Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Forma-estrutura, como matriz de expressão tectônica, é um conceito formulado nessa pesquisa por uma ótica transdisciplinar. Efetuou-se uma investigação por meio da associação entre saberes pertinentes aos campos da Arquitetura e da Engenharia Estrutural, com o objetivo de propor uma abordagem de análise de projetos que possa trazer à luz o princípio que faz com que, em certas edificações, a estrutura espacial arquitetônica e a estrutura portante configurem uma única essência. A primeira parte da pesquisa consiste da abordagem teórica do conceito forma-estrutura, contextualizado historicamente pelo desenvolvimento da Arquitetura e da Engenharia Estrutural ocorrido a partir da separação dos campos de atuação das disciplinas no século XVIII. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e a Catedral de Brasília integram a segunda parte da pesquisa, na qual foram analisados a partir de categorias de caráter transdisciplinar, coerentes com a abordagem aqui proposta. Ao longo do trabalho constatou-se que a fundamentação conceitual proposta na primeira parte foi consistente como base teórica para as análises desenvolvidas na segunda parte. Análises nas quais o conceito de forma-estrutura, implementado como princípio projetual, se mostrou não apenas evidente como também a fonte, ou melhor, a matriz de expressão tectônica daqueles projetos. A pesquisa, além de comprovar expectativas, ampliou o campo de investigações relacionadas ao debate sobre Arquitetura Moderna, e, possivelmente, sobre a Arquitetura Contemporânea.

Marco de uma lógica de expansão espacial verticalizada, possibilitado pelo desenvolvimento de técnicas de projeto e construção de estruturas, os edifícios altos surgiram inicialmente em Chicago e Nova York, nos Estados Unidos, e se espalharam pelo mundo ocidental como expressão do poder do setor industrial. Atualmente, estes edifícios podem atingir alturas que passam dos 600 metros e figuram como expressão de uma cultura planetária cunhada pelas grandes corporações transnacionais, expressando valores intrínsecos do capitalismo tardio no mundo globalizado.

O objetivo desse trabalho é compartilhar a experiência pedagógica para o ensino de estruturas em atelier de projeto, implementada a partir de 2017 no primeiro período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Experiência que se dá pela realização de duas oficinas que configuram o atelier como canteiro experimental, durante as quais são construídos modelos utilizando-se um tijolo cerâmico, varetas de madeira e barbante, para investigação do equilíbrio e do caminho de forças durante a construção da forma, e para a compreensão dos esforços de compressão, tração e flexão que surgem durante o processo. Fundamentadas teoricamente nos trabalhos de Juhani Pallasmaa, Eduard Franz Sekler e Kenneth Frampton, as oficinas têm se mostrado verdadeiros campos de expansão de criatividade e aprendizado. PALAVRAS-CHAVE: estrutura. arquitetura. atelier. oficina. construção.

As articulações em redes de socialização de um grupo de arquitetos de formação carioca no contexto pós-Brasília nas décadas de 1960-70, é o tema dessa tese, cujos capítulos – inquietações, interconexões, enfrentamento e estudos de casos – se desenvolvem como proposta de revisão historiográfica. Inquietações, que são provenientes da releitura crítica da obra de Reyner Banham, do movimento atual de descaso com a manutenção e demolição indiscriminada de edificações brutalistas, da leitura dos textos que reproduzem os debates arquitetônicos no período pós-Brasília e da observação de uma possível clivagem entre discurso e fato, presente em alguns desses textos – razão provável para que essa arquitetura tenha sido interpretada, na sua época, por paradigmas conceituais provavelmente já superados, que os fundamentos da História dos Conceitos, de Reinhard Koselleck, ajudam a compreender. Interconexões, analisadas no campo teórico do Agir Comunicativo formulado por Jürgen Habermas, que foram evidenciadas por meio de 6 entrevistas e da pesquisa em 1726 revistas – publicações que comprovaram a contemporaneidade da produção arquitetônica carioca com os debates que se davam no contexto cosmopolita das décadas de 1960-70, conformando um mundo da vida como substrato para que as pretensões de validade criticáveis pudessem acontecer e, portanto, abrir novos caminhos para a prática arquitetônica. Enfrentamento, por meio da investigação de 3 possíveis origens para esse posicionamento – racional, analítica e brutalista –, concluindo com 3 estudos de casos emblemáticos do período – a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê e a Torre Rio Sul – segundo as categorias de coordenação modular, coordenação sistêmica e materialidade, criadas como ferramentas para comprovar a hipótese proposta nesse trabalho. Por fim, comprovou-se um desdobramento do movimento brutalista na produção arquitetônica de um grupo de arquitetos de formação carioca, que tem o caráter analítico proposto por Jorge Czajkowski em 1985, que formulou, porém não chegou a aprofundar a questão. Questão que, no limite, marca uma distinção da produção de arquitetos de formação carioca das décadas de 1960-70 das produções historiograficamente consolidadas da Escola Carioca de Arquitetura Moderna e também da Escola Paulista Brutalista. A revisão historiográfica aqui proposta sugere a reversão da retórica da decadência, que perpassa essa produção no âmbito da teoria e história da arquitetura, o que se torna possível pela constatação de que, nas décadas de 1960-70, havia uma rede de socialização onde se dava o compartilhamento do conhecimento e a formação de novos repertórios, que eram mobilizados em projetos elaborados em sintonia com as tecnologias correntes e com o debate internacional no mundo da arquitetura daquela contemporaneidade. Nesse sentido, abre-se uma ampla frente de pesquisas que poderá trazer à tona uma arquitetura não suficientemente analisada e que poderia voltar a fazer parte do debate que, como Habermas propôs, conforma um dos aspectos do mundo da vida intersubjetivamente compartilhado no âmbito da teoria e história da arquitetura.

Por meio de análise que busca evidenciar um contexto de interconexões culturais no campo da arquitetura, procura-se comprovar um estado de coisas desconsiderado pela historiografia do período, possivelmente pautada por parâmetros insuficientes para debater certo posicionamento da arquitetura moderna carioca ao contexto pós-Brasília nas décadas de 1960-70, qual seja o brutalismo, porém de caráter analítico. Objeto dessa análise, a Torre Rio Sul destaca-se por sua inserção no debate arquitetônico internacional a ela contemporâneo, pela inovação de seu processo construtivo, pela integração interdisciplinar necessária ao projeto, por seu impacto na paisagem e apropriação simbólica até o ponto de reconfiguração da noção de endereço. Trata-se de testemunho material a se contrapor a certo discurso historiográfico permeado pela retórica da decadência, que desestimula a pesquisa e o ensino sobre a arquitetura desse período. Situação que este trabalho procura reverter.

Por meio de análise que busca evidenciar um contexto de interconexões culturais no campo da arquitetura, procura-se comprovar um estado de coisas desconsiderado pela historiografia do período, possivelmente pautada por parâmetros insuficientes para debater certo posicionamento da arquitetura moderna carioca ao contexto pós-Brasília nas décadas de 1960-70, qual seja o brutalismo, porém de caráter analítico. Objeto dessa análise, a Torre Rio Sul destaca-se por sua inserção no debate arquitetônico internacional a ela contemporâneo, pela inovação de seu processo construtivo, pela integração interdisciplinar necessária ao projeto, por seu impacto na paisagem e apropriação simbólica até o ponto de reconfiguração da noção de endereço. Trata-se de testemunho material a se contrapor a certo discurso historiográfico permeado pela retórica da decadência, que desestimula a pesquisa e o ensino sobre a arquitetura desse período. Situação que este trabalho procura reverter. Palavras-chave: Torre do Rio Sul; Brutalismo Analítico; Interconexões culturais; Retórica da decadência; Revisão historiográfica.

As far back as the 1940s, Niemeyer’s design expressed a profound understanding of the plastic possibilities of reinforced concrete;
this was an insight that few modern architects had achieved by then. The focus here is in an architecture that has been built beyond the
parameters established by the concept of independent structure, iconically represented by Le Corbusier’s Dom-ino system which, by association
with the idea of a skeleton, has substantiated modern architecture by liberating form from its constituent structure. The independent
structure — its intelligibility and its ability to conduct forces to support points — has been incorporated as a tenet to modern
architecture discourse. Throughout his career, Niemeyer was able to rely on the collaboration of structural engineers, such as Joaquim
Cardozo, José Carlos Sussekind and Bruno Contarini, in partnerships that promoted the development of reinforced concrete in Brazil, in
the fields of structural design and the technological control of concrete. Niemeyer’s pre-computer-age choice of complex curves in form
development constituted an enormous challenge to then-current paradigms in structural engineering, material technology, and construction.
The apex of this trajectory is the Niterói Contemporary Art Museum (1996) which Niemeyer designed alongside Bruno Contarini. This
is the project that will be analyzed here, regarding its architectural and structural characteristics as well as its construction process. From
the “central support,” according to the architect, there emerged a building that consecrates an architecture characterized by a specific
formal research that pushes the technical boundaries of knowledge in both reinforced concrete and structural engineering: boneless architecture.

Forma-estrutura, como matriz de expressão tectônica, é um conceito formulado nessa pesquisa por uma ótica transdisciplinar. Efetuou-se uma investigação por meio da associação entre saberes pertinentes aos campos da Arquitetura e da Engenharia Estrutural, com o objetivo de propor uma abordagem de análise de projetos que possa trazer à luz o princípio que faz com que, em certas edificações, a estrutura espacial arquitetônica e a estrutura portante configurem uma única essência. A primeira parte da pesquisa consiste da abordagem teórica do conceito forma-estrutura, contextualizado historicamente pelo desenvolvimento da Arquitetura e da Engenharia Estrutural ocorrido a partir da separação dos campos de atuação das disciplinas no século XVIII. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e a Catedral de Brasília integram a segunda parte da pesquisa, na qual foram analisados a partir de categorias de caráter transdisciplinar, coerentes com a abordagem aqui proposta. Ao longo do trabalho constatou-se que a fundamentação conceitual proposta na primeira parte foi consistente como base teórica para as análises desenvolvidas na segunda parte. Análises nas quais o conceito de forma-estrutura, implementado como princípio projetual, se mostrou não apenas evidente como também a fonte, ou melhor, a matriz de expressão tectônica daqueles projetos. A pesquisa, além de comprovar expectativas, ampliou ocampo de investigações relacionadas ao debate sobre Arquitetura Moderna, e,possivelmente, sobre a Arquitetura Contemporânea.

Por meio da análise do debate veiculado em revistas especializadas, esse artigo procura situar a pré-fabricação no contexto de interconexão das ideias que permearam as discussões técnicas no Brasil a partir da década de 1960, sob o impacto da inauguração de Brasília.  Abordando as discussões sobre o concreto e a pré-fabricação durante as décadas de 1960-70 – e trazendo como um dos exemplos de seu desdobramento o projeto do campus da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, elaborado pelos arquitetos Flávio Marinho Rego e Luiz Paulo Conde – é possível perceber que a pré-fabricação em concreto foi um tema recorrente no período analisado, tanto no meio técnico brasileiro quanto internacional. Mais do que a potência da técnica inerente à pré-fabricação propriamente dita, enfatiza-se aqui sua vinculação a um determinado contexto histórico e socioeconômico, que se mostra claramente articulado em redes de socialização no mundo da construção.

O proposito deste artigo e promover a discussao, a partir de uma abordagem transdisciplinar, sobre diferentes modos de expressao tectonica que podem se manifestar em certas edificacoes — abordagem representada pela interpolacao de conceitos relacionados a Arquitetura e a Engenharia Estrutural que possibilitou a caracterizacao de um conceito proprio: forma-estrutura, contribuindo tambem para a definicao de um conjunto de categorias analiticas. Por sua vez, as proposicoes teoricas de Eduard Franz Sekler e Kenneth Frampton, bem como de Heinrich Wolfflin e Harry Mallgrave, no campo da tectonica, embasam esta investigacao, que tem como objeto de analise o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio). Para tanto, essa analise assume a forma-estrutura como um principio projetual e se desdobra por meio das seguintes categorias: imposicao da forma, legibilidade estrutural e materialidade estrutural. Tais categorias sintetizam a transdisciplinaridade desejada, tornando possivel observar as diferentes expressoes tectonicas que se manifestam no edificio para alem dos processos construtivos e do caminho de cargas chegando, no limite, a configurar uma expressao empatica que, consequentemente, permite nao so ressignificar certa compreensao do MAM-Rio, mas sobretudo da propria nocao de expressao tectonica. Palavras Chave: Forma-estrutura, expressao tectonica, experiencia empatica.

A proposta des te artigo é abordar o
concreto aparente, para além do
campo da técnica, em uma análise
no campo da cultura. Por meio do res gate
histórico do surgimento do concreto armado
durante a Revolução Industrial e sua
implementação como “o” material moderno
de construção – principalmente quando
se aprese nta se m reves timentos – busca-se
compree nder como es te se tornou um agente
da cultura moderna, materializando-se no
ambiente construído, se m perder sua característica
contraditória entre o moderno e o
arcaico e difundindo-se por todo o planeta.
Por se tratar de material cuja composição
inclui o trabalho humano em diferentes contextos
sociopolíticos e econômicos, constata-
se sua potencialidade como portador
de diferentes express ões culturais a partir
de exemplos emblemáticos que comprovam o
concreto aparente como um fato da cultura.

No que diz respeito ao diálogo com a área de tecnologia, este trabalho propõe a tectônica como estratégia pedagógica em ateliês de projeto nos cursos de arquitetura e urbanismo. A partir de dois recortes, um teórico e outro prático, procura-se enfatizar a importância dessa abordagem por meio de um estudo de caso. O artigo traz um resumo atualizado do campo teórico da tectônica, para enfatizar a necessidade de subsidiar as estratégias de ensino em ateliê em um contexto fundamentado não apenas pela prática de projeto, mas também pela teoria que a embasa. Apresenta-se como caso o trabalho desenvolvido em 2023 no ateliê de projeto do 3º período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio. Caso que representa o resultado de 12 anos de experiência na área de tecnologia desse ateliê, durante os quais foi se consolidando, aos poucos, a pesquisa sobre tectônica e a integração de saberes estabelecida no Projeto Pedagógico do Curso. Neste sentido, comprova-se o encontro entre intenção e resultado. PALAVRAS-CHAVE: tectônica. estratégia pedagógica. ateliê de projeto. arquitetura. teoria.

Presently, heavy metal contamination is an important pollution problem in world agriculture. The specific issues concerning heavy metal, in farming issues, are mainly due to their accumulation in the food chain with direct consequences to the consumer health. Cadmium (Cd), particularly, is one of the most challenging pollutants, due to its high water solubility, mobility, persistence and toxicity, even in low concentrations. Trehalose is a sugar that acts as an osmoprotector, and has the capacity to stabilize membranes and proteins during desiccation, heat and osmotic stress. Trehalose-6phosphate synthase, one of the enzymes of the biosynthetic pathway has been the major target for genetic engineering, as it is considered to be the decisive factor in the trehalose biosynthesis. The aim of the present work is to study the effects of a Cd exposure of two transgenic Nicotiana tbacum lines (B5H and B1F), which had already shown enhanced tolerance to abiotic stress, in comparison to wild type. We used a proteomics approach, namely 2-DE-DIGE.and identification of differentially expressed proteins by mass spectrometry. In this work we could identify fifteen different proteins, such as carbonic anhydrase, RuBisCO and phosphoglycerate kinase, with differential expression. Results demonstrate that both B1F and B5H present an enhanced tolerance to cadmium induced stress, showing signals which denote that they may not be as affected as Wt plants by the concentration of cadmium to which they were subjected. The physiological significance of the expression profiles obtained is discussed. Genetic engineering with the trehalose-6-phosphate synthase gene seems therefore to be of use in obtaining transgenic plants of commercial use for possible growth in contaminated soils or used in phytoremediation.