Defesa e Proteção Civil by Leonardo B Martins

Insight Inteligência, 104, 2024
In this article, I explore the increasing fragility of sociotechnical systems in the 21st century... more In this article, I explore the increasing fragility of sociotechnical systems in the 21st century through the lens of a historical tragedy – the sinking of the Mary Rose. The concept of the Mary Rose Effect (MaRE) is introduced as a powerful metaphor for understanding how systems collapse when overloaded with power, complexity, and misguided decisions.
I challenge the contemporary overuse of the term "resilience" in disaster management and risk reduction, proposing a critical reassessment of its role in public and private discourse. The article argues that "resilience" has become a feel-good term, diluting the seriousness of existential risks that threaten modern society.
Drawing from historical examples and systemic analysis, I propose that sociotechnical systems must be reimagined to better cope with growing risks, and that Future Studies should play a more significant role in disaster risk reduction (DRR) initiatives.
Check out the full article to dive deeper into how the Mary Rose Effect can help us rethink disaster management in an era of rapid technological change, increasing environmental degradation, and complex global interdependencies.

Insight Inteligência, 2022
Como citar: MARTINS, L. B. . Notas sobre a defesa civil: um diálogo entre a Cidade Imperial e a R... more Como citar: MARTINS, L. B. . Notas sobre a defesa civil: um diálogo entre a Cidade Imperial e a Rainha Vermelha. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v.96, p.98 a 113, 2022.
Este artigo visa atender à necessidade de reflexão sobre a defesa civil no Brasil, reconstituindo as perspectivas históricas que influenciaram a forma como o setor aborda os grandes desastres. Para dar materialidade às discussões, a realidade do município de Petrópolis é brevemente discutida, escolha que atendeu ao imperativo imposto pelos desastres recém-sofridos pela cidade, decorrentes das chuvas torrenciais do dia 15 de fevereiro. Considerando as múltiplas dimensões da tragédia e a complexidade do tema, o artigo utilizou, como fio condutor, as concepções e práticas vinculadas ao paradigma do enfrentamento, tal como proposto em “As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e defesa planetária” (MARTINS, 2021).

Insight Inteligencia, 2021
MARTINS, L. B. . As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e... more MARTINS, L. B. . As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e defesa planetária. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v.95, p.38 a 50, 2021. Para o acesso à edição completa, faça o download pelo link da revista, em <https://inteligencia.insightnet.com.br/pdfs/95.pdf>.
Este artigo buscou, seguindo a abordagem de Nancy Nercessian (1995), identificar como especulações e ensaios insipientes se articularam e amadureceram ao longo do século XX, até constituírem os paradigmas contemporâneos de segurança. Para efeito da discussão, o termo “paradigma de segurança” é tomado como conjunto coerente de ideias capaz de orientar a percepção e a ação individual e coletiva no campo dos riscos e desastres. A partir da investigação do percurso cognitivo-histórico foram identificados cinco paradigmas estruturantes e a ascensão recente de uma abordagem transversal – a defesa planetária.

Insight Inteligência, 2020
Diante da rivalidade corrente entre os EUA e China, é intuitivo conceber analogias e recuperar de... more Diante da rivalidade corrente entre os EUA e China, é intuitivo conceber analogias e recuperar desdobramentos do paradigma estratégico da Guerra Fria, em especial da corrida espacial, na busca por um mínimo de esclarecimento e orientação. Esse artigo explora a pertinência dessa abordagem para compreensão da disputa sino-americana pela liderança no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). Interessa saber, em particular, de que modo essa disputa afeta os riscos de grandes desastres relacionados à difusão de aplicações inseguras da IA. Conforme é discutido, a abordagem é oportuna, mas há distinções importantes entre a situação corrente e a Guerra Fria. Ao que tudo leva a crer, a concepção de que existe uma corrida pela IA, similar à corrida armamentista/espacial do século XX, está ajudando a construir uma corrida “de fato”, a partir do estímulo à rivalidade entre chineses e norte-americanos, a despeito da profunda capilaridade entre os ecossistemas produtivos e técnico-científicos dos dois países – entrelaçamento que não existia entre EUA e a então URSS.

Insight Inteligência, 2019
A aniquilação, em escala industrial, de populações civis no século XX, desafia o entendimento hum... more A aniquilação, em escala industrial, de populações civis no século XX, desafia o entendimento humano sobre a natureza das decisões morais. Na década de 40, em particular durante a Segunda Guerra Mundial (2a GM) e no pós-guerra imediato, foi possível observar situações especialmente paradoxais quando analisamos os processos e os discursos que legitimaram o extermínio de populações civis em larga escala. Não só os ataques propriamente ditos, mas o uso ostensivo de munições incendiárias e mais tarde de artefatos nucleares implicava a clara e deliberada opção de causar mortes horrendas e sofrimento inominável entre não combatentes, o que nos causa estranhamento, especialmente quando tais ataques foram perpetrados por democracias liberais. Neste artigo a literatura e o cinema de ficção científica serão utilizados como fio condutor para as discussões sobre arbítrio moral. São realizadas comparações entre obras de diferentes épocas (1940 e 1951), buscando identificar e descrever os contextos de seus diferentes tempos históricos, com ênfase nos eventos relacionados à 2a GM e ao desenvolvimento da bomba nuclear norte-americana. No final deste trabalho propõe-se uma explicação, ainda como hipótese, para o paradoxo moral.

MARTINS, L. B. . Fragmentos de uma Sociologia do Desastre. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v.83, p.26 a 38, 2018. (Para o acesso à edição completa, faça o download pelo link da revista, em http://insightinteligencia.com.br/pdfs/83.pdf ), 2018
Este artigo atende a um chamado para refletir sobre o estado de crise permanente que, segundo pen... more Este artigo atende a um chamado para refletir sobre o estado de crise permanente que, segundo pensadores importantes como Tony Judt (2011) e Manuel Castells (2018), se instalou nas sociedades ocidentais. Para isso propõe como oportuna a adoção de uma abordagem alternativa, que compreende a sociedade como um ecossistema de inteligên-cias coletivas a partir de cinco premissas enunciadas ao longo do texto. Num primeiro momento a reflexão se dá na busca por um modelo cognitivo geral, capaz de emular inteligências individuais e/ou coletivas. Adota-se como rascunho inicial o modelo de produção de conhecimento científico – este analisado sob a perspectiva da simetria explicação-previsão de Carl Hempel (1965) e da taxonomia de problemas de Weaver (1948). Das Neurociências, a partir dos referenciais vinculados à escola da “cognição orientada pela ação”, são extraídos elementos essenciais à compreensão do fenômeno da inteligência propriamente dito. Este aporte permite a complementação do modelo hempeliano e o seu reconhecimento como viável esquema geral.
Num segundo momento propõe-se o entendimento das inteligências coletivas como híbridos decomponentes autopoiéticos e alopoiéticos. Por fim, são apresentados os conceitos de assimetria informacional e uma classificação de inteligências coletivas, adaptada a partir da proposição de Malone (2018). Conclui-se que a crise instalada se dá no interior de uma sociedade com alta assimetria informacional, onde há espaços cada vez mais generosos para a dúvida, a desconfiança e a incompreensão. E que a crescente expansão da rede de artefatos e das bases de dados digitais está criando condições para o surgimento de uma nova e mais profunda compreensão do mundo.
MARTINS, L. B. . Ensaio sobre o Design Social e a Construção Coletiva da Segurança. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 64, p. 30-42, 2014.
MARTINS, L. B. . Segurança em Grandes Eventos: pequeno manual para governantes ineptos. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 61, p. 22-32, 2013.
MARTINS, L. B. . História das Coisas Mais Memoráveis ocorridas no Maranhão (e no Brasil também). Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 53, p. 78-88, 2011.
MARTINS, L. B. . Pequeno dicionário de Planos de Emergência. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 49, p. 34-44, 2010.
CAVALINI, L. T. ; MARTINS, L. B. . Anatomia do Desastre. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 48, p. 106-121, 2010., 2010
MARTINS, L. B. . Da Abordagem e seus Mistérios. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 51, p. 62-70, 2010.
SCALERCIO, M. ; MARTINS, L. B. . City of Benares: Londres responde à blitzkrieg. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 46, p. 136-145, 2009.
Neurociências e Inteligência Artificial by Leonardo B Martins
MARTINS, L. B. . Inteligência Artificial não é (bem) o que você pensava. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v.79, p.106 a 117, 2017.
Último artigo da sequência de estudos em neurociências e cibernética. Enquanto os artigos anterio... more Último artigo da sequência de estudos em neurociências e cibernética. Enquanto os artigos anteriores "Raízes da Cognição Humana" e "Cibernética, Neurociência e Outros Impulsos" apresentam um referencial alternativo para a compreensão de fenômenos como o conhecimento e a aprendizagem, este artigo trata do fenômeno da Inteligência, a partir destes referenciais, e considera os fenômenos sociais como expressões da interação entre inteligências coletivas, tais como nações, empresas e famílias. Discute ainda os eventuais impactos da ação de formas de inteligência artificial inorgânicas nos sistemas sociais existentes.
MARTINS, L. B. . Neurociência, Cibernética e Outros Impulsos. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 74, p.98 a 113, 2016, 2016
O artigo é um aprofundamento das discussões propostas pelo artigo "Raízes da Cognição", questiona... more O artigo é um aprofundamento das discussões propostas pelo artigo "Raízes da Cognição", questionando a transposição de conceitos das ciências humanas para a pesquisa em neurociências e propondo a adoção de um referencial alternativo, uma resignificação de conceitos como poder, conhecimento e aprendizagem a partir do referencial da cibernética de 2a ordem.

MARTINS, L. B. . E Fez a Dilucidação: as raízes da cognição humana. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 68, p. 41-51, 2015.
O artigo investiga as raízes da cognição humana a partir do referencial teórico da teoria geral d... more O artigo investiga as raízes da cognição humana a partir do referencial teórico da teoria geral dos sistemas, da neurociência cognitiva (em particular do trabalho do neurocientista português Antonio Damásio) e das interpretações mais recentes da teoria da evolução pelo biólogo Richard Dawkins. Conclui-se que as disposições biológicas e sócio-culturais proporcionam a cada indivíduo uma representação particular da "realidade", eventualmente irreconciliável com as experiências do outro. Diante desta limitação, o recurso que se apresenta como indispensável para o trato dos problemas contemporâneos, complexos por natureza, é o trabalho em equipes multiculturais compostas por pessoas capazes de reconhecer as limitações do seu conhecimento e assim valorar a contribuição do outro. Essa competência é conhecida como capacidade metacognitiva. Este artigo foi publicado na Revista Insight Inteligência 68 em 2015 com o título "Fez-se a Delucidação: as raízes da cognição humana".
História Militar by Leonardo B Martins

Insight Inteligência, 2023
COMO CITAR: MARTINS, L. B. Do Nilo à Ucrânia: breviário da inovação militar na guerra moderna. I... more COMO CITAR: MARTINS, L. B. Do Nilo à Ucrânia: breviário da inovação militar na guerra moderna. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v.100, p.93 a 111, 2023.
ABSTRACT: Este artigo, à luz dos referenciais teóricos e metodológicos de inovação militar e cultura estratégica, apresenta uma proposta de abordagem que visa indicar as condições que favorecem a inovação em defesa, tanto “fechada” quanto “aberta”. Casos concretos são utilizados para ilustrar a aplicação dos conceitos apresentados e, por fim o emprego da aeronave não tripulada de origem turca Bayraktar TB-2 é brevemente analisado. Concluiu-se que (1) a cultura estratégica, embora seja considerada na literatura contemporânea um fator interveniente da inovação militar, pode ser mais bem compreendida como propulsora da inovação; (2) que o paradigma corrente na base industrial de defesa ocidental é fortemente influenciado pela cultura estratégica norte-americana de alto conteúdo inovador e altos custos; e (3) existem percursos de inovação alternativos para potências médias, em que a articulação de sistemas de diferentes níveis de complexidade tecnológica a partir da inovação operacional ganham destaque na construção de capacidades militares.
Artigo também disponivel no site da revista em: <https://inteligencia.insightnet.com.br/do-nilo-a-ucrania-breviario-da-inovacao-militar-na-guerra-moderna/>
MARTINS, L. B. . Os Mercenários de Pedro I. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 41, p. 86, 2008.
MARTINS, L. B. . Contrabandistas, Piratas, Corsários e outros. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 40, p. 128, 2008.
EMPRESÁRIOS 128
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Defesa e Proteção Civil by Leonardo B Martins
I challenge the contemporary overuse of the term "resilience" in disaster management and risk reduction, proposing a critical reassessment of its role in public and private discourse. The article argues that "resilience" has become a feel-good term, diluting the seriousness of existential risks that threaten modern society.
Drawing from historical examples and systemic analysis, I propose that sociotechnical systems must be reimagined to better cope with growing risks, and that Future Studies should play a more significant role in disaster risk reduction (DRR) initiatives.
Check out the full article to dive deeper into how the Mary Rose Effect can help us rethink disaster management in an era of rapid technological change, increasing environmental degradation, and complex global interdependencies.
Este artigo visa atender à necessidade de reflexão sobre a defesa civil no Brasil, reconstituindo as perspectivas históricas que influenciaram a forma como o setor aborda os grandes desastres. Para dar materialidade às discussões, a realidade do município de Petrópolis é brevemente discutida, escolha que atendeu ao imperativo imposto pelos desastres recém-sofridos pela cidade, decorrentes das chuvas torrenciais do dia 15 de fevereiro. Considerando as múltiplas dimensões da tragédia e a complexidade do tema, o artigo utilizou, como fio condutor, as concepções e práticas vinculadas ao paradigma do enfrentamento, tal como proposto em “As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e defesa planetária” (MARTINS, 2021).
Este artigo buscou, seguindo a abordagem de Nancy Nercessian (1995), identificar como especulações e ensaios insipientes se articularam e amadureceram ao longo do século XX, até constituírem os paradigmas contemporâneos de segurança. Para efeito da discussão, o termo “paradigma de segurança” é tomado como conjunto coerente de ideias capaz de orientar a percepção e a ação individual e coletiva no campo dos riscos e desastres. A partir da investigação do percurso cognitivo-histórico foram identificados cinco paradigmas estruturantes e a ascensão recente de uma abordagem transversal – a defesa planetária.
Num segundo momento propõe-se o entendimento das inteligências coletivas como híbridos decomponentes autopoiéticos e alopoiéticos. Por fim, são apresentados os conceitos de assimetria informacional e uma classificação de inteligências coletivas, adaptada a partir da proposição de Malone (2018). Conclui-se que a crise instalada se dá no interior de uma sociedade com alta assimetria informacional, onde há espaços cada vez mais generosos para a dúvida, a desconfiança e a incompreensão. E que a crescente expansão da rede de artefatos e das bases de dados digitais está criando condições para o surgimento de uma nova e mais profunda compreensão do mundo.
Neurociências e Inteligência Artificial by Leonardo B Martins
História Militar by Leonardo B Martins
ABSTRACT: Este artigo, à luz dos referenciais teóricos e metodológicos de inovação militar e cultura estratégica, apresenta uma proposta de abordagem que visa indicar as condições que favorecem a inovação em defesa, tanto “fechada” quanto “aberta”. Casos concretos são utilizados para ilustrar a aplicação dos conceitos apresentados e, por fim o emprego da aeronave não tripulada de origem turca Bayraktar TB-2 é brevemente analisado. Concluiu-se que (1) a cultura estratégica, embora seja considerada na literatura contemporânea um fator interveniente da inovação militar, pode ser mais bem compreendida como propulsora da inovação; (2) que o paradigma corrente na base industrial de defesa ocidental é fortemente influenciado pela cultura estratégica norte-americana de alto conteúdo inovador e altos custos; e (3) existem percursos de inovação alternativos para potências médias, em que a articulação de sistemas de diferentes níveis de complexidade tecnológica a partir da inovação operacional ganham destaque na construção de capacidades militares.
Artigo também disponivel no site da revista em: <https://inteligencia.insightnet.com.br/do-nilo-a-ucrania-breviario-da-inovacao-militar-na-guerra-moderna/>
I challenge the contemporary overuse of the term "resilience" in disaster management and risk reduction, proposing a critical reassessment of its role in public and private discourse. The article argues that "resilience" has become a feel-good term, diluting the seriousness of existential risks that threaten modern society.
Drawing from historical examples and systemic analysis, I propose that sociotechnical systems must be reimagined to better cope with growing risks, and that Future Studies should play a more significant role in disaster risk reduction (DRR) initiatives.
Check out the full article to dive deeper into how the Mary Rose Effect can help us rethink disaster management in an era of rapid technological change, increasing environmental degradation, and complex global interdependencies.
Este artigo visa atender à necessidade de reflexão sobre a defesa civil no Brasil, reconstituindo as perspectivas históricas que influenciaram a forma como o setor aborda os grandes desastres. Para dar materialidade às discussões, a realidade do município de Petrópolis é brevemente discutida, escolha que atendeu ao imperativo imposto pelos desastres recém-sofridos pela cidade, decorrentes das chuvas torrenciais do dia 15 de fevereiro. Considerando as múltiplas dimensões da tragédia e a complexidade do tema, o artigo utilizou, como fio condutor, as concepções e práticas vinculadas ao paradigma do enfrentamento, tal como proposto em “As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e defesa planetária” (MARTINS, 2021).
Este artigo buscou, seguindo a abordagem de Nancy Nercessian (1995), identificar como especulações e ensaios insipientes se articularam e amadureceram ao longo do século XX, até constituírem os paradigmas contemporâneos de segurança. Para efeito da discussão, o termo “paradigma de segurança” é tomado como conjunto coerente de ideias capaz de orientar a percepção e a ação individual e coletiva no campo dos riscos e desastres. A partir da investigação do percurso cognitivo-histórico foram identificados cinco paradigmas estruturantes e a ascensão recente de uma abordagem transversal – a defesa planetária.
Num segundo momento propõe-se o entendimento das inteligências coletivas como híbridos decomponentes autopoiéticos e alopoiéticos. Por fim, são apresentados os conceitos de assimetria informacional e uma classificação de inteligências coletivas, adaptada a partir da proposição de Malone (2018). Conclui-se que a crise instalada se dá no interior de uma sociedade com alta assimetria informacional, onde há espaços cada vez mais generosos para a dúvida, a desconfiança e a incompreensão. E que a crescente expansão da rede de artefatos e das bases de dados digitais está criando condições para o surgimento de uma nova e mais profunda compreensão do mundo.
ABSTRACT: Este artigo, à luz dos referenciais teóricos e metodológicos de inovação militar e cultura estratégica, apresenta uma proposta de abordagem que visa indicar as condições que favorecem a inovação em defesa, tanto “fechada” quanto “aberta”. Casos concretos são utilizados para ilustrar a aplicação dos conceitos apresentados e, por fim o emprego da aeronave não tripulada de origem turca Bayraktar TB-2 é brevemente analisado. Concluiu-se que (1) a cultura estratégica, embora seja considerada na literatura contemporânea um fator interveniente da inovação militar, pode ser mais bem compreendida como propulsora da inovação; (2) que o paradigma corrente na base industrial de defesa ocidental é fortemente influenciado pela cultura estratégica norte-americana de alto conteúdo inovador e altos custos; e (3) existem percursos de inovação alternativos para potências médias, em que a articulação de sistemas de diferentes níveis de complexidade tecnológica a partir da inovação operacional ganham destaque na construção de capacidades militares.
Artigo também disponivel no site da revista em: <https://inteligencia.insightnet.com.br/do-nilo-a-ucrania-breviario-da-inovacao-militar-na-guerra-moderna/>