Papers by Edilene C O F F A C I de Lima
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização... more Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito da Editora.

Ponto Urbe, 2015
Since the middle of the last decade, the use of the secretion of the arboreal frog Phyllomedusa b... more Since the middle of the last decade, the use of the secretion of the arboreal frog Phyllomedusa bicolor, called kambô in Portuguese, has been spreading in the large cities of Brazil. Kambô is traditionally used as an invigorating stimulant by Indian hunting groups of the southwest Amazon; among them, the Katukina Yawanahua, and Cashinahua. It has attracted dual interests in urban centers, both as a "scientific remedy," where its biochemical properties are extolled, and as a "medicine of the soul," where what is most valued most is its "Indian origins." The use of the secretion has become widespread, particularly in clinics and in alternative therapies offered in the environment of the Brazilian ayahuasca religions, that is, among adepts of the Santo Daime and the União do Vegetal (UDV) and their multiple offspring branches (for more information on these religions, see Labate 2012). The "applicators" ("aplicadores" in Portuguese, used in here to refer to the ones who apply the substance onto others) are quite different from each other: Indians, rubber tappers and former rubber tappers, holistic practitioners, ayahuasca leaders, and physicians. In this paper, we present a brief ethnography of the diffusion of kambô, especially analyzing the discourse that these various applicators have employed on the use of the secretion, understood by some as an animal analog of a "teacher plant" or "plant of power" (Goulart, Labate and Carneiro 2013; Shepard 2005), similar to peyote and ayahuasca. 2 Before proceeding, we offer a brief description of the application of the kambô secretion. The frog, known popularly as "giant waxy monkey tree frog" or "giant leaf frog" and described by some scientists as "green tree frog" (Daly et al, 1992) is captured and tied up. Then its skin is stimulated and it expels a secretion (his defense mechanism), which contains dermorphin, deltorfin and dermaseptines, among other peptides (idem). The secretion is collected and transferred to a "stick" or a "pallet." The application is made by superficially burning a person's skin surface with a sharp instrument (the titica vine, among Indians) and then depositing the kambô secretion, partially diluted in water to Medical Drug or Shamanic Power Plant: The Uses of Kambô in Brazil
Os Xetá no Círculo de Estudos Bandeiras: a coleção Loureiro Fernandes, 2021
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização... more Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito da Editora.

Revista De Antropologia, 2012
Neste artigo irei abordar as transformacoes em curso em tornodo kampo, a aplicacao da secrecao do... more Neste artigo irei abordar as transformacoes em curso em tornodo kampo, a aplicacao da secrecao do sapo-verde, entre os Katukina. Interessam-me os efeitos sociologicos e conceituais que se processam entre osKatukina com a popularizacao do kampo no meio urbano e sua valorizacaocomo um recurso genetico da biodiversidade de particular interesse para aciencia. Assim, serao apresentadas e discutidas as transformacoes que teminicio com a popularizacao do kampo no meio urbano, os embates internose externos que surgem por causa delas e como afetam e interagem com asconcepcoes nativas sobre o que se entende como um conhecimento. Seguireineste esforco, entre outras coisas, buscando uma exegese do termo Nokehaweti, que tem sido corriqueiramente traduzido como “cultura”, e abordandoparte do vocabulario relativo as formas de aprender, no qual a audicaoe a visao ocupam um lugar de destaque e aparecem estritamente associadas.Ao final, buscarei explorar as elaboracoes e interpretacoes propriasdos Ka...
Tellus, 2008
Resumo: Neste artigo ensaio uma reflexão sobre a oposição entre caçadores e xamãs entre os Katuki... more Resumo: Neste artigo ensaio uma reflexão sobre a oposição entre caçadores e xamãs entre os Katukina, falantes de uma língua pano, moradores de duas terras indígenas localizadas no Acre. É amplamente sabido e discutido na literatura etnológica amazônica que caçadores e xamãs se opõem. Sem divergir dessa interpretação, sustentarei que, ao menos entre os Katukina, seus conhecimentos específicos provêm igualmente de uma mesma fonte: das grandes cobras, moradoras das profundezas das águas. Para sustentar meu argumento, ainda que sem pretensão de ser exaustiva, servir-me-ei da literatura pano, abundantemente desenvolvida nas duas últimas décadas, na tentativa de estabelecer comparações que indiquem as possíveis similitudes e, concomitantemente, as elaborações diferenciais desse tema que é comum entre os falantes de língua pano no sudoeste amazônico.
Campos. Revista de Antropologia, 2007

Aceno. Revista de Antropologia do Centro-Oeste, 2016
Resumo: Neste artigo irei tratar de alguns deslocamentos compulsórios de populações indígenas que... more Resumo: Neste artigo irei tratar de alguns deslocamentos compulsórios de populações indígenas que se deram no período militar, particularmente nos primeiros anos da década de 1970. A partir de pesquisa bibliográfica e documental discorrerei mais longamente sobre três casos que me parecem emblemáticos da violência perpetrada naquele período: são os casos dos Xetá, dos Tapayuna e dos Ofaié-Xavante. O lema "integrar para não entregar", vigente no período militar, mais que um jogo de palavras, supunha a expansão das frentes de colonização que, inevitavelmente, alcançavam os índios em duplo (e dúbio) sentido. Palavras-chave: deslocamentos compulsórios; período militar; Xetá; Tapayuna; Ofaié. 1 Uma primeira versão deste texto foi apresentada no GT Transformações do espaço ameríndio na América do Sul, na XI Reunião de Antropologia do Mercosul, que teve lugar em Montevidéu, em dezembro de 2015. Em 07 de outubro de 2016 apresentei uma nova versão no seminário Cesta Intempestiva, promovido Centro de Estudos Ameríndios (Cesta) da Universidade de São Paulo, como parte da conclusão de meu período de pós-doutoramento naquela instituição em 2015. Agradeço aos colegas presentes o estimulante debate, a partir do qual tentei incorporar as críticas e sugestões, definindo a versão que agora apresento, eximindo-os de toda responsabilidade pelas insuficiências persistentes.

Revista de Antropologia (USP), 1997
RESUMO: Neste artigo a autora analisa o sistema onomástico katukina. Os Katukina, a exemplo dos d... more RESUMO: Neste artigo a autora analisa o sistema onomástico katukina. Os Katukina, a exemplo dos demais grupos pano já descritos (Matis, Kaxinawá, Yaminawa), associam o sistema de parentesco ao sistema onomástico e repõem em circulação o nome de seus ancestrais. No entanto, a despeito das semelhanças que os Katukina apresentam em relação aos demais grupos de sua família lingüística, é possível encontrar pontos divergentes entre eles. Há uma flagrante divergência, em particular, na transmissão alternada e cruzada dos nomes pessoais, visto que os demais pano realizam-na de forma alternada e paralela. A partir de uma abordagem comparativa preliminar, a autora explora a possibilidade de que tais diferenças no sistema onomástico estejam relacionadas a diferenças no sistema de parentesco. PALAVRAS-CHAVE: Katukina, Pano, onomástica, sistema de parentesco. Os Katukina falam uma língua da família lingüística pano e têm uma população de aproximadamente 320 indivíduos, distribuídos em dois grupos locais, na área indígena do rio Gregório e na área indígena do rio Campinas, no estado do Acre. Eles serão aqui chamados de

Journal de la Société des Américanistes, 2021
Em meados do século xx, os Xetá, povo indígena falante de uma língua tupi-guarani, foram contatad... more Em meados do século xx, os Xetá, povo indígena falante de uma língua tupi-guarani, foram contatados no Sul do Brasil, e subitamente reduzidos: em uma década perderam 70% de sua população. Do contato restou farta documentação sobre o grupo, que cobre diversificados interesses: cultura material, cinema, etnomusicologia, arqueologia e linguística. Refeitos demograficamente, embora ainda desterritorializados, os Xetá têm cada vez mais buscado conhecer os acervos depositados em museus, os quais documentam a trágica história do grupo, que vai, assim, tomando uma forma cristalizada e irrevogável. Na atualidade, emulando os antigos, os grupos familiares xetá estão a (re)produzir machados de pedra, bichinhos, pontas de flechas, colares, e colecionando filmes e fotografias em que se busca recuperar a vida passada. Concebidas entre as categorias "trabalho" e "relíquia", essa produção lhes permite dinamizar a vida social, instaurando uma lógica objetiva e subjetiva, permeada de temporalidade e constitutiva da vida xetá. A partir da dinâmica de relações entre essas categorias, este artigo pretende refletir o modo como "as coisas dos antigos no tempo do mato" criam a vida, isto é, movimentam e revelam, em termos de enunciação de conceitos, as relações, a política, o afeto, a memória e a temporalidade xetá. [Palavras-chave: Xetá, museus, acervos, história.] Les Xetá et leurs collections : une mémoire historique, politique et affective (Paraná, Brésil). Au milieu du siècle dernier, les Xetá du sud du Brésil, locuteurs d'une langue tupi-guarani, ont été contactés et brutalement décimés : en une décennie, ils ont perdu 70 % de leur population. Depuis le contact, une vaste documentation a été collectée sur ce groupe, qui couvre de nombreux champs, sous diverses formes : culture matérielle, cinéma, ethnomusicologie, archéologie et linguistique. Sauvés sur le plan démographique, bien que toujours privés de territoire, les Xetá cherchent à prendre connaissance des collections déposées dans les musées, et documentent leur

Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2017
Em 2017 completam-se 50 anos da conclusão do Relatório Figueiredo, um extenso conjunto documental... more Em 2017 completam-se 50 anos da conclusão do Relatório Figueiredo, um extenso conjunto documental produzido durante o regime militar (1964-1985) pelo procurador Jader Figueiredo Correia, em atenção ao pedido do ministro do Interior, general Afonso Augusto de Albuquerque Lima. Nesta importantíssima fonte para diversos tipos de pesquisa constam, cruamente expostos, vários relatos de ações genocidas promovidas contra comunidades indígenas. São atividades que marcam profundamente a história recente do Brasil, sobretudo a política indigenista oficial em parte do período republicano. Todos os tomos do Relatório ultrapassam a 7 mil páginas, nas quais plasmam relatos de massacres, esbulhos, arrendamentos ilícitos de terras, intimidações, ameaças, torturas, envenenamentos, estupros, assassinatos, trabalho escravo, fraudes e roubos do patrimônio indígena, dentre outras formas de violência promovida contra os povos originários. Os crimes aconteceram em todo o território nacional, de Norte a Su...
R@u. Revista de Antropologia da UFSCar
A partir da apresentação do uso da secreção da perereca conhecida como kampô (Phyllomedusa bicolo... more A partir da apresentação do uso da secreção da perereca conhecida como kampô (Phyllomedusa bicolor) entre os Katukina (falantes de uma língua pano e moradores de duas terras indígenas no Acre) irei desenvolver a ideia de que o kampô é, ao mesmo tempo, um objeto e uma técnica, ou um objeto técnico nos termos maussianos. Ao mesmo tempo, apresentarei a conceituação katukina de que o kampô pode ser entendido como uma “coisa”, hawe, em sua própria língua. Uma conceituação que põe em operação modos de concebê‐lo como um fazer aberto e prospectivo, permitindo assim abarcar as transformações de seus usos nos anos recentes.

Campos. Revista de Antropologia, 2019
O dossiê decorre do seminário Povos Indígenas: Memória, Verdade, Justiça, ocorrido no Centro de P... more O dossiê decorre do seminário Povos Indígenas: Memória, Verdade, Justiça, ocorrido no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP, como parte da chamada "ação em rede" Abril Indígena 2019. 1 Por dois dias, especialistas indígenas e não-indígenas detiveram-se nos dilemas da proposição de (uma) justiça de transição para os povos indígenas, dada numa conjuntura política que só mostra a sua impos-sibilidade: a ascensão de um governo declaradamente anti-indígena e apologista da ditadura, capaz de homenagear torturadores e de defender sem pudores o uso da violência como política pública. Compreendido no contexto de construção da memória pública do genocídio indígena no Brasil republicano, este volume se soma como contribuição interdisciplinar (e massivamente antropológi-ca) às diversas iniciativas em proliferação desde a experiência das comissões da verdade, remarcando a recomendação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) de continuidade e aprofundamento das pesquisas. 2 A reunião de refl exões oriundas de pesquisa e atuação técnica, enquanto um dos prolonga-mentos do encontro, é acompanhada da disposição a alianças para o enfrentamento à ditadura passada e às ofensivas atuais. 3 Não são inéditas denúncias de que se promove "genocídio" no Brasil. 4 Povos indígenas, popula-ções negras e de favela, especialmente, mobilizam este conceito para caracterizar como relativamente

Campos. Revista de Antropologia, 2019
No capítulo "Violação dos Direitos Humanos de Povos Indígenas", no relatório da Comissão Nacional... more No capítulo "Violação dos Direitos Humanos de Povos Indígenas", no relatório da Comissão Nacional da Verdade, publicado no fi nal de 2014, dez povos indígenas constam como as maiores víti-mas da Ditadura brasileira: Cinta-Larga (RO), Waimiri-Atroari (AM), Tapayuna (MT), Yanomami (AM/RR), Panará (MT), Parakanã (PA), Xavante de Marãiwatsédé (MT), Araweté (PA), Arara (PA) e Xetá (PR). A indicação dessas etnias específi cas evidentemente não quer sugerir que apenas esses povos tenham sofrido violações, mas sim que esses grupos foram eleitos como emblemáticos da violência per-petrada que, como o sabemos, repetiu-se em todos os quadrantes do país e que apenas pesquisas mais aprofundadas, com o seguimento dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV)-sugerido, mas não realizado até agora-, poderão qualifi car melhor as informações. De norte a sul do Brasil pas-saram-se situações desse tipo e alguns dos grupos envolvidos em situações de expropriação territorial, ensaiaram ou ainda ensaiam fazer, a partir de muitos esforços, o retorno às suas terras originárias. Entre os dez grupos mencionados no Relatório da CNV, lá estão os Xetá, o último grupo con-tatado no Sul no Brasil, na metade do século passado, que viveu o horror da impiedosa cobiça de suas terras pela frente cafeeira, iniciada na Marcha para o Oeste, do período varguista, emendada com o início da Ditadura Militar, a partir de 1964. As razões dessa cobiça não devem surpreender ninguém: invariavelmente os indígenas eram (serão ainda?) tidos como improdutivos e, mais, como entraves ao progresso, apresentados como obstáculos à expansão da fronteira agrícola ou de qualquer outra frente de expansão econômica. Não deve causar estranheza também que entre esses dez grupos indígenas eleitos no relatório da CNV como "emblemáticos", sejam os Xetá um dos poucos, acompanhados dos Tapayuna (PA), que permanecem desterrados, sem terras demarcadas, estando ambos ainda pleiteando que se faça essa reparação. Do genocídio recuperaram-se, porém não do desterro.
Books by Edilene C O F F A C I de Lima

Os outros dos outros, 2011
Agradecemos profundamente aos autores pelo interesse demonstrado no simpósio e pela acolhida da c... more Agradecemos profundamente aos autores pelo interesse demonstrado no simpósio e pela acolhida da convocatória para colaborarem na coletânea. Agradecemos ainda aos comentadores do simpósio em Buenos Aires, Beatriz Perrone-Moisés (USP) e Philippe Erikson (Paris Ouest-Nanterre) que enriqueceram as apresentações debatendo sistematicamente as ideias propostas e adensando-as com um olhar crítico e comparativo. Philippe, além disso, aceitou o convite de prefaciar o livro, o que torna nosso agradecimento duplo. Também agradecemos aos três pareceristas anônimos que encaminharam interessantes e valiosas opiniões sobre esta coletânea. Queremos ainda reconhecer particularmente o generoso e paciente trabalho de Laura Pérez Gil e Miguel Carid Naveira, que verteram vários artigos do castelhano para o português. Parte da edição do presente volume foi possível graças ao apoio financeiro do projeto de pesquisa PICT N° 1009-2008, outorgado pela Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológica, da Argentina. Finalmente, agradecemos à Editora da UFPR pela possibilidade de editar este volume em português e facilitar sua distribuição. Prólogo 1 Philippe Erikson Descentrar seu próprio olhar no esforço de alcançar a perspectiva do outro: sem qualquer dúvida tal é a ambição que confere à nossa disciplina, ao mesmo tempo, sua vantagem metodológica, seu principal atrativo epistemológico, sua imensa originalidade e sua elevada dignidade moral. Além disso, a questão da alteridade é intrinsecamente associada ao projeto antropológico: desde sempre, o olhar que outrem lança sobre o outro se encontra, nem que seja virtualmente, no coração mesmo de nossas questões de pesquisa. E, no entanto, ao longo de anos, quantos equívocos sobre esses pontos! Quantos erros, até sobre a denominação de nossos objetos de estudo. Quantos imbróglios onomásticos têm embalado a valsa recente de autodenominações indígenas, a re-etiquetagem etnonímica que parece, desde alguns anos, não poupar ninguém.
Conhecimento e Cultura. Práticas de transformação no mundo indígena., 2010
Os Xetá no Círculo de Estudos Bandeirantes: a coleção Loureiro Fernandes, 2021
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização... more Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito da Editora.
Entrevistas by Edilene C O F F A C I de Lima

Campos. Revista de Antropologia., 2011
Desde meados da década de 1980, Philippe Erikson deu um impulso decisivo ao estudo dos povos de l... more Desde meados da década de 1980, Philippe Erikson deu um impulso decisivo ao estudo dos povos de língua pano, notadamente a partir de seus trabalhos de pesquisa entre os Matis, no Vale do Javari, e os Chacobo, na Bolívia, localizados próximos à fronteira brasileira. Professor na Université Paris-Ouest Nanterre (outrora Paris X) e pesquisador do EREA (Equipe de Recherche en Ethnologie Amérindienne), Philippe Erikson tem não apenas recepcionado diversos pesquisadores brasileiros em Paris, mas, sobretudo, incrementado a interlocução entre etnólogos dos dois lados do Atlântico, marca de sua delicadeza e generosidade. Nesta entrevista, realizada há três anos, em Buenos Aires, durante a realização da VIII Reunião de Antropologia do Mercosul, Philippe conversou com cinco panólogos sobre sua trajetória acadêmica, sua aproximação da Etnologia, sobre sua predileção pela Etnografia, em detrimento das ambições comparativas ou da procura por modelos teóricos que já o acompanharam. A entrevista foi revisada pelo próprio Philippe em julho de 2012, em Curitiba, com duas das entrevistadoras e depois ajustada eletronicamente até alcançar sua versão final, que vai aqui finalmente publicada. Campos: Como você começou na Antropologia? Philippe Erikson: A primeira vez que fiz um investimento na Antropologia, que gastei tudo que tinha, foi em 1969. Estava morando em Nova York e voltávamos para a França. Tinha 10 dólares e não sabia se poderia trocar essa quantidade. Assim, comprei um livro sobre os índios de América que custava nove dólares. Acho que esse foi o início da minha vocação. Lembro que pouco antes, quando tinha sete ou oito anos, li um livro sobre os Astecas e um amigo tinha lido um livro sobre os Maias. Daí eu ia ficar "a serviço dos astecas" (risos). Depois eu li também o livro sobre os Maias, literatura para crianças, e fiquei preocupado porque pensava: "agora sei o Campos 12(2):83-110, 2011.

Campos. Revista de Antropologia, 2017
Em abril de 2017 Antonio Carlos de Souza Lima esteve em Curitiba para proferir a Aula Inaugural d... more Em abril de 2017 Antonio Carlos de Souza Lima esteve em Curitiba para proferir a Aula Inaugural do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPR, intitulada A Antropologia no Brasil em tempos de crise: como nos vemos, o que queremos, o que podemos no cenário atual. Naquela oportunidade a entrevista teve início, quando pode então nos contar sobre sua trajetória acadêmica, iniciada quando cursou História na UFF para alcançar as Ciências Sociais, sobre sua breve incursão a campo entre os Xavante, a guinada para o estudo do SPI e daí para falar sobre as discussões iniciadas com a implantação das ações afirmativas nas universidades até alcançar a presidência da ABA (2015-2016). Dados seus diversificados interesses e atuações, a entrevista acabou prolongando-se eletronicamente, com acréscimos e detalhamentos. Pudéssemos e a conversa continuaria, ainda com adições, tanto mais agora quando nosso entrevistado assume, em meio à crise ainda, a presidência da área de Antropologia na CAPES. Campos: Você poderia começar falando de sua formação e aproximação da Antropologia. Antonio Carlos de Souza Lima: Bem, eu acho que consigo traçar certas coisas a partir da minha formação: eu sou licenciado em história, entrei na faculdade em 1976, e descobri a antropologia logo no segundo semestre. Acho que isso tem muito a ver com a professora que ministrou a cadeira Antropologia 2, no segundo semestre de 1976. Eu estudava na Universidade Federal Fluminense. A UFF
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