Papers by Felipe Gonçalves Silva
SUBSTÂNCIA NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA, 2023
ELEUTHERÍA – Revista do Curso de Filosofia, 2022
Com mais de duas décadas de intensas pesquisas e produções filosóficas, Amy Allen é uma important... more Com mais de duas décadas de intensas pesquisas e produções filosóficas, Amy Allen é uma importante filósofa feminista vinculada à quarta geração da teoria crítica e é professora de filosofia e estudos de gênero, mulheres e sexualidade da Universidade Estadual da Pensilvânia.

Dois Pontos. Revista de Filosofia , 2021
Resumo: O artigo explora diferentes sentidos da privacidade e sua relação com o modelo discursivo... more Resumo: O artigo explora diferentes sentidos da privacidade e sua relação com o modelo discursivo de democracia radical desenvolvido por Habermas em Facticidade e validade, dedicando-se a pensá-la como condição de possibilidade para políticas transformativas, assim como um instrumento voltado à identificação e crítica de patologias democráticas contemporâneas. Com esse intuito, uma leitura "negativa" da tese da cooriginariedade é proposta, a qual permite não apenas defender a cooperação necessária entre as esferas privada e pública na consolidação de democracias fortes, mas, sobretudo, delinear patologias democráticas identificáveis em suas formas factualmente precárias de interação. A partir disso, são discutidos três modelos distintos de patologias democráticas vinculadas à privacidade, conectando os usos deste conceito em Facticidade e validade com diferentes âmbitos da pesquisa recente.
Dois Pontos, volume 18, número 2, p. 8-10, dezembro de 2021, 2021
Apresentação do Dossiê sobre a obra de Jürgen Habermas, publicado na revista Dois Pontos, organiz... more Apresentação do Dossiê sobre a obra de Jürgen Habermas, publicado na revista Dois Pontos, organizado por Felipe Gonçalves Silva, Rurion Melo e Raphael Neves.

Filosofia do direito: teorias modernas e contemporâneas da justiça
Fraser manifesta a intenção explícita de elaborar uma teoria da justiça apenas em um período muit... more Fraser manifesta a intenção explícita de elaborar uma teoria da justiça apenas em um período muito particular de sua obra – o qual pode ser circunscrito aos textos reunidos entre Justice Interruptus (1997) e Scales of Justice (2009), passando por Redistribution or Recognition? (2003) e uma série de artigos esparsos publicados no período. Desse modo, poderíamos dizer que, em sentido estrito, a teoria da justiça de Fraser deve ser delimitada a esse escopo temporal. Entretanto, suas elaborações do período fazem uso de contribuições teóricas de trabalhos anteriores: a referência à ideia de paridade de participação aparece pela primeira vez no contexto de sua crítica aos déficits democráticos do capitalismo organizado pelo Estado, sendo desenvolvida progressivamente até ganhar o papel de princípio normativo central de sua teoria da justiça, desenvolvida em resposta à consolidação do imaginário político neoliberal. Além disso, preocupações relacionadas à justiça permanecem presentes, ainda que de forma mais marginal, no período de sua obra dedicado à crise do capitalismo financeirizado. Desse modo, é possível dizer que, em sentido amplo, toda a obra de Fraser é perpassada pelo problema da justiça. Este capítulo tem como objetivo apresentar a construção da teoria da justiça de Nancy Fraser em seu sentido amplo, mapeando a evolução do princípio de paridade de participação à luz de diferentes diagnósticos sobre as transformações da ordem social capitalista. Concluiremos com uma reflexão sobre os possíveis usos desse conceito como base de suas elaborações mais recentes sobre crise capitalista e socialismo democrático.

Pensando - Revista de Filosofia
O retorno do conceito de desobediência civil ao centro da teoria política contemporânea mostra-se... more O retorno do conceito de desobediência civil ao centro da teoria política contemporânea mostra-se marcado por debates intensos entre posições plurais e frequentemente conflitantes. O recente livro de William Scheuerman, Civil Disobedience, expressa de forma exemplar as disputas existentes ao longo dos desenvolvimentos históricos desse conceito, reconstruindo os traços particulares de diferentes vertentes interpretativas da desobediência civil e salientando seus principais embates e controvérsias. O presente artigo dedica-se à avaliação do modo como Scheuerman descreve e discute uma dessas vertentes particulares, o chamado modelo democrático, que encontraria em Hannah Arendt e Jürgen Habermas seus principais expoentes teóricos. Busca-se questionar as principais críticas dirigidas pelo autor à elaboração arendtiana do conceito e seu suposto aperfeiçoamento na obra de Habermas. Ao final, defende-se que em sua apresentação da trajetória histórica dessa vertente, Scheuerman expressa, ain...

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2010
O artigo reúne algumas das principais ideias presentes numa pesquisa-piloto mais ampla sobre Esfe... more O artigo reúne algumas das principais ideias presentes numa pesquisa-piloto mais ampla sobre Esfera Pública e Democracia, iniciada em 2005 e coordenada pelo Professor Sérgio Costa (Freie Universität, Berlim) no Núcleo Direito e Democracia do CEBRAP. Gostaríamos de agradecer a todos os membros do Núcleo Direito e Democracia envolvidos nas sucessivas discussões acerca deste projeto, especialmente a Marcos Nobre, José Rodrigo Rodriguez, Carolina Cutrupi, Flávia Püschel, Fabíola Fanti e Marina Ganzarolli. Os dados empíricos colhidos até o momento estão expostos de maneira mais detalhada em Machado, M. "A legislação anti-racismo no Brasil e sua aplicação: um caso de insensibilidade do Judiciário?". In: Revista Brasileira de Ciências Criminais, n.º 74. Em Werle, D. et al. "Para além da inefetividade da lei? Estado de direito, esfera pública e anti-racismo". In: Lavalle, A. (org.) O Horizonte da Política: questões emergentes e agendas de pesquisa. São Paulo: Cosac & Naify (no prelo), discutimos as relações entre o processo de juridificação, os debates na esfera pública e a democracia. Para uma discussão mais detida dos dados à luz da questão da interpretação e

“Between experience and structure: Social suffering, colleArthur BUENO and Mariana TEIXEIRA (coord.). “On the politics of social suffering”. Digithum, no. 23, pp. 1-11. , 2019
This paper analyzes the role of phenomenology in Iris Marion Young´s model of critical theory thr... more This paper analyzes the role of phenomenology in Iris Marion Young´s model of critical theory through a discussion of the different strategies she mobilizes in articulating the notions of identity and social collectivities in Justice and the Politics of Difference (1990) and Inclusion and Democracy (2000). By reconstructing the debate Young had with Nancy Fraser during the 1990s, we seek to demonstrate that, although Fraser mischaracterizes Justice and Politics of Difference as representative of the "cultural turn" in social theory, her criticisms can illuminate some of the tensions and shortcomings of the text. Moreover, we argue that the emphasis in a structural-analytical strategy of argumentation, characteristic of Young´s later work, can be traced back to the contentions formulated by Fraser. Nonetheless, it is sustained in a final step that Young never completely abdicated the phenomenological approach as a tool for social criticism. Although the argument of Inclusion and Democracy is developed primarily in a structural way, Young repeatedly mobilizes the experiences of social suffering and the demands for justice voiced by social movements as the basis of her large scale democratic proposals.

Cadernos de Filosofia Alemã, 2020
Em seu artigo "Recent Frankfurt Critical Theory: Down on Law?", de 2016, William Scheuerman busca... more Em seu artigo "Recent Frankfurt Critical Theory: Down on Law?", de 2016, William Scheuerman busca combater tendências antilegalistas na teoria crítica contemporânea encontradas em dois de seus mais notáveis representantes: Nancy Fraser e Axel Honneth. Contra um suposto menosprezo pelo direito e pelo Estado constitucional, Scheuerman defende o modelo habermasiano como aquele que, com maior força e eficácia, "desafiou o anti-legalismo precipitado e a orientação contrária ao direito que se apresentava como lugar-comum da esquerda radical, especialmente dentro do legado marxista" (Scheuerman, 2017, p. 11 [41]). Para Beyond legality: law and anti-legalism in the recent critical theory Resumo: Uma forte tendência "antilegalista" é identificada por William Scheuerman na teoria crítica recente, a qual colocaria em risco o Estado democrático de direito como principal base normativa e campo prático das lutas emancipatórias. Essa tendência, que encontra em Axel Honneth um de seus maiores expoentes, representaria uma ruptura do modelo desenvolvido por Habermas em Facticidade e validade, em benefício da retomada de uma "orientação contrária ao direito" que alimenta a crítica social desde os tempos de Marx. Partindo das objeções de Scheuerman, o artigo pretende explorar os significados do antilegalismo na obra de Honneth, suas linhas de continuidade com a herança teórica que o antecede e sua possível justificação em nome da persistência e vitalidade da crítica social. Palavras-chave: antilegalismo; democracia; reconhecimento; Axel Honneth; Jürgen Habermas. Abstract: William Scheuerman finds a vigorous "anti-legalist" tendency in recent critical theory, which jeopardizes the democratic rule of law as the main normative basis and practical field for emancipatory struggles. According to him, this tendency finds in Axel Honneth one of its greatest exponents and represents a rupture with Habermas' Between Facts and Norms in favor of an orientation contrary to the law that feeds social criticism since Marx's times. Starting from the objections to anti-legalism, I would like to explore its possible meanings in Axel Honneth's recent work, the lines of continuity with this former theoretical background, and the motives of its vindication regarding the persistence and vitality of social criticism.
Mulheres na Filosofia , 2020
Habermas 90 anos: ensaios, 2020

Avatares filosóficos: Revista del departamento de Filosofía_Facultad de Buenos Ayres, 2020
El pensamiento feminista se ha dedicado a identificar y combatir el ocultamiento de diferencias r... more El pensamiento feminista se ha dedicado a identificar y combatir el ocultamiento de diferencias relevantes entre los géneros en el desarrollo de cuestiones tradicionales de toda la historia de la filosofía. En el interior de la teoría crítica contemporánea, autoras como Nancy Fraser y Amy Allen dirigen críticas significativas a Jürgen Habermas, mostrando que las bases de su teoría social tienden a ser negligentes respecto de los principales modos en que la subordinación de género se reproduce socialmente. Sus críticas se dirigen sobre todo a la tesis de la colonización sistémica, la cual sería incapaz de abarcar relaciones de poder existentes en el interior de los dominios de reproducción simbólica de la sociedad, lo que tendría por consecuencia una com-prensión "despolitizada" del mundo de la vida. El presente texto busca mostrar que aunque estas autoras compartan críticas similares acerca de la ceguera de género en la obra de Habermas, las maneras con que pretenden superarla apuntan a desarrollos teóricos bastante distintos. Como objetivo principal, buscamos evaluar esos desarrollos y defender que ambos caminos de superación implican limitaciones complementarias, las cuales exigen una integración continuada de la crítica a la subordinación de género al campo más amplio de la teoría política normativa.
Entry for Cambridge Habermas Lexicon (forthcoming), 2019
The colonization of the lifeworld thesis is considered the core of social criticism that takes pl... more The colonization of the lifeworld thesis is considered the core of social criticism that takes place in Habermas' Theory of Communicative Action . With this key phrase Habermas aims to translate the Marxist critique of reification and the Weberian malaise of rationalization by means of his communicative theory. Its most basic meaning refers to the penetration of the systemic imperatives of economics and the bureaucratic state into the symbolic reproduction of lifeworld. In a straightforward formulation, Habermas writes: "The thesis of internal colonization states that the subsystems of the economy and state become more and more complex as a consequence of capitalist growth and penetrate ever deeper into the symbolic reproduction of the lifeworld" (TCA II, 367).
Entry for Cambridge Habermas Lexicon (forthcoming), 2019

Pensando: Revista de Filosofia, 2019
O retorno do conceito de desobediência civil ao centro da teoria política contemporânea mostra-se... more O retorno do conceito de desobediência civil ao centro da teoria política contemporânea mostra-se marcado por debates intensos entre posições plurais e frequentemente conflitantes. O recente livro de Willian Scheuerman, Civil Disobedience, expressa de forma exemplar as disputas existentes ao longo dos desenvolvimentos históricos desse conceito, reconstruindo os traços particulares de diferentes vertentes interpretativas da desobediência civil e salientando seus principais embates e controvérsias. O presente artigo dedica-se à avaliação do modo como Scheuerman caracteriza e posiciona uma dessas vertentes particulares, o chamado modelo democrático, que encontraria em Hannah Arendt e Jürgen Habermas seus principais expoentes teóricos. Busca-se questionar as principais críticas dirigidas pelo autor à elaboração arendtiana do conceito e seu suposto aperfeiçoamento na obra de Habermas. Ao final, defende-se que em sua apresentação da trajetória histórica dessa vertente, Scheuerman expressa, ainda que implicitamente, suas próprias preferências teóricas mais substantivas, as quais serão contestadas em nome de uma reinterpretação do modelo democrático de Habermas à luz do conceito de desobediência civil proposto por Arendt, no qual pode ser encontrado um vínculo mais acentuado entre democracia e transformação social.
Enterview with Nancy Fraser, 2017
RESUMO: Nesta entrevista, Nancy Fraser discute os principais argumentos de seus artigos recentes ... more RESUMO: Nesta entrevista, Nancy Fraser discute os principais argumentos de seus artigos recentes dedicados a uma nova crítica das crises do capitalismo. São abordadas, além disso, as inflexões no pensamento da autora com respeito às relações entre teoria e prática, fundamentação normativa e movimentos sociais, filosofia crítica e psicanálise, bem como à situação atual das lutas contra-hegemônicas.
Considerações a respeito da igualdade perpassam toda a obra de Habermas e se encontram inscritas ... more Considerações a respeito da igualdade perpassam toda a obra de Habermas e se encontram inscritas no âmago dos principais planos de sua elaboração teórica. Keneth Baynes, no verbete "Egalität" escrito para o Habermas Handbuch organizado por Hauke Brunkhorst, Regina Kreide e Cristina Lafont, busca apresentar o modo particular de inscrição do ideal de igualdade em três planos fundamentais e interconectados da obra do autor, distinguindo assim o que ele denomina de "igualdade racional", "igualdade moral" e "igualdade política".
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Papers by Felipe Gonçalves Silva
Este livro apresenta-se como o resultado da contribuição de professores e pesquisadores de diversos campos da filosofia e de diferentes universidades brasileiras durante a ocasião do I Encontro “Vozes femininas na Filosofia”, ocorrido em junho de 2017, na UFRGS, em Porto Alegre, RS.
Nossa motivação parte da constatação que a área de filosofia nas universidades brasileiras sofre de uma evidente crise de representatividade: tanto nos cursos de graduação como nos programas de pós-graduação em filosofia, nos quais menos de 30 % são mulheres, entre docentes e discentes. Procura-se, por meio dos textos organizados neste volume, entender a produção e a contribuição de filósofas cujas presenças se mostram diminuídas – senão totalmente esquecidas – na história da filosofia e na atualidade. Pretende-se apreciar a importância de suas atuações em diversos ramos da área, como teoria do conhecimento, metafísica, filosofia política e teoria feminista. Busca-se, ainda, entender as dificuldades que marcam a trajetória acadêmica das mulheres: seus obstáculos institucionais, sociais e mesmo simbólicos.