Papers by Rosalice Benetti
by Carol Gonçalo, Lúcio Flávio, Emmanuel Dos Santos, Μelânia Lima Santos, Atila Augusto, Rosilene Maria Martins Martins, Clayton Da Costa, Luiz Alves, Marcela Fassy, Georgia D Oliveira, Viviane Da Silva, Ranier J A Q G Gomes, André Becho, Ana Luisa Ennes Murta Sousa, Marcus Italo, Marcelo Cedro, Matheus ϟ, Gilson Rodrigues, José Fernando, Kleberson Calanca, Thiago Bastos de Souza, Virgílio Coelho, Lorraine Oliveira Nunez, Igor T . C . Rocha, Joana Carbonesi, Douglas de Freitas Pereira, Renato Silva, WANDERSON HENRIQUE, Carolina Othero, Alan De Faria, Milene Galvão, Flávio Luciano, Igor Garcia, Juliano Gregório, Fábio Santiago, André Moreira, and Rosalice Benetti Resumos aprovados para apresentação de trabalhos em simpósios temáticos e comunicações livres no ... more Resumos aprovados para apresentação de trabalhos em simpósios temáticos e comunicações livres no III Encontro de Pesquisa em História da UFMG. Organizadorxs: Igor Barbosa Cardoso, Lídia Generoso e Igor Tadeu Camilo Rocha
RESUMO: Este texto desenvolve uma reflexão sobre a escrita biográfica, fundamentada na trajetória... more RESUMO: Este texto desenvolve uma reflexão sobre a escrita biográfica, fundamentada na trajetória do tcheco Vladimir Kozák, que viveu no Brasil entre 1923 e 1979. Desconhecido do grande público é um nome significativo para estudiosos dos indígenas brasileiros, por seus registros em filme, fotografia, desenho e pintura de diferentes culturas. A correspondência pessoal e a história oral são examinadas como fontes e possibilidades no campo da pesquisa historiográfica. No decorrer do texto são analisados aspectos da escrita biográfica, da memória, das entrevistas e sensibilidade na interpretação desses registros. PALAVRAS CHAVE: biografia; história oral; entrevista; memória; Vladimir Kozák. INTRODUÇÃO Desde 2010 desenvolvo pesquisas no acervo de Vladimir Kozák que se encontra no Museu Paranaense. Mas por que Vladimir Kozák? Fundamentalmente, pela riqueza quantitativa

A proposta deste trabalho foi analisar a ligação entre o Território do Iguaçu e a produção do fil... more A proposta deste trabalho foi analisar a ligação entre o Território do Iguaçu e a produção do filme “Yguaçú”, em 1947, buscando refletir sobre a relação com a sociedade que o produziu, as motivações, os objetivos da produção e suas especificidades.
O município de Vila do Iguaçu foi criado em 1914, tendo seu nome alterado para Foz do Iguaçu em 1918. O acesso à região era difícil, geralmente se fazendo pela Argentina, uma vez que as comunicações com o resto do Brasil eram precárias. Com um discurso desenvolvimentista e nacionalista o governo do presidente Getúlio Vargas idealizou o programa denominado “Marcha para o Oeste.” E, como consequência, em 1943, dividiu novamente o território brasileiro, criando o Território Federal do Iguaçu. A justificativa foi a necessidade de romper o isolamento regional e ocupar a zona fronteiriça do país, afastando o perigo estrangeiro da região, mantendo a integridade das fronteiras nacionais e a tão defendida soberania nacional.
Em 1946, após intensa articulação de intelectuais e políticos paranaenses, o Território foi extinto por meio de um dispositivo constitucional que determinou a reintegração da área de abrangência aos respectivos estados de origem (Paraná e Santa Catarina).
Considerando esse breve retrospecto da realidade política e histórica do momento da produção da obra, optou-se por dividir o trabalho em três capítulos: no primeiro capítulo são abordados tópicos introdutórios acerca dos primeiros tempos do cinema, as relações entre o cinema e a história. Ao tratar do uso da imagem em movimento são discutidas algumas questões teóricas que surgiram na análise do tema enquanto fonte da história. Na reflexão das relações cinema-história está presente a discussão sobre a impossibilidade de uma neutralidade inerente ao documento.
O segundo capítulo analisa do Território do Iguaçu, sob três aspectos: o contexto nacional, o contexto estadual e os elementos que envolveram a produção do filme em questão. O contexto nacional assume significado na breve análise da política nacionalista adotada pelo presidente Getúlio Vargas, o programa federal “Marcha para o Oeste” e a promoção de uma redivisão territorial do país. O contexto estadual refere-se à formação do território, a situação e as ações perpetradas pelos paranaenses na tentativa ou não de resgatar este espaço.
O terceiro capítulo refere-se à análise fílmica propriamente dita. Discute-se a filmografia produzida por Vladimir Kozák, com destaque para “Yguaçú” e a sua significação. Buscando apoio para a “leitura” do filme e sua produção, foram reunidas algumas informações sobre a trajetória de vida do autor e um resumo do enredo, elementos necessários para identificar características específicas desta narrativa. Analisando as imagens foi possível identificar a presença do imaginário popular, da exaltação da natureza e da participação do cineasta e de Loureiro Fernandes na produção fílmica.

Vladimir Kozák é um nome significativo para estudiosos dos indígenas brasileiros. No entanto, sua... more Vladimir Kozák é um nome significativo para estudiosos dos indígenas brasileiros. No entanto, sua trajetória como pesquisador é praticamente desconhecida no país e pouco se sabe sobre sua vida pessoal, suas relações de amizade, seus desejos e interesses. Qualificá-lo como engenheiro, fotógrafo, cineasta, artista ou mesmo etnólogo é pouco esclarecedor, pois era uma figura multifacetada que sempre esteve envolvida simultaneamente em diversas atividades. Esta pesquisa apoia-se, no estudo do seu arquivo pessoal, com ênfase na documentação epistolar. Analisamos a prática epistolar de Vladimir Kozák, observando o meio em que viveu, buscando interpretar as redes de amizade e os sentimentos que uniram essas pessoas. A amizade é observada como uma relação humana capaz de romper distâncias e ampliar horizontes, consolidando um espaço de conversação franca e de troca cultural e pessoal. Relações que podem desvendar aspectos da trajetória deste homem que viveu entre o espaço da ciência e o espaço das artes, mas não se sentia partícipe de nenhum desses ambientes. Destacamos alguns aspectos da biografia e da autobiografia, bem como os limites da escrita biográfica, para chegar aos dados esclarecedores que registraram a trajetória pessoal e institucional de Vladimir Kozák. Observamos as cartas como forma íntima de comunicação que possibilitam a exposição de ideias e trocas de experiência entre os correspondentes e amigos, que permite pensar as relações de amizade como formas de sentir e de agir que aproximam homens e mulheres. E, fundamentada nessa noção de amizade, que buscamos os correspondentes mais assíduos e permanentes, que propiciaram a compreensão do personagem e dos sentimentos que envolveram suas relações pessoais e profissionais: o casal de antropólogos americanos, Robert Carneiro e Gertrude Dole, e a canadense Marjory Baillon. Os dois primeiros referem-se a uma comunicação direcionada a questões mais profissionais, enquanto a segunda trata-se da amiga escolhida que mantém um diálogo mais individualizado e pessoal.
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O município de Vila do Iguaçu foi criado em 1914, tendo seu nome alterado para Foz do Iguaçu em 1918. O acesso à região era difícil, geralmente se fazendo pela Argentina, uma vez que as comunicações com o resto do Brasil eram precárias. Com um discurso desenvolvimentista e nacionalista o governo do presidente Getúlio Vargas idealizou o programa denominado “Marcha para o Oeste.” E, como consequência, em 1943, dividiu novamente o território brasileiro, criando o Território Federal do Iguaçu. A justificativa foi a necessidade de romper o isolamento regional e ocupar a zona fronteiriça do país, afastando o perigo estrangeiro da região, mantendo a integridade das fronteiras nacionais e a tão defendida soberania nacional.
Em 1946, após intensa articulação de intelectuais e políticos paranaenses, o Território foi extinto por meio de um dispositivo constitucional que determinou a reintegração da área de abrangência aos respectivos estados de origem (Paraná e Santa Catarina).
Considerando esse breve retrospecto da realidade política e histórica do momento da produção da obra, optou-se por dividir o trabalho em três capítulos: no primeiro capítulo são abordados tópicos introdutórios acerca dos primeiros tempos do cinema, as relações entre o cinema e a história. Ao tratar do uso da imagem em movimento são discutidas algumas questões teóricas que surgiram na análise do tema enquanto fonte da história. Na reflexão das relações cinema-história está presente a discussão sobre a impossibilidade de uma neutralidade inerente ao documento.
O segundo capítulo analisa do Território do Iguaçu, sob três aspectos: o contexto nacional, o contexto estadual e os elementos que envolveram a produção do filme em questão. O contexto nacional assume significado na breve análise da política nacionalista adotada pelo presidente Getúlio Vargas, o programa federal “Marcha para o Oeste” e a promoção de uma redivisão territorial do país. O contexto estadual refere-se à formação do território, a situação e as ações perpetradas pelos paranaenses na tentativa ou não de resgatar este espaço.
O terceiro capítulo refere-se à análise fílmica propriamente dita. Discute-se a filmografia produzida por Vladimir Kozák, com destaque para “Yguaçú” e a sua significação. Buscando apoio para a “leitura” do filme e sua produção, foram reunidas algumas informações sobre a trajetória de vida do autor e um resumo do enredo, elementos necessários para identificar características específicas desta narrativa. Analisando as imagens foi possível identificar a presença do imaginário popular, da exaltação da natureza e da participação do cineasta e de Loureiro Fernandes na produção fílmica.
O município de Vila do Iguaçu foi criado em 1914, tendo seu nome alterado para Foz do Iguaçu em 1918. O acesso à região era difícil, geralmente se fazendo pela Argentina, uma vez que as comunicações com o resto do Brasil eram precárias. Com um discurso desenvolvimentista e nacionalista o governo do presidente Getúlio Vargas idealizou o programa denominado “Marcha para o Oeste.” E, como consequência, em 1943, dividiu novamente o território brasileiro, criando o Território Federal do Iguaçu. A justificativa foi a necessidade de romper o isolamento regional e ocupar a zona fronteiriça do país, afastando o perigo estrangeiro da região, mantendo a integridade das fronteiras nacionais e a tão defendida soberania nacional.
Em 1946, após intensa articulação de intelectuais e políticos paranaenses, o Território foi extinto por meio de um dispositivo constitucional que determinou a reintegração da área de abrangência aos respectivos estados de origem (Paraná e Santa Catarina).
Considerando esse breve retrospecto da realidade política e histórica do momento da produção da obra, optou-se por dividir o trabalho em três capítulos: no primeiro capítulo são abordados tópicos introdutórios acerca dos primeiros tempos do cinema, as relações entre o cinema e a história. Ao tratar do uso da imagem em movimento são discutidas algumas questões teóricas que surgiram na análise do tema enquanto fonte da história. Na reflexão das relações cinema-história está presente a discussão sobre a impossibilidade de uma neutralidade inerente ao documento.
O segundo capítulo analisa do Território do Iguaçu, sob três aspectos: o contexto nacional, o contexto estadual e os elementos que envolveram a produção do filme em questão. O contexto nacional assume significado na breve análise da política nacionalista adotada pelo presidente Getúlio Vargas, o programa federal “Marcha para o Oeste” e a promoção de uma redivisão territorial do país. O contexto estadual refere-se à formação do território, a situação e as ações perpetradas pelos paranaenses na tentativa ou não de resgatar este espaço.
O terceiro capítulo refere-se à análise fílmica propriamente dita. Discute-se a filmografia produzida por Vladimir Kozák, com destaque para “Yguaçú” e a sua significação. Buscando apoio para a “leitura” do filme e sua produção, foram reunidas algumas informações sobre a trajetória de vida do autor e um resumo do enredo, elementos necessários para identificar características específicas desta narrativa. Analisando as imagens foi possível identificar a presença do imaginário popular, da exaltação da natureza e da participação do cineasta e de Loureiro Fernandes na produção fílmica.