Papers by Martin Zamora

CRONOS Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN, 2024
A uberização do trabalho apresentou um crescimento exponencial no cenário brasileiro e atualmente... more A uberização do trabalho apresentou um crescimento exponencial no cenário brasileiro e atualmente responde por mais de 1,5 milhão de postos de trabalho. A maior parte desses encontra-se no setor de transportes de pessoas e objetos. O contexto de altas taxas de desemprego, crescimento da inflação e congelamento dos preços aplicados pelas organizações proprietárias das plataformas gerou insatisfação entre motoristas e entregadores por aplicativo, situação que contribuiu para a formação de protestos massivos em julho de 2020. O CITA é uma pequena organização que atua na região metropolitana de Porto Alegre e assumiu um papel de protagonista nas mobilizações locais do "breque dos apps". A partir de um estudo de caso com coleta por meio de entrevistas e análise das publicações do grupo em redes sociais e inspirado no estudo de caso ampliado de Burawoy (1998), destaca-se, neste trabalho , o papel de pequenas organizações localizadas fora do sudeste brasileiro para a construção de mobilizações nacionais na luta contra a uberização do trabalho. Palavras-chave: uberização do trabalho; organizações; resistência; processo de trabalho.

RBEO Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, 2021
O presente trabalho busca compreender, à luz das contribuições de Francisco de Oliveira sobre o ... more O presente trabalho busca compreender, à luz das contribuições de Francisco de Oliveira sobre o desenvolvimento do capitalismo brasileiro, como a uberização do trabalho articula elementos arcaicos e modernos na sua expansão no Brasil. Apontamos, a partir do estudo da organização do trabalho de motoristas de transporte privado por aplicativo, que a uberização exerce, por um lado, controle sobre os trabalhadores por meio da moderna tecnologia da informação, e por outro, apoia-se no cenário de trabalho informal e desemprego estrutural, especialmente nas maiores cidades. O modelo aplicado pela Uber e seguido por outras empresas ganha força explorando as contradições presentes no modelo de mobilidade urbana 1 Economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e doutorando em Estudos Organizacionais no Programa de Pós-Graduação em Administração na mesma universidade. Participa de pesquisas com ênfase em organização do trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: economia política, trabalho, toyotismo, projetos e estudos de viabilidade econômica. Atualmente é bolsista de pós-graduação pela CAPES e tutor do curso de Especialização em Cooperativismo.

RAM Revista de Administração Mackenzie, 2021
Purpose:
To analyze the conceptual relationship between entrepreneurship and the Uber driver s... more Purpose:
To analyze the conceptual relationship between entrepreneurship and the Uber driver since the company is the pinnacle of a new way of organizing work. It is argued here that, contrary to what is used in numerous articles and in the media, the Uber driver is not an “entrepreneur” but a precarious worker with flexible facilities.
Originality/value:
With the emergence of a new type of employment contract that is referenced in the labor relations of the company Uber, it becomes necessary to discuss the impacts of this new organization of labor. The conceptual discussion about the framework of the Uber driver is still incipient in the field. The research contributes to a better understanding of the discourse that the worker understood as an entrepreneur legitimizes exploitation.
Design/methodology/approach:
This is a theoretical-analytical article. Historical and theoretical literature was used to weave how the concept of entrepreneurship emerges historically and changes over time. Also, Uberized labor is compared to Taylorism and Toyotism.
Findings:
It demonstrates how the Uber driver cannot be considered an entrepreneur in any of the historical concepts. It is also demonstrated that the driver is a precarious employee, with flexible time and automated management, incorporating elements of the work organization of both Taylorism and Toyotism.

RAM Revista de Administração Mackenzie, 2021
Objetivo:
Analisar a relação conceitual entre empreendedorismo e o trabalhador de aplicativo. Ob... more Objetivo:
Analisar a relação conceitual entre empreendedorismo e o trabalhador de aplicativo. Objetiva-se caracterizar conceitualmente o motorista da Uber, entendido como pináculo de uma nova forma de organizar o trabalho. Argumenta-se aqui que, ao contrário do que utilizado em inúmeros artigos e no senso comum, o motorista de Uber não é “empreendedor”, mas, sim, um trabalhador precário com facilidades flexíveis.
Originalidade/valor:
Com a emergência de um novo tipo de contrato de trabalho que se referencia nas relações laborais da empresa Uber, torna-se necessário discutir os impactos dessa nova organização do trabalho. A discussão conceitual sobre o enquadramento do motorista de Uber ainda é incipiente na área da Administração. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento de que o discurso do trabalhador subsumido ao empreendedor é legitimador de processos de exploração.
Design/metodologia/abordagem:
Trata-se de um artigo teórico-analítico. Recorreu-se à literatura histórica e teórica para tecer como o conceito de empreendedorismo emerge historicamente e vai se alterando. Comparou-se o trabalho uberizado às formas clássicas de organização do trabalho, em específico, o taylorismo e o toyotismo.
Resultados:
Demonstra-se como o motorista de Uber não pode ser considerado um empreendedor em nenhuma das conceituações históricas. Demonstra-se, também, que o motorista é um funcionário precário, com flexibilidade de tempo e gerência automatizada, incorporando elementos da organização do trabalho tanto do taylorismo quanto do toyotismo.
Anais do X Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD - EnEO , 2019
Neste trabalho analisamos a precarização do trabalho no Brasil na implantação do capitalismo neo... more Neste trabalho analisamos a precarização do trabalho no Brasil na implantação do capitalismo neoliberal. Apontamos que a crise estrutural do capital obrigou os capitalistas a abandonar o modo de regulação fordista e assimilar as práticas do modo de regulação flexível. No Brasil, este processo se deu a partir de uma brusca abertura comercial, do fim da política salarial a partir da criação do Plano Real e do desemprego estrutural. Ao mesmo tempo, a política neoliberal flexibilizou diversos direitos sociais que protegiam os trabalhadores. O resultado foi o aumento da precarização do trabalho e um esgotamento da luta sindical. Concluímos que o neoliberalismo intensifica a mercantilização do trabalho negando a condição humana do trabalhador.
V Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, 2018
Trata-se do primeiro relato de uma pesquisa ainda em andamento que objetiva compreender a condiç... more Trata-se do primeiro relato de uma pesquisa ainda em andamento que objetiva compreender a condição dos trabalhadores vinculados a projetos sociais. A partir do resultado preliminar das entrevistas, este texto explora a condição de precariedade correlata à organização do trabalho sob a forma de projetos.

Originalmente publicado na revista Rebela http://rebela.emnuvens.com.br/pc/article/view/154
Empr... more Originalmente publicado na revista Rebela http://rebela.emnuvens.com.br/pc/article/view/154
Empreendimentos produtivos autogestionários como cooperativas, fábricas recuperadas e coletivos de economia solidária têm sido apresentados como alternativas do trabalho à lógica do sistema orgânico do capital. Essas experiências ganharam força com o recrudescimento do desemprego estrutural na década de 1990 na América Latina e vêm apresentando um crescimento importante nos países centrais que foram fortemente atingidos pela recente erupção da crise estrutural do capital. A presente reflexão aponta, a partir do materialismo dialético, os limites dessas experiências na tentativa de superar a lógica sociometabólica do capital. Este trabalho se apoia nas reflexões de Rosa Luxemburgo e István Mészáros, bem como nas reflexões contemporâneas de Cristina Paniago. Ambos autores afirmam que ao herdar as condições políticas e econômicas de empresa no mercado capitalista, os trabalhadores se obrigam a assumir as funções de personificação do capital. Sendo assim, a superação jurídica da propriedade dos meios de produção não é suficiente para a derrocada do sistema orgânico do capital.
O objetivo deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva marxista, os limites socialmente deter... more O objetivo deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva marxista, os limites socialmente determinados às experiências de autogestão produtiva. Para tal uso a categoria de sociometabolismo do capital e de crise estrutural do capital de István Mészáros. O trabalho aponta que por ser uma alternativa que depende do mercado, os empreendimentos autogestionários oscilam entre aceitar as condições de trabalho "herdada" pelos antigos proprietários capitalistas e a possibilidade de que seus trabalhadores se tornem uma nova personificação do capital.
A economia solidária apresenta um conjunto de experiências que, se por um lado estão inseridas no... more A economia solidária apresenta um conjunto de experiências que, se por um lado estão inseridas no mercado capitalista, por outro apresentam inovações no processo de produção e na distribuição do excedente econômico. O presente trabalho apresenta uma avaliação dos impactos econômicos da implantação da Tecnologia Social de Reciclagem Mecânica na cooperativa de Dois Irmãos. É apresentado a forma de gestão da cooperativa, a Tecnologia Social presente e a impacto no faturamento da implementação dessa tecnologia. Podendo-se concluir que há impacto positivo no faturamento do empreendimento com a implementação e esta beneficia, de forma direta ou indireta, a renda de seus trabalhadores.

RESUMO O objetivo do trabalho é apresentar como os associados dos empreendimentos em autogestão s... more RESUMO O objetivo do trabalho é apresentar como os associados dos empreendimentos em autogestão se apropriam do excedente econômico, nela gerado, comparando este processo com a apropriação capitalista de mais-valia e observando a influência da autogestão na distribuição deste excedente entre os cooperados. Percebe-se que quanto maior for a democracia interna de um empreendimento econômico solidário, melhor serão distribuídas as sobras e retiradas a partir de critérios fixos de participação no trabalho e não no capital. Palavras-chave: excedente econômico, economia solidária, autogestão. Observamos no início do presente século o florescimento de inúmeras crises: crise da financeirização, crise dos alimentos, crise do meio ambiente. A principal economia do mundo, os Estados Unidos, demonstra-se vulnerável na crise do subprime e contagia agora diversos países europeus que entram em recessão. Para o marxista húngaro István Mészáros (2002), este cenário é o recrudescimento da crise estrutural do capital. A reação do capital à sua crise estrutural se dá no aumento da concentração e centralização do capital, operando cada vez mais em forma de oligopólios; na defesa da austeridade fiscal e consequente desmanche do chamado "estado de bem-estar social", no aumento significativo do exercito industrial de reserva e na mundialização do capital 2 , (CHESNAIS, 2001) seja esta produtiva ou financeira.
O presente ensaio tem como objetivo construir um debate acerca dos atuais limites e possibilidade... more O presente ensaio tem como objetivo construir um debate acerca dos atuais limites e possibilidades do socialismo em um período de crise estrutural do modo de produção capitalista.
Revista Brasileira De Agroecologia, Sep 28, 2007
Observamos no último período um descontrole nas oscilações do preço internacional do petróleo, de... more Observamos no último período um descontrole nas oscilações do preço internacional do petróleo, devido principalmente à redução das suas reservas mundiais, impondo a produção capitalista à necessidade de buscar uma alternativa viável que substitua o modelo energético vigente. Esta situação também afeta o modelo agrícola, proveniente da Revolução Verde 1 , que para manter a sua produção necessita de agrotóxicos 2 , que possuem componentes derivados da indústria petroquímica, e devido a isso estão diretamente ligados à cotação do barril de petróleo.
Thesis Chapters by Martin Zamora

Dissertação, 2019
As transformações do trabalho ocorridas no final do século XX impactaram definitivamente a forma ... more As transformações do trabalho ocorridas no final do século XX impactaram definitivamente a forma como a sociedade enfrentava a questão social. Esta mudança se deu na esteira da passagem do padrão de acumulação fordista para o padrão de acumulação flexível e do Estado de Bem-Estar Social para o neoliberalismo. Em relação ao trabalho, as consequências foram o crescimento do desemprego estrutural e a crescente precarização do trabalho. No que diz respeito à questão social, houve a fragmentação e focalização das políticas sociais, o que foi fundamental para que parte dessas políticas sejam implementadas na forma de projetos sociais. Através de entrevistas, este estudo procura compreender como se dá a precarização do trabalho e a justificação no trabalho em projetos sociais. A partir dos dados coletados é possível considerar que o trabalho em projetos sociais carrega em seu interior a precarização do trabalho. Esta se dá a partir da flexibilidade de vínculo, da flexibilidade funcional, da flexibilidade da jornada de trabalho, da flexibilidade de remuneração e da precarização da afetividade. Observou-se ainda uma instrumentalização da consciência social e da militância desses trabalhadores, o que se converte em justificação. Esta se manifesta através do engajamento, da autonomia e da alternância. O fato de que a precarização faz parte da história laboral desses trabalhadores os aproxima da condição de precariado.
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Papers by Martin Zamora
To analyze the conceptual relationship between entrepreneurship and the Uber driver since the company is the pinnacle of a new way of organizing work. It is argued here that, contrary to what is used in numerous articles and in the media, the Uber driver is not an “entrepreneur” but a precarious worker with flexible facilities.
Originality/value:
With the emergence of a new type of employment contract that is referenced in the labor relations of the company Uber, it becomes necessary to discuss the impacts of this new organization of labor. The conceptual discussion about the framework of the Uber driver is still incipient in the field. The research contributes to a better understanding of the discourse that the worker understood as an entrepreneur legitimizes exploitation.
Design/methodology/approach:
This is a theoretical-analytical article. Historical and theoretical literature was used to weave how the concept of entrepreneurship emerges historically and changes over time. Also, Uberized labor is compared to Taylorism and Toyotism.
Findings:
It demonstrates how the Uber driver cannot be considered an entrepreneur in any of the historical concepts. It is also demonstrated that the driver is a precarious employee, with flexible time and automated management, incorporating elements of the work organization of both Taylorism and Toyotism.
Analisar a relação conceitual entre empreendedorismo e o trabalhador de aplicativo. Objetiva-se caracterizar conceitualmente o motorista da Uber, entendido como pináculo de uma nova forma de organizar o trabalho. Argumenta-se aqui que, ao contrário do que utilizado em inúmeros artigos e no senso comum, o motorista de Uber não é “empreendedor”, mas, sim, um trabalhador precário com facilidades flexíveis.
Originalidade/valor:
Com a emergência de um novo tipo de contrato de trabalho que se referencia nas relações laborais da empresa Uber, torna-se necessário discutir os impactos dessa nova organização do trabalho. A discussão conceitual sobre o enquadramento do motorista de Uber ainda é incipiente na área da Administração. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento de que o discurso do trabalhador subsumido ao empreendedor é legitimador de processos de exploração.
Design/metodologia/abordagem:
Trata-se de um artigo teórico-analítico. Recorreu-se à literatura histórica e teórica para tecer como o conceito de empreendedorismo emerge historicamente e vai se alterando. Comparou-se o trabalho uberizado às formas clássicas de organização do trabalho, em específico, o taylorismo e o toyotismo.
Resultados:
Demonstra-se como o motorista de Uber não pode ser considerado um empreendedor em nenhuma das conceituações históricas. Demonstra-se, também, que o motorista é um funcionário precário, com flexibilidade de tempo e gerência automatizada, incorporando elementos da organização do trabalho tanto do taylorismo quanto do toyotismo.
Empreendimentos produtivos autogestionários como cooperativas, fábricas recuperadas e coletivos de economia solidária têm sido apresentados como alternativas do trabalho à lógica do sistema orgânico do capital. Essas experiências ganharam força com o recrudescimento do desemprego estrutural na década de 1990 na América Latina e vêm apresentando um crescimento importante nos países centrais que foram fortemente atingidos pela recente erupção da crise estrutural do capital. A presente reflexão aponta, a partir do materialismo dialético, os limites dessas experiências na tentativa de superar a lógica sociometabólica do capital. Este trabalho se apoia nas reflexões de Rosa Luxemburgo e István Mészáros, bem como nas reflexões contemporâneas de Cristina Paniago. Ambos autores afirmam que ao herdar as condições políticas e econômicas de empresa no mercado capitalista, os trabalhadores se obrigam a assumir as funções de personificação do capital. Sendo assim, a superação jurídica da propriedade dos meios de produção não é suficiente para a derrocada do sistema orgânico do capital.
Thesis Chapters by Martin Zamora
To analyze the conceptual relationship between entrepreneurship and the Uber driver since the company is the pinnacle of a new way of organizing work. It is argued here that, contrary to what is used in numerous articles and in the media, the Uber driver is not an “entrepreneur” but a precarious worker with flexible facilities.
Originality/value:
With the emergence of a new type of employment contract that is referenced in the labor relations of the company Uber, it becomes necessary to discuss the impacts of this new organization of labor. The conceptual discussion about the framework of the Uber driver is still incipient in the field. The research contributes to a better understanding of the discourse that the worker understood as an entrepreneur legitimizes exploitation.
Design/methodology/approach:
This is a theoretical-analytical article. Historical and theoretical literature was used to weave how the concept of entrepreneurship emerges historically and changes over time. Also, Uberized labor is compared to Taylorism and Toyotism.
Findings:
It demonstrates how the Uber driver cannot be considered an entrepreneur in any of the historical concepts. It is also demonstrated that the driver is a precarious employee, with flexible time and automated management, incorporating elements of the work organization of both Taylorism and Toyotism.
Analisar a relação conceitual entre empreendedorismo e o trabalhador de aplicativo. Objetiva-se caracterizar conceitualmente o motorista da Uber, entendido como pináculo de uma nova forma de organizar o trabalho. Argumenta-se aqui que, ao contrário do que utilizado em inúmeros artigos e no senso comum, o motorista de Uber não é “empreendedor”, mas, sim, um trabalhador precário com facilidades flexíveis.
Originalidade/valor:
Com a emergência de um novo tipo de contrato de trabalho que se referencia nas relações laborais da empresa Uber, torna-se necessário discutir os impactos dessa nova organização do trabalho. A discussão conceitual sobre o enquadramento do motorista de Uber ainda é incipiente na área da Administração. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento de que o discurso do trabalhador subsumido ao empreendedor é legitimador de processos de exploração.
Design/metodologia/abordagem:
Trata-se de um artigo teórico-analítico. Recorreu-se à literatura histórica e teórica para tecer como o conceito de empreendedorismo emerge historicamente e vai se alterando. Comparou-se o trabalho uberizado às formas clássicas de organização do trabalho, em específico, o taylorismo e o toyotismo.
Resultados:
Demonstra-se como o motorista de Uber não pode ser considerado um empreendedor em nenhuma das conceituações históricas. Demonstra-se, também, que o motorista é um funcionário precário, com flexibilidade de tempo e gerência automatizada, incorporando elementos da organização do trabalho tanto do taylorismo quanto do toyotismo.
Empreendimentos produtivos autogestionários como cooperativas, fábricas recuperadas e coletivos de economia solidária têm sido apresentados como alternativas do trabalho à lógica do sistema orgânico do capital. Essas experiências ganharam força com o recrudescimento do desemprego estrutural na década de 1990 na América Latina e vêm apresentando um crescimento importante nos países centrais que foram fortemente atingidos pela recente erupção da crise estrutural do capital. A presente reflexão aponta, a partir do materialismo dialético, os limites dessas experiências na tentativa de superar a lógica sociometabólica do capital. Este trabalho se apoia nas reflexões de Rosa Luxemburgo e István Mészáros, bem como nas reflexões contemporâneas de Cristina Paniago. Ambos autores afirmam que ao herdar as condições políticas e econômicas de empresa no mercado capitalista, os trabalhadores se obrigam a assumir as funções de personificação do capital. Sendo assim, a superação jurídica da propriedade dos meios de produção não é suficiente para a derrocada do sistema orgânico do capital.