Papers by Anita Martins Rodrigues de Moraes
Capítulo de MARISA LAJOLO COM TODAS AS LETRAS, 2024
Abordarei, aqui, aspectos do profícuo diálogo que Marisa Lajolo travou com Antonio Candido. Prete... more Abordarei, aqui, aspectos do profícuo diálogo que Marisa Lajolo travou com Antonio Candido. Pretendo, fundamentalmente, investigar como a estudiosa interagiu com o conceito candidiano de “sistema literário”, em sua perspectiva notável pela atenção
que concede ao público leitor e à historicidade da literatura. Para tanto, darei destaque ao texto “A leitura na Formação da literatura brasileira de Antonio Candido”, que integra a coletânea História e literatura: Homenagem a Antonio Candido (2003), organizada por
Jorge Ruedas de la Serna. Meu objetivo é, em suma, argumentar que a atenção concedida por Marisa Lajolo à instância da leitura implica a reavaliação de um dos pilares do conceito candidiano de sistema literário, a entidade “obra literária”.
Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido, 2015
Capítulo sobre a Formação da literatura brasileira, terceiro capítulo de Para além das palavras: ... more Capítulo sobre a Formação da literatura brasileira, terceiro capítulo de Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido (Editora da Unesp, 2015).
Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido., 2015
Oitavo capítulo do livro Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido.
Contornos humanos: Primitivos, rústicos e civilizados em Antonio Candido
Este livro analisa aspectos da obra de Antonio Candido, talvez o mais consagrado e importante est... more Este livro analisa aspectos da obra de Antonio Candido, talvez o mais consagrado e importante estudioso da cultura brasileira da segunda metade do século XX. O foco da autora está no estudo da ideia de humanização, central no pensamento candidiano. Trata-se de atentar para os tipos humanos-o "primitivo", o "rústico", o "civilizado"que surgem, em textos do autor, associados a certas funções que a literatura deveria desempenhar. Nesse sentido, a autora visa discutir o arcabouço teórico etapista de Antonio Candido, atentando especialmente para a ideia de que o homem se faz propriamente humano à medida que se afasta da natureza.
Neste artigo, investigo aspectos da crítica feita por Luiz Costa Lima ao modelo teórico da Formaç... more Neste artigo, investigo aspectos da crítica feita por Luiz Costa Lima ao modelo teórico da Formação da Literatura Brasileira (1959), de Antonio Candido. Meu interesse é explorar o alcance dessa crítica notando seus rastros na própria teoria costalimiana da mimesis, do controle do imaginário e do sujeito solar moderno. Pretendo, assim, desenvolver uma leitura de Candido a partir de Costa Lima, traçando contrapontos e explorando diferenças entre os dois pensadores
Pretendo, neste artigo, investigar a teoria da funcao humanizadora da literatura elaborada por An... more Pretendo, neste artigo, investigar a teoria da funcao humanizadora da literatura elaborada por Antonio Candido. Meu objetivo e sugerir que a ideia de humanizacao em Candido comprometese com premissas de um evolucionismo cultural, ou seja, com a suposicao de que existam niveis e etapas culturais. Trata-se de sugerir que a funcao humanizadora da literatura e, para Candido, indissociavel de uma funcao civilizadora, especialmente em paises marcados por processos coloniais, como e o caso do Brasil e dos demais paises latino-americanos.

Nota O ciclo Paisagens Efémeras , dedicado à obra de Ruy Duarte de Carvalho, organizado pelo BUAL... more Nota O ciclo Paisagens Efémeras , dedicado à obra de Ruy Duarte de Carvalho, organizado pelo BUALA, partiu de um desafio da família Carvalho para que se fizesse uma reflexão conjunta sobre a sua obra. Era também o pretexto para organizar e digitalizar o rico espólio do autor, tarefa que esteve a cargo da antropóloga Inês Ponte. Do ciclo fez parte a exposição Sob uma delicada zona de compromisso (curadoria de Inês Ponte, Marta Lança e Ana Balona de Oliveira), o colóquio "Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho", do qual resulta este livro, e uma mostra de cinema. Decorreu na galeria Quadrum, Lisboa, entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, contando com um apoio do Africa.Cont e do CEC -FLUL. Esta publicação é financiada por fundos nacionais através da FCT -Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID/ELT/0509/2019 (Centro de Estudos Comparatistas). 18/04/2019 livro_dialogos com ruy duarte de carvalho-2 -Google Docs 2/205 ÍNDICE 5-13 Introdução O habitar cosmopolita de um território 14-18 Luhuna Carvalho Ruy Duarte de Carvalho e o neo-animismo 19-25 Fernando Florêncio O gabinete de Coimbra. Sobreposições sobre um espaço comum 26-41 Kelly Araújo Angola de dentro para fora nas Actas da Maianga. Sobre as guerras e o político no pensamento de Ruy Duarte de Carvalho 42-62 Rafael Coca Razia, poder e violência no Sudoeste angolano 63-72 Rita Chaves Ruy Duarte de Carvalho: sob o signo da contradição 73-82 Christian Fischgold O nomadismo literário de Ruy Duarte de Carvalho 83-91 Alexandra Santos Estórias de pastores: duas perspectivas angolanas sobre a Identidade nacional e as outras 92-103 Sonia Miceli Os triângulos de Ruy Duarte de Carvalho 104-110 Anita Moraes A realidade em estado de palavra: notas a partir d' Os Papéis do Inglês , de Ruy Duarte de Carvalho, e de fragmentos conradianos 111-134 Maria Benedita Basto Escritas e imagens para uma epistemologia nómada. Ruy Duarte de Carvalho e James C. Scott entre resistências subalternas, oralidades e cinema não etnográfico 135-137 Livia Apa Situar-se. identidade e tradução em Ruy Duarte de Carvalho 138-152 Marta Lança Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo 153-164 Inês Cordeiro Dias A câmara e a nação: a criação de um país nos filmes de Ruy Duarte de Carvalho 165-184 Ana Balona de Oliveira Diálogos artísticos, transdisciplinares e intergeracionais: práticas artísticas contemporâneas e o imaginário de Ruy Duarte de Carvalho 185-208 Inês Ponte Conhecer e animar o arquivo de RDC: processos e resultados a partir de uma inventariação 18/04/2019 livro_dialogos com ruy duarte de carvalho-2 -Google Docs 3/205 INTRODUÇÃO O HABITAR COSMOPOLITA DE UM TERRITÓRIO Tudo quanto pela vida fora se me foi revelando e determinando lugar no mundo, sempre acabou por ocorrer de maneira imediata, vivida, empírica, in vivo, a exigir, às vezes, e sem ser pela mão fosse do que ou de quem quer que fosse, opções e ações de vida ou de morte no pleno desenrolar dos acontecimentos. Elaborações e ruminações, teoria ajudando, foi quase sempre só depois. Não me lembro de ter vindo ao mundo, evidentemente, mas em compensação lembrome muito bem de ter mudado inteiramente, tanto de alma como de pele, uma meia dúzia de vezes ao longo da vida. Ruy Duarte de Carvalho Organizado em 2015, decorridos cinco anos após a morte de Ruy Duarte de Carvalho (RDC), o ciclo Paisagens Efémeras foi pensado menos como homenagem do que como reflexão conjunta em torno do seu pensamento crítico. Convidando à releitura de uma obra que questionou fronteiras entre lugares, géneros, saberes e instituições, o Colóquio "Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho" , reuniu olhares e vozes diversas, ligando-se tanto à particularidade dos lugares que RDC habitou quanto à transumância constante que caracterizou a sua biografia e o seu trabalho. A partir da antropologia, literatura, cinema ou produção predominantemente teórica e ensaística, a obra de RDC foi revisitada em registos que entrelaçam o enfoque académico e a evocação pessoal. Manifestando a diversidade de áreas do conhecimento e receção em diversos territórios, o percurso de RDC foi discutido de modo transdisciplinar, propiciando debates e indagações, que mostraram a dimensão plural, o rigor e a originalidade do seu trabalho, assim como um pensamento complexo e visionário. O livro reúne artigos das comunicações do colóquio. O ensaio de Luhuna de Carvalho assinala o modo como a produção de Ruy Duarte de Carvalho condensa "várias dinâmicas de desconstrução dos dispositivos disciplinares". O autor coloca-nos diante de um projeto denso e arrojado (que entusiasmou o RDC nos últimos anos de vida) que, em 2009, diagnosticava "os sucessivos acumulares de crise: crises financeiras, crises económicas, crise política, crise de representabilidade, crise ecológica, etc." Respondendo a esse estado de coisas, nas palavras do próprio Ruy Duarte no "Pré-manifesto neo-animista", tratava-se de "ter algumas ideias para uma eventual hipótese de poder vir a ajudar a encontrar 18/04/2019 livro_dialogos com ruy duarte de carvalho-2 -Google Docs 4/205 maneira de achar um caminho…" Retraçando esse programa de "superação dos esgotamentos 1 'espirituais do Ocidente, dos humanismos, e da ocidentalização do seu mundo, a partir de um esforço de sistematização dos [seus] limites e contradições", o texto evoca o interesse do autor pelos debates em torno da relação entre soberania, subjetividade e identidade que mobilizaram nomes como Carl Schmitt e Giorgio Agamben. São igualmente referidos o Perspectivismo Ameríndio do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro e a ruptura ontológica da antropologia, contribuindo para esclarecer paradoxos e potencialidades de um programa de pesquisa. O antropólogo Fernando Florêncio traz a sua experiência pessoal, com alguma ironia, onde se misturam as perspectivas e modos de encarar objetos que o fizeram acercar-se e/ou afastar-se de Ruy Duarte de Carvalho. Para além de "Angola, Coimbra, o gabinete, a vista para o Mondego, e o fumar", Florêncio assinala como elemento de aproximação com RDC a antropologia, a ficção e a presença, na formação de ambos, de Michel Leiris, Lévi-Strauss, Deleuze e Pierre Clastres, que seriam referências comuns para a reflexão sobre a relação entre as autoridades tradicionais e o Estado, sobretudo aquela que se constitui com as independências africanas. Fica-nos a ideia de que "qualquer Estado é sempre um processo histórico de imposição, de dominação, por conseguinte, de colonização interna sob uma vastidão ou pluralidade de outras construções políticas locais". Kelly Araújo aponta pistas de uma análise que, segundo a própria, se situa "no ponto de intersecção entre uma entrevista de fevereiro de 2002 e Actas da Maianga . Dizer da(s) guerra(s), em Angola. Esse livro pode ser compreendido como expressão do pensamento de Ruy Duarte, na primeira pessoa, sobre o processo político em Angola e do que ele e dele deriva". Trazendo excertos da sua entrevista, a autora tenta iluminar as Actas -uma espécie de diálogo do autor consigo mesmo no contexto da guerra, no qual Angola é "expressão local de coisas que acontecem em toda a África". Araújo procura mostrar como RDC investe na "percepção de uma Angola inscrita no Mundo, no Hemisfério Sul, numa África subsaariana, numa África Austral, ou na Angola fronteira entre esta e a África central, num movimento maior que não ignore as estratégias geopolíticas internacionais, e daí regresse aos problemas das viabilidades regionais, das especificidades encapsuladas, dos quotidianos concretos que definem as experiências apreensíveis através da observação e da análise". O texto vai dialogando com nomes significativos do pensamento contemporâneo, como Mbembe, Mudimbe, Agamben, Mamdani e 1 Ruy Duarte de Carvalho, "Tempo de ouvir o 'outro', enquanto o «outro» existe, antes que haja só o outro... ou pré-manifesto neo-animista", in O que não ficou por dizer , Luanda: Chá de Caxinde, 2010, p. 68.

Remate de Males, 2016
Pretendo, neste trabalho, tratar do fecundo diálogo de Ruy Duarte de Carvalho com a obra de Guima... more Pretendo, neste trabalho, tratar do fecundo diálogo de Ruy Duarte de Carvalho com a obra de Guimarães Rosa, diálogo este tecido na própria escrita do autor angolano. Meu interesse será lidar com a representação literária de modos de ser e de falar alheios (estranhos) àqueles que se apresentam como normais (familiares e adequados) no mundo ocidental ou ocidentalizado. Trata-se de refletir sobre a mimesis, ou seja, sobre a representação do outro e de sua fala, em contextos de confronto cultural, atentando para as instâncias da autoria, da voz narrativa e da representação da fala das personagens (fictícias ou não). Darei destaque para momentos de Desmedida: crônicas do Brasil (2006), da trilogia Os filhos de Próspero (Os papéis do inglês, 2000; As paisagens propícias, 2005; A terceira metade, 2009), de Ruy Duarte de Carvalho, e para Grande sertão: veredas (1956), de Guimarães Rosa. Buscarei sugerir que a leitura feita por Ruy Duarte de Carvalho da ficção rosiana impregna a configuração...

Sínteses-ISSN 1981-1314, 2007
RESUMO: O presente artigo traz algumas das reflexões que desenvolvemos ao longo de nossa pesquisa... more RESUMO: O presente artigo traz algumas das reflexões que desenvolvemos ao longo de nossa pesquisa de doutorado. Como em nossa tese, investigamos aqui alguns dos pressupostos teóricos subjacentes a leituras críticas de obras das chamadas literaturas africanas de língua portuguesa. Para tanto, apresentamos uma breve análise do romance Terra Sonâmbula, de Mia Couto, destacando duas estratégias de interpretação: a que enfatiza a busca de traços de oralidade no texto, sugerindo-se que o intertexto com a oralidade determina a estrutura romanesca; a que interpreta as estratégias de composição do romance à luz dos desafios que um evento de violência radical, como a guerra civil moçambicana, impõe à narrativa. Partimos, então, para a investigação de alguns dos pressupostos destas duas estratégias analítico-interpretativas. Nessa direção, tratamos especialmente da dicotomia escrita/oralidade, que remonta a Jean-Jacques Rousseau e perpassa teóricos bastante demandados no âmbito dos estudos de traços de oralidade nas literaturas africanas: Vladímir Propp,

Gragoatá
Desenvolvo, neste trabalho, apontamentos sobre Os parceiros do Rio Bonito (1964), de Antonio Cand... more Desenvolvo, neste trabalho, apontamentos sobre Os parceiros do Rio Bonito (1964), de Antonio Candido, destacando a ideia de que a cultura caipira estaria em vias de desaparecimento. Traço paralelos entre tal diagnóstico e a leitura que Antonio Candido faz d'Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, considerando especialmente o artigo “Euclides da Cunha, o sociólogo” (1952). Avanço, então, no sentido de alguns questionamentos acerca das funções atribuídas à literatura por Candido, especialmente no que se refere ao contexto latino-americano, marcado pelo subdesenvolvimento, recorrendo a aspectos da Formação da Literatura Brasileira (1959) e ao ensaio “Literatura, espelho da América?” (1995). Pretendo lidar, assim, com os perigos que, para o autor, a própria literatura ocidental se via desafiada a enfrentar. Proponho, enfim, que Antonio Candido entende ser a literatura uma delicada operação que envolve forças diversas, como a da realidade concreta ou corpórea, a da sociabilidade, a...
Revista Criação & Crítica
Resenha: FONSECA, Maria Augusta; SCHWARZ, Roberto (orgs.). Antonio Candido 100 anos. São Paulo: E... more Resenha: FONSECA, Maria Augusta; SCHWARZ, Roberto (orgs.). Antonio Candido 100 anos. São Paulo: Editora 34, 2018 (496 p.).
Revista Criação & Crítica
Apresentação dos textos do dossiê composto por leituras críticas da obra de Antonio Candido.
ouvirOUver
Este artigo explora possibilidades reflexivas que o encontro entre artes plásticas, dança e liter... more Este artigo explora possibilidades reflexivas que o encontro entre artes plásticas, dança e literatura pode desencadear. Trata-se de pensar a produção artística em sua diversidade e em tensão com teorias expressivas e miméticas da arte. Pretende-se, especialmente a partir do encontro com o desenho de Marcia de Moraes, a dança de Juliana Moraes e a escrita de Clarice Lispector, confrontar a teoria da função humanizadora da literatura elaborada por Antonio Candido. Na problematização da própria ideia de humanização, terá destaque a leitura do livro A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector.
Remate de Males
No romance Terra sonâmbula (1992), de Mia Couto, o Oceano Índico surge como garantia e metáfora d... more No romance Terra sonâmbula (1992), de Mia Couto, o Oceano Índico surge como garantia e metáfora de experiências identitárias agregadoras, que se fazem pelo acolhimento do outro, e não por sua negação. A própria experiência literária surge como produtora de espaços propícios a esse tipo de exercício identitário, já que a terra se torna fluida e movente por meio das palavras de Kindzu, lidas por Muidinga. Neste trabalho, pretendo investigar a configuração dessa espécie de alternativa identitária em Terra sonâmbula, sugerindo que implica a problematização do discurso da modernidade e seus binarismos.

Abril – NEPA / UFF
Pretende-se, no presente artigo, o estudo de traços do discurso etnográfico nas obras Os papéis d... more Pretende-se, no presente artigo, o estudo de traços do discurso etnográfico nas obras Os papéis do inglês, do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho, e Nove noites, do brasileiro Bernardo Carvalho. Tendo em conta as interferências e contiguidades entre literatura e antropologia, investigamos a configuração da escrita etnográfica no campo literário notando que, ao mesmo tempo que a etnografia surge nas obras de Bernardo Carvalho e Ruy Duarte de Carvalho, é, paradoxalmente, negada ou boicotada. A partir disso, pensaremos na representação do “outro” – considerado o não ocidental, no caso de Os papéis do inglês, os pastores Kuvale, e, no caso de Nove noites, os índios Krahô – nas narrativas. Dessa forma, analisaremos de que modo se dá e qual é o efeito do olhar etnográfico na construção dos romances escolhidos, bem como as tensões entre o sujeito narrador e o “Outro”.
Scripta, Nov 23, 2012
Este artigo investiga a presença do Brasil na poesia africana de língua portuguesa. Mapeia esta p... more Este artigo investiga a presença do Brasil na poesia africana de língua portuguesa. Mapeia esta presença levantando poemas que, de alguma maneira, aludem ao Brasil. Apresenta, além de um levantamento (na forma de uma lista de poemas), estudo sobre o diálogo da poesia dos países africanos de língua oficial portuguesa com a história, a cultura e a literatura brasileiras. O objetivo do trabalho consiste, assim, em investigar e visibilizar aspectos desse diálogo. Palavras-chave: Poesia africana de língua portuguesa; Representação do Brasil; Diálogo intercultural; Intertextualidade.

Revista Maracanan, 2016
conta como iniciou os estudos em nossa literatura, por meio do "encontro deslumbrado" com a obra ... more conta como iniciou os estudos em nossa literatura, por meio do "encontro deslumbrado" com a obra de Clarice Lispector: "passar de um desassossego a outro, da inquietação pessoana à desistência clariceana foi, para mim como para G.H., uma verdadeira revelação, ou talvez, um phármakon, um veneno-remédio". Mais de três décadas depois desta descoberta, Finazzi-Agrò tem dois bons motivos para celebrar os frutos de sua dedicação às literaturas de língua portuguesa. Recentemente, sua produção acadêmica e sua militância na divulgação de nossa cultura alcançaram um reconhecimento especial: a concessão do título de "Doutor Honoris Causa" da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além disso, o crítico publicou em 2013 Entretempos. Mapeando a história da cultura brasileira (Unesp), em que submete o corpus da poesia e da prosa brasileira a perspectivas epistemológicas da contemporaneidade a fim de "entender como funciona o tempo brasileiro" num "emaranhado temporal e narrativo em que sertão e cidade, interior arcaico e costa modernizada se enfrentam, se entrecruzam e se influenciam mutuamente". Poderia nos contar brevemente como e quando começou sua comovente dedicação ao estudo da cultura brasileira? Quais foram os primeiros fragmentos de ideias, representações e figuras da nossa literatura que formaram sua constelação crítica? Se possível, pedimos que comente ainda sobre o que o atraiu em um primeiro E
Via Atlântica, 2012
TRATAREI NESTE TRABALHO DOS ROMANCES OS PAPÉIS DO INGLÊS, DO ESCRITOR ANGOLANO RUY DUARTE DE CARV... more TRATAREI NESTE TRABALHO DOS ROMANCES OS PAPÉIS DO INGLÊS, DO ESCRITOR ANGOLANO RUY DUARTE DE CARVALHO (2000), E NOVE NOITES, DO BRASILEIRO BERNARDO CARVALHO (2002). AMBOS IMBRICAM LITERATURA E ANTROPOLOGIA, CONVIDANDO SEUS LEITORES A LIDAR COM A QUESTÃO DA REPRESENTAÇÃO, COM O PROBLEMA DAS FRONTEIRAS ENTRE DISCURSO FICCIONAL E NÃO-FICCIONAL. MEU INTERESSE SERÁ, A PARTIR DA ANÁLISE DE SUAS ESTRATÉGIAS DE COMPOSIÇÃO, SUGERIR COMO OS ROMANCES FORMULAM ESSE PROBLEMA.

MORAES, A. M. R., 2018
Resumo Desenvolvo, neste trabalho, apontamentos sobre Os parceiros do Rio Bonito (1964), de Anton... more Resumo Desenvolvo, neste trabalho, apontamentos sobre Os parceiros do Rio Bonito (1964), de Antonio Candido, destacando a ideia de que a cultura caipira estaria em vias de desaparecimento. Traço paralelos entre tal diagnóstico e a leitura que Antonio Candido faz d'Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, considerando especialmente o artigo "Euclides da Cunha, o sociólogo" (1952). Avanço, então, no sentido de alguns questionamentos acerca das funções atribuídas à literatura por Candido, especialmente no que se refere ao contexto latino-americano, marcado pelo subdesenvolvimento, recorrendo a aspectos da Formação da Literatura Brasileira (1959) e ao ensaio "Literatura, espelho da América?" (1995). Pretendo lidar, assim, com os perigos que, para o autor, a própria literatura ocidental se via desafiada a enfrentar. Proponho, enfim, que Antonio Candido entende ser a literatura uma delicada operação que envolve forças diversas, como a da realidade concreta ou corpórea, a da sociabilidade, a força da imaginação e a força das próprias palavras e sua carga simbólica, configurando-se, em minha perspectiva, uma espécie de física da literatura. Para tanto, analiso comentários do autor acerca da zoofilia caipira, dos perigos da masturbação e da imaginação, comentários presentes na "Parte Complementar" d'Os parceiros do Rio Bonito. Palavras-chave: literatura latino-americana; literatura regionalista; subdesenvolvimento; primitivismo; imaginação.

MORAES, A. M. R., 2018
Resumo: Neste artigo, investigo aspectos da crítica feita por Luiz Costa Lima ao modelo teórico d... more Resumo: Neste artigo, investigo aspectos da crítica feita por Luiz Costa Lima ao modelo teórico da Formação da Literatura Brasileira (1959), de Antonio Candido. Meu interesse é explorar o alcance dessa crítica notando seus rastros na própria teoria costalimiana da mimesis, do controle do imaginário e do sujeito solar moderno. Pretendo, assim, desenvolver uma leitura de Candido a partir de Costa Lima, traçando contrapontos e explorando diferenças entre os dois pensadores. Palavras-chave: mimesis; teoria do reflexo; estudos pós-coloniais. Abstract: In this article, I investigate aspects of the criticism elaborated by Luiz Costa Lima to the theoretical model of Formação da Literatura Brasileira (1959), by Antonio Candido. My interest is to explore the scope of this criticism by noticing its traces in Costa Lima's theory of mimesis, the control of the imaginary and the modern solar subject. I intend, therefore, to develop a reading of Candido considering Costa Lima's theories, drawing counterpoints and exploring differences between the two thinkers. Em "Concepção de História Literária na Formação", texto publicado em Pensando nos trópicos, de 1991, Costa Lima propõe que o tom descritivo da Formação dissimula os juízos de valor que a enformam. Ao desmontar tal estratégia discursiva, Costa Lima aponta a relevância que o nacional assume no projeto crítico-historiográfico de Candido, subordinando-se, em sua perspectiva, o literário a um critério expressivo-representacional. Trata-se, parece-me, de notar como certa demanda de expressão-representação faz funcionar o "controle do imaginário", já que a literatura se justifica (e é julgada) pelo papel que possa desempenhar no processo de "aclimatação da cultura europeia" nos trópicos, ou seja, de "estilização das tendências locais", de expressão do "brasileiro". Ao investigar a questão da forma na Formação, Costa Lima acusa seu caráter a-histórico, algo que pode soar surpreendente, como nota o crítico, num autor como Candido, tão empenhado em lidar com as relações entre texto e contexto. Penso que a crítica elaborada por Costa Lima tenha amplo alcance. Vejamos mais de perto algumas das premissas da Formação. Gostaria de frisar a tese da tensão entre tendências
Uploads
Papers by Anita Martins Rodrigues de Moraes
que concede ao público leitor e à historicidade da literatura. Para tanto, darei destaque ao texto “A leitura na Formação da literatura brasileira de Antonio Candido”, que integra a coletânea História e literatura: Homenagem a Antonio Candido (2003), organizada por
Jorge Ruedas de la Serna. Meu objetivo é, em suma, argumentar que a atenção concedida por Marisa Lajolo à instância da leitura implica a reavaliação de um dos pilares do conceito candidiano de sistema literário, a entidade “obra literária”.
que concede ao público leitor e à historicidade da literatura. Para tanto, darei destaque ao texto “A leitura na Formação da literatura brasileira de Antonio Candido”, que integra a coletânea História e literatura: Homenagem a Antonio Candido (2003), organizada por
Jorge Ruedas de la Serna. Meu objetivo é, em suma, argumentar que a atenção concedida por Marisa Lajolo à instância da leitura implica a reavaliação de um dos pilares do conceito candidiano de sistema literário, a entidade “obra literária”.
Organizadores: Alfredo Cesar Melo (Unicamp); Anita Martins Rodrigues de Moraes (UFF) A mundanidade dos estudos pós-coloniais
https://periodicos.uff.br/gragoata/announcement/view/570
Coordenação: Profa. Dra. Anita Martins Rodrigues de Moraes (UFF);
Profa. Dra. Lúcia Ricotta Vilela Pinto (Unirio);
Prof. Dr. Marcelo Moreschi (Unifesp)
Também peço ajuda na divulgação.