Papers by Bento SILVA SANTOS

Bento Silva Santos, 2022
Em busca de uma compreensão originária da filosofia entre 1919-1923, que incorpore a experienciaç... more Em busca de uma compreensão originária da filosofia entre 1919-1923, que incorpore a experienciação da vida em si e para si, e sem que essa ideia de realização de nossas vivências cotidianas dependa de representações abstratas, Martin Heidegger se confrontará criticamente com o cenário filosófico de sua época: a filosofia neokantiana (especificamente Heinrich Rickert, Paul Natorp, Wilhelm Windelband, e Emil Lask), a fenomenologia (Edmund Husserl e Max Scheler), a hermenêutica e as filosofias da vida (Wilhelm Dilthey, Georg Simmel), entre outros. Para captar essa nova compreensão do pensamento filosófico no quadro de uma concepção hermenêutica da fenomenologia em gestação, o presente artigo abordará os primeiros cinco parágrafos do KNS de 1919 (GA 56/57) à luz tanto do próprio curso como das preleções ministradas na primeira docência na Universidade em Freiburg. Nesses parágrafos a ideia da filosofia, compreendida como “ciência originária da vida” terá seu ponto de partida e seu âmbito problemático na “vida fática”, interpretada como verdadeiro e autêntico Faktum do pensamento.
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Bento Silva Santos, 2020
No artigo considerarei especialmente a noção de temporalidade escatológica a partir da análise do... more No artigo considerarei especialmente a noção de temporalidade escatológica a partir da análise do fenômeno cristão da fora do contexto do sercrente e de sua consequente fundamentação teológica. Portanto, a proposta do presente estudo sobre o jovem Heidegger consistirá, em primeiro lugar, no "status quaestionis" da pesquisa sobre a referida preleção acadêmica e sua relação com o Denkweg de Heidegger. Em segundo lugar, destacarei a peculiaridade da leitura das epístolas de Paulo no contexto de uma abordagem fenomenológica a partir do conceito de "pré-compreensão" (Vorverständnis) no sentido de que há um sentido a ser procurado em um fenômeno sem ainda determiná-lo teoricamente. Esta categoria metodológica indica um horizonte

RESUMO: O artigo examina a apropriação heideggeriana de Bernardo de Claraval na nota "Zu den Serm... more RESUMO: O artigo examina a apropriação heideggeriana de Bernardo de Claraval na nota "Zu den Sermones Bernardi in Canticum canticorum (Serm. III)" (HEIDEGGER, 1995, p. 334-337),que faz parte de outras notas e esboços de uma Vorlesung não proferida, intitulada "Os fundamentos filosóficos da mística medieval (1918)(1919)" (HEIDEGGER,1995). Ao longo de minha análise, destaco três aspectos com base na fórmula inicial: "Hoje lemos no livro da experiência" -, que é parafraseada por Heidegger da seguinte maneira: "Hoje queremos mover-nos no campo da experiência pessoal de maneira compreensiva. Retorno à esfera da vivência própria e ausculta da revelação da própria consciência". Portanto, primeiramente, enfatizo a fórmula inicial como campo experiencial que o livro faz abrir: ler (legere) não é mais decifrar, mas mover-se a si mesmo, recolher, até mesmo ser afetado. Em segundo lugar, a partir da apropriação da cristologia de Bernardo de Claraval, mostro como Heidegger aponta para uma "experiência fundamental", no sentido de que, mesmo considerando que a experiência religiosa do místico cisterciense esteja centrada na figura de Cristo celebrado na liturgia monástica, a religiosidade cristã descortinada é uma vida fundamentalmente mais intensa e mais rica em vivências e em fenômenos vividos. Por fim, em terceiro lugar, destaco certa "inviolabilidade" da experiência religiosa em Bernardo de Claraval,concernente à autonomia e independência absolutas, de modo que nenhuma autoridade exterior, nem mesmo a eclesiástica, poderá determinar o sentido fundamentado em corpo doutrinal estranho às vivências mesmas. Para iluminar as notas da Vorlesung cancelada, as minhas análises recorrem às outras preleções de Heidegger ministradas na Universidade de Freiburg (1919-1923.

Trans/Form/Ação, 2012
RESUMO: Em primeiro lugar, (1) examinarei a chamada Destruktion fenomenológica da ontologia medie... more RESUMO: Em primeiro lugar, (1) examinarei a chamada Destruktion fenomenológica da ontologia medieval, componente básico do método a partir da história da ontologia. Nessa seção, coloco algumas questões sobre a apropriação da Idade Média com base na escolástica tardia, como se esta fosse o "cume" das reflexões precedentes! Em segundo lugar, (2) apresento a reflexão de próprio Heidegger sobre a ontologia medieval tal como se expõe no curso de semestre de verão de 1927 ("Os problemas fundamentais da fenomenologia"), ministrado na Universidade de Marburg. Igualmente nessa parte, faço algumas reflexões críticas sobre a leitura heideggeriana dos medievais, que se presta muito mais para conhecer o próprio modo de pensar de Heidegger do que os medievais em si mesmos, ou seja, pela leitura cursiva dos textos em seu contexto histórico e cultural: sem o élan espiritual, consubstancial aos escritos de Tomás de Aquino, por exemplo, a organização conceitual deste último não pareceria um sistema assaz grandioso e seco? Esta não terá sido a compreensão de Heidegger, fruto da separação metodológica feita entre mística medieval e filosofia escolástica desde o curso não proferido intitulado "Fundamentos filosóficos da Mística Medieval" (1918-1919)?
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