Podcasts by Hayanne P Grangeiro

Translatio Cast, 2021
Neste novo episódio, o Translatio Cast traz uma homenagem ao mês das mulheres. E, para isto, cont... more Neste novo episódio, o Translatio Cast traz uma homenagem ao mês das mulheres. E, para isto, contou com a mediação de Hayanne Porto Grangeiro e Marina Barbosa e com a participação de Ana Luiza Mendes e Roberta Bentes em uma conversa a respeito dos desafios e das possibilidades em pesquisar sobre mulheres e representações femininas no medievo.
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Sugestões de leitura:
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Maria de Ventadorn: domna, trobairitz e patrona. In: II Seminário de Estudos Históricos da Universidade Federal do Paraná, 2019, Curitiba. Disponível em: https://4c01232b-74a4-4918-9414-f9240...
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Leonor d’Aquitânia: a loba sedenta por poder e conhecimento. In: II Seminário de Mulheres na História, na Literatura e nas Artes: entre práticas e representações, 2019, Curitiba. Disponível em: https://54fb042c-298b-4229-be8d-37c5d...
BRUCKNER, Matilda; SHEPARD, Laurie; WHITE, Sarah. Songs of the Women Troubadours. New York e London: Routledge, 2000.
COSTA, Marcos Roberto Nunes; COSTA, Rafael Ferreira. Mulheres intelectuais na Idade Média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística. Porto Alegre: Editor Fi, 2019.
DAMICO, Helen; OLSEN, Alexandra Hennessey (Ed.). New readings on Women in Old English Literature. Bloomington, Indiana: Indiana University Press, 1990.
DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das Mulheres no ocidente. V.2 A Idade Média. Porto: Edições Afrontamento, 1990.
FUENTE, María Jesús. Querella o querellas de las mujeres: el discurso sobre la naturaleza femenina. CUADERNOS KÓRE Vol 1, Nº 1 (2009).
KLAPISCH-ZUBER, Christiane. “Masculino/feminino”. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Coods.) Dicionário analítico do Ocidente Medieval. V.2. São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
KLEIN, Stacy S. Ruling Women: Queenship and Gender in Anglo-Saxon Literature. Indiana: University of Notre Dame Press, 2006.
LEYSER, Henrieta. Medieval Women – A Social History of Women in England (450- 1500). Londres: Phoenix Press, 1996.
MATOS, Maria Izilda S. de. Por uma história da mulher. Bauru: EDUSC, 2000.
MENDES, Ana Luiza. Imagens de Heloísa: uma filósofa medieval e sua justa entre o amor e a razão. [Capítulo de livro no prelo]
PARSONS, John Carmi. Medieval Queenship. New York: St. Martin's Press, 1998.
POYATOS, Andrea Pagès. El Queenship como modelo teórico de poder formal e informal aplicado a la nobleza: apuntes para una propuesta metodológica. Journal of Feminist, Gender and Women Studies, n.5, mar., 2017.
SCOTT, Joan. História das Mulheres. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 3ª Reimpressão, 2011.
STEPHENS, Sonya (ed.). A history of women’s writing in France. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

TranslatioCast, 2021
Dando continuidade à série sobre Literaturas Medievais, este episódio do Translatio Cast conta co... more Dando continuidade à série sobre Literaturas Medievais, este episódio do Translatio Cast conta com a mediação de Hayanne Porto Grangeiro e Luan Morais em uma conversa com os professores Edmar Checon de Freitas (UFF) e Renata Nascimento (UFG - Regional Jataí/ UEG/ PUC-Goiás) sobre Hagiografias, Relíquias e Santidades.
Produção: Hayanne Porto Grangeiro e Luan Lucas Morais
Edição: Caio Féo e Hayanne Porto Grangeiro
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Sugestões de leitura:
BOZÓKY, Edina. La Politique Des Reliques- de Constantin à Saint Louis. Paris: Beauchesne, 2006.
BOZOKY, Edina. Le Moyen Âge miraculeux. Paris: Riveneuve, 2010.
BROWN, Peter. The cult of the saints. Its rise and function in Latin Christianity. Chicago: The University of Chicago Press, 1981.
COSTA, Paula Pinto & NASCIMENTO, Renata Cristina de S. A Visibilidade do Sagrado. Relíquias Cristãs na Idade Média. Curitiba: Prismas, 2017.
GAJANO, Sophia Boesch (Org.). Santità, culti, agiografia: temi e prospettive. Roma: Viella, 1997. GEARY, Patrick. Furta sacra: theft of relics in the Central Midle Ages. Princeton: Princeton University Press, 1978.
GOLINELLI, Paolo (Org.). Il publico dei santi: forme e livelli di ricezione dei messagi agiografici. Roma: Viella, 2000. HAGIOGRAPHIE, cultures et societés. Actes du colloque organisé à Nanterre et Paris (2-5 mai 1979). Paris : Études Augustiniennes, 1981.
HEFFERNAN, Thomas. Sacred biography: saints and their biographers in Middle Ages. New York: Oxford University Press, 1988.
LUONGO, Gennaro (Org.). Scrivere dei santi. Roma: Viella, 1998.
MIATELLO, André Luis Pereira. Santos e Pregadores nas Cidades Medievais Italianas: Retórica cívica e hagiografia. BH: Fino Traço, 2013.
REBELO, António Manuel R. A estratégia política através da hagiografia. In. JIMÉNEZ, Aurélio P; FERREIRA, José R; FIALHO, Maria do Céu. O Retrato e a Biografia como estratégia de teorização política. Málaga: Imprensa da Universidade de Coimbra/ Universidad de Málaga, 2004.
SIGAL, Pierre André. L’homme et le miracle dans la France médiévale. XIe-XIII siècle. Paris: Ẽditions du Cerf, 1985.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da & SILVA, Leila Rodrigues da (Org). Mártires, Confessores e Virgens. O Culto Aos Santos No Ocidente Medieval. Petrópolis: Vozes, 2016.
VAN DAM, Raymond. Saints and their miracles in Late Antique Gaul. Princeton: Princeton University Press, 1993.
VAUCHEZ, André. La sainteté en Occident aux derniers siècles du Moyen Age: d'après les procès de canonisation et les documents hagiographiques. Rome: École Française de Rome, 1988.
VAUCHEZ, André. Santidade. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional, 1987. v. 12, p. 287-300.

TranslatioCast, 2020
O TranslatioCast está de volta e com novidades! Dando início a um novo formato, o mestrando Caio ... more O TranslatioCast está de volta e com novidades! Dando início a um novo formato, o mestrando Caio Féo e o doutorando Lucas Girardi recebem as mestras Hayanne Porto e Nathália de Ornelas e o doutorando Luan Morais para o primeiro episódio da série “Entre o oral e o escrito: as literaturas medievais”.
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Em nossa conversa, abordamos algumas questões sobre a ideia de “literatura” na Idade Média, bem como as possíveis reflexões e estudos desenvolvidos sob essa perspectiva, preocupando-se com íntima relação da escrita e da oralidade no período.
Referências:
BORGES, Jorge Luis. Literaturas Germánicas Medievales. Madri: Alianza Editorial, S.A., 2000.
CANDIDO, Antonio. Literatura como sistema. In: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1º volume (1750-1836). 6. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000, p. 23-25.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Narrativa, sentido, história. Campinas, SP: Papirus, 1997.
EAGLETON, Terry. Introdução: o que é literatura? In: EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. 5. ed. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 1-22.
FACINA, Adriana. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, Coleção Passo-a-Passo, n. 48, 2004.
SOUZA, Roberto Acízelo de. Literatura. In: E-Dicionário de Termos Literários (EDTL). Coord. Carlos Ceia. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa - FCSH/UNL. Disponível em: <https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/literatura/>. Acesso em: 12 set. 2020.
LIMA, Luiz Costa. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SPINA, Segismundo. A cultura literária medieval. 3ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
ZINK, Michel. Literatura(s). In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (orgs.). Dicionário analítico do Ocidente medieval.São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
MA Thesis/Dissertação by Hayanne P Grangeiro

Dissertação de Mestrado, 2020
Os novos rumos e perspectivas apresentados pela Nova História tiveram grande repercussão na produ... more Os novos rumos e perspectivas apresentados pela Nova História tiveram grande repercussão na produção historiográfica a partir da década de 1970, sendo o campo de História das Mulheres um dos impulsionadores de um novo sujeito histórico. Os reflexos destas novas propostas foram intensamente sentidos na área de estudos anglo-saxões que, assim como nas demais, se propuseram a iniciar o movimento de registrar uma História mais plural. No entanto, é possível perceber a manifestação de certas limitações em termos de metodologia e contextualização em alguns trabalhos que consideram as mulheres anglo-saxãs como seu tema central.
Buscando contribuir academicamente para as produções do campo de História das Mulheres referentes ao período anglo-saxão, esta dissertação se propõe a rever o desempenho das mulheres da aristocracia anglo-saxã na sociedade em questão. Assim, ao tomar Beowulf como a fonte de análise para a realização desta pesquisa, se buscará compreender o processo de representação atribuído às mulheres anglo-saxãs dos séculos VII e VIII a partir das personagens de Wealhtheow, Hildeburh e Mãe de Grendel. Em paralelo, será realizada a contextualização das práticas políticas e sociais em que estas estão envolvidas na narrativa, como o sistema de comitatus, as relações de parentesco e o direito à vingança.
***
The new perspectives presented by the New History in the 1970s had a huge impact in the historiographical production and the field of History of Women was one of the supporters of a new historical subject. The consequences of these new proposals were intensely felt in the area of anglo-saxon studies as well as in the other areas and their common goal became to write a more diverse History. However, it is possible to notice a context and methodological limitations related to some studies that take the anglo-saxon women as their central theme.
Thus, looking for contribute in an academic way to the productions of anglo-saxon studies related to the field of History of Women, this MA thesis aims to clarify the roles played by the aristocratic women in the anglo-saxon society. Since the epic Beowulf has been taken as the source to develop this research, the representation process experienced by anglo-saxon women of the 7th and 8th centuries will take place at the analysis of Wealhtheow, Hildeburh and Grendel’s Mother characters. Besides, a political and social context will be given to the practices in which they are involved in the poem, such as the comitatus, kinship relations and the right to revenge.
Papers/Artigos by Hayanne P Grangeiro

Revista História em Curso - PUC Minas, 2021
Das diversas maneiras as quais pretenderam-se – e ainda se pretendem – manifestar, as produções l... more Das diversas maneiras as quais pretenderam-se – e ainda se pretendem – manifestar, as produções literárias mobilizam audiências que vão de admiradores a críticos literários. Quando consideradas fontes documentais de um determinado período histórico, as obras literárias recebem um novo olhar, seguido de novas perguntas e reflexões a seu respeito. Desse modo, partindo da perspectiva de que a produção literária é uma manifestação cultural que permite compreender a representação social ou até mesmo política do período em que fora produzida, este artigo objetiva abordar a historicidade do conceito de literatura em conjunto ao esclarecimento de sua própria relação com a sociedade. Essas reflexões serão exemplificadas por intermédio das pesquisas realizadas pelos autores nos últimos dois anos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, partindo da análise de obras literárias medievais provenientes das regiões insulares ao oeste da Europa.
Vozes, Pretérito e Devir - Revista de História da UESPI, 2021
Vários foram os reflexos das novas perspectivas propostas pela Nova História no fazer historiográ... more Vários foram os reflexos das novas perspectivas propostas pela Nova História no fazer historiográfico. E, sendo os campos de História das Mulheres e Estudos de Gênero desdobramentos da nova forma de pensar desta corrente, a pluralidade de sujeitos históricos promovida por eles possibilitou rever como as relações políticas e sociais foram postas ao longo da História. Pode-se dizer que os estudos medievais não ficaram de fora deste movimento e estas novas abordagens teórico-metodológicas promoveram discussões que permitiram que a figura feminina medieval saísse da invisibilidade que a historiográfica tradicional a colocou.
Interviews/Entrevistas by Hayanne P Grangeiro

Entrevista, 2021
Dando continuidade à série de Literaturas Medievais iniciada no último ano de 2020 a partir do ep... more Dando continuidade à série de Literaturas Medievais iniciada no último ano de 2020 a partir do episódio "Literatura medieval: entre o oral e o escrito" do Translatio Cast, buscaremos aprofundar neste Translatio Entrevista algumas reflexões e questionamentos a respeito da produção literária medieval mais específica: a literatura hagiográfica. E, dialogando com o recém lançado episódio "Literatura hagiográfica, relíquias e santidades" (01/03/2021), aqui contaremos com a contribuição do Professor Dominique Vieira Coelho dos Santos e os seus conhecimentos sobre literatura medieval irlandesa e a figura de São Patrício.
Antes de prosseguir à entrevista, cabe-nos uma rápida contextualização sobre o panorama literário na Irlanda Medieval. Conhecida por possuir o corpus documental vernacular mais antigo da Europa Ocidental, a Ilha Esmeralda ainda é pouco conhecida na medievalística brasileira e sua produção cultural, bem como literária, ainda é comumente reduzida à figura de São Patrício. Embora este tenha sido responsável pela produção dos primeiros documentos escritos na Ilha-sua Confissão e sua Carta aos soldados de Coroticus, ambas do século V-, o quadro narrativo e literário da Irlanda é permeado por um vasto número de produções e gêneros que abrangem desde a vida dos santos e santas vinculados à ilha, bem como crônicas, pseudo-história, eulogias, sagas e mitos, tendo inicialmente estas obras circulado pela via oral e posteriormente compiladas em registros bilíngues (latim-irlandês antigo) entre os séculos VI-XII. Logo, essa variabilidade de temas e objetos salta aos olhos dos pesquisadores interessados em conhecer um pouco mais sobre a Ilha Esmeralda durante o medievo. Esperamos que a entrevista a seguir aguce interesses prévios, aprofunde reflexões em curso e que auxilie na difusão do conhecimento histórico e suas relações com a literatura na produção da pesquisa científica.
Entrevista publicada em 01/02/2021 no Blog do Translatio Studii: http://grupotranslatiostudii.blogspot.com/2021/03/translatio-entrevista-dominique-vieira.html
Entrevista, 2020
No ano de 2020, com o avanço da pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social, que inclu... more No ano de 2020, com o avanço da pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social, que incluem a suspensão de atividades presenciais em escolas e universidades, o debate sobre o uso de tecnologias na educação e a adoção da modalidade EAD – já previstos em documentos como LDB/96 e os PCNs – foi impulsionado, mobilizando as atenções não apenas de educadores, pesquisadores e gestores públicos, mas dos meios midiáticos e de diversos setores da sociedade. Nesse sentido, consideramos que aspectos como os destacados pelo professor Douglas Mota na entrevista a seguir trazem relevantes contribuições tanto para o Ensino de História e a formação de professores como para o debate acerca das políticas educacionais adotadas nos últimos anos no Brasil.
Books by Hayanne P Grangeiro

Capítulo de livro, 2020
A proposta do livro é apresentar a história das mulheres e das relações de gênero em dois momento... more A proposta do livro é apresentar a história das mulheres e das relações de gênero em dois momentos distintos, a Idade Média europeia e o Brasil Contemporâneo. O que a princípio pode gerar um estranhamento, porém, ganha sentido quando pensamos dentro da perspectiva da longa duração no campo da História Cultural. Consideramos
continuidades e transformações de estruturas de pensamento e comportamentos nas relações entre homens e mulheres.
Os dezesseis capítulos que aqui apresentamos, quando pensados em conjunto, têm o objetivo de provocar a reflexão sobre as tensões entre sistemas normativos e práticas femininas no plano das relações de poder entre os sexos. Esta perspectiva
nos instiga a indagar, por exemplo, como em situações de crise e adversidades de diferentes ordens é recorrente recair sobre o gênero feminino a responsabilidade pela degradação e o infortúnio dos homens e da sociedade.
A ideia de promiscuidade e perversidade feminina como fatores desagregadores em sociedades patriarcais pode ser verificado nos discursos de ordem moral e nas tentativas de controle do corpo e da mente da mulher, sobretudo da sexualidade e do direito reprodutivo. Assim, sob diferentes roupagens a violência de gênero, seja na
forma psicológica, simbólica ou física, atravessa o tempo respaldado por instituições religiosas, pelas ciências, pelo Estado ou mesmo pelo conjunto de práticas coletivas.
Igualmente conseguimos, por meio de um escopo muito variado de fontes, identificar no cotidiano dos inúmeros femininos do medievo e da contemporaneidade práticas mais ou menos transgressoras que romperam ou negociaram direta ou indiretamente com as formas de poder e a violência perpetradas pelo sexo oposto. Mas nos afastamos de uma história vitimista ou meramente denunciativa.
Apresentamos mulheres que se apoderaram de si e de suas histórias por meio das múltiplas formas de escrita e leitura; da prática de um ofício; do cultivo do saber intelectual; da participação política; da vivência do sacerdócio; da formação de laços de amizade e relações amorosas de diferentes ordens; do exercício da própria sexualidade; da apropriação e ressignificação do direito reprodutivo e da experiência da
maternidade; e, sobretudo, do domínio de suas vidas por meio do controle dos seus próprios corpos.
As pesquisas se articularam em dois eixos que não podem ser pensados de forma isolada: a experiência do corpo feminino como local de experimentação e ação política e a conquista do universo letrado como estratégia de intervenção na realidade e construção de si. Sendo cada qual composto por oito capítulos respectivamente.
O corpo aparece como transgressor e as mentes contrariam o estereótipo da mulher como tipo avesso ao universo das Letras e das Ciências e ao fazer político.
Assim, propomos um duplo olhar: revelar imposições masculinas e, ao mesmo tempo, as estratégias femininas cotidianas de subversão que rejeitaram a separação cartesiana entre corpo e mente.
Por fim, provocamos pensar a condição da mulher no Brasil contemporâneo em perspectiva com a experiência do medievo levando em consideração a herança que este transmitiu à sociedade colonial patriarcal. Personagens brancas, indígenas e negras de diferentes origens sociais e territoriais nos trazem histórias que unem
três continentes em tempos diferentes nos revelando desigualdades de condições e, igualmente, formas de resistências e transgressões tecidas nas tramas dos femininos.
É comum ouvirmos dizer que vivemos num tempo que, em muito, assemelha-se à Idade Média. Como historiadoras, sabemos que não é esse o caso. Ainda assim, acreditamos que propor uma obra que trate, conjuntamente, de períodos tão distantes entre si, possa trazer luz tanto sobre nosso conhecimento sobre o Brasil contemporâneo, quanto sobre as pretensas trevas medievais. Nem nossa contemporaneidade é
tão iluminada, nem o Medievo é tão obscuro.
Artigos/Papers by Hayanne P Grangeiro

Revista História em Curso (PUC-MG), 2021
Das diversas maneiras as quais pretenderam-se – e ainda se pretendem – manifestar, as produções l... more Das diversas maneiras as quais pretenderam-se – e ainda se pretendem – manifestar, as produções literárias mobilizam audiências que vão de admiradores a críticos literários. Quando consideradas fontes documentais de um determinado período histórico, as obras literárias recebem um novo olhar, seguido de novas perguntas e reflexões a seu respeito. Desse modo, partindo da perspectiva de que a produção literária é uma manifestação cultural que permite compreender a representação social ou até mesmo política do período em que fora produzida, este artigo objetiva abordar a historicidade do conceito de literatura em conjunto ao esclarecimento de sua própria relação com a sociedade. Essas reflexões serão exemplificadas por intermédio das pesquisas realizadas pelos autores nos últimos dois anos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, partindo da análise de obras literárias medievais provenientes das regiões insulares ao oeste da Europa.
Papers by Hayanne P Grangeiro
Mulheres Tecendo O Tempo: Experiências e Experimentos Femininos No Medievo e Na Contemporaneidade
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Podcasts by Hayanne P Grangeiro
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Sugestões de leitura:
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Maria de Ventadorn: domna, trobairitz e patrona. In: II Seminário de Estudos Históricos da Universidade Federal do Paraná, 2019, Curitiba. Disponível em: https://4c01232b-74a4-4918-9414-f9240...
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Leonor d’Aquitânia: a loba sedenta por poder e conhecimento. In: II Seminário de Mulheres na História, na Literatura e nas Artes: entre práticas e representações, 2019, Curitiba. Disponível em: https://54fb042c-298b-4229-be8d-37c5d...
BRUCKNER, Matilda; SHEPARD, Laurie; WHITE, Sarah. Songs of the Women Troubadours. New York e London: Routledge, 2000.
COSTA, Marcos Roberto Nunes; COSTA, Rafael Ferreira. Mulheres intelectuais na Idade Média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística. Porto Alegre: Editor Fi, 2019.
DAMICO, Helen; OLSEN, Alexandra Hennessey (Ed.). New readings on Women in Old English Literature. Bloomington, Indiana: Indiana University Press, 1990.
DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das Mulheres no ocidente. V.2 A Idade Média. Porto: Edições Afrontamento, 1990.
FUENTE, María Jesús. Querella o querellas de las mujeres: el discurso sobre la naturaleza femenina. CUADERNOS KÓRE Vol 1, Nº 1 (2009).
KLAPISCH-ZUBER, Christiane. “Masculino/feminino”. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Coods.) Dicionário analítico do Ocidente Medieval. V.2. São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
KLEIN, Stacy S. Ruling Women: Queenship and Gender in Anglo-Saxon Literature. Indiana: University of Notre Dame Press, 2006.
LEYSER, Henrieta. Medieval Women – A Social History of Women in England (450- 1500). Londres: Phoenix Press, 1996.
MATOS, Maria Izilda S. de. Por uma história da mulher. Bauru: EDUSC, 2000.
MENDES, Ana Luiza. Imagens de Heloísa: uma filósofa medieval e sua justa entre o amor e a razão. [Capítulo de livro no prelo]
PARSONS, John Carmi. Medieval Queenship. New York: St. Martin's Press, 1998.
POYATOS, Andrea Pagès. El Queenship como modelo teórico de poder formal e informal aplicado a la nobleza: apuntes para una propuesta metodológica. Journal of Feminist, Gender and Women Studies, n.5, mar., 2017.
SCOTT, Joan. História das Mulheres. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 3ª Reimpressão, 2011.
STEPHENS, Sonya (ed.). A history of women’s writing in France. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
Produção: Hayanne Porto Grangeiro e Luan Lucas Morais
Edição: Caio Féo e Hayanne Porto Grangeiro
Link: https://spoti.fi/3sC3H0y
Sugestões de leitura:
BOZÓKY, Edina. La Politique Des Reliques- de Constantin à Saint Louis. Paris: Beauchesne, 2006.
BOZOKY, Edina. Le Moyen Âge miraculeux. Paris: Riveneuve, 2010.
BROWN, Peter. The cult of the saints. Its rise and function in Latin Christianity. Chicago: The University of Chicago Press, 1981.
COSTA, Paula Pinto & NASCIMENTO, Renata Cristina de S. A Visibilidade do Sagrado. Relíquias Cristãs na Idade Média. Curitiba: Prismas, 2017.
GAJANO, Sophia Boesch (Org.). Santità, culti, agiografia: temi e prospettive. Roma: Viella, 1997. GEARY, Patrick. Furta sacra: theft of relics in the Central Midle Ages. Princeton: Princeton University Press, 1978.
GOLINELLI, Paolo (Org.). Il publico dei santi: forme e livelli di ricezione dei messagi agiografici. Roma: Viella, 2000. HAGIOGRAPHIE, cultures et societés. Actes du colloque organisé à Nanterre et Paris (2-5 mai 1979). Paris : Études Augustiniennes, 1981.
HEFFERNAN, Thomas. Sacred biography: saints and their biographers in Middle Ages. New York: Oxford University Press, 1988.
LUONGO, Gennaro (Org.). Scrivere dei santi. Roma: Viella, 1998.
MIATELLO, André Luis Pereira. Santos e Pregadores nas Cidades Medievais Italianas: Retórica cívica e hagiografia. BH: Fino Traço, 2013.
REBELO, António Manuel R. A estratégia política através da hagiografia. In. JIMÉNEZ, Aurélio P; FERREIRA, José R; FIALHO, Maria do Céu. O Retrato e a Biografia como estratégia de teorização política. Málaga: Imprensa da Universidade de Coimbra/ Universidad de Málaga, 2004.
SIGAL, Pierre André. L’homme et le miracle dans la France médiévale. XIe-XIII siècle. Paris: Ẽditions du Cerf, 1985.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da & SILVA, Leila Rodrigues da (Org). Mártires, Confessores e Virgens. O Culto Aos Santos No Ocidente Medieval. Petrópolis: Vozes, 2016.
VAN DAM, Raymond. Saints and their miracles in Late Antique Gaul. Princeton: Princeton University Press, 1993.
VAUCHEZ, André. La sainteté en Occident aux derniers siècles du Moyen Age: d'après les procès de canonisation et les documents hagiographiques. Rome: École Française de Rome, 1988.
VAUCHEZ, André. Santidade. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional, 1987. v. 12, p. 287-300.
Links: https://www.youtube.com/watch?v=ah2q5XjBFE8&ab_channel=TranslatioStudii
https://open.spotify.com/episode/59oOMzKIdiVNROnxntS8Ka
Em nossa conversa, abordamos algumas questões sobre a ideia de “literatura” na Idade Média, bem como as possíveis reflexões e estudos desenvolvidos sob essa perspectiva, preocupando-se com íntima relação da escrita e da oralidade no período.
Referências:
BORGES, Jorge Luis. Literaturas Germánicas Medievales. Madri: Alianza Editorial, S.A., 2000.
CANDIDO, Antonio. Literatura como sistema. In: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1º volume (1750-1836). 6. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000, p. 23-25.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Narrativa, sentido, história. Campinas, SP: Papirus, 1997.
EAGLETON, Terry. Introdução: o que é literatura? In: EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. 5. ed. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 1-22.
FACINA, Adriana. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, Coleção Passo-a-Passo, n. 48, 2004.
SOUZA, Roberto Acízelo de. Literatura. In: E-Dicionário de Termos Literários (EDTL). Coord. Carlos Ceia. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa - FCSH/UNL. Disponível em: <https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/literatura/>. Acesso em: 12 set. 2020.
LIMA, Luiz Costa. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SPINA, Segismundo. A cultura literária medieval. 3ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
ZINK, Michel. Literatura(s). In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (orgs.). Dicionário analítico do Ocidente medieval.São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
MA Thesis/Dissertação by Hayanne P Grangeiro
Buscando contribuir academicamente para as produções do campo de História das Mulheres referentes ao período anglo-saxão, esta dissertação se propõe a rever o desempenho das mulheres da aristocracia anglo-saxã na sociedade em questão. Assim, ao tomar Beowulf como a fonte de análise para a realização desta pesquisa, se buscará compreender o processo de representação atribuído às mulheres anglo-saxãs dos séculos VII e VIII a partir das personagens de Wealhtheow, Hildeburh e Mãe de Grendel. Em paralelo, será realizada a contextualização das práticas políticas e sociais em que estas estão envolvidas na narrativa, como o sistema de comitatus, as relações de parentesco e o direito à vingança.
***
The new perspectives presented by the New History in the 1970s had a huge impact in the historiographical production and the field of History of Women was one of the supporters of a new historical subject. The consequences of these new proposals were intensely felt in the area of anglo-saxon studies as well as in the other areas and their common goal became to write a more diverse History. However, it is possible to notice a context and methodological limitations related to some studies that take the anglo-saxon women as their central theme.
Thus, looking for contribute in an academic way to the productions of anglo-saxon studies related to the field of History of Women, this MA thesis aims to clarify the roles played by the aristocratic women in the anglo-saxon society. Since the epic Beowulf has been taken as the source to develop this research, the representation process experienced by anglo-saxon women of the 7th and 8th centuries will take place at the analysis of Wealhtheow, Hildeburh and Grendel’s Mother characters. Besides, a political and social context will be given to the practices in which they are involved in the poem, such as the comitatus, kinship relations and the right to revenge.
Papers/Artigos by Hayanne P Grangeiro
Interviews/Entrevistas by Hayanne P Grangeiro
Antes de prosseguir à entrevista, cabe-nos uma rápida contextualização sobre o panorama literário na Irlanda Medieval. Conhecida por possuir o corpus documental vernacular mais antigo da Europa Ocidental, a Ilha Esmeralda ainda é pouco conhecida na medievalística brasileira e sua produção cultural, bem como literária, ainda é comumente reduzida à figura de São Patrício. Embora este tenha sido responsável pela produção dos primeiros documentos escritos na Ilha-sua Confissão e sua Carta aos soldados de Coroticus, ambas do século V-, o quadro narrativo e literário da Irlanda é permeado por um vasto número de produções e gêneros que abrangem desde a vida dos santos e santas vinculados à ilha, bem como crônicas, pseudo-história, eulogias, sagas e mitos, tendo inicialmente estas obras circulado pela via oral e posteriormente compiladas em registros bilíngues (latim-irlandês antigo) entre os séculos VI-XII. Logo, essa variabilidade de temas e objetos salta aos olhos dos pesquisadores interessados em conhecer um pouco mais sobre a Ilha Esmeralda durante o medievo. Esperamos que a entrevista a seguir aguce interesses prévios, aprofunde reflexões em curso e que auxilie na difusão do conhecimento histórico e suas relações com a literatura na produção da pesquisa científica.
Entrevista publicada em 01/02/2021 no Blog do Translatio Studii: http://grupotranslatiostudii.blogspot.com/2021/03/translatio-entrevista-dominique-vieira.html
Books by Hayanne P Grangeiro
continuidades e transformações de estruturas de pensamento e comportamentos nas relações entre homens e mulheres.
Os dezesseis capítulos que aqui apresentamos, quando pensados em conjunto, têm o objetivo de provocar a reflexão sobre as tensões entre sistemas normativos e práticas femininas no plano das relações de poder entre os sexos. Esta perspectiva
nos instiga a indagar, por exemplo, como em situações de crise e adversidades de diferentes ordens é recorrente recair sobre o gênero feminino a responsabilidade pela degradação e o infortúnio dos homens e da sociedade.
A ideia de promiscuidade e perversidade feminina como fatores desagregadores em sociedades patriarcais pode ser verificado nos discursos de ordem moral e nas tentativas de controle do corpo e da mente da mulher, sobretudo da sexualidade e do direito reprodutivo. Assim, sob diferentes roupagens a violência de gênero, seja na
forma psicológica, simbólica ou física, atravessa o tempo respaldado por instituições religiosas, pelas ciências, pelo Estado ou mesmo pelo conjunto de práticas coletivas.
Igualmente conseguimos, por meio de um escopo muito variado de fontes, identificar no cotidiano dos inúmeros femininos do medievo e da contemporaneidade práticas mais ou menos transgressoras que romperam ou negociaram direta ou indiretamente com as formas de poder e a violência perpetradas pelo sexo oposto. Mas nos afastamos de uma história vitimista ou meramente denunciativa.
Apresentamos mulheres que se apoderaram de si e de suas histórias por meio das múltiplas formas de escrita e leitura; da prática de um ofício; do cultivo do saber intelectual; da participação política; da vivência do sacerdócio; da formação de laços de amizade e relações amorosas de diferentes ordens; do exercício da própria sexualidade; da apropriação e ressignificação do direito reprodutivo e da experiência da
maternidade; e, sobretudo, do domínio de suas vidas por meio do controle dos seus próprios corpos.
As pesquisas se articularam em dois eixos que não podem ser pensados de forma isolada: a experiência do corpo feminino como local de experimentação e ação política e a conquista do universo letrado como estratégia de intervenção na realidade e construção de si. Sendo cada qual composto por oito capítulos respectivamente.
O corpo aparece como transgressor e as mentes contrariam o estereótipo da mulher como tipo avesso ao universo das Letras e das Ciências e ao fazer político.
Assim, propomos um duplo olhar: revelar imposições masculinas e, ao mesmo tempo, as estratégias femininas cotidianas de subversão que rejeitaram a separação cartesiana entre corpo e mente.
Por fim, provocamos pensar a condição da mulher no Brasil contemporâneo em perspectiva com a experiência do medievo levando em consideração a herança que este transmitiu à sociedade colonial patriarcal. Personagens brancas, indígenas e negras de diferentes origens sociais e territoriais nos trazem histórias que unem
três continentes em tempos diferentes nos revelando desigualdades de condições e, igualmente, formas de resistências e transgressões tecidas nas tramas dos femininos.
É comum ouvirmos dizer que vivemos num tempo que, em muito, assemelha-se à Idade Média. Como historiadoras, sabemos que não é esse o caso. Ainda assim, acreditamos que propor uma obra que trate, conjuntamente, de períodos tão distantes entre si, possa trazer luz tanto sobre nosso conhecimento sobre o Brasil contemporâneo, quanto sobre as pretensas trevas medievais. Nem nossa contemporaneidade é
tão iluminada, nem o Medievo é tão obscuro.
Artigos/Papers by Hayanne P Grangeiro
Papers by Hayanne P Grangeiro
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Sugestões de leitura:
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Maria de Ventadorn: domna, trobairitz e patrona. In: II Seminário de Estudos Históricos da Universidade Federal do Paraná, 2019, Curitiba. Disponível em: https://4c01232b-74a4-4918-9414-f9240...
BENTES, Roberta Macedo da Gama. Leonor d’Aquitânia: a loba sedenta por poder e conhecimento. In: II Seminário de Mulheres na História, na Literatura e nas Artes: entre práticas e representações, 2019, Curitiba. Disponível em: https://54fb042c-298b-4229-be8d-37c5d...
BRUCKNER, Matilda; SHEPARD, Laurie; WHITE, Sarah. Songs of the Women Troubadours. New York e London: Routledge, 2000.
COSTA, Marcos Roberto Nunes; COSTA, Rafael Ferreira. Mulheres intelectuais na Idade Média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística. Porto Alegre: Editor Fi, 2019.
DAMICO, Helen; OLSEN, Alexandra Hennessey (Ed.). New readings on Women in Old English Literature. Bloomington, Indiana: Indiana University Press, 1990.
DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das Mulheres no ocidente. V.2 A Idade Média. Porto: Edições Afrontamento, 1990.
FUENTE, María Jesús. Querella o querellas de las mujeres: el discurso sobre la naturaleza femenina. CUADERNOS KÓRE Vol 1, Nº 1 (2009).
KLAPISCH-ZUBER, Christiane. “Masculino/feminino”. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Coods.) Dicionário analítico do Ocidente Medieval. V.2. São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
KLEIN, Stacy S. Ruling Women: Queenship and Gender in Anglo-Saxon Literature. Indiana: University of Notre Dame Press, 2006.
LEYSER, Henrieta. Medieval Women – A Social History of Women in England (450- 1500). Londres: Phoenix Press, 1996.
MATOS, Maria Izilda S. de. Por uma história da mulher. Bauru: EDUSC, 2000.
MENDES, Ana Luiza. Imagens de Heloísa: uma filósofa medieval e sua justa entre o amor e a razão. [Capítulo de livro no prelo]
PARSONS, John Carmi. Medieval Queenship. New York: St. Martin's Press, 1998.
POYATOS, Andrea Pagès. El Queenship como modelo teórico de poder formal e informal aplicado a la nobleza: apuntes para una propuesta metodológica. Journal of Feminist, Gender and Women Studies, n.5, mar., 2017.
SCOTT, Joan. História das Mulheres. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 3ª Reimpressão, 2011.
STEPHENS, Sonya (ed.). A history of women’s writing in France. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
Produção: Hayanne Porto Grangeiro e Luan Lucas Morais
Edição: Caio Féo e Hayanne Porto Grangeiro
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Sugestões de leitura:
BOZÓKY, Edina. La Politique Des Reliques- de Constantin à Saint Louis. Paris: Beauchesne, 2006.
BOZOKY, Edina. Le Moyen Âge miraculeux. Paris: Riveneuve, 2010.
BROWN, Peter. The cult of the saints. Its rise and function in Latin Christianity. Chicago: The University of Chicago Press, 1981.
COSTA, Paula Pinto & NASCIMENTO, Renata Cristina de S. A Visibilidade do Sagrado. Relíquias Cristãs na Idade Média. Curitiba: Prismas, 2017.
GAJANO, Sophia Boesch (Org.). Santità, culti, agiografia: temi e prospettive. Roma: Viella, 1997. GEARY, Patrick. Furta sacra: theft of relics in the Central Midle Ages. Princeton: Princeton University Press, 1978.
GOLINELLI, Paolo (Org.). Il publico dei santi: forme e livelli di ricezione dei messagi agiografici. Roma: Viella, 2000. HAGIOGRAPHIE, cultures et societés. Actes du colloque organisé à Nanterre et Paris (2-5 mai 1979). Paris : Études Augustiniennes, 1981.
HEFFERNAN, Thomas. Sacred biography: saints and their biographers in Middle Ages. New York: Oxford University Press, 1988.
LUONGO, Gennaro (Org.). Scrivere dei santi. Roma: Viella, 1998.
MIATELLO, André Luis Pereira. Santos e Pregadores nas Cidades Medievais Italianas: Retórica cívica e hagiografia. BH: Fino Traço, 2013.
REBELO, António Manuel R. A estratégia política através da hagiografia. In. JIMÉNEZ, Aurélio P; FERREIRA, José R; FIALHO, Maria do Céu. O Retrato e a Biografia como estratégia de teorização política. Málaga: Imprensa da Universidade de Coimbra/ Universidad de Málaga, 2004.
SIGAL, Pierre André. L’homme et le miracle dans la France médiévale. XIe-XIII siècle. Paris: Ẽditions du Cerf, 1985.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da & SILVA, Leila Rodrigues da (Org). Mártires, Confessores e Virgens. O Culto Aos Santos No Ocidente Medieval. Petrópolis: Vozes, 2016.
VAN DAM, Raymond. Saints and their miracles in Late Antique Gaul. Princeton: Princeton University Press, 1993.
VAUCHEZ, André. La sainteté en Occident aux derniers siècles du Moyen Age: d'après les procès de canonisation et les documents hagiographiques. Rome: École Française de Rome, 1988.
VAUCHEZ, André. Santidade. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional, 1987. v. 12, p. 287-300.
Links: https://www.youtube.com/watch?v=ah2q5XjBFE8&ab_channel=TranslatioStudii
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Em nossa conversa, abordamos algumas questões sobre a ideia de “literatura” na Idade Média, bem como as possíveis reflexões e estudos desenvolvidos sob essa perspectiva, preocupando-se com íntima relação da escrita e da oralidade no período.
Referências:
BORGES, Jorge Luis. Literaturas Germánicas Medievales. Madri: Alianza Editorial, S.A., 2000.
CANDIDO, Antonio. Literatura como sistema. In: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1º volume (1750-1836). 6. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000, p. 23-25.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Narrativa, sentido, história. Campinas, SP: Papirus, 1997.
EAGLETON, Terry. Introdução: o que é literatura? In: EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. 5. ed. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 1-22.
FACINA, Adriana. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, Coleção Passo-a-Passo, n. 48, 2004.
SOUZA, Roberto Acízelo de. Literatura. In: E-Dicionário de Termos Literários (EDTL). Coord. Carlos Ceia. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa - FCSH/UNL. Disponível em: <https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/literatura/>. Acesso em: 12 set. 2020.
LIMA, Luiz Costa. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SPINA, Segismundo. A cultura literária medieval. 3ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
ZINK, Michel. Literatura(s). In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (orgs.). Dicionário analítico do Ocidente medieval.São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Buscando contribuir academicamente para as produções do campo de História das Mulheres referentes ao período anglo-saxão, esta dissertação se propõe a rever o desempenho das mulheres da aristocracia anglo-saxã na sociedade em questão. Assim, ao tomar Beowulf como a fonte de análise para a realização desta pesquisa, se buscará compreender o processo de representação atribuído às mulheres anglo-saxãs dos séculos VII e VIII a partir das personagens de Wealhtheow, Hildeburh e Mãe de Grendel. Em paralelo, será realizada a contextualização das práticas políticas e sociais em que estas estão envolvidas na narrativa, como o sistema de comitatus, as relações de parentesco e o direito à vingança.
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The new perspectives presented by the New History in the 1970s had a huge impact in the historiographical production and the field of History of Women was one of the supporters of a new historical subject. The consequences of these new proposals were intensely felt in the area of anglo-saxon studies as well as in the other areas and their common goal became to write a more diverse History. However, it is possible to notice a context and methodological limitations related to some studies that take the anglo-saxon women as their central theme.
Thus, looking for contribute in an academic way to the productions of anglo-saxon studies related to the field of History of Women, this MA thesis aims to clarify the roles played by the aristocratic women in the anglo-saxon society. Since the epic Beowulf has been taken as the source to develop this research, the representation process experienced by anglo-saxon women of the 7th and 8th centuries will take place at the analysis of Wealhtheow, Hildeburh and Grendel’s Mother characters. Besides, a political and social context will be given to the practices in which they are involved in the poem, such as the comitatus, kinship relations and the right to revenge.
Antes de prosseguir à entrevista, cabe-nos uma rápida contextualização sobre o panorama literário na Irlanda Medieval. Conhecida por possuir o corpus documental vernacular mais antigo da Europa Ocidental, a Ilha Esmeralda ainda é pouco conhecida na medievalística brasileira e sua produção cultural, bem como literária, ainda é comumente reduzida à figura de São Patrício. Embora este tenha sido responsável pela produção dos primeiros documentos escritos na Ilha-sua Confissão e sua Carta aos soldados de Coroticus, ambas do século V-, o quadro narrativo e literário da Irlanda é permeado por um vasto número de produções e gêneros que abrangem desde a vida dos santos e santas vinculados à ilha, bem como crônicas, pseudo-história, eulogias, sagas e mitos, tendo inicialmente estas obras circulado pela via oral e posteriormente compiladas em registros bilíngues (latim-irlandês antigo) entre os séculos VI-XII. Logo, essa variabilidade de temas e objetos salta aos olhos dos pesquisadores interessados em conhecer um pouco mais sobre a Ilha Esmeralda durante o medievo. Esperamos que a entrevista a seguir aguce interesses prévios, aprofunde reflexões em curso e que auxilie na difusão do conhecimento histórico e suas relações com a literatura na produção da pesquisa científica.
Entrevista publicada em 01/02/2021 no Blog do Translatio Studii: http://grupotranslatiostudii.blogspot.com/2021/03/translatio-entrevista-dominique-vieira.html
continuidades e transformações de estruturas de pensamento e comportamentos nas relações entre homens e mulheres.
Os dezesseis capítulos que aqui apresentamos, quando pensados em conjunto, têm o objetivo de provocar a reflexão sobre as tensões entre sistemas normativos e práticas femininas no plano das relações de poder entre os sexos. Esta perspectiva
nos instiga a indagar, por exemplo, como em situações de crise e adversidades de diferentes ordens é recorrente recair sobre o gênero feminino a responsabilidade pela degradação e o infortúnio dos homens e da sociedade.
A ideia de promiscuidade e perversidade feminina como fatores desagregadores em sociedades patriarcais pode ser verificado nos discursos de ordem moral e nas tentativas de controle do corpo e da mente da mulher, sobretudo da sexualidade e do direito reprodutivo. Assim, sob diferentes roupagens a violência de gênero, seja na
forma psicológica, simbólica ou física, atravessa o tempo respaldado por instituições religiosas, pelas ciências, pelo Estado ou mesmo pelo conjunto de práticas coletivas.
Igualmente conseguimos, por meio de um escopo muito variado de fontes, identificar no cotidiano dos inúmeros femininos do medievo e da contemporaneidade práticas mais ou menos transgressoras que romperam ou negociaram direta ou indiretamente com as formas de poder e a violência perpetradas pelo sexo oposto. Mas nos afastamos de uma história vitimista ou meramente denunciativa.
Apresentamos mulheres que se apoderaram de si e de suas histórias por meio das múltiplas formas de escrita e leitura; da prática de um ofício; do cultivo do saber intelectual; da participação política; da vivência do sacerdócio; da formação de laços de amizade e relações amorosas de diferentes ordens; do exercício da própria sexualidade; da apropriação e ressignificação do direito reprodutivo e da experiência da
maternidade; e, sobretudo, do domínio de suas vidas por meio do controle dos seus próprios corpos.
As pesquisas se articularam em dois eixos que não podem ser pensados de forma isolada: a experiência do corpo feminino como local de experimentação e ação política e a conquista do universo letrado como estratégia de intervenção na realidade e construção de si. Sendo cada qual composto por oito capítulos respectivamente.
O corpo aparece como transgressor e as mentes contrariam o estereótipo da mulher como tipo avesso ao universo das Letras e das Ciências e ao fazer político.
Assim, propomos um duplo olhar: revelar imposições masculinas e, ao mesmo tempo, as estratégias femininas cotidianas de subversão que rejeitaram a separação cartesiana entre corpo e mente.
Por fim, provocamos pensar a condição da mulher no Brasil contemporâneo em perspectiva com a experiência do medievo levando em consideração a herança que este transmitiu à sociedade colonial patriarcal. Personagens brancas, indígenas e negras de diferentes origens sociais e territoriais nos trazem histórias que unem
três continentes em tempos diferentes nos revelando desigualdades de condições e, igualmente, formas de resistências e transgressões tecidas nas tramas dos femininos.
É comum ouvirmos dizer que vivemos num tempo que, em muito, assemelha-se à Idade Média. Como historiadoras, sabemos que não é esse o caso. Ainda assim, acreditamos que propor uma obra que trate, conjuntamente, de períodos tão distantes entre si, possa trazer luz tanto sobre nosso conhecimento sobre o Brasil contemporâneo, quanto sobre as pretensas trevas medievais. Nem nossa contemporaneidade é
tão iluminada, nem o Medievo é tão obscuro.