença em gênios é algo que se expande para além do próprio arcabouço cultural árabe. Isso porque ela se remete à religiosidade animista da Antiguidade, tanto pela sua similitude com os seres mágicos deste período que habitam o incognoscível (como os daimon), como também pela possibilidade de o termo ter sido "emprestado" do latim "genius" (MAÍLLO SALGADO, 2019, 620). Compartilhados ou não com as crenças animistas antigas, o conceito e a crença religiosa em gênios hoje se fazem presente por meio do Islã, religião nascida na Península Arábica no séc. VIII; e é por meio desta apropriação que compreendemos e relemos a gura dos gênios no período medieval. Pouco antes do advento do Islã, a espiritualidade árabe era marcada por um politeísmo autóctone, ainda que houvesse muitos sincretismos com outras religiões pagãs, como com o panteão grecoromano, sobretudo na região Norte (SOURDEL, 2014, 19). O que nos foi legado da experiência

No conceito de amor cortes podem ser encontrados diversos elementos islamizados: os trovadores do... more No conceito de amor cortes podem ser encontrados diversos elementos islamizados: os trovadores do sec. XI nao teriam apenas relido o amor platonico e ovidiano aos moldes de seu tempo, como tambem teriam se apropriado do pensamento islâmico de Al-Andalus sobre a tematica do amor para construir toda a imagetica da dama, o cavalheiro e o desenrolar amoroso. Esta suposicao e corroborada por varios indicios, como o proprio uso do conceito de “amor cortes”, o qual, antes de aparecer no Ocidente Cristao, ja era apropriado por poetas e filosofos andalusinos com a mesma compreensao. O proprio poeta cordoves Ibn Dawud (868-909) declarara em sua famosa obra “O Livro da Flor”: “A submissao a amada e a marca natural de um homem cortes”. Pensando neste aspecto, trago neste artigo uma breve discussao sobre a possivel influencia da epistola arabe-cordovesa “O Colar da Pomba” de Ibn Hazm do sec. XI, na elaboracao de “O Tratado do Amor Cortes” de Andre Capelao do sec. XII, comparacao esta ja defendid...

Resumo: A presenca muculmana na Europa e seu contato com os povos germânicos geralmente e compree... more Resumo: A presenca muculmana na Europa e seu contato com os povos germânicos geralmente e compreendida na sua experiencia na Peninsula Iberica, pelo legado visigodo e o de Al-Andalus. Entretanto, outras experiencias foram validas para se pensar, nao apenas a coexistencia de elementos diversos em uma dada sociedade e territorio, mas na confluencia e apropriacao de elementos identitarios de distintas culturas e religiosidades, a saber, a islâmica e a crista, estas expressas no exemplo da Sicilia Medieval do sec. XII sob dominio normando. Este artigo propoe-se a analisar como o trabalho do estudioso Al-Idrisi pode ser visto como um exemplo de dialogo dessas duas culturas, e tambem como o contexto em que mesmo se insere sugere um abarcamento, ao inves de uma sublimacao, dos valores e ideais da cultura islâmica no reino de Rogerio II. Palavras-chave: Al-Idrisi, Isla, Sicilia Normanda Medieval Abstract: The Muslim presence in Europe and its contact with the Germanic people is generally un...

Diversidade Religiosa, 2019
O Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica no séc. V... more O Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica no séc. VII e desde sua fundação se manteve indissociável e profundamente imbricado com a identidade árabe. Não só pela língua da revelação corânica, o livro sagrado dos muçulmanos, ser o árabe, mas pela própria ligação que a religião terá com a noção de pertencimento a uma cultura, a um povo, que transcenderá as fronteiras peninsulares e se difundirá como que inerente à própria condição de ser muçulmano. Até hoje há uma confusão entre o que é ser árabe e o que é ser muçulmano, pois ambas as identidades se entremearam na constituição da fé islâmica. Contudo, a identidade árabe anterior ao Islã estava calcada em uma fé politeísta autóctone, religiosidade esta que regia aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos de então, mas sobretudo a própria noção de conexão e pertencimento das tribos árabes ao seu meio. Dessa maneira, a proposta deste artigo é argumentar em que medida o Islã romperia ...

Mosaico, 2018
O presente artigo tem por objetivo discutir a arte de aconselhamento presente no fabulário Kalila... more O presente artigo tem por objetivo discutir a arte de aconselhamento presente no fabulário Kalila e Dimna de Abdullah Ibn Almuqaffaᶜ do séc. VIII e no manual O Príncipe de Nicolau Maquiavel do séc. XVI, ensejando evidenciar um possível diálogo entre as obras. Alguns historiadores sugerem que ambas as obras encontrariam semelhanças que sugeririam uma recepção das ideias de Kalila e Dimna por Maquiavel. Entretanto, até o momento não há trabalhos disponíveis que de fato investiguem esta relação, logo este artigo pretende discutir se tais semelhanças realmente são verificáveis, ou se as mesmas são inerentes ao gênero tratadístico que teve expressão no período califal abássida no mundo árabe-islâmico e que foi instrumentalizado no Ocidente no período medieval, vindo a compor o estilo chamado “espelho de príncipe”. The Art of Counseling in Kalila and Dimna by Ibn Almuqaffa (8th Century) and the Prince of Machiavelli (16th Century) The aim of this article is to discuss the art of counselin...
O Colar da Pomba – de Ibn Ḥazm, epistola escrita no sec. XI, considerada uma das obras-primas da ... more O Colar da Pomba – de Ibn Ḥazm, epistola escrita no sec. XI, considerada uma das obras-primas da literatura arabe-andalusina – propoe-se a retratar o que e o amor por meio de exemplos de mulheres que subvertem a ideia de que no seio do Isla sua voz e sexualidade estariam silenciadas ou negadas. Assim, este artigo analisa como a sexualidade feminina esta retratada na obra e como o tema se relaciona com o ideal moralizante do autor e com a visao de sexualidade na doutrina islâmica medieval.
Revista Medievalis, 2018
The Necklace of the Dove is an epistle written between 1022 and 1023 by the jurist ... more The Necklace of the Dove is an epistle written between 1022 and 1023 by the jurist Ibn Ḥazm, when he was in exile after losing one of the battles, he had fought in favor of the Umayyads. This epistle is considered an Arab-Andalusian masterpiece, and Ibn Ḥazm has described love as a feeling to be studied and to be understood as a moral uplift, portraying it through anecdotal examples of the Andalusian aristocracy under the Umayyad Caliphate of Cordoba. Through this narrative, we consider that the epistle promotes a remembrance and a defense of the Umayyad interests during the dismantling of their power in the Andalusian civil war (1009-1031). This article presents and discusses the elements of defense and legitimation used by Ibn Ḥazm associated to the elements of love for the Umayyad cause in his epistle.

O Colar da Pomba e o passado omíada glorioso (séc. XI), 2016
Resumo: A epístola O Colar da Pomba escrita no séc. XI pelo aristocrata árabe-cordobês Ibn Hazm (... more Resumo: A epístola O Colar da Pomba escrita no séc. XI pelo aristocrata árabe-cordobês Ibn Hazm (994-1064) é famosa por seu rico conteúdo literário alternado entre prosa e poesia, no qual o autor se utiliza de suas memórias na Córdoba Omíada sob os reinados dos califas Al-Hakam II Al-Mutansir (961-976) e Hisham II (976-1009), períodos de prosperidade e de grande desenvolvimento cultural, para doutrinar sobre o amor e as maneiras deste de se pronunciar nos viventes. Ao narrar suas memórias e delas exemplificar os tipos de amor, Ibn Hazm combinou um relato de caráter autobiográfico com tradições filosóficas gregas e pré-islâmicas, compondo um novo ideal de amor, o "amor verdadeiro", e relegou os melhores exemplos de sua doutrina à política omíada, fazendo da obra uma espécie de elegia de um passado "virtuoso" que se fazia presente nas lembranças do autor e na esperança de seu retorno. Ao ilustrar o tema amoroso com suas memórias, Ibn Hazm reelaboraria sua experiência vivida enquanto narrador e testemunha ocular dos fatos apresentados. Nesta comunicação, temos como objetivo discutir como Ibn Hazm mobiliza técnicas literárias para reelaborar suas memórias e as histórias que "ouviu falar" e estabelecê-las como pano de fundo de sua doutrina amorosa, buscando, assim, um discurso de defesa e de propaganda do Califado Omíada de Córdoba. 1. Introdução A epístola O Colar da Pomba escrita no séc. XI pelo aristocrata árabe-cordobês Ibn Hazm (994-1064) é considerada uma das obras-primas árabe-andalusinas por seu rico conteúdo literário alternado entre prosa e poesia, por apresentar os fundamentos do amor cortês que viria a se difundir pela Europa no século seguinte 2 e também por representar por meio das memórias de seu autor a Córdoba Omíada sob os reinados dos califas Al-Hakam II Al-Mutansir (961-976) e Hisham II (976-1009), períodos de prosperidade e de grande desenvolvimento cultural.

The burhān (demonstration) in the promotion of the love ideal of Ibn Ḥazm (11th century), 2018
A burhān (demonstração) na promoção do ideal amoroso de Ibn Ḥazm (séc. XI) The burhān (demonstrat... more A burhān (demonstração) na promoção do ideal amoroso de Ibn Ḥazm (séc. XI) The burhān (demonstration) in the promotion of the love ideal of Ibn Ḥazm (11 th century) Resumo: O pensador árabe Ibn Ḥazm (994-1064), maiormente conhecido no mundo árabe por suas obras jurídicas e teológicas, detém de apreço no ocidente por sua única obra literária, O Colar da Pomba, que versa sobre o amor e retrata o ambiente aristocrático cordobês no período do Califado Omíada de Córdoba. Escrita num momento politicamente turbulento, quando da gradativa derrocada do poder califal, possui características interessantes, como o uso de conceitos neoplatônicos e aristotélicos combinados aos valores islâmicos para compreender o amor enquanto sentimento e atributo divino. Uma destas características é a forma como Ibn Ḥazm buscou defender racionalmente seus argumentos em O Colar da Pomba, trazendo exemplos vividos e/ou observados em sua sociedade, o que dotou sua epístola de um caráter como que "experimental". Partindo do pressuposto defendido pelo filósofo Mohamad Abd Al-Jabri em que o pensamento árabe-islâmico se fundamenta em ordens cognitivas, tomamos uma delas, a demonstração, burhān, para compreender como Ibn Ḥazm mobilizou conceitos da filosofia grega, maiormente do silogismo aristotélico, para sistematizar e defender sua teoria amorosa. Abstract: The Arab thinker Ibn Ḥazm (994-1064), widely known in the Arab world for his juridical and theological works, holds of appreciation in the West for his unique literary work, The Necklace of the Dove, which deals with love and portrays the aristocratic environment of Cordoba in the period of the Umayyad Caliphate of Cordoba. Written in a politically turbulent moment, when the gradual overthrow of caliphal power, it has interesting characteristics, such as the use of Neoplatonic and Aristotelian concepts combined with Islamic values to understand love as a divine sentiment and attribute. One of these characteristics is the way in which Ibn Ḥazm sought to rationally defend his arguments in The Necklace of the Dove, bringing examples lived and / or observed in his society, which endowed his epistle with a character as "experimental." Based on the assumption made by the philosopher Mohamad Abd al-Jabri that Arab-Islamic thinking is based on cognitive orders, we take one of them, the demonstration, burhān, to understand how Ibn Ḥazm mobilized concepts of Greek philosophy, mainly Aristotelian syllogism, to systematize and defend his love theory.

THE ART OF COUNSELING IN KALILA AND DIMNA BY IBN ALMUQAFFA (8TH CENTURY) AND THE PRINCE OF MACHIAVELLI (16TH CENTURY), 2018
o presente artigo tem por objetivo discutir a arte de aconselhamento presente no fabulário Kalila... more o presente artigo tem por objetivo discutir a arte de aconselhamento presente no fabulário Kalila e Dimna de Abdullah Ibn Almuqaffaᶜ do séc. VIII e no manual O Príncipe de Nicolau Maquiavel do séc. XVI, ensejando evidenciar as alegadas semelhanças entre as duas obras, as quais levaram alguns editores a propor uma recepção das ideias de Kalila e Dimna por Maquiavel. Até o momento não há trabalhos disponíveis que de fato investiguem esta relação, logo este artigo pretende analisar se tais semelhanças realmente são verificáveis, ou se as mesmas são inerentes ao gênero tratadístico que teve expressão no período califal abássida no mundo árabe-islâmico e que foi instrumentalizado no Ocidente no período medieval, vindo a compor o estilo chamado “espelho de príncipe”. Por meio dos recursos mobilizados pela História Comparada, propomos que é possível analisar ambas as obras sem o risco de tornar nossa análise anacrônica, uma vez que são as questões que propomos, e não os objetos de estudo em si, que norteiam nossa pesquisa. Aqui relacionamos as proposições de poder e astúcia elaboradas por Maquiavel e Abdullah Ibn Almuqaffaᶜ, respectivamente representados pelo leão e a raposa, evidenciando o caráter oriental na moral “maquiavélica”.

A REMINISCÊNCIA DO POLITEÍSMO ÁRABE NO ISLÃ, 2019
Resumo: O Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica n... more Resumo: O Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica no séc. VII e desde sua fundação se manteve indissociável e profundamente imbricado com a identidade árabe. Não só pela língua da revelação corânica, o livro sagrado dos muçulmanos, ser o árabe, mas pela própria ligação que a religião terá com a noção de pertencimento a uma cultura, a um povo, que transcenderá as fronteiras peninsulares e se difundirá como que inerente à própria condição de ser muçulmano. Até hoje há uma confusão entre o que é ser árabe e o que é ser muçulmano, pois ambas as identidades se entremearam na constituição da fé islâmica. Contudo, a identidade árabe anterior ao Islã estava calcada em uma fé politeísta autóctone, religiosidade esta que regia aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos de então, mas sobretudo a própria noção de conexão e pertencimento das tribos árabes ao seu meio. Dessa maneira, a proposta deste artigo é argumentar em que medida o Islã romperia totalmente com essa religiosidade e se o mesmo ao abarcar a cultura árabe como sua identificação, não teria trazido para si elementos do politeísmo pré-islâmico. Palavras-Chave: Politeísmo árabe; Jaḥiliya; Islã. Abstract: Islam emerged as a monotheistic faith of an Abrahamic lineage within the Arabian Peninsula in the 7th century and since its foundation has remained inseparable and deeply imbricated with the Arab identity. Not only by the language of the Quranic revelation, the sacred book of the Muslims, be Arabic, but by the very connection that religion will have with the notion of belonging to a culture, a people, that will transcend the peninsular borders and spread as inherent to the very condition of being a Muslim. To this day there is a confusion between what it is to be Arab and what it means to be a Muslim, because both identities have intermingled in the constitution of the Islamic faith. However, Arab identity prior to Islam was based on an autochthonous polytheistic faith, a religion that governed social, cultural, economic and political aspects of the time, but above all the very notion of connection and belonging of the Arab tribes to its environment. Thus, the purpose of this article is to argue to what extent Islam would totally break with this religiosity and whether the same by embracing Arab culture as its identification would not have brought to itself elements of pre-Islamic polytheism.

The Persian philosopher Al-Ghazali (1058-1111) was a leading scholar of
kalam, the science dedica... more The Persian philosopher Al-Ghazali (1058-1111) was a leading scholar of
kalam, the science dedicated to understanding the "word of God". Through his work he was responsible for reconciling "orthodoxy" and "mysticism” in an unprecedented and unique way. In his most important work, "The Revival of the Religious Sciences", the author establishes a guide of faith for Muslims, which many researchers point out as an explicit attempt to reaffirm the Sunni orthodoxy, the legitimating Faith of
established power of the Abbasid Caliphate and the Seljuk Turkish sultanate, against the advance of heterodoxies, represented by Shiites and Christians in the first Crusade. In this article, I discuss how the context of Al-Ghazali shaped his approach to systematization of the Islamic religion, analysis that is part of my dissertation’s research of “The Book of Etiquette of Marriage”, second chapter of second tome from
his aforementioned work.
A epístola “Tawq Al Hamama”(ﺔﻣﺎﻣﺣﻟا قوط), em português O Colar da Pomba, foi escrita por Ibn Hazm... more A epístola “Tawq Al Hamama”(ﺔﻣﺎﻣﺣﻟا قوط), em português O Colar da Pomba, foi escrita por Ibn Hazm, literato cordovês, no século XI em Játiva, cidade pertencente à Província de Valencia. O Colar é considerado uma das obrasprimas arábico-andaluzas, 2 e sua ...
Resumo: "Tawq Al Hamama", em português "O Colar da Pomba", é considerada uma obraprima arábico-an... more Resumo: "Tawq Al Hamama", em português "O Colar da Pomba", é considerada uma obraprima arábico-andaluza por conter uma das mais belas narrativas em prosa e verso sobre o amor, as maneiras e as consequências de se apaixonar. Escrita no séc. XI pelo literato Ibn Hazm, quando este estava exilado na cidade de Játiva por questões políticas, a obra traz um relato nostálgico da juventude do autor na cidade de Córdoba, na época do Califado Omíada de Al-Andalus.
revistaliter.dominiotemporario.com
Resumo: No momento em que o mundo árabe redescobre seus erotólogos do Islã Clássico, produzindo d... more Resumo: No momento em que o mundo árabe redescobre seus erotólogos do Islã Clássico, produzindo diversas obras sobre o corpo, é hora também do Ocidente descobrir tal pensamento que norteava os falasifa (filósofos árabes) do Medievo. Uma das ciências mais prestigiadas no Islã Clássico (que está compreendida na Idade Média do Ocidente) era a "Ilm Al-Bah, isto é, a Erotologia. Para os muçulmanos, o sexo era um dom de Deus, devendo ser desfrutado em sua plenitude, e ansiado como uma das promessas a serem vivenciadas no paraíso. O seu estudo era, portanto, uma prova de fé.
Thesis Chapters by Celia Daniele Moreira de Souza

PPGHIS - UFRJ, 2020
The epistle The necklace of the Dove, written around 1023 by the sage Ibn Ḥazm won numerous admir... more The epistle The necklace of the Dove, written around 1023 by the sage Ibn Ḥazm won numerous admirers for its literary wealth. Dedicated to narrating love, while a feeling and an expression in the living ones, Ibn Ḥazm manages to go beyond the common treatises on the theme of love, delivering to his reader a melancholy and autobiographical narrative under the aristocracy of the Omayyad Caliphate of Cordoba, interspersed with philosophical, indebted conceptions Neo-platonic and Aristotelian contributions.As it is the political and controversial figure of our author throughout his life, we propose that the epistle The necklace of the Dove is the emblem of the Omayyad Cultural Project, due to the combination of literature, theology and philosophy, configuring itself in more than just a work with a literary-philosophical character, but in the very resistance that the author wanted to spread against the opposed established power,thus being composed of an advertisement in favor of the Omayyad to restore their power.

Programa de Pós-Graduação em História Comparada - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016
Talking about sex is not an easy task in the current Islamic world. Surrounded by moralism and ta... more Talking about sex is not an easy task in the current Islamic world. Surrounded by moralism and taboos, it is curious to think that during the medieval period the science of sex, ᶜilm al-bāh, flourished as one of the most respected knowledges of the Islam. Understanding the change of this paradigm is not simple, but we can see how the Islamic society changed its speech about sex over time, never failing to use it as a political and social control tool.
In a comparative reading of The Book of Etiquette of Marriage from Al -Ġazālī (XI century) and The Perfumed Garden of Sensual Delight from sheik Al-Nafzāwī (XV century), we see at first two antagonistic discourses on sexual experimentation: in Al-Ġazālī we see a conservative and highly liturgical approach, based mostly in the reassertion of Sunni religiosity; in Al-Nafzāwī we see a celebrated sexual profligacy, an alleged erotology work that mostly exalts the mockery of Islamic society misconduct than the promotion of an uplifting moral.
Indeed, the political situation affects in each author’s vision about sexual practice. Although both aspire to a global Islamic indoctrination, they express wishes and concerns about the place in which they speak and about those to which they undergo. Thus, both in the repression and in the incitement of sexual experience, intent in their written cater more for the maintenance and perpetuation of values, in which the sex, rather than an intimate act, is a demonstration of the collective and social behavior.
Conference Presentations by Celia Daniele Moreira de Souza
Uploads
Papers by Celia Daniele Moreira de Souza
kalam, the science dedicated to understanding the "word of God". Through his work he was responsible for reconciling "orthodoxy" and "mysticism” in an unprecedented and unique way. In his most important work, "The Revival of the Religious Sciences", the author establishes a guide of faith for Muslims, which many researchers point out as an explicit attempt to reaffirm the Sunni orthodoxy, the legitimating Faith of
established power of the Abbasid Caliphate and the Seljuk Turkish sultanate, against the advance of heterodoxies, represented by Shiites and Christians in the first Crusade. In this article, I discuss how the context of Al-Ghazali shaped his approach to systematization of the Islamic religion, analysis that is part of my dissertation’s research of “The Book of Etiquette of Marriage”, second chapter of second tome from
his aforementioned work.
Thesis Chapters by Celia Daniele Moreira de Souza
In a comparative reading of The Book of Etiquette of Marriage from Al -Ġazālī (XI century) and The Perfumed Garden of Sensual Delight from sheik Al-Nafzāwī (XV century), we see at first two antagonistic discourses on sexual experimentation: in Al-Ġazālī we see a conservative and highly liturgical approach, based mostly in the reassertion of Sunni religiosity; in Al-Nafzāwī we see a celebrated sexual profligacy, an alleged erotology work that mostly exalts the mockery of Islamic society misconduct than the promotion of an uplifting moral.
Indeed, the political situation affects in each author’s vision about sexual practice. Although both aspire to a global Islamic indoctrination, they express wishes and concerns about the place in which they speak and about those to which they undergo. Thus, both in the repression and in the incitement of sexual experience, intent in their written cater more for the maintenance and perpetuation of values, in which the sex, rather than an intimate act, is a demonstration of the collective and social behavior.
Conference Presentations by Celia Daniele Moreira de Souza
kalam, the science dedicated to understanding the "word of God". Through his work he was responsible for reconciling "orthodoxy" and "mysticism” in an unprecedented and unique way. In his most important work, "The Revival of the Religious Sciences", the author establishes a guide of faith for Muslims, which many researchers point out as an explicit attempt to reaffirm the Sunni orthodoxy, the legitimating Faith of
established power of the Abbasid Caliphate and the Seljuk Turkish sultanate, against the advance of heterodoxies, represented by Shiites and Christians in the first Crusade. In this article, I discuss how the context of Al-Ghazali shaped his approach to systematization of the Islamic religion, analysis that is part of my dissertation’s research of “The Book of Etiquette of Marriage”, second chapter of second tome from
his aforementioned work.
In a comparative reading of The Book of Etiquette of Marriage from Al -Ġazālī (XI century) and The Perfumed Garden of Sensual Delight from sheik Al-Nafzāwī (XV century), we see at first two antagonistic discourses on sexual experimentation: in Al-Ġazālī we see a conservative and highly liturgical approach, based mostly in the reassertion of Sunni religiosity; in Al-Nafzāwī we see a celebrated sexual profligacy, an alleged erotology work that mostly exalts the mockery of Islamic society misconduct than the promotion of an uplifting moral.
Indeed, the political situation affects in each author’s vision about sexual practice. Although both aspire to a global Islamic indoctrination, they express wishes and concerns about the place in which they speak and about those to which they undergo. Thus, both in the repression and in the incitement of sexual experience, intent in their written cater more for the maintenance and perpetuation of values, in which the sex, rather than an intimate act, is a demonstration of the collective and social behavior.