
Sonia Terron
Doutora em Ciência Política (2009) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Mestre em Ciências Geodésicas (1987) e graduada em Engenharia Cartográfica (1982) pela Universidade Federal do Paraná. Pesquisa sobre análise espacial aplicada a estudos sociopolíticos e a geografia eleitoral, e coordena o Espacio Alacip, Grupo de Investigación en Análisis Espacial en América Latina, vinculado à Associação Latinoamericana de Ciência Política (Alacip). No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ingressou em na área de Geociências, em 1987, tendo acumulado experiência no planejamento e construção das Bases Territoriais dos Censos e Pesquisas, no cadastramento das Estruturas Territoriais Nacionais (Divisão Político-Administrativa e outras) e na adequação de processos, métodos e geotecnologias para produção e informatização de mapeamento urbano para os Censos. Atualmente desenvolve análises espaciais para o Sistema de Indicadores Sociodemográfico que está em construção na Coordenação de População e Indicadores Sociais da Diretoria de Pesquisas do IBGE.
Supervisors: Jairo Nicolau
Phone: + 55 21 2142 0359
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Books by Sonia Terron
A pesquisa analisa a dinâmica sócio-espacial da base eleitoral de Lula e a composição de territórios eleitorais nas eleições presidenciais brasileiras, no período de 1989 a 2006. Fundamenta-se na teoria que considera o contexto geográfico como determinante de padrões de voto. Utiliza métodos de análise espacial de dados e de regressão estatística espacial.
A análise explora com mapas, estatísticas espaciais, gráficos, tipologia de municípios e outros recursos, as votações de Lula, nos 5.564 municípios, e as compara às votações dos candidatos que receberam mais de 10% dos votos válidos. A pesquisa mostra que há padrões geográficos significativos no período, intelegíveis segundo duas linhas de evolução espaço-temporal: a da base eleitoral de Lula, e a dos padrões da disputa presidencial.
As duas têm ponto de inflexão bem marcados. A grande mudança na base eleitoral de Lula ocorre em 2006, quando o padrão passa de local para regional; mas na disputa presidencial a ruptura acontece em 2002. O padrão local se instala entre o ciclo de territórios regionais de 1989 a 1998, e a nova composição regional de 2006.
A semelhança dos territórios eleitorais de Collor e de Fernando Henrique, a “conquista” do Nordeste pelo PT e do Rio Grande do Sul, pelo PSDB; a expansão territorial da desigualdade social; a relação entre padrões regionais, políticas públicas e reeleição, são outras descobertas analisadas. A influência do programa Bolsa Família na mudança na base eleitoral de Lula é revista à luz das novas evidências, e se confirma como o fator de maior peso.
_______________________
Abstract
The research analyzes the socio-spatial dynamics of Lula's electoral base and the composition of electoral territories in the Brazilian presidential elections, from 1989 to 2006. It is based in the theory that considers the geographical context as determinant of vote patterns. Methods of spatial data analysis and spatial statistical regression are applied.
The analysis explores Lula's voting on the 5.564 municipal districts on maps, spatial statistics, graphs, municipal typologies and other resources. They are compared to candidates' voting over 10% of valid votes. The research brought up significant geographical patterns in the period, according to two evolution lines: the one of Lula's electoral base, and the one of presidential dispute.
Both have inflection point well marked. The greatest change in Lula's electoral base happens in 2006, when pattern passes from local to regional. According to the presidential competition, however, a rupture happens in 2002. This election settles a local pattern among the cycle of regional territories established from 1989 to 1998, and the new regional composition of 2006.
The similarity of Collor's electoral territories and of Fernando Henrique’s; the conquest of the northeast by PT and Rio Grande do Sul, by PSDB; the territorial expansion of the social inequality; the synchronicity of regional patterns, public politics and reelection, are also analyzed. The influence of the Bolsa Família cash transfer program on the change in Lula's electoral base was reviewed under the new evidences. Its condition as the factor of larger weight was confirmed.
Papers by Sonia Terron
O debate sobre o distanciamento entre Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou corpo na eleição de 2006, quando a popularidade de Lula e de seu governo não se estendeu ao PT, como seria esperado. Pela primeira vez o partido não melhorou o desempenho na votação para a Câmara dos Deputados em relação à eleição anterior. Analisamos as bases eleitorais de Lula e do PT nas quatro últimas eleições para presidente e deputado federal (1994-2006), e comprovamos o distanciamento entre elas.
Pesquisamos a distribuição espacial das votações ao nível do município com mapas, estatísticas e regressões espaciais. Identificamos o “descolamento” dos territórios eleitorais do candidato e do partido a cada eleição, e as regressões espaciais mediram a crescente independência espaço-temporal das votações: os coeficientes baixaram de 0,85 em 1994, para 0,15 em 2006. Houve um processo de distanciamento geosocial, no período de 1994 a 2002, e um “divórcio” entre as bases eleitorais, em 2006, quando se formaram territórios de configurações praticamente irrelacionadas.
______________________
ABSTRACT
The debate about the distancing between Lula and the Workers Party (PT) gained acceptance in the 2006 election, when the popularity of Lula and his government did not extend to the PT, as expected. For the first time the party did not improve performance in the voting for the Chamber of Deputies regarding the previous election. We analyzed the electoral bases of Lula and the PT in the last four elections for president and federal deputies (1994-2006), and we prove the distancing between them.
We studied the spatial distribution of votes at the municipal level with maps, statistics and spatial regression. We identified the detachment of the candidate’s and party's electoral territories every election, and the regressions measured the growing spatial-temporal independence of the votings: the coefficient fell from 0.85 in 1994 to 0.15 in 2006. There was a process of geosocial distancing in the period 1994 to 2002, and a "divorce" between the electoral bases in 2006 when the territories seemed to be nearly unrelated to each other.
A votação de Lula em 2006 suscitou hipóteses sobre a repercussão das políticas públicas do primeiro mandato nos resultados eleitorais. Os programas sociais de transferência direta de renda, em especial o Bolsa Família, foram associados ao grande crescimento de sua votação nos municípios mais pobres do norte e nordeste. Empregamos conceitos e métodos da geografia eleitoral moderna para averiguar qual a participação do Bolsa Família nesta mudança geográfica. Os resultados mostram um novo padrão na distribuição espacial dos votos de Lula, confirmando que este ainda recebe o apoio de suas bases anteriores, mas revelam que os blocos regionais de municípios de alta votação em 2002 perderam a coesão em 2006, tornando-se mais vulneráveis. Os resultados confirmam ainda que a participação do Bolsa Família sobre a renda local foi um determinante do novo contorno das bases geoeleitorais, e o fator de maior peso na explicação da votação municipal.
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Abstract
The voting of Lula in 2006 excited hypotheses on the repercussion of the public politics of the first mandate in the electoral results. The social programs of direct transference of income, in special the "Bolsa Família", had been associates to the great growth of its voting in the cities poor of the north and northeast. We use concepts and methods of modern electoral geography to inquire which the participation of the "Bolsa Família" in this geographic change. The results show a new standard in the space distribution of the votes of Lula, confirming that he still receives the support from its previous bases, but disclose that the regional blocks of cities of high voting in 2002 had lost the cohesion in 2006, becoming more vulnerable. The results confirm the participation of the "Bolsa Família" on the local income was a determinative one of the new contour of the electoral-geographic basis, and the factor of big weight in the explanation of the municipal voting.
"A primeira imagem que geralmente se associa a um mapa político é o tradicional mapa do Brasil com os estados, suas capitais, e o Distrito Federal, estrategicamente posicionado no coração do Planalto Central. Este e outros mapas políticos, tão frequentes em nosso cotidiano desde os primeiros anos de escola, representam fronteiras político-administrativas do sistema mundo, que são apenas uma das dimensões cartografáveis da política. Há outras. ....."
Incluí mapas eleitorais de Lula (2002 e 2006) e Dilma (2010).
A pesquisa analisa a dinâmica sócio-espacial da base eleitoral de Lula e a composição de territórios eleitorais nas eleições presidenciais brasileiras, no período de 1989 a 2006. Fundamenta-se na teoria que considera o contexto geográfico como determinante de padrões de voto. Utiliza métodos de análise espacial de dados e de regressão estatística espacial.
A análise explora com mapas, estatísticas espaciais, gráficos, tipologia de municípios e outros recursos, as votações de Lula, nos 5.564 municípios, e as compara às votações dos candidatos que receberam mais de 10% dos votos válidos. A pesquisa mostra que há padrões geográficos significativos no período, intelegíveis segundo duas linhas de evolução espaço-temporal: a da base eleitoral de Lula, e a dos padrões da disputa presidencial.
As duas têm ponto de inflexão bem marcados. A grande mudança na base eleitoral de Lula ocorre em 2006, quando o padrão passa de local para regional; mas na disputa presidencial a ruptura acontece em 2002. O padrão local se instala entre o ciclo de territórios regionais de 1989 a 1998, e a nova composição regional de 2006.
A semelhança dos territórios eleitorais de Collor e de Fernando Henrique, a “conquista” do Nordeste pelo PT e do Rio Grande do Sul, pelo PSDB; a expansão territorial da desigualdade social; a relação entre padrões regionais, políticas públicas e reeleição, são outras descobertas analisadas. A influência do programa Bolsa Família na mudança na base eleitoral de Lula é revista à luz das novas evidências, e se confirma como o fator de maior peso.
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Abstract
The research analyzes the socio-spatial dynamics of Lula's electoral base and the composition of electoral territories in the Brazilian presidential elections, from 1989 to 2006. It is based in the theory that considers the geographical context as determinant of vote patterns. Methods of spatial data analysis and spatial statistical regression are applied.
The analysis explores Lula's voting on the 5.564 municipal districts on maps, spatial statistics, graphs, municipal typologies and other resources. They are compared to candidates' voting over 10% of valid votes. The research brought up significant geographical patterns in the period, according to two evolution lines: the one of Lula's electoral base, and the one of presidential dispute.
Both have inflection point well marked. The greatest change in Lula's electoral base happens in 2006, when pattern passes from local to regional. According to the presidential competition, however, a rupture happens in 2002. This election settles a local pattern among the cycle of regional territories established from 1989 to 1998, and the new regional composition of 2006.
The similarity of Collor's electoral territories and of Fernando Henrique’s; the conquest of the northeast by PT and Rio Grande do Sul, by PSDB; the territorial expansion of the social inequality; the synchronicity of regional patterns, public politics and reelection, are also analyzed. The influence of the Bolsa Família cash transfer program on the change in Lula's electoral base was reviewed under the new evidences. Its condition as the factor of larger weight was confirmed.
O debate sobre o distanciamento entre Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou corpo na eleição de 2006, quando a popularidade de Lula e de seu governo não se estendeu ao PT, como seria esperado. Pela primeira vez o partido não melhorou o desempenho na votação para a Câmara dos Deputados em relação à eleição anterior. Analisamos as bases eleitorais de Lula e do PT nas quatro últimas eleições para presidente e deputado federal (1994-2006), e comprovamos o distanciamento entre elas.
Pesquisamos a distribuição espacial das votações ao nível do município com mapas, estatísticas e regressões espaciais. Identificamos o “descolamento” dos territórios eleitorais do candidato e do partido a cada eleição, e as regressões espaciais mediram a crescente independência espaço-temporal das votações: os coeficientes baixaram de 0,85 em 1994, para 0,15 em 2006. Houve um processo de distanciamento geosocial, no período de 1994 a 2002, e um “divórcio” entre as bases eleitorais, em 2006, quando se formaram territórios de configurações praticamente irrelacionadas.
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ABSTRACT
The debate about the distancing between Lula and the Workers Party (PT) gained acceptance in the 2006 election, when the popularity of Lula and his government did not extend to the PT, as expected. For the first time the party did not improve performance in the voting for the Chamber of Deputies regarding the previous election. We analyzed the electoral bases of Lula and the PT in the last four elections for president and federal deputies (1994-2006), and we prove the distancing between them.
We studied the spatial distribution of votes at the municipal level with maps, statistics and spatial regression. We identified the detachment of the candidate’s and party's electoral territories every election, and the regressions measured the growing spatial-temporal independence of the votings: the coefficient fell from 0.85 in 1994 to 0.15 in 2006. There was a process of geosocial distancing in the period 1994 to 2002, and a "divorce" between the electoral bases in 2006 when the territories seemed to be nearly unrelated to each other.
A votação de Lula em 2006 suscitou hipóteses sobre a repercussão das políticas públicas do primeiro mandato nos resultados eleitorais. Os programas sociais de transferência direta de renda, em especial o Bolsa Família, foram associados ao grande crescimento de sua votação nos municípios mais pobres do norte e nordeste. Empregamos conceitos e métodos da geografia eleitoral moderna para averiguar qual a participação do Bolsa Família nesta mudança geográfica. Os resultados mostram um novo padrão na distribuição espacial dos votos de Lula, confirmando que este ainda recebe o apoio de suas bases anteriores, mas revelam que os blocos regionais de municípios de alta votação em 2002 perderam a coesão em 2006, tornando-se mais vulneráveis. Os resultados confirmam ainda que a participação do Bolsa Família sobre a renda local foi um determinante do novo contorno das bases geoeleitorais, e o fator de maior peso na explicação da votação municipal.
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Abstract
The voting of Lula in 2006 excited hypotheses on the repercussion of the public politics of the first mandate in the electoral results. The social programs of direct transference of income, in special the "Bolsa Família", had been associates to the great growth of its voting in the cities poor of the north and northeast. We use concepts and methods of modern electoral geography to inquire which the participation of the "Bolsa Família" in this geographic change. The results show a new standard in the space distribution of the votes of Lula, confirming that he still receives the support from its previous bases, but disclose that the regional blocks of cities of high voting in 2002 had lost the cohesion in 2006, becoming more vulnerable. The results confirm the participation of the "Bolsa Família" on the local income was a determinative one of the new contour of the electoral-geographic basis, and the factor of big weight in the explanation of the municipal voting.
"A primeira imagem que geralmente se associa a um mapa político é o tradicional mapa do Brasil com os estados, suas capitais, e o Distrito Federal, estrategicamente posicionado no coração do Planalto Central. Este e outros mapas políticos, tão frequentes em nosso cotidiano desde os primeiros anos de escola, representam fronteiras político-administrativas do sistema mundo, que são apenas uma das dimensões cartografáveis da política. Há outras. ....."
Incluí mapas eleitorais de Lula (2002 e 2006) e Dilma (2010).