Articles by Patricia Telles
Alencar (diretora dos Museus Castro Maya), à Venerável Ordem Terceira de São Francisco em Guimarã... more Alencar (diretora dos Museus Castro Maya), à Venerável Ordem Terceira de São Francisco em Guimarães por intermédio de André Morais e Pedro Herculano Fernandes, Vivian Hortae a Zhanna Etsina no Museu do Hermitage em São Petersburgo. Agradeço sobretudo a todos que me ajudaram desde o início do doutoramento: pessoas extraordinárias, que generosamente disponibilizaram as suas coleções, o seu tempo-e às vezes o tempo e as coleções alheias, ajudaram a encontrar dados e peças perdidas, permitiram que fotografássemos obras para estudá-las, mesmo se nem sempre puderam permitir a sua publicação, descobriram objetos e informações num verdadeiro trabalho de equipe. Todos merecem que os mencione-mesmo se com certeza hei de esquecer algum… Diversos tornaram-se amigos. Obrigada então novamente a Catarina 7

Palindromo v. 14, n. 33, 2022
L'histoire de l'art simplifie-pendant les derniers siècles, centrés sur les « grands noms », hist... more L'histoire de l'art simplifie-pendant les derniers siècles, centrés sur les « grands noms », historiens, critiques, marchands et même artistes, s'engagèrent à construire des récits « lisibles », ignorant sans vergogne tout ce qu'ils décidèrent, pour des raisons diverses, de considérer comme « petites histoires » et des subtilités. Ce n'est que depuis cinq décennies-et bien trop lentement-que certains de nos confrères se dévouent à inclure dans le discours « canonique » ce qui n'était mentionné qu'en pied de page : d'autres histoires, personnages, parcours et même d'autres pays, auparavant relégués au rang de l'anecdote et au détail. Grâce à leurs dénonciations, à leurs recherches, nous serons bientôt capables de réécrire de manière cohérente certains discours. Cet article s'inspire de ce besoin d'élargissement de la perspective, et vise à contribuer à ce rassemblement de données. En effet, à la fin du XVIIIe siècle-alors que « notre » histoire de l'art du XXe siècle nous enseigne à dévier vers Paris et Londres, anxieuse d'arriver à l'Impressionnisme et aux mouvements « modernes » (ARGAN, 1992 ; GOMBRICH, 1985)c'est encore sur Rome que se centrent les objectifs des artistes européens (BOIME, 1987 ; BOWRON/KERBER, 2007 ; CRASKE, 1997). La plupart rêve d'y étudier, de visiter monuments, collections, ruines, de fréquenter ateliers et artistes « contemporains ». Certains y vont, et nos connaissances englobent généralement les parcours plus notables, notamment ceux du « Grand Tour », à partir de Londres ou de Paris ou ceux des grands écrivains. En 1786, Goethe part de Carlsbad, en Bohême, et rentre en Italie par le Tyrol 2. Stendhal, lui aussi, arrive en Italie par le Nord, venant de Berlin par Munich, avant de séjourner à Milan, Pavie, Parme, puis Bologne (STENDHAL, 1826, vol. 1). Cependant artistes et amateurs partent de partout-et certains chemins commencent à Lisbonne, Madrid, Lyon (où arrivent certains voyageurs de Paris), Marseille, Barcelone ou Saragosse. 2 https://www.britannica.com/biography/Johann-Wolfgang-von-Goethe/Italian-journey-1786-88 (vu le 12.04.2022

Palindromo, 2022
A Revista Palíndromo é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Centro de ... more A Revista Palíndromo é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina. Existe desde 2004, inicialmente na forma impressa e, desde 2009, apenas em modo eletrônico. Trata-se de uma revista digital sem fins lucrativos e concebida para ser um veículo de divulgação de pesquisas e produção de conhecimento no campo das Artes. Palíndromo é uma palavra de origem grega que indica o que pode ser lido numa direção e também no sentido inverso, ou seja, de trás para frente. Avessa à ordem e às normas pré-estabelecidas, a pesquisa em/ sobre artes visuais remete não apenas a normas negadas, como demanda constante revisão de dados, processos e reorganização de ideias, acolhendo o que pode ser pensado como trânsito e travessia que desconhece uma só direção. Encontra-se inscrita na plataforma OJS, versão 3.0 e em constante processo de indexação nas bases nacionais e internacionais. Na recente avaliação Qualis Capes, a revista obteve estrato A4. As opiniões, ideias e conceitos emitidos nos artigos, proposições e ensaios visuais, são de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
Kairós n. 10 - especial escultura, 2021
Études Épistémè's - La miniature à l’époque moderne , 2019
Malgré son importance en tant que siège européen d’un grand empire transatlantique entre le XVe e... more Malgré son importance en tant que siège européen d’un grand empire transatlantique entre le XVe et le XIXe siècles, le Portugal reste relativement mal connu, notamment en ce qui concerne la peinture en miniature. Quelques témoignages prouvent cependant qu’elle se pratiquait dès la Renaissance. Après une période sous domination espagnole, pendant laquelle prédominent les « petits portraits » sur cuivre, sous l’influence de l’Espagne et des Flandres, la miniature sur ivoire devient à la mode au Portugal pendant le dernier tiers du XVIIIe siècle, sous influence italienne et française, et grâce aux Portugais, arrive jusqu’en Amérique du Sud. Cet essor se poursuivra au Brésil entre 1808 et 1821, période pendant laquelle la cour de Lisbonne, fuyant les armées de Napoléon, s’installe à Rio de Janeiro.
Kairós - Boletim do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimonio, 2019
"Quando falamos em pinturas ou retratos em miniatura, pensa-se geralmente que estamos a tratar de... more "Quando falamos em pinturas ou retratos em miniatura, pensa-se geralmente que estamos a tratar de obras em pequeno formato e apenas isso. Parece óbvio - e interessa, pois o retrato permite um olhar privilegiado sobre a imagem que cada sociedade pretende deixar de si mesma. Mas a história da arte não é tão simples quanto parece..."
Actas V Coloquio Internacional A Casa Senhorial, 2019
Diccionario Manuel Querino de Arte na Bahia, 2019
LOPES Antonio da Silva (Lisboa, 1778/79 – após 1824 ) Ofício: pintor – desenhista Dados biog... more LOPES Antonio da Silva (Lisboa, 1778/79 – após 1824 ) Ofício: pintor – desenhista Dados biográficos: Antonio da Silva Lopes foi o primeiro professor e diretor da Aula de Dezenho e Figura criada em Salvador por carta régia de D. João de 8 de Agosto de 1812. As pesquisas dedicadas à Escola[...]

Modos Revista de História da Arte, 2018
Meio privilegiado de preservar a memória de seres queridos antes do advento da fotografia, o retr... more Meio privilegiado de preservar a memória de seres queridos antes do advento da fotografia, o retrato em miniatura quase desapareceu no século XX. A miniatura do gato Micetto, “Gatinho” em italiano, encomendada em 1917 por seu antigo dono, o embaixador e escrito brasileiro Carlos Magalhães de Azeredo, desolado com a morte do seu animal favorito, é um raro exemplo da sobrevivência desse suporte. Este objeto ao mesmo tempo intimista e sofisticado permite-nos vislumbrar a vivência de certas elites cosmopolitas da Belle Époque, e o forte impacto afetivo desse tipo de retratos em plena “modernidade”.
Before the advent of photography, miniature portraits were a favorite means of preserving the memory of our dearly beloved, but the modality almost disappeared during the 20th century. The miniature portrait of a cat called Micetto (“Kitten” in Italian), ordered in 1917 by its former owner, Brazilian ambassador and writer Carlos Magalhães de Azeredo, distraught by the death of his favorite pet, is a rare example of the survival of this technique. This object, both intimate and sophisticated, allows us to glimpse into the lives of the Belle Époque cosmopolitan elites, and to assess the strong emotional impact of this type of portraits during the reign of “modernity”.
It's tomorrow!
If you happen to be in Lisbon, my book "O cavaleiro Brito e o conde da Barca: doi... more It's tomorrow!
If you happen to be in Lisbon, my book "O cavaleiro Brito e o conde da Barca: dois diplomatas portugueses e a missão francesa de 1816 ao Brasil" will be presented tomorrow!
VALLE, Arthur; DAZZI, Camila; PORTELLA, Isabel Sanson e Rosangela de Jesus SILVA (org.) "Oitocentos - Tomo IV: O Ateliê do Artista" Rio de Janeiro: CEFET/RJ, DezenoveVinte, 2017

MIDAS Museus e estudos interdisciplinares , 2017
Pretendemos identificar e contar a história de uma “família” quase esquecida de objetos de museu:... more Pretendemos identificar e contar a história de uma “família” quase esquecida de objetos de museu: as “miniaturas de filiação política” (séc. XIX), uma das mais singelas formas de representação real. O seu poder simbólico, capaz de prejudicar o próprio dono, jaz hoje “emudecido” pela sua inserção em contextos museológicos que privilegiam o elemento visual sobre o intangível. Pouco sabemos ainda sobre estes diminutos retratos régios pintados, tendencialmente de pouco valor monetário, inseridos em objetos de uso quotidiano. Ao contrário das miniaturas oferecidas oficialmente, a sua aquisição parece ter sido de cariz espontâneo, e terão circulado sobretudo entre gente comum, como sinal de fidelidade, mesmo se a sua posse pudesse trazer consequências para os seus donos em períodos de instabilidade política, nomeadamente, em Portugal, durante as Guerras Liberais. Ao devolver-lhes uma “voz”, partindo de objetos em museus nacionais portugueses e em coleções particulares, pretendemos recuperar a sua importância sócio-histórica e abrir caminho para novas apresentações museológicas próximas do conceito do “museu imaginário” de André Malraux.
We intend to identify and tell the story of an almost forgotten “family” of museum objects: “miniatures of political affiliation”, one of the most humble forms of royal representation. Their symbolic power, once capable of injuring their owners, lies “muted” by their insertion in museum contexts prone to favor visual aspects over intangible ones. Little is known about these minutely painted royal portraits, of little monetary value, inserted in objects of everyday usage. Contrary to “official” miniature portraits offered by members of the aristocracy, they seem to have been acquired spontaneously, and circulated foremost among the common people, as signs of fidelity, mostly during times of political instability, such as, in Portugal, the so-called “Liberal Wars” of the 1820s. We know that possessing them could have serious consequences for their owners. By giving them back their “voice”, looking at pieces from National Museums and private collections, we intend to recover their socio-historical importance, opening new possibilities of museological approaches, close to André Malraux’s concept of an “imaginary museum”.

O texto argumenta que, ao contrário das “mulheres barbadas” representadas na pintura espanhola do... more O texto argumenta que, ao contrário das “mulheres barbadas” representadas na pintura espanhola dos séculos XVI e XVII como anomalias ou “milagres da natureza”, a presença de buços e bigodes femininos em alguns retratos luso-brasileiros nas primeiras décadas do século XIX não visava causar estranheza. A pilosidade facial nestes retratos parece ter sido aceita pelas retratadas, não apenas como uma “marca” visual característica, visando facilitar a sua identificação, mas como sinal de força, poder, e até de sensualidade.
We argue that the presence of upper lip hair, or even moustaches, in some female portraits from Portugal and Brazil during the first decades of the 19thcentury, did not mean to cause any kind of astonishment. Contrary to the representation of “bearded women” in Spanish painting from the 16th to the 17th centuries as anomalies, freaks, or “miracles of nature”, the facial pilosity displayed in these portraits seems to have been seen as a something positive. It seems to have been embraced by the sitters, not only as a characte- ristic individual visual “mark” allowing for them to be easily recognized, but as a sign of strength, power, and even sensuality.
Texto Publicado na Revista Convergência Lusíada n. 36
Jul/Dezembro 2016
Book Chapters by Patricia Telles
nais do 41o. Colóquio do CBHA: Arte em Tempos Sombrios, 2022
Analisaremos aspectos da vida e obra de Henrique José da Silva no período conturbado que antecede... more Analisaremos aspectos da vida e obra de Henrique José da Silva no período conturbado que antecedeu a sua vinda ao Brasil, no qual, sem sistemas de apoio institucional, a sobrevivência de muitos artistas portugueses dependia da sua capacidade de estabelecer estratégias clientelares, nas quais a pintura do retrato tinha importante papel. Veremos que o futuro diretor da Academia Imperial deveu parte do seu sucesso em Lisboa à venda de retratos gravados e à amizade de um negociante, que o empregava na pintura de retratos e alegorias políticas de natureza efêmera, para festas populares. No Brasil, a serviço do imperador, o pintor prosseguiu com a construção e divulgação de iconografias políticas, mas defrontou-se com novas hostilidades, deixando, ao morrer, uma reputação aos pedaços.
em COLEÇÕES DE ARTE EM PORTUGAL E BRASIL NOS SÉCULOS XIX E XX COLEÇÕES REAIS E COLEÇÕES OFICIAIS, 2020
No Antigo Regime, devido à fluidez das fronteiras entre a vida privada e a oficial e o incipiente... more No Antigo Regime, devido à fluidez das fronteiras entre a vida privada e a oficial e o incipiente processo da sua profissionalização,
os agentes diplomáticos colocavam os seus próprios recursos ao serviço da representação de seus reis. Neste contexto, a partir de obras e documentos, veremos como as coleções de arte dois diplomatas portugueses, António de Araújo de Azevedo (1754–1817), Conde da Barca, e D. Pedro Joaquim José Vito de Meneses Coutinho (c. 1775–1823), 6o Marquês de Marialva, não apenas expressavam os seus gostos pessoais, mas serviam como instrumentos de relações exteriores, facilitando a sua inserção em diferentes cortes.
Texte traduit par l’auteur et publié en portugais: TELLES, P. “Uma carta inédita do cavaleiro Bri... more Texte traduit par l’auteur et publié en portugais: TELLES, P. “Uma carta inédita do cavaleiro Brito e a criação do mito de uma “missão francesa”” in PEREIRA, S.G., CAVALCANTI, A. et MALTA, Marize (org.) "Modelos na Arte: histórias de Escolas de Belas Artes - 200 anos da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro". Rio de Janeiro: PPGAV/EBA/UFRJ editora Nau, 2016.
This text, translated by the author was published this year in Portuguese. See TELLES, P. “Uma c... more This text, translated by the author was published this year in Portuguese. See TELLES, P. “Uma carta inédita do cavaleiro Brito e a criação do mito de uma “missão francesa”” in PEREIRA, S.G., CAVALCANTI, A. et MALTA, Marize (org.) Modelos na Arte: histórias de Escolas de Belas Artes - 200 anos da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PPGAV/EBA/UFRJ editora Nau, 2016.

MARTIN, Carlos Alcalde e FERREIRA, Luísa de Nazaré (org.) "O sábio e a imagem: estudos sobre Plutarco e a arte", 2015
Resumo – A partir da tese dos dois corpos do rei de Ernst H. Kantorowicz, que separa o corpo polí... more Resumo – A partir da tese dos dois corpos do rei de Ernst H. Kantorowicz, que separa o corpo político, simbólico e imortal do monarca do seu corpo natural e mortal, os autores analisam a função icónica das representações de Alexandre da Macedónia nas artes visuais entre os séculos XVI e XVIII. Demonstram como no período considerado, a figura de Alexandre personificou as qualidades atribuídas pela literatura política, desde o final da Idade Média, ao rei ideal. A identificação de Alexandre com a figura do rei ideal levou a que os episódios da sua vida, tal como foram narrados por Plutarco nas Vidas Paralelas e por outros autores da Antiguidade, tenham sido temas recorrentes na pintura e na tape‐ çaria, representados com uma clara intenção propagandística de afirmação do poder real.
Abstract – Based on Ernst H. Kantorowicz’s thesis of the King’s two bodies, witch separates the monarch politic, symbolic and immortal body of the natural and mortal, the authors discuss the iconic role of Alexander of Macedonia representations in the Visual Arts between the 16th and 18th centuries. They demonstrate how, in the con‐ sidered time frame, the figure of Alexander embodied the qualities attributed by the political literature to the ideal King since the Late Middle Ages. The identification of Alexander with the figure of the ideal King led to a recurrent presence of the episodes of his life, as recounted by Plutarch in the Parallel Lives and by other ancient authors, in painting and tapestry, in which they were represented with a clear propagandistic intent of affirmation of the royal power.
Visão geral de uma página e início do Posfácio para a edição de 2016 dos excertos do "Syllabario ... more Visão geral de uma página e início do Posfácio para a edição de 2016 dos excertos do "Syllabario Nacional Novo methodo para aprender a ler imitado e composto por Antonio de Araujo Ferreira Jacobina" de 1883
Uploads
Articles by Patricia Telles
Before the advent of photography, miniature portraits were a favorite means of preserving the memory of our dearly beloved, but the modality almost disappeared during the 20th century. The miniature portrait of a cat called Micetto (“Kitten” in Italian), ordered in 1917 by its former owner, Brazilian ambassador and writer Carlos Magalhães de Azeredo, distraught by the death of his favorite pet, is a rare example of the survival of this technique. This object, both intimate and sophisticated, allows us to glimpse into the lives of the Belle Époque cosmopolitan elites, and to assess the strong emotional impact of this type of portraits during the reign of “modernity”.
If you happen to be in Lisbon, my book "O cavaleiro Brito e o conde da Barca: dois diplomatas portugueses e a missão francesa de 1816 ao Brasil" will be presented tomorrow!
We intend to identify and tell the story of an almost forgotten “family” of museum objects: “miniatures of political affiliation”, one of the most humble forms of royal representation. Their symbolic power, once capable of injuring their owners, lies “muted” by their insertion in museum contexts prone to favor visual aspects over intangible ones. Little is known about these minutely painted royal portraits, of little monetary value, inserted in objects of everyday usage. Contrary to “official” miniature portraits offered by members of the aristocracy, they seem to have been acquired spontaneously, and circulated foremost among the common people, as signs of fidelity, mostly during times of political instability, such as, in Portugal, the so-called “Liberal Wars” of the 1820s. We know that possessing them could have serious consequences for their owners. By giving them back their “voice”, looking at pieces from National Museums and private collections, we intend to recover their socio-historical importance, opening new possibilities of museological approaches, close to André Malraux’s concept of an “imaginary museum”.
We argue that the presence of upper lip hair, or even moustaches, in some female portraits from Portugal and Brazil during the first decades of the 19thcentury, did not mean to cause any kind of astonishment. Contrary to the representation of “bearded women” in Spanish painting from the 16th to the 17th centuries as anomalies, freaks, or “miracles of nature”, the facial pilosity displayed in these portraits seems to have been seen as a something positive. It seems to have been embraced by the sitters, not only as a characte- ristic individual visual “mark” allowing for them to be easily recognized, but as a sign of strength, power, and even sensuality.
Texto Publicado na Revista Convergência Lusíada n. 36
Jul/Dezembro 2016
Book Chapters by Patricia Telles
os agentes diplomáticos colocavam os seus próprios recursos ao serviço da representação de seus reis. Neste contexto, a partir de obras e documentos, veremos como as coleções de arte dois diplomatas portugueses, António de Araújo de Azevedo (1754–1817), Conde da Barca, e D. Pedro Joaquim José Vito de Meneses Coutinho (c. 1775–1823), 6o Marquês de Marialva, não apenas expressavam os seus gostos pessoais, mas serviam como instrumentos de relações exteriores, facilitando a sua inserção em diferentes cortes.
Abstract – Based on Ernst H. Kantorowicz’s thesis of the King’s two bodies, witch separates the monarch politic, symbolic and immortal body of the natural and mortal, the authors discuss the iconic role of Alexander of Macedonia representations in the Visual Arts between the 16th and 18th centuries. They demonstrate how, in the con‐ sidered time frame, the figure of Alexander embodied the qualities attributed by the political literature to the ideal King since the Late Middle Ages. The identification of Alexander with the figure of the ideal King led to a recurrent presence of the episodes of his life, as recounted by Plutarch in the Parallel Lives and by other ancient authors, in painting and tapestry, in which they were represented with a clear propagandistic intent of affirmation of the royal power.
Before the advent of photography, miniature portraits were a favorite means of preserving the memory of our dearly beloved, but the modality almost disappeared during the 20th century. The miniature portrait of a cat called Micetto (“Kitten” in Italian), ordered in 1917 by its former owner, Brazilian ambassador and writer Carlos Magalhães de Azeredo, distraught by the death of his favorite pet, is a rare example of the survival of this technique. This object, both intimate and sophisticated, allows us to glimpse into the lives of the Belle Époque cosmopolitan elites, and to assess the strong emotional impact of this type of portraits during the reign of “modernity”.
If you happen to be in Lisbon, my book "O cavaleiro Brito e o conde da Barca: dois diplomatas portugueses e a missão francesa de 1816 ao Brasil" will be presented tomorrow!
We intend to identify and tell the story of an almost forgotten “family” of museum objects: “miniatures of political affiliation”, one of the most humble forms of royal representation. Their symbolic power, once capable of injuring their owners, lies “muted” by their insertion in museum contexts prone to favor visual aspects over intangible ones. Little is known about these minutely painted royal portraits, of little monetary value, inserted in objects of everyday usage. Contrary to “official” miniature portraits offered by members of the aristocracy, they seem to have been acquired spontaneously, and circulated foremost among the common people, as signs of fidelity, mostly during times of political instability, such as, in Portugal, the so-called “Liberal Wars” of the 1820s. We know that possessing them could have serious consequences for their owners. By giving them back their “voice”, looking at pieces from National Museums and private collections, we intend to recover their socio-historical importance, opening new possibilities of museological approaches, close to André Malraux’s concept of an “imaginary museum”.
We argue that the presence of upper lip hair, or even moustaches, in some female portraits from Portugal and Brazil during the first decades of the 19thcentury, did not mean to cause any kind of astonishment. Contrary to the representation of “bearded women” in Spanish painting from the 16th to the 17th centuries as anomalies, freaks, or “miracles of nature”, the facial pilosity displayed in these portraits seems to have been seen as a something positive. It seems to have been embraced by the sitters, not only as a characte- ristic individual visual “mark” allowing for them to be easily recognized, but as a sign of strength, power, and even sensuality.
Texto Publicado na Revista Convergência Lusíada n. 36
Jul/Dezembro 2016
os agentes diplomáticos colocavam os seus próprios recursos ao serviço da representação de seus reis. Neste contexto, a partir de obras e documentos, veremos como as coleções de arte dois diplomatas portugueses, António de Araújo de Azevedo (1754–1817), Conde da Barca, e D. Pedro Joaquim José Vito de Meneses Coutinho (c. 1775–1823), 6o Marquês de Marialva, não apenas expressavam os seus gostos pessoais, mas serviam como instrumentos de relações exteriores, facilitando a sua inserção em diferentes cortes.
Abstract – Based on Ernst H. Kantorowicz’s thesis of the King’s two bodies, witch separates the monarch politic, symbolic and immortal body of the natural and mortal, the authors discuss the iconic role of Alexander of Macedonia representations in the Visual Arts between the 16th and 18th centuries. They demonstrate how, in the con‐ sidered time frame, the figure of Alexander embodied the qualities attributed by the political literature to the ideal King since the Late Middle Ages. The identification of Alexander with the figure of the ideal King led to a recurrent presence of the episodes of his life, as recounted by Plutarch in the Parallel Lives and by other ancient authors, in painting and tapestry, in which they were represented with a clear propagandistic intent of affirmation of the royal power.
The Brazilian contemporary art market has benefited from the commerce of painting in the early 19th century. Although rarely studied, its history reveals that, contrary to common statements, paintings were indeed bought and sold in colonial Rio de Janeiro. Artists still depended upon other means of income, but they would dominate this still little specialized art market – a situation similar to the one in Paris in the mid 18th century. Given the country’s political status, Brazil’s market retained strong bonds to Portugal, yet it supplied a local demand for paintings, which would only increase.
Ora, o “Retrato dos Viscondes da Pedra Branca com a sua filha” (1825) de António Domingos Sequeira (Fundação Óscar Americano, S. Paulo), revela uma aparente contradição: a escolha, em Paris, de um pintor português por um diplomata brasileiro, justamente encarregado de negociar o reconhecimento da independência pela França - Domingos Borges de Barros (1779- 1855), futuro 1o barão e visconde da Pedra Branca.
O diplomata podia ter escolhido entre centenas de pintores, franceses e estrangeiros, que acorriam à cidade em busca de fama ou de aprimoramento artístico. Domingos Sequeira (1768-1837), talvez o mais importante pintor português do início do século XIX, era então um respeitado retratista; estudara em Roma na juventude, e expusera em Paris no Salon de 1824, mas era um pintor “oficial” da antiga metrópole, e Portugal hesitava em reconhecer o novo Império. O que explicaria, nesses anos politicamente delicados, a sua escolha por Borges de Barros?
Retratos de família são relativamente raros na pintura portuguesa e brasileira das primeiras décadas do século XIX, um período ainda pouco estudado nos dois lados do Atlântico, exceptuando a actuação no Brasil dos artistas da “Missão Francesa”. Neste caso, a identificação e a importância do artista e dos retratados permite-nos o acesso a um conjunto privilegiado de informações que facilitam a leitura de algumas construções pertinentes à elaboração da imagem pintada, revelando aspectos do relacionamento cultural entre Portugal e Brasil nos anos que se seguiram à independência.
Study of portrait painting in Portugal and Brazil from 1804 to 1834 and the importance of the circumstances surrounding its production: political, social and emotional functions. Portraits were created by political necessity, to assert and construct social prestige, and to preserve the memory of loved ones. In a period marked by the French invasions, Liberal Wars and Brazil’s independence, they reflect the ambiguities of a society willing to represent itself -rather than individual artistic expressions. Several artists, particularly miniature painters, remain anonymous. Social networks facilitated commissions, but self-portraits reveal how fragile was the painter’s social status. They had fewer opportunities to exhibit their work than in Northern Europe. Portraits of the king, the last symbol of stability, were acquired in an art market. The circulation of international models and painters and the confrontation between artists and sitters’ expectations resulted in a heterogeneous production.
O catálogo de 160 páginas apresenta as imagens de todas as peças da exposição realizada no Museu Histórico Nacional e conta com textos do curador Paulo Knauss de Mendonça (Dom João como objeto de coleção) e dos investigadores Patrícia D. Telles (O retrato na época de dom João VI: entre Portugal e Brasil) e António M. Trigueiros (As insígnias nos retratos de dom João). As imagens de todos os retratos do rei são comentadas em textos individuais da coautoria de Paulo Knauss de Mendonça, Patrícia D. Telles e António M. Trigueiros.
O catálogo está disponível na Loja do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
Em Portugal, para encomendas contatar: [email protected]
O preço de venda, com portes de correio incluídos (para Portugal) é de 35 euros.
A partir dos retratos régios da família real portuguesa presentes no acervo, busca-se discutir as circunstâncias que envolvem a produção das pinturas de retratos; sua função histórica e social, a necessidade política deste tipo de representação (e suas diversas cópias), além de aspectos técnicos, como a escolha do artista, etc.