Resumo: Este artigo tem por objetivo problematizar as relações entre ensino de filosofia e cidada... more Resumo: Este artigo tem por objetivo problematizar as relações entre ensino de filosofia e cidadania na sociedade contemporânea. Assume a caracterização de Lipovestky dos "tempos hipermodernos", baseados na hiperbolização dos três eixos da modernidade: o mercado, o indivíduo e a eficiência técnica. A forma política predominante é aquela que Deleuze denominou de "sociedades de controle", operando segundo a lógica da biopolítica, desvendada por Foucault. Recorre a Rancière para mostrar que, nessas sociedades, vivemos mais no âmbito da polícia, como administração do social, do que da política, como acontecimento de uma ruptura. Interroga-se: em que consiste a cidadania? Em afirmar essa sociedade de controle ou em opor resistências a ela, traçando linhas de fuga? Para pensar um ensino de filosofia que seja a prática do pensamento autônomo e criativo, o artigo escolhe a segunda opção, propondo um ensino de filosofia que enxameie saídas, que crie armas de resistências e criação.
Sabe-se, a partir de Foucault, que o poder soberano desenvolve suas ações baseado na máxima "deix... more Sabe-se, a partir de Foucault, que o poder soberano desenvolve suas ações baseado na máxima "deixar viver e fazer morrer" , que posteriormente é trocada-nas sociedades administradas pelas disciplinas e reguladas pela biopolítica-, pela máxima "fazer viver e deixar morrer". Como se poderia pensar esta máxima dentro da escola, especificamente? Fazer viver e deixar morrer, fazer viver justamente para deixar morrer. De que vida se trata? O que poderia estar significando a morte, nesse caso?
Resumo: Este artigo tem por objetivo problematizar as relações entre ensino de filosofia e cidada... more Resumo: Este artigo tem por objetivo problematizar as relações entre ensino de filosofia e cidadania na sociedade contemporânea. Assume a caracterização de Lipovestky dos "tempos hipermodernos", baseados na hiperbolização dos três eixos da modernidade: o mercado, o indivíduo e a eficiência técnica. A forma política predominante é aquela que Deleuze denominou de "sociedades de controle", operando segundo a lógica da biopolítica, desvendada por Foucault. Recorre a Rancière para mostrar que, nessas sociedades, vivemos mais no âmbito da polícia, como administração do social, do que da política, como acontecimento de uma ruptura. Interroga-se: em que consiste a cidadania? Em afirmar essa sociedade de controle ou em opor resistências a ela, traçando linhas de fuga? Para pensar um ensino de filosofia que seja a prática do pensamento autônomo e criativo, o artigo escolhe a segunda opção, propondo um ensino de filosofia que enxameie saídas, que crie armas de resistências e criação.
Sabe-se, a partir de Foucault, que o poder soberano desenvolve suas ações baseado na máxima "deix... more Sabe-se, a partir de Foucault, que o poder soberano desenvolve suas ações baseado na máxima "deixar viver e fazer morrer" , que posteriormente é trocada-nas sociedades administradas pelas disciplinas e reguladas pela biopolítica-, pela máxima "fazer viver e deixar morrer". Como se poderia pensar esta máxima dentro da escola, especificamente? Fazer viver e deixar morrer, fazer viver justamente para deixar morrer. De que vida se trata? O que poderia estar significando a morte, nesse caso?
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