Books by Geisa Ribeiro

A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de I... more A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de Itapemirim, município com a maior concentração escrava do Espírito Santo naquele período. O foco do estudo voltou-se aos elementos constitutivos de uma comunidade negra, como a ocupação de terras, a perpetuação dos laços de interdependência, responsabilidade e solidariedade, forjados no tempo do cativeiro, bem como sua memória da escravidão e da abolição. As fontes compõem-se, principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um "golpe" na lavoura. Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no

Nosso século XXI nasceu sob a égide da reunião virtual que trouxe possibilidades inéditas para a ... more Nosso século XXI nasceu sob a égide da reunião virtual que trouxe possibilidades inéditas para a reflexão teórica. Por um lado, a produção acadêmica e as fontes de pesquisa encontram-se livremente dispostas em plataformas digitais abertas ou à distância de toque. Por outro lado, os encontros acadêmicos transmutaram-se pela intermediação de telas de computadores, celulares ou “tablets”. Não há como negar que a leitura se tornou apressada e a conversa perdeu o prazer da escuta. Neste livro, encontra-se um pouco dos benefícios dos dois mundos. Os autores deslocaram-se pelo Brasil continental para conversar entre si, trocarem impressões e ouvirem uns aos outros. Poderia ser outra a forma de encontro. Claro! Mas não se teria o maravilhoso sol e fresca ventania da capital do Rio Grande do Norte. Não haveria a possibilidade de ouvir as vozes e ler os corpos. Os historiadores deste livro permitiram-se essa forma quase antiquada de encontro. E quando notaram estavam discutindo temas tão próximos que saíram da encantadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte com a firme resolução de produzir uma coletânea a partir de suas conversas. Ao se reunir, os autores perceberam que as distâncias no Brasil existem para serem superadas, mas não ignoradas. O Império brasileiro realizou-se sobre enorme extensão de terras e distintas experiências históricas. É preciso dar visibilidade às distinções e reconhecimento às singularidades. A pretensão deste livro, portanto, consiste em unificar as vozes dos historiadores em torno da qualidade infinitamente seminal da história para pensar significados, apresentar alteridades e desafiar padrões. Pensando a partir das províncias do Império do Brasil, os textos desta coletânea apresentam um sentido mais plural para a política quase sempre pensada a partir da unidade nacional.
Papers by Geisa Ribeiro

e-Mosaicos, May 31, 2022
This article presents reflections derived from the planning of a visit to the historical and cult... more This article presents reflections derived from the planning of a visit to the historical and cultural heritage of Vitoria downtown in ES with students from the Technical Course in Logistics Integrated to Education. We are guided by the ideas of Mathematical Modeling, interdisciplinarity and curricular integration, supported by research and official documents. In the classroom, we present the situation, conduct simulations and promote group discussion, when it was possible to observe a significant interest from students' part in carrying out the activities. While planning the visit, students built and mobilized knowledge related to cultural heritage, physical and virtual maps, scale, transformation of measures and average speed. With that, we concluded that the activity proved to be interdisciplinary, involving the subjects of Mathematics, Physics, History and Information Technology in the course.

Anais dos Encontros Internacionais UFES/PARIS-EST, Nov 15, 2017
O que acontece com os ex-escravos apos alcancar a liberdade? Abandonam a regiao onde foram escrav... more O que acontece com os ex-escravos apos alcancar a liberdade? Abandonam a regiao onde foram escravizados para fugir do poder e influencia do antigo senhor e/ou do lugar para evitar memorias que desejam esquecer? Sem duvida, essa pode ter sido uma alternativa, tanto dentro do periodo anterior a abolicao, quanto posterior a 1888. No entanto, antes de concordar-se tao rapidamente com tais possibilidades e necessario recordar que muitos dos recem libertos estavam envolvidos em antigos lacos familiares que nao se desfizeram com seu novo estatuto juridico. Lacos sanguineos e afetivos sao indicios importantes da historia construida por aqueles homens e mulheres que enfrentaram o cativeiro no Brasil e de suas redes de solidariedade que nao foram rompidas nem mesmo pela liberdade. Diante disso, serao compartilhados alguns casos encontrados em inventarios post-mortem e testamentos produzidos na segunda metade do seculo XIX na regiao cafeeira do sul do Espirito Santo na tentativa de refletir sobre os elementos que podem ter influenciado suas escolhas, isto e, que foram importantes na (re) construcao da vida apos alcancar a liberdade.

e-Mosaicos
Este artigo apresenta reflexões decorrentes do planejamento de uma visita ao patrimônio histórico... more Este artigo apresenta reflexões decorrentes do planejamento de uma visita ao patrimônio histórico-cultural do centro de Vitória-ES com estudantes do Curso Técnico em Logística Integrado ao Ensino. Nos balizamos nas ideias de Modelagem Matemática, interdisciplinaridade e integração curricular, amparados em pesquisas e documentos oficiais. Em sala de aula, apresentamos a situação, realizamos simulações e promovemos a discussão em grupos, quando observamos significativo interesse dos alunos na realização das atividades. Durante o planejamento da visita, os estudantes construíram e mobilizaram conhecimentos relacionados ao patrimônio cultural, mapas físicos e virtuais, escala, transformação de medidas e velocidade média. Com isso, concluímos que a atividade se mostrou interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de Matemática, Física, História e Tecnologia da Informação do curso.

A existência de famílias escravas, durante muito tempo oculta pela historiografia brasileira, já ... more A existência de famílias escravas, durante muito tempo oculta pela historiografia brasileira, já não é questionada pelos estudiosos que, atualmente, se concentram em investigar seus significados sociais, políticos e econômicos. A amplitude territorial e cronológica na qual se desenvolveu a escravidão no Brasil justifica o interesse contínuo no assunto, sobre o qual versa este trabalho. O Espírito Santo, por sua íntima relação com a escravidão e por abrigar em seu território tanto áreas produtoras de alimentos em pequenas propriedades quanto grandes fazendas agroexportadoras, constituiu locus privilegiado para a análise. A partir de inventários post-mortem, registros eclesiásticos de casamento, relatórios de presidentes da Província e censos, produzidos entre os decênios finais do período colonial e a Lei Rio Branco, responsável por libertar o ventre cativo, em 1871, procurou-se analisar a importância da reprodução endógena, isto é, da família escrava para a reprodução da sociedade e...

O que acontece com os ex-escravos apos alcancar a liberdade? Abandonam a regiao onde foram escrav... more O que acontece com os ex-escravos apos alcancar a liberdade? Abandonam a regiao onde foram escravizados para fugir do poder e influencia do antigo senhor e/ou do lugar para evitar memorias que desejam esquecer? Sem duvida, essa pode ter sido uma alternativa, tanto dentro do periodo anterior a abolicao, quanto posterior a 1888. No entanto, antes de concordar-se tao rapidamente com tais possibilidades e necessario recordar que muitos dos recem libertos estavam envolvidos em antigos lacos familiares que nao se desfizeram com seu novo estatuto juridico. Lacos sanguineos e afetivos sao indicios importantes da historia construida por aqueles homens e mulheres que enfrentaram o cativeiro no Brasil e de suas redes de solidariedade que nao foram rompidas nem mesmo pela liberdade. Diante disso, serao compartilhados alguns casos encontrados em inventarios post-mortem e testamentos produzidos na segunda metade do seculo XIX na regiao cafeeira do sul do Espirito Santo na tentativa de refletir so...
A analise dos dois jornais publicados no principal municipio cafeeiro do Espirito Santo durante o... more A analise dos dois jornais publicados no principal municipio cafeeiro do Espirito Santo durante o seculo XIX, Cachoeiro de Itapemirim, pretende-se evidenciar as tensoes e contradicoes na construcao da memoria da Abolicao na Imprensa Cachoeirense, que recepcionou entusiasticamente o “glorioso ato de 13 de maio de 1888”. A analise de conteudo, conforme as orientacoes de Lawrence Bardin e Renne Zicman, aplicada na pesquisa de O Cachoeirano e O Constitucional, pertencentes a campos politicos e ideologicos opostos, no periodo posterior a Lei Aurea e anterior a proclamacao da Republica, revela o desenvolvimento de narrativas contrastantes entre si, ambiguas e mutaveis no cenario marcado pelo crescimento das tensoes entre monarquistas e republicanos e pelo inicio das disputas pela memoria da Abolicao.
Revista Ágora, 2020
A análise dos dois jornais publicados no principal município cafeeiro do Espírito Santo durante o... more A análise dos dois jornais publicados no principal município cafeeiro do Espírito Santo durante o século XIX, Cachoeiro de Itapemirim, pretende-se evidenciar as tensões e contradições na construção da memória da Abolição na Imprensa Cachoeirense, que recepcionou entusiasticamente o “glorioso ato de 13 de maio de 1888”. A análise de conteúdo, conforme as orientações de Lawrence Bardin e Renné Zicman, aplicada na pesquisa de O Cachoeiranoe O Constitucional, pertencentes a campos políticos e ideológicos opostos, no período posterior à Lei Áurea e anterior à proclamação da República, revela o desenvolvimento de narrativas contrastantes entre si, ambíguas e mutáveis no cenário marcado pelo crescimento das tensões entre monarquistas e republicanos e pelo início das disputas pela memória da Abolição.

As vesperas da Abolicao, o Espirito Santo permanecia intimamente ligado a escravidao. Essa situac... more As vesperas da Abolicao, o Espirito Santo permanecia intimamente ligado a escravidao. Essa situacao, somada ao fato do territorio possuir regioes com caracteristicas bastante diferentes dentro do mesmo recorte administrativo, o transforma em locus privilegiado para a pesquisa referente a escravidao. Aproveitando tal situacao, investigamos o perfil e a estabilidade da familia escrava – cuja existencia nao e mais assunto a ser debatido, posto que amplamente confirmado – nas Regioes Central e Sul da Provincia capixaba, procurando perceber as diferencas e semelhancas entre os cenarios de pequenas propriedades e aquele dominado pelas grandes fazendas cafeeiras, desde o final da Colonia (1790) ate a libertacao do ventre das mulheres cativas (1871). As fontes utilizadas pelos pesquisadores da familia escrava, e tambem por este trabalho, privilegiam analises quantitativas e demograficas. Contudo, ainda que se assemelhem a “retratos”, revelando apenas um breve instante da vida daquelas pesso...
Revista Ágora
Apresentação do Dossiê "Pós-abolição: sociabilidades, relações de trabalho e estratégias de ... more Apresentação do Dossiê "Pós-abolição: sociabilidades, relações de trabalho e estratégias de mobilidade social"
Revista Ágora
Apresentação do Dossiê "Pós-abolição: sociabilidades, relações de trabalho e estratégias de ... more Apresentação do Dossiê "Pós-abolição: sociabilidades, relações de trabalho e estratégias de mobilidade social"
Revista Ágora, 2020
A análise dos dois jornais publicados no principal município cafeeiro do Espírito Santo duran... more A análise dos dois jornais publicados no principal município cafeeiro do Espírito Santo durante o século XIX, Cachoeiro de Itapemirim, evidencia as tensões e contradições na construção da memória da Abolição na Imprensa Cachoeirense, que recepcionou entusiasticamente o “glorioso ato de 13 de maio de 1888”. A análise de conteúdo, conforme as orientações de Lawrence Bardin e Renné Zicman, aplicada na pesquisa de O Cachoeirano e O Constitucional, pertencentes a campos políticos e ideológicos opostos, no período posterior à Lei Áurea e anterior à proclamação da República, revela o desenvolvimento de narrativas contrastantes entre si, ambíguas e mutáveis no cenário marcado pelo crescimento das tensões entre monarquistas e republicanos e pelo início das disputas pela memória da Abolição.

Revista Ágora, 2015
Às vésperas da Abolição, o Espírito Santo permanecia intimamente ligado à escravidão. Essa situaç... more Às vésperas da Abolição, o Espírito Santo permanecia intimamente ligado à escravidão. Essa situação, somada ao fato do território possuir regiões com características bastante diferentes dentro do mesmo recorte administrativo, o transforma em locus privilegiado para a pesquisa referente à escravidão. Aproveitando tal situação, investigamos o perfil e a estabilidade da família escrava – cuja existência não é mais assunto a ser debatido, posto que amplamente confirmado – nas Regiões Central e Sul da Província capixaba, procurando perceber as diferenças e semelhanças entre os cenários de pequenas propriedades e aquele dominado pelas grandes fazendas cafeeiras, desde o final da Colônia (1790) até a libertação do ventre das mulheres cativas (1871). As fontes utilizadas pelos pesquisadores da família escrava, e também por este trabalho, privilegiam análises quantitativas e demográficas. Contudo, ainda que se assemelhem a “retratos”, revelando apenas um breve instante da vida daquelas pessoas, elas permitiram conhecer um pouco de suas histórias, embasando considerações sobre o tema.

PPGHIS-UFES, 2012
A existência de famílias escravas, durante muito tempo oculta pela historiografia brasileira, já ... more A existência de famílias escravas, durante muito tempo oculta pela historiografia brasileira, já não é questionada pelos estudiosos que, atualmente, se concentram em investigar seus significados sociais, políticos e econômicos. A amplitude territorial e cronológica na qual se desenvolveu a escravidão no Brasil justifica o interesse contínuo no assunto, sobre o qual versa este trabalho. O Espírito Santo, por sua íntima relação com a escravidão e por abrigar em seu território tanto áreas produtoras de alimentos em pequenas propriedades quanto grandes fazendas agroexportadoras, constituiu locus privilegiado para a análise. A partir de inventários post-mortem, registros eclesiásticos de casamento, relatórios de presidentes da Província e censos, produzidos entre os decênios finais do período colonial e a Lei Rio Branco, responsável por libertar o ventre cativo, em 1871, procurou-se analisar a importância da reprodução endógena, isto é, da família escrava para a reprodução da sociedade escravista. O objetivo principal foi perseguido sem perder de vista a iniciativa das pessoas submetidas ao cativeiro e o jogo de interesses que envolviam os enlaces e desenlaces familiares.
Thesis Chapters by Geisa Ribeiro

Tese de doutorado, 2021
A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de I... more A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de Itapemirim, município com a maior concentração escrava do Espírito Santo naquele período. O foco do estudo voltou-se aos elementos constitutivos de uma comunidade negra, como a ocupação de terras, a perpetuação dos laços de interdependência, responsabilidade e solidariedade, forjados no tempo do cativeiro, bem como sua memória da escravidão e da abolição. As fontes compõem-se,
principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O
diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; quilombola.

Tese de doutorado, 2021
A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de I... more A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de Itapemirim, município com a maior concentração escrava do Espírito Santo naquele período. O foco do estudo voltou-se aos elementos constitutivos de uma comunidade negra, como a ocupação de terras, a perpetuação dos laços de interdependência, responsabilidade e solidariedade, forjados no tempo do cativeiro, bem como sua memória da escravidão e da abolição. As fontes compõem-se,
principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; Quilombola.
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principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O
diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; quilombola.
principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; Quilombola.
principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O
diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; quilombola.
principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente
agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura.
Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo.
Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; Quilombola.