Videos by Sebastião Marques Cardoso
Registro da participação no SINALLIP/2021, na mesa redonda intitulada "Resistência, política e es... more Registro da participação no SINALLIP/2021, na mesa redonda intitulada "Resistência, política e estética nas literaturas em Língua Portuguesa: o Brasil da Primeira República, o Brasil Colonial e a África Pós-Colonial", realizada de forma virtual no dia 05 de maio de 2021, às 9 h. 13 views
Papers by Sebastião Marques Cardoso
Ressonâncias e Reverberações em Literaturas dos Países Africanos de Língua Portuguesa. Terezinha Taborda Moreira; Roberta Guimarães Franco; Roberta M. Ferreira Alves. (Org.). 1 ed.Belo Horizonte: PUC Minas, 2024, v. 1, p. 70-90., 2024
Iniciaremos a discussão a partir da citação e problematização de uma fala de Josep Borrell, chefe... more Iniciaremos a discussão a partir da citação e problematização de uma fala de Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia. Em seguida, trataremos de vincular essa narrativa do Ocidente amplamente proclamada e bem representada por Borrell ao aspecto da colonização portuguesa no território da Guiné. E, por fim, faremos a leitura de dois poemas guineenses com a finalidade de contextualizar melhor a situação dos escritores guineenses na pós-colonialidade.

Cadernos de Língua e Literatura Hebraica, 2024
O objetivo do presente ensaio é refletir sobre viagens e rastros da cultura judaica na criação li... more O objetivo do presente ensaio é refletir sobre viagens e rastros da cultura judaica na criação literária de Clarice Lispector, na ansiedade em alargar a compreensão crítica sobre a autora. Para tanto, vamos, de forma preliminar e ligeira, recordar aspectos do judaísmo, levantados pela crítica biográfica e literária pertinente, que marcaram a trajetória de vida de Clarice, e de como esses aspectos, direta ou indiretamente, reaparecem na sua escrita literária. Em seguida, vamos tentar observar os fenômenos entre a opacidade da cultura judaica e literatura em Clarice como um modo de multiplicidade temporal que permite situar a criação literária da autora em linha com a experiência filosófica de autores reconhecidos e marcados pela diáspora judaica do século XX. Nossa hipótese consiste na ideia de que, através da experiência do exílio, Clarice consegue plasmar uma literatura que abarca “tempos palimpsésticos” de culturas e de mentalidades pluriversais.

Agulha Revista de Cultura, 2024
A obra Ela nasceu lilás & outras mulheres traz um conjunto de 16 textos ficcionais curtos que têm... more A obra Ela nasceu lilás & outras mulheres traz um conjunto de 16 textos ficcionais curtos que têm, como pano de fundo, vários cenários onde as mulheres aparecem em situações extremas de violência nas quais esses corpos, subalternizados, são postos em evidência diante de escaladas de terror, de abusos e de abandonos. Por outro lado, a maior parte dos textos presentes no livro é conduzida e amparada por narradoras-mulheres ternas e solidárias, ora por mulheres-testemunhas ora por mulheres-protagonistas, que, ao fim e ao cabo, apontam tanto para um caminho redentor, de afeto e de justiça às mulheres quanto à denúncia e à conscientização das mulheres-leitoras e, por extensão, do público em geral às variadas formas de violências pelas quais as mulheres pobres nordestinas experimentaram. Presas às condições insalubres existentes na periferia de uma grande cidade nordestina, com destaque sobretudo à violência de gênero, o livro de Leila Tabosa traz à tona as vozes de muitas mulheres invisibilizadas, fraturadas e esquecidas. Esse sucesso narrativo foi, a nosso ver, resultado da perspectiva de gênero tão muito bem explorada, através de suas narradoras ficcionais. Com raríssimas exceções, a voz narrativa em Leila Tabosa se impõe por uma narradora que constrói o enredo a partir de si mesma, atestando o lugar de fala, bem como a reivindicação ao direito à fala.
Revista Via Atlântica, v. 25, n. 1, 2024
Angola, as ricas-donas, de Isabel Valadão, reapresenta o passado colonial angolano do século XIX,... more Angola, as ricas-donas, de Isabel Valadão, reapresenta o passado colonial angolano do século XIX, tendo como foco a elite crioula de Luanda, envolvida com o comércio transatlântico de escravos. Na escrita da autora, é outorgada a uma escrava a função de narradora. Este trabalho pretende dialogar sobre a representação do outro no romance a partir de uma pseudoautonomia da narradora. Ao dar voz a uma escrava em um território colonial do século XIX, a autora sugere a representação de um sujeito colonial a partir de um sujeito soberano do ocidente que não reproduza as forças de domínio e opressão colonial em sua escrita. O trabalho se fundamenta principalmente em Spivak (2000; 2010).

Contexto (ULA), vol. 28, n.° 30, pp. 125-146., 2024
Resumo:
Este estudo propõe fazer um diálogo crítico entre o teatro e as sociedades africanas, t... more Resumo:
Este estudo propõe fazer um diálogo crítico entre o teatro e as sociedades africanas, tentando trazer algumas notas sobre a política artística da descolonização do ser e do poder nas perspectivas de Ngũgĩ wa Thiong'o e de Abdulai Sila. Na primeira parte desse texto, falaremos brevemente sobre como podemos entender o conceito de teatro numa perspectiva ocidental e não-ocidental. Na segunda parte, considerando a cultura como campo de batalha, trataremos, de forma ligeira e sintética, de como o teatro profissional ocidental chegou na África e de como os africanos reagiram a esse teatro. E, por fim, trataremos da internacionalização dos festivais africanos e da contribuição do teatro feito pelo guineense Abdulai Sila. A concepção unilateral de teatro ocidental, ou seja, daquele modelo que foi politicamente imposto a outros povos, não apagou por completo, entretanto, as concepções e origens de um teatro local potente, diverso e de resistência em África. Em outras palavras, veremos como o teatro ocidental chegou em África e de como os africanos reagiram discursivamente através do próprio teatro, entendido como uma área de disputas políticas, culturais e de identidades em jogo. Fazendo um recorte no teatro das sociedades africanas, colocaremos em evidência o teatro de Abdulai Sila e, com ele, a possibilidade de um teatro que se volte conscientemente para a descolonização das mentes daqueles que continuam como sequestrados e sequelados no paradigma modernidade/colonialidade.
Palavras-chave: cultura; teatro; sociedades africanas; descolonização da
mente; Ngũgĩ wa Thiong'o; Abdulai Sila

Revista Philologus, 2023
Este estudo apresenta uma análise pós-colonial no texto de ficção “A menor mulher do mundo”, de ... more Este estudo apresenta uma análise pós-colonial no texto de ficção “A menor mulher do mundo”, de Clarice Lispector, visando a perspectiva filosófica do outro, de Emmanuel Lévinas. Objetiva-se explorar e apresentar as singularidades presentes na constituição da personagem feminina africana, demonstrando a relação entre explorador e explorado. Além disso, este estudo se ancora teoricamente nos pressupostos teóricos de Quijano (2005), Bonnici (1998), Said (2011), Spivak (1988) e Lévinas (1980). Metodologicamente fundamenta-se em uma pesquisa qualitativa e de cunho exploratório de base interpretativista. Em um primeiro momento aborda-se a leitura do texto clariceano, em um segundo momento, o explora por meio da perspectiva crítica ao eurocentrismo, as relações do ser subalterno e a ética ao outro. Considera-se que o texto de ficção clariceano não só aborda diferentes perspectivas de mundo, mas como também o transcende, permitindo diferentes olhares para além do ser, denunciando a relação entre colonizador–colonizado.

A maior parte dos textos reunidos, neste livro, decorre dos trabalhos desenvolvidos a partir do ... more A maior parte dos textos reunidos, neste livro, decorre dos trabalhos desenvolvidos a partir do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem – PPCL– da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Situado no campus Central, em Mossoró, esse Programa de Pós-Graduação em Letras se concentra em estudos teóricos e aplicados no âmbito das linguagens em variadas conexões com as práticas sociais. O Programa, ainda recente, tem contribuído para a pesquisa acadêmica, através, sobretudo, do desenvolvimento de várias linhas de pesquisa. Nesse contexto, apresentamos o presente livro como parte das atividades realizadas pelo Programa. No livro, como espelho das atividades acadêmicas de docentes e de alunos do Programa, encontraremos textos com posicionamentos teórico-metodológicos diversos, que preenchem tanto os espaços das representações discursivas literárias quanto de aspectos mais particulares acerca do funcionamento da linguagem e seus usos postos em evidência. Lembramos, também, que o livro se insere na coleção “Cadernos de estudos da linguagem, do discurso e da literatura”, da Editora Podes, cuja proposta está em linha com as atividades acadêmicas regulares do PPCL. Assim, a existência do presente livro pode ser vista como também o desejo de iniciar, dialogar, garantir e apoiar a continuidade das pesquisas e das intervenções promovidas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem.
Com relação à disposição dos textos presentes no livro, os variados capítulos estão arrolados linearmente sem obedecer a uma divisão rígida por áreas ou preferências temáticas. Ao todo, são 22 capítulos que dão unidade ao livro.

CARDOSO, S. M.; CARVALHO, E. P. (Org.) ; TEIXEIRA, J. B. (Org.) . SILAM [livro eletrônico]: cadernos de pesquisas e ensaios. 1. ed. Mossoró: Editora Podes, 2023. v. 1. 221p ., 2023
Os capítulos que integram esta obra foram apresentados por seus autores/as nos três eixos temátic... more Os capítulos que integram esta obra foram apresentados por seus autores/as nos três eixos temáticos (“Literaturas e artes ibero-americanas”, “Literaturas e artes afro-latinas” e “Literatura e artes ameríndias”) propostos no Simpósio de Literaturas e Artes Ibero-americanas, Afro-latinas e Ameríndias, SILAM, a partir da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por iniciativa dos membros e dos parceiros da Associação de Estudos Pós-coloniais e Decoloniais no ensino, na cultura e nas literaturas Sul-Sul (PODES), entre os dias 23 e 26 de agosto de 2022. O evento aconteceu de forma híbrida, remoto e presencial, transmitido em parte pelo canal da FALA/UERN e pelo canal da PODES/ Associação, disponíveis na plataforma Youtube. A programação do SILAM mobilizou os departamentos e os programas de Pós-Graduação em Letras da UERN, em especial do Campus de Pau dos Ferros e do Campus Central. O Simpósio de Literaturas e Artes Ibero-americanas, Afro-latinas e Ameríndias, SILAM, constitui um espaço acadêmico que visa congregar pesquisadores, professores, alunos e artistas que têm interesse em apresentar, dialogar, refletir e compartilhar, sob diversos olhares, os saberes sobre as literaturas e as artes em língua espanhola e em língua portuguesa, afro-latinas e ameríndias. A primeira edição do evento, organizada a partir da cidade de Mossoró, Brasil, buscou promover atividades pertinentes, diferenciadas e recentes, postas por seus organizadores e colaboradores. A programação do I SILAM contemplou associações, grupos de pesquisas, pesquisadores e artistas nacionais e internacionais. Da programação, destacamos a conferência de abertura do evento, “Literatura afro-brasileira no contexto latino-americano: modernidade e tradição”, proferida pelo Prof. Dr. Eduardo de Assis Duarte (UFMG/Brasil); a exposição inédita, “Descolonizações”, do artista plástico mossoroense Isaías Medeiros; a mesa-redonda de nível internacional, “No Fundo do Canto: poética e resistência em Odete Semedo”, coordenada pela Profa. Dra. Tânia Araújo Lima (UFRN); o minicurso internacional, “Poética en movimiento e imagen audiovisual: del cuento “Arribeño del Norte”, de Carlos Villaga Marsal al cortometraje Karaí Norte (2009), de Marcelo Martinesi”, ministrado pela Profa. Dra. Lilibeth Janneth Zambrano Contreras (Universidad de Los Andes/Venezuela - ULA/Mérida); a conferência de encerramento do evento, “Pensar los feminismos descoloniales desde el Sur”, proferida pela Profa. Dra. Karina Ochoa Muñoz (Universidad Autónoma Metropolitana, México). Com programação variada e com uma participação de profissionais engajados de outras instituições, importante mencionar, ao menos, estes nomes: Olívio Jekupé (escritor), Carlos Gildemar Pontes (escritor), Wanderlan Alves (pesquisador, UEPB), Paula Daniela Bianchi (pesquisadora, UBA - Argentina), María Fernanda Piderit (pesquisadora, UBA - Argentina), Diana Araújo Pereira (pesquisadora, UNILA), Isis Milreu (pesquisadora, UFCG), Lívia Reis (pesquisadora, UFF), Rogério Mendes (pesquisador, UFRN), João Batista Teixeira (pesquisador, FMB), Francisca Zuleide Duarte de Souza (pesquisadora, UEPB), Vanessa Riambau Pinheiro (pesquisadora, UFPB). O evento contou, também, com a participação ativa de muitos pesquisadores e alunos da UERN. O I SILAM foi coordenado pelo Prof. Dr. Sebastião Marques Cardoso (PODES/PPGL/PPCL/GPORT – UERN), em parceria com a FALA/UERN, sob a Direção da Profa. Iara Maria Carneiro de Freitas.
![Research paper thumbnail of CARDOSO, S. M.; SANTOS, C. L. (Org.) ; SILVA, M. E. S. (Org.) . Pluriverso das letras [livro eletrônico] : exercícios de crítica e análise literária. 1. ed. Mossoró: PODES Editora, 2022. v. II. 279 p , PDF.](https://attachments.academia-assets.com/103990154/thumbnails/1.jpg)
CARDOSO, S. M.; SANTOS, C. L. (Org.) ; SILVA, M. E. S. (Org.) . Pluriverso das letras [livro eletrônico] : exercícios de crítica e análise literária. 1. ed. Mossoró: PODES Editora, 2022. v. II. 279 p ., 2022
Os capítulos que integram esta obra foram produzidos para o III Simpósio Nacional de Literaturas ... more Os capítulos que integram esta obra foram produzidos para o III Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa, realizado juntamente ao II Simpósio Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por iniciativa dos membros do Grupo de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa (GPORT), entre os dias 4 e 6 de maio de 2021. O evento aconteceu de forma remota, transmitido pela plataforma Youtube e pelo Google Meet. A programação do SINALLIP (Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa) mobilizou os departamentos e os programas de Pós-Graduação em Letras da UERN, em especial do Campus de Pau dos Ferros e do Campus Central. O objetivo central deste livro é divulgar e propor estudos literários, críticos e comparados acerca das diversas comunidades literárias que têm a Língua Portuguesa como um dos principais veículos de expressão ficcional. Seu público-alvo, assim, são os estudantes e profissionais de Letras e de campos de estudo próximos. Os capítulos publicados obedecem às normas para a publicação deste volume, contudo, a responsabilidade pelo cuidado da revisão textual ou pelos conteúdos expressos nesses textos é dos próprios autores.

CARDOSO, S. M.; SANTOS, C. L. (Org.) ; ANJOS, C. M. V. (Org.) . Representações culturais literárias nas literaturas de língua portuguesa: identidades, transgressões e resistências : volume I. 1. ed. Mossoró: PODES Editora, 2022. v. I. 326p ., 2022
Os capítulos que integram esta obra foram produzidos para o III Simpósio Nacional de Literaturas ... more Os capítulos que integram esta obra foram produzidos para o III Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa, realizado juntamente ao II Simpósio Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por iniciativa dos membros do Grupo de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa (GPORT), entre os dias 4 e 6 de maio de 2021. O evento aconteceu de forma remota, transmitido pela plataforma Youtube e pelo Google Meet. A programação do SINALLIP (Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa) mobilizou os departamentos e os programas de Pós-Graduação em Letras da UERN, em especial do Campus de Pau dos Ferros e do Campus Central. O objetivo central deste livro é divulgar e propor estudos literários, críticos e comparados acerca das diversas comunidades literárias que têm a Língua Portuguesa como um dos principais veículos de expressão ficcional. Seu público-alvo, assim, são os estudantes e profissionais de Letras e de campos de estudo próximos. Os capítulos publicados obedecem às normas para a publicação deste volume, contudo, a responsabilidade pelo cuidado da revisão textual ou pelos conteúdos expressos nesses textos é dos próprios autores.

GUAIRACÁ Guarapuava, Paraná, n. 21 p. 29-42, 2005
Sem desconsiderar o debate sobre a literatura de João do Rio (1881-1921) pelo viés do imaginário ... more Sem desconsiderar o debate sobre a literatura de João do Rio (1881-1921) pelo viés do imaginário técnico, em que podemos evidenciar a movimentação bastante peculiar de suas personagens, tendo, em certos momentos, a linha férrea como a
segunda rua na operação de constantes e cada vez mais longos deslocamentos, poderemos nos surpreender ao reler o conjunto da obra literária de Oswald de Andrade (1890-1954). Parece que a atitude de João do Rio teria antecipado uma técnica literária sui generis que, em Oswald, ressurgiria de maneira meio turva,
mas imprescindível, nas séries Os condenados (leia-se Trilogia do Exílio) e Marco Zero, bem como em obras tidas como de “invenção”, com deslocamentos mais graves, ao propor uma ruptura mais contundente no espaço e no tempo. Nesse sentido, sugerimos que a modernidade literária da primeira metade do século XX talvez esteja melhor relacionada, até certo ponto, com a abertura que o escritor paulista aufere às suas personagens em vez do uso, tanto elucidado criticamente, da linguagem vanguardista propriamente dita. Nessa perspectiva, o relaxamento do olhar oswaldiano pode significar um desejo premente de libertação ou mesmo convite para novas experiências que, além de estéticas, podem redefinir outras operações no espaço interno (psicológico) da personagem.
Revista Cesumar - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, 2004
Neste artigo vamos estudar a relação do espaço, um dos elementos primordiais da narrativa de ficç... more Neste artigo vamos estudar a relação do espaço, um dos elementos primordiais da narrativa de ficção de João do Rio, com a paisagem técnica do Rio de Janeiro das duas primeiras décadas do século XX. Acreditamos, pois, que artefatos modernos como o fotógrafo, o automóvel, o trem, o cinematógrafo e - por que não? - a imprensa, constituíram no alvorecer do século XX, a parafernália técnica que se prestou muito bem ao serviço ideológico da época, condicionamento as formas de percepção e, sobretudo de dominação cultural. Tomaremos, assim, a simbologia da rua e seus possíveis desdobramentos na literatura de João do Rio como expressões culturais imediatamente vinculadas a esse período de vertiginosas transformações na área tecnológica.
Entremeios, Revista de Estudos do Discurso, 2019
Resumo. O trabalho aqui exposto se constitui como uma análise dos poemas "Rastro"; "Memória filog... more Resumo. O trabalho aqui exposto se constitui como uma análise dos poemas "Rastro"; "Memória filogenética" e "Mnemografias" (2011) da autora Lívia Natália. Com base na concepção de "abismo" desenvolvida por Edouard Glissant (2011), enfoca-se nessa análise os abismos presentes nos poemas na tentativa de que se possa refletir sobre como estes abismos, configurados em traços de memória coletiva (HALBWACHS, 2003) de um povo, se estruturam no labor estético da obra de Natália (2011) tornando-se assim, arma de luta contra o apagamento do sofrimento passado de um grupo social. Neste artigo, além da discussão sobre o conceito de abismos e exemplificações a partir de determinadas cenas metaforizadas dos textos, também analisa-se as funções que essas cenas exercem no entendimento amplo dos poemas.
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), Feb 10, 2023
Revista Crioula, 2018
Este artigo se trata de uma análise sobre a violência descrita por Fanon (1997) dentro de um roma... more Este artigo se trata de uma análise sobre a violência descrita por Fanon (1997) dentro de um romance do escritor angolano Ondjaki, intitulado Os transparentes (2013). Traçando um paralelo entre a Argélia colonial e a Luanda representada no romance. Em nosso aporte teórico aparecem nomes como Homi Bhabha, Edward Said, Stuart Hall, Paulo Freire dentre outros.

Orientador: Maria Eugenia BoaventuraTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Institu... more Orientador: Maria Eugenia BoaventuraTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Trataremos da atitude ¿anti-heróica¿ dos personagens centrais da Trilogia do Exílio, de Oswald de Andrade (1890-1954), como um elemento intertextual da obra, e averiguaremos até que ponto a inflexão desses personagens pode contribuir para o entendimento da forma narrativa, empregada pelo autor. Dada a complexidade dos personagens, a Trilogia do exílio¿ série que compreende os romances Os Condenados (1922), A Estrela de Absinto (1927) e A Escada Vermelha (1934)¿ é, na opinião de Mário da Silva Brito, uma obra ¿perturbadora¿. Reconhecida por parte da crítica, a construção dos personagens parece confirmar um procedimento inusitado de revelação psicológica e pode indicar, de maneira mais ampla, um projeto literário que caminha em paralelo à conhecida atitude do escritor de redução, de apequenamento e de ruptura com esse modelo, nas obras Memórias Sentimentai...

Boitatá
O presente trabalho tem como objetivo investigar a cultura popular nordestina, em especial as mar... more O presente trabalho tem como objetivo investigar a cultura popular nordestina, em especial as marcas da tradição oral na obra Auto da Compadecida de Ariano Suassuna. Notadamente híbrido, o texto do autor se identifica majoritariamente aos espetáculos de circo e à tradição popular, por sua maneira de apresentar os acontecimentos. Nesta obra, a moral católica aparece em primeiro plano, dialogando com o estilo quinhentista português de Gil Vicente e com as tradições locais e regionalistas do folclore brasileiro. Os instrumentos culturais mais relevantes na peça são as crendices e a literatura de cordel da realidade regional brasileira, mais precisamente da realidade regional nordestina. Acredita-se que as lendas, mitos, contos populares e fábulas não fazem parte apenas do exótico no mural da literatura brasileira. Indagaremos, assim, se a grandiosidade do conteúdo comunicativo que percorre a narrativa deve-se à transposição de elementos da cultura popular brasileira presentes nas difer...

Iremos, neste artigo, abordar a literatura de Machado de Assis, no que se refere a discussao sobr... more Iremos, neste artigo, abordar a literatura de Machado de Assis, no que se refere a discussao sobre literatura afro-brasileira, com base nos estudos de Eduardo de Assis Duarte, expostos no livro “Machado de Assis: afro-descendente”. Consideramos ser pertinente relacionar a literatura machadiana da literatura afro-brasileira. Nosso maior interesse sera refletir sobre o destaque do negro na escrita machadiana. Conforme aponta o critico Eduardo de Assis Duarte, o escravo, em Machado, nao e protagonista, e sim, figurante, apesar de na juventude, em alguns textos, ter colocado, mesmo que de forma tragica, a mulher como protagonista. Avaliaremos, assim, que a escrita de Machado nao defende o racismo, atraves da estereotipacao negra. Contrariamente, sua narrativa realiza uma denuncia ao racismo, ao relatar as relacoes dissonantes entre senhores e escravos, e as tiranias cometidas contra os negros, permitindo uma visao critica sobre o choque socio-historico e a relacao subalterna dos descen...
Uploads
Videos by Sebastião Marques Cardoso
Papers by Sebastião Marques Cardoso
Este estudo propõe fazer um diálogo crítico entre o teatro e as sociedades africanas, tentando trazer algumas notas sobre a política artística da descolonização do ser e do poder nas perspectivas de Ngũgĩ wa Thiong'o e de Abdulai Sila. Na primeira parte desse texto, falaremos brevemente sobre como podemos entender o conceito de teatro numa perspectiva ocidental e não-ocidental. Na segunda parte, considerando a cultura como campo de batalha, trataremos, de forma ligeira e sintética, de como o teatro profissional ocidental chegou na África e de como os africanos reagiram a esse teatro. E, por fim, trataremos da internacionalização dos festivais africanos e da contribuição do teatro feito pelo guineense Abdulai Sila. A concepção unilateral de teatro ocidental, ou seja, daquele modelo que foi politicamente imposto a outros povos, não apagou por completo, entretanto, as concepções e origens de um teatro local potente, diverso e de resistência em África. Em outras palavras, veremos como o teatro ocidental chegou em África e de como os africanos reagiram discursivamente através do próprio teatro, entendido como uma área de disputas políticas, culturais e de identidades em jogo. Fazendo um recorte no teatro das sociedades africanas, colocaremos em evidência o teatro de Abdulai Sila e, com ele, a possibilidade de um teatro que se volte conscientemente para a descolonização das mentes daqueles que continuam como sequestrados e sequelados no paradigma modernidade/colonialidade.
Palavras-chave: cultura; teatro; sociedades africanas; descolonização da
mente; Ngũgĩ wa Thiong'o; Abdulai Sila
Com relação à disposição dos textos presentes no livro, os variados capítulos estão arrolados linearmente sem obedecer a uma divisão rígida por áreas ou preferências temáticas. Ao todo, são 22 capítulos que dão unidade ao livro.
segunda rua na operação de constantes e cada vez mais longos deslocamentos, poderemos nos surpreender ao reler o conjunto da obra literária de Oswald de Andrade (1890-1954). Parece que a atitude de João do Rio teria antecipado uma técnica literária sui generis que, em Oswald, ressurgiria de maneira meio turva,
mas imprescindível, nas séries Os condenados (leia-se Trilogia do Exílio) e Marco Zero, bem como em obras tidas como de “invenção”, com deslocamentos mais graves, ao propor uma ruptura mais contundente no espaço e no tempo. Nesse sentido, sugerimos que a modernidade literária da primeira metade do século XX talvez esteja melhor relacionada, até certo ponto, com a abertura que o escritor paulista aufere às suas personagens em vez do uso, tanto elucidado criticamente, da linguagem vanguardista propriamente dita. Nessa perspectiva, o relaxamento do olhar oswaldiano pode significar um desejo premente de libertação ou mesmo convite para novas experiências que, além de estéticas, podem redefinir outras operações no espaço interno (psicológico) da personagem.
Este estudo propõe fazer um diálogo crítico entre o teatro e as sociedades africanas, tentando trazer algumas notas sobre a política artística da descolonização do ser e do poder nas perspectivas de Ngũgĩ wa Thiong'o e de Abdulai Sila. Na primeira parte desse texto, falaremos brevemente sobre como podemos entender o conceito de teatro numa perspectiva ocidental e não-ocidental. Na segunda parte, considerando a cultura como campo de batalha, trataremos, de forma ligeira e sintética, de como o teatro profissional ocidental chegou na África e de como os africanos reagiram a esse teatro. E, por fim, trataremos da internacionalização dos festivais africanos e da contribuição do teatro feito pelo guineense Abdulai Sila. A concepção unilateral de teatro ocidental, ou seja, daquele modelo que foi politicamente imposto a outros povos, não apagou por completo, entretanto, as concepções e origens de um teatro local potente, diverso e de resistência em África. Em outras palavras, veremos como o teatro ocidental chegou em África e de como os africanos reagiram discursivamente através do próprio teatro, entendido como uma área de disputas políticas, culturais e de identidades em jogo. Fazendo um recorte no teatro das sociedades africanas, colocaremos em evidência o teatro de Abdulai Sila e, com ele, a possibilidade de um teatro que se volte conscientemente para a descolonização das mentes daqueles que continuam como sequestrados e sequelados no paradigma modernidade/colonialidade.
Palavras-chave: cultura; teatro; sociedades africanas; descolonização da
mente; Ngũgĩ wa Thiong'o; Abdulai Sila
Com relação à disposição dos textos presentes no livro, os variados capítulos estão arrolados linearmente sem obedecer a uma divisão rígida por áreas ou preferências temáticas. Ao todo, são 22 capítulos que dão unidade ao livro.
segunda rua na operação de constantes e cada vez mais longos deslocamentos, poderemos nos surpreender ao reler o conjunto da obra literária de Oswald de Andrade (1890-1954). Parece que a atitude de João do Rio teria antecipado uma técnica literária sui generis que, em Oswald, ressurgiria de maneira meio turva,
mas imprescindível, nas séries Os condenados (leia-se Trilogia do Exílio) e Marco Zero, bem como em obras tidas como de “invenção”, com deslocamentos mais graves, ao propor uma ruptura mais contundente no espaço e no tempo. Nesse sentido, sugerimos que a modernidade literária da primeira metade do século XX talvez esteja melhor relacionada, até certo ponto, com a abertura que o escritor paulista aufere às suas personagens em vez do uso, tanto elucidado criticamente, da linguagem vanguardista propriamente dita. Nessa perspectiva, o relaxamento do olhar oswaldiano pode significar um desejo premente de libertação ou mesmo convite para novas experiências que, além de estéticas, podem redefinir outras operações no espaço interno (psicológico) da personagem.
(Programa de Pós-graduação em Letras – PPGL– e do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem – PPCL –), ao convite do Programa de Pós-graduação de Doutorado em Letras, do Instituto de Pesquisas Literárias “Gonzalo Picón Febres”, da Faculdade de Humanidades e Educação da ULA, com sede na cidade de Mérida, em Venezuela, um seminário de pesquisa, coordenado e ministrado em 2023 pelo Prof. Dr. Sebastião Marques Cardoso, permitiu a aproximação e a interação entre esses programas de pós-graduação. Os estudantes de pós-graduação da Venezuela e do Brasil, no contexto da disciplina oferecida e da cooperação entre as universidades, puderam compartilhar experiências na pesquisa e, também, ampliar seus repertórios teóricos, metodológicos e de corpus. A cooperação internacional entre a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e a Universidade dos Andes, hoje homologada pelas Diretorias de Assuntos Internacionais dessas universidades, decorreu inicialmente a partir dos contatos entre a Associação de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais – PODES – e a Rede Internacional de Pesquisadores de Literatura Comparada – REDILIC –, cujos membros envolvidos são pesquisadores docentes vinculados à UERN e à ULA, respectivamente. A partir desses primeiros contatos, foi possível a realização de um seminário, como já foi dito acima, e, em seguida, a participação dos alunos da UERN e da ULA, no IV SINALLIP - Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa – e III Simpósio Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa - que aconteceu de 17 a 19 de outubro de 2023, de forma semipresencial (remoto e presencial), a partir do Campus Avançado de Pau dos Ferros, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Na ocasião, os pesquisadores e alunos da UERN e da ULA, no quadro da cooperação, se inscreveram no simpósio “Estudos pós-coloniais e decolonias nas literaturas de língua portuguesa e do cone
sul”. Esse simpósio, coordenado pelos pesquisadores Dr. Sebastião Marques Cardoso (PPGL/ PPCL – UERN), pela Dra. Lilibeth Janneth Zambrano Contreras (Universidad de Los Andes/ Venezuela – ULA/Mérida) e pelo Dr. Carlos Gildemar Pontes (UFCG) foi aberto também à participação de pesquisadores/as de outras Instituições de Ensino Superior. Assim, o presente livro, acolhe também trabalhos acadêmicos de outras IES, o que torna o livro ainda mais amplo e diverso nas abordagens teóricas.
O evento desenvolveu-se de forma semipresencial (remoto e presencial) – as atividades remotas foram transmitidas pela plataforma Youtube e pelo Google Meet – sob a organização da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por diligência dos membros do Grupo de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa (GPORT), entre os dias 17 a 19 de outubro de 2023. O IV SINALLIP articulou os departamentos e os programas de Pós-Graduação em Letras da UERN, especialmente, o Campus de Pau dos Ferros e o Campus Central, ainda, dispôs do apoio da CAPES/PAEP.
Literaturas de Língua Portuguesa – GPORT. A segunda edição do evento ocorreu no Campus Central da UERN, em Mossoró, e foi também um evento de caráter internacional. Nesse sentido, a existência do presente livro é uma continuidade também das pesquisas e das intervenções orientadas e promovidas pelo Grupo, que almeja se estabelecer e se consolidar na pesquisa acadêmica, apoiando, inclusive, os Programas de Pós-graduação em Letras – PPGL– e de Ciências da Linguagem– PPCL –, existentes na instituição.