Artigos by Daniel Santana
Anuário da União de Freguesias de Faro (Sé e São Pedro), 2022

Isolino Vaz. Um Homem Diferente (1922-1992), 2023
Autor de uma obra multifacetada, dedicado pedagogo, personagem benévola, laboriosa e sensível, ap... more Autor de uma obra multifacetada, dedicado pedagogo, personagem benévola, laboriosa e sensível, apaixonadamente ligado à Arte, Isolino Vaz (Vila Nova de Gaia, 1922 - Lisboa, 1992) foi sobretudo um grande desenhador e retratista, por vocação e especial aptidão. O seu trajeto de criação artística abrange cerca de meio século, de 1940 a 1992, sendo o desenho (mais do que a pintura), o seu meio de expressão privilegiado, o fio condutor de um percurso pessoal marcado pelas conotações neorrealistas e pela versatilidade.
Hoje, a obra de Isolino Vaz encontra-se pouco estudada, contextualizada e exposta, tornando-se quase secreta para quem nunca beneficiou da sua convivência. No entanto, volvidos 30 anos sobre o desaparecimento do artista, o tempo é de inventário das criações e de ordenação de memórias o que, com o apropriado recuo, ajuda-nos a obter uma visão mais abrangente do seu percurso e a concluir da relevância da obra que nos deixou, surpreendente pela sua sensibilidade e traço distinto. A celebração do seu centenário, em 2022, com um conjunto de atividades que decorrem de norte a sul do país, constitui, assim, uma excelente oportunidade para avivar a memória de Isolino Vaz e para ver, rever ou descobrir obras que se encontram em coleções particulares, e que, por isso, raramente podem ser vistas.

Anais do Município de Faro, Vol. XLIV, 2022
Bem se sabe como a vinda a lume de fontes históricas até hoje desconhecidas pode despertar a aten... more Bem se sabe como a vinda a lume de fontes históricas até hoje desconhecidas pode despertar a atenção da historiografia de arte e enriquecer a fortuna crítica de certas obras artísticas. Pode ser este o caso de uma notícia publicada pelo escritor Michele Mallio, em 1791, no periódico romano Annali di Roma, anunciando a produção de uma das mais notáveis pinturas da coleção do Museu Municipal de Faro: a tela O Menino entre os Doutores (1791, 276 x 196 cm, n.º inv.º 859), do pintor Marcello Leopardi, obra encomendada pelo bispo D. Francisco Gomes do Avelar para o retábulo da Capela do Seminário de Faro. A importância desta pintura para o Museu de Faro e para a história artística do Algarve é manifesta. Trata-se de um valioso testemunho da abertura local ao gosto neoclássico italiano no final do século XVIII, uma época de vitalidade na cidade de Faro, sob a influência do Iluminismo esclarecido, e sob a batuta do diligente Bispo D. Francisco Gomes do Avelar (bispo entre 1789-1816); sendo ainda relevante para a definição crítica da obra de Marcello Leopardi (1753-1795) em final de carreira. São várias as referências à valia artística do Menino entre os Doutores na bibliografia disponível sobre o património farense. José Eduardo Horta Correia define a pintura como "composição rigorista (...) denunciadora da transposição progressiva do academismo neoclássico para a pintura religiosa" 1 ; José Alberto Seabra Carvalho destaca-a como "obra por assim dizer zenital" 2 do acervo do Museu Municipal; para Vítor Serrão, este "belíssimo quadro" revela que "o esplendor vanguardista do gosto neoclássico já desponta em plenitude de desenho 1

A.A.V.V. (coor. Tomás Pinto Bravo), Vultos Tavirenses Dignos de Memória, 2021
No capítulo da arquitetura renascentista é nas obras do mestre arquitecto André Pilarte que o Alg... more No capítulo da arquitetura renascentista é nas obras do mestre arquitecto André Pilarte que o Algarve encontra alguns dos mais interessantes testemunhos. Figura de corpus biográfico obscuro pela escassez de luminosas fontes documentais, é-lhe no entanto reconhecido um papel ímpar no contexto da paisagem construída da região de Tavira durante a época de D. João III, especialmente devido aos estudos pioneiros de José Eduardo Horta Correia. Ao notável contributo historiográfico deste autor, que dedica ensaios específicos à obra do mestre de Tavira, somam-se as referências mais ou menos desenvolvidas de Vítor Serrão e, também, de Maria de Lurdes Craveiro, em obras focadas no contexto artístico do Renascimento em Portugal e no Algarve. São sobretudo estes autores que suportam, substancialmente, esta análise sobre o percurso biográfico de André Pilarte, a que modestamente se aditam alguns dados e interpretações.
Júlio Appleton (coor.), As Travessias do Rio Gilão em Tavira, 2021
Tavira tem de tudo. Tem uma história longa que inclui ruínas fenícias, um castelo elevado e telha... more Tavira tem de tudo. Tem uma história longa que inclui ruínas fenícias, um castelo elevado e telhados inclinados. Tem ruas antigas e bastantes igrejas – mais do que qualquer outra cidade algarvia –, traços arquitetónicos característicos e lendas de mouras encantadas. Se há cidade no Algarve com excecional atratividade é Tavira. No entanto, de olhos no rio que a corta ao meio, poucas coisas a representam melhor que a distinta silhueta da sua ponte antiga, por muitos reconhecida como ex-líbris da cidade. Juntamente com o rio e o castelo, a ponte é a chave para a compreensão de Tavira, dominando inclusive a heráldica e a simbologia local ao longo dos tempos.
AAVV, Manuel Martins (1667-1742). Oficial de Entalhador e Escultor Famoso, Câmara Municipal de Faro, 2020
Na época em que Manuel Martins termina a sua aprendizagem, o que deve ter acontecido na última dé... more Na época em que Manuel Martins termina a sua aprendizagem, o que deve ter acontecido na última década do século XVII, cresce em moldes cada vez mais qualificados a atividade artística no Algarve, após um século de declínio. O tempo é fértil em empreitadas artísticas de toda a ordem decorrentes, em grande parte, da estabilidade sociopolítica do tempo de D. Pedro II, das reformas tridentinas, da reafirmação da função pedagógica e espiritual da arte, bem como do aparecimento de novos institutos e equipamentos religiosos numa região que busca, também ela, seguir os passos da renovação criadora que se apossa de todo o país.
A.A.V.V., A Principal do Reino do Algarve. Tavira nos Séculos XV e XVI, 2020
Revista Medievalista, 2020
Durante séculos ignorada ou erroneamente identificada como um capitel ou parte de um antigo pelou... more Durante séculos ignorada ou erroneamente identificada como um capitel ou parte de um antigo pelourinho, tudo indica que a peça de cantaria lavrada, guardada no espólio do Museu Municipal de Tavira (Palácio da Galeria), e até agora apenas identificada com o código MMT2285, é na verdade um elemento de um desaparecido cruzeiro medieval. Provavelmente executada numa oficina da região algarvia no século XV, num dos períodos de maior prosperidade da povoação, esta peça terá originalmente estado colocada num espaço privilegiado do ponto de vista urbanístico, possivelmente numa das entradas da então vila ou, em alternativa, nas proximidades do antigo convento de São
Francisco.
in Anais do Município de Faro, 2016

AAVV, Memória e Futuro. Património, Coleções e a Construção de um Museu para Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 2014
Curiosas as palavras que Mário Lyster Franco (1902-1984, figura modelar do regionalismo algarvio,... more Curiosas as palavras que Mário Lyster Franco (1902-1984, figura modelar do regionalismo algarvio, dedica a Tavira em 1932: "há qualquer coisa de melancólico no ambiente (…), qualquer coisa de saudosista nos seus curiosos aspectos, nas suas ruas pouco movimentadas, nas janelas quási sempre fechadas dos seus prédios, nas poéticas margens do rio que a corta pelo meio e em que a casaria perpetuamente se revê. Dir-se-ia que é a recordação de um passado grandioso que a faz apresentar aquele ar de renúncia, como se esse passado não fosse susceptível de voltar, como se de uma terra condenada se tratasse" 1 . Se por um lado Tavira era "das terras do Algarve que mais interesse pode oferecer ao forasteiro", por outro gozava ainda "a velha fama de ser uma terra triste", uma sombra de um passado ilustre condenado ao desaparecimento. Entre os "curiosos aspectos" identificados pelo autor contavam-se as "numerosas igrejas", "alguns sumptuosos detalhes de velhas moradias", as "reixas que muitíssimas casas ainda ostentam" ou "a velha ponte romana, das mais belas em terras algarvias".
Artis: Revista do Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2011
Artis: Revista do Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2009
AAVV, Tavira: Patrimónios do Mar, (catálogo de exposição), Câmara Municipal de Tavira, 2008
É Tavira cidade marítima muito bem assentada (…), constata Frei João de São José em 1577, aludind... more É Tavira cidade marítima muito bem assentada (…), constata Frei João de São José em 1577, aludindo com justeza à situação geográfica da urbe e ao peso que as gentes e actividades ligadas ao mar sempre tiveram na sua história. Pescadores e mareantes de toda a espécie aqui atracaram e dinamizaram a cidade e o seu porto, especialmente nos séculos XV e XVI, quando o movimento de pessoas e mercadorias era vultuoso pelos tratos das praças africanas, pelo apoio às operações de corso e contra-corso, pela descarga do rico produto das fainas piscatórias e pela muito proveitosa inserção de Tavira nas rotas do comércio marítimo europeu, o que naturalmente beneficiou a cidade e a projectou em destinos longínquos.
AAVV, Pousada do Convento da Graça, ENATUR – Empresa Nacional de Turismo, 2006
Prémio EPAL 1997/98, Empresa Pública das Águas Livres, 1998
Guias by Daniel Santana
Câmara Municipal de Tavira, 2019
Este guia oferece ao visitante uma síntese do património religioso de Tavira, sendo de realçar a ... more Este guia oferece ao visitante uma síntese do património religioso de Tavira, sendo de realçar a riqueza artística acumulada nestas igrejas, a pluralidade de estilos, disciplinas e artistas que nelas se encontram. A qualidade dos vestígios góticos e manuelinos da matriz de Santa Maria ou do antigo convento de São Francisco, a elegância do renascimento na Misericórdia do mestre André Pilarte, a força do “estilo chão” nas igrejas de São Paulo ou da Graça ou ainda a exuberância dos espaços barrocos do Carmo ou de São José, definem em conjunto, nestes ou noutros templos da cidade, todo um percurso sugestivo da arte portuguesa com importante significado para a história da cidade e da região.
Câmara Municipal de Tavira, 2008
Câmara Municipal de Tavira, 2008
Entradas de catálogo by Daniel Santana
Entrada de catálogo da exposição "Cidade e Mundos Rurais. Tavira e as Sociedades Agrárias" (Museu... more Entrada de catálogo da exposição "Cidade e Mundos Rurais. Tavira e as Sociedades Agrárias" (Museu Municipal de Tavira, 2010), referente à imagem de Nossa Senhora da Luz.
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Artigos by Daniel Santana
Hoje, a obra de Isolino Vaz encontra-se pouco estudada, contextualizada e exposta, tornando-se quase secreta para quem nunca beneficiou da sua convivência. No entanto, volvidos 30 anos sobre o desaparecimento do artista, o tempo é de inventário das criações e de ordenação de memórias o que, com o apropriado recuo, ajuda-nos a obter uma visão mais abrangente do seu percurso e a concluir da relevância da obra que nos deixou, surpreendente pela sua sensibilidade e traço distinto. A celebração do seu centenário, em 2022, com um conjunto de atividades que decorrem de norte a sul do país, constitui, assim, uma excelente oportunidade para avivar a memória de Isolino Vaz e para ver, rever ou descobrir obras que se encontram em coleções particulares, e que, por isso, raramente podem ser vistas.
Francisco.
Guias by Daniel Santana
Entradas de catálogo by Daniel Santana
Hoje, a obra de Isolino Vaz encontra-se pouco estudada, contextualizada e exposta, tornando-se quase secreta para quem nunca beneficiou da sua convivência. No entanto, volvidos 30 anos sobre o desaparecimento do artista, o tempo é de inventário das criações e de ordenação de memórias o que, com o apropriado recuo, ajuda-nos a obter uma visão mais abrangente do seu percurso e a concluir da relevância da obra que nos deixou, surpreendente pela sua sensibilidade e traço distinto. A celebração do seu centenário, em 2022, com um conjunto de atividades que decorrem de norte a sul do país, constitui, assim, uma excelente oportunidade para avivar a memória de Isolino Vaz e para ver, rever ou descobrir obras que se encontram em coleções particulares, e que, por isso, raramente podem ser vistas.
Francisco.