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União Africana: História e Desafios

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União Africana

Estes slides são um draft pelo que podem conter gralhas.


Da mesma maneira não dispensam a consulta da bibliografia.
 A organização da Unidade Africana (OUA) surge da constatação
da necessidade de se criar uma estrutura institucionalizada de
cooperação entre os vários Estados Africanos que, a partir da
segunda metade do XX alcançaram a sua independência política
em relação às várias potências colonizadoras da época.
 A OUA foi o resultado de um processo de negociação entre os
líderes dos países africanos independentes de então, tendo como
propósito principal desenvolver a cooperação entre os vários
estados africanos e concluir a descolonização de africa.
 Contudo, a forma de alcançar esse propósito não se mostrou
consensual:
Os países africanos estavam divididos entre o Grupo de Casablanca e
o Grupo de Monróvia.
O primeiro deles, formado pela República Árabe Unida (RAU) – nome
dado à união política entre Egipto e Síria que existiu de 1958 a 1961
sob a presidência de Gamal Abdel Nasser –, Gana, Guiné, Líbia, Mali
e Marrocos, era considerado mais radical por ser favorável à
integração política entre os Estados africanos. Os chefes de Estado
dos países que o compunham eram em sua maioria socialistas, Pan-
africanistas e engajados no Movimento dos Não Alinhados (MNA),
defendendo o desenvolvimento económico centralizado, o
estabelecimento de um sistema de defesa comum no continente e a
valorização da cultura africana
Sendo que, este grupo (Grupo de Casablanca), “chefiado” por
Kwame Nkrumah, Sekou Toure; Malibo Keita vai defender uma
grande união africana, apoiando a criação de uma “espécie” de
federação africana, com instituições de governo comuns e um
comando militar comum. Nesse sentido, o Kwame Nkrumah,
defendia que África devia ter um mercado comum, a mesma
moeda, um banco central, um sistema de defesa comum, uma
cidadania comum, uma política externa comum e um sistema de
comunicação integrado a nível continental dizendo que “
Africans must unite or disintegrate individually”
Já o GRUPO DE MONRÓVIA, formado pelas antigas colónias
francesas e ainda, Nigéria, Etiópia, Libéria, Serra Leoa, Somália,
República do Congo e Tunísia, defendia uma integração mais
flexível entre os países africanos que não gerasse perdas de
soberania e que permitisse a participação voluntária em termos
culturais e económicos. O Grupo de Monróvia percepcionava no
discurso integracionista do Grupo de Casablanca uma tentativa
de influenciar a política interna dos demais países africanos,
consequentemente limitar a soberania e, além do mais, defendia a
manutenção das fronteiras nacionais conforme elas se
encontravam no momento da independência para evitar disputas,
bem como a continuidade das relações com as antigas metrópoles
.
Defendiam o princípio da não ingerência nos assuntos internos,
protecção das soberanias nacionais e integridade territorial dos
estados africanos. Esses Estados pretendiam manter os laços
económicos com o ocidente evitando as derivas a favor da URSS.
As posições mais soberanista, ciosas de assegurarem uma maior
independência, acabaram por prevalecer.
Contudo, alguns autores assinalam que o nome da organização
aprovado foi a de Organization of African Unity em vez de
Organization for African Unity . Terias sido um resquício das
teses do Grupo de Casablanca ?
Objectivos da OUA ((cfr. artigo II
da OUA)
A Carta da Organização da Unidade Africana estabelecia que esta
visava:
1. Promover a unidade e solidariedade entre os Estados
2. Coordenar os esforços destes a fim de obter melhorias na
qualidade de vida dos povos de Africa
3. Defender a soberania, integridade e independência dos povos
africanos
4. Erradicar todas as formas de colonialismo em Africa
5. Promover a cooperação internacional, tendo em conta a Carta
das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos do
Homem.
Principais Princípios da OUA
(Cfr.artigo III da OUA)
1. A Organização assentava no respeito pela soberania de todos os
membros
2. Não interferência nos assuntos internos
3. Respeito pela soberania e integridade territorial de cada estado
membro e a insusceptibilidade de alienação do seu direito à
independência .
4. Resolução pacíficas das disputas, por negociação, mediação,
conciliação ou arbitragem.
5. Afirmação de uma política de não alinhamento com qualquer
dos grandes blocos
Avaliação da Actuação da OUA

 A OUA teve um papel político importantíssimo no processo de


descolonização de Africa, apoiando vários movimentos de
libertação, de forma política, e não só, mesmo militar. Exemplo:
Guiné Conacri e o PAIGC. Tenham em atenção que em 1963, ainda
não houvera a descolonização de toda a África.
Estabeleceu inclusive um Comité para a libertação de África em
1963.
 Apoio à abolição dos regimes baseados em “independências
brancas”, Africa do Sul, Rodésia. A OUA contribuiu, activamente
para o fim do apartheid.
 A acção da Comunidade Económica Africana na construção, ou no
apoia à construção de Comunidades Económicas regionais ( como
CEDEAO)
 Uma das grandes críticas que se fazia à actuação da OUA, era a sua
política de não intervenção nos ditos assuntos internos dos estados
Como se disse: um dos princípios consagrados na Carta da Organização de
Unidade Africana era o princípio da não ingerência nos assuntos internos
dos Estados .
 Ora, é um período no qual a Africa passa por vários conflitos internos,
com várias ditaduras que põem em causa os direitos humanos sem que
a OUA tivesse feito nada de especialmente relevante dada a sua
cultura de não intervenção. Todas as atrocidades passaram incólumes.
 Associado a esse facto sublinha-se a incapacidade de intervenção da
OUA NA PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM AFRICA.
 Ora, essas fraquezas devem-se também ao contexto em que a
OUA surge:
1. Vocacionada para a protecção das soberanias dos Estados,
promoção das independências.
2. Muita das circunstâncias que envolveram o surgimento da OUA
deixaram de existir. Por exemplo a Guerra Fria.
3. Durante a Guerra Fria havia uma intervenção constante dos
vários blocos nos assuntos internos, promovendo, inclusive
guerras Ex. Angola, essas potências na década de 90
abandonam completamente Africa.
Origem da UA

 A União Africana vai surgir da necessidade


Política de se alterar este estado de coisa
dando ao Continente uma organização
efectivamente capaz de resolver os problemas
de Africa ( pelo menos em teoria).
Assim surge a proposta para a criação da União
Africana na cimeira extraordinária realizada em
1999 na cidade de Syrtre na Líbia.
Origem da UA

 A Proposta inicial é feito pelo líder Líbio M. Kadhafi que propõe


construir um Estados-Unidos de Africa, segundo o modelo
Norte Americano. Far-se-ia um parlamento pan-africano, no
modelo do Congresso Americano , com um senado ( 2 senadores
por estado) e uma câmara dos representantes ( com deputados
proporcionais) , com grandes transferências de poderes para a
federação.
Origem da UA

 Essa Federação teria assim o poder de emitir moeda, poderes


fiscais e de defesa regional.
 Mas os Estados não aceitaram esse modelo proposto com receio
que a centralização de poder numa União Africana pudesse
favorecer outros regimes autoritários , mas agora a escala central.
Origem da UA

Assim, em 2000 em Lomé (Togo) formalmente os chefes de Estados


da União de Unidade Africana (36.º cimeira ordinária) assinam o
texto constitutivo da União Africana que há-de entrar em vigor em 26
Maio de 2001.
Em 2002 tem lugar a cimeira inaugural da União Africana em
Durban (África do Sul).
A sede da UA é em Addis Abeba (Etiópia)
Natureza Jurídica da UA

A UA é uma Organização Internacional :


“Uma associação voluntária de sujeitos de DI, constituída mediante
tratado internacional e regulada nas relações entre as partes por
normas de Direito Internacional, e que se concretiza numa entidade
de caracter estável, dotada de um ordenamento jurídico interno
próprio, e de órgão próprios, através dos quais prossegue fins comuns
aos membros da Organização, mediante a realização de certas
funções e o exercício dos poderes necessários que lhe tenham sido
conferidos” Sereni.
Natureza Jurídica da UA

 Destaca-se o 1) elemento organização, que implica


permanência, estabilidade. Dessa permanência resulta a sua
autonomia em relação aos Estados membros, supondo assim a
existência de uma sede.
 2)O elemento “ vontade própria”: a vontade da organização
internacional é independente da vontade dos Estados-membro
Natureza Jurídica da UA

 O elemento Internacional: resulta do facto de a


Organização ser criada por um instrumento de
Direito Internacional, este instrumento é, em
regra, um tratado internacional, concluído
segundo as regras de direito internacional.
Classificação
Quanto ao âmbito geográfico:
Em tese podemos ter
1. Organizações abertas ou para-universais: são aquelas que
em princípio ou abarcam ou são susceptíveis de abarcar todas as
os Estados da Comunidade Internacional.
2. Ou Closed Organization (organizações fechadas )
Organizações Regionais:
São organizações que estão abertas unicamente a um reduzido
número de estados, definidos por um requisito geográfico ou
outro(ideológico, geopolítico) OCDE: apenas estados de
Economia Ocidental, ou Conselho de Assistência Económica
Mútua COMECOM (estados de economia planificada, Cuba e
Estados do leste Europeu, Vietname).
Classificação

 Fins Gerais: organizações que tem como objectivo a realização


de uma multiplicidade de fins ( específicos ) ONU: que tem com
fim a manutenção da paz e segurança mundial mas na prática
acaba por para alcançar esses objectivos por alargar o seu campo
de actuação, para âmbitos económicos, sociais , cultural
humanitário etc:
 Fins específicos ou especiais: visam um determinado objectivo
como a cooperação económica ( FMI, militar ( NATO) etc.
Classificação

 A União Africana é uma OI de fins gerais.


Mas isso não quer dizer que possa actuar em
todas as áreas.
Classificação

Os poderes da União, tal como os de qualquer outra organização, está


delimitada pelo princípio da especialidade:
Isto é, só tem competência para os fins próprios e não para além
deles. O seu campo de actuação está delimitado pelos seus fins e
objectivos enunciados explícita ou implicitamente no acto
constitutivo.
Classificação

 Nota: Mas pode acontecer que a organização tenha determinado


objectivos e fins e depois não tenha, na prática, os poderes para
os prosseguir. Assim, surge a teoria dos poderes implícitos
( Implied power theory Vs enumerated power) .
 Isto é: para além dos poderes que expressamente lhe estão
conferidos goza também dos que são instrumentais daqueles, ou
seja dos que são indispensáveis ao bom desempenho dos poderes
atribuídos por forma expressa ou explícita.
Classificação

Quanto a estrutura jurídica:


 Esta qualificação depende essencialmente da integração ou, seja
da cedência de soberania dos Estados a favor da Organização. Ou
por outra, modo de aceitação dos actos da união no ordenamento
jurídico de cada Estado.
Classificação

 Assim podemos ter:


Organizações Intergovernamentais: são as de tipo clássico,
fomentam relações multilaterais de cooperação entre os sujeitos que a
compõem, não existindo limitação de soberania dos Estados
Membros.
Classificação

Características tendeciais :
1. Os órgãos deliberativos são constituídos por representantes dos
estados, submetidos às instruções dos mesmos.
2. É vedada à organização a intervenção directa na ordem jurídica
interna dos estados
3. As decisões não são em regra obrigatórias para os Estados,
assumindo a natureza de meras recomendações.
4. A regra da votação é a da unanimidade.
Classificação

 Organizações supranacionais:
São organizações para as quais os Estados transferem um número
significativos de poderes de soberania e surgem essencialmente após
a II Grande Guerra, com a criação da Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço, Comunidade Económica Europeia, Comunidade
Europeia da Energia atómica.
A União Europeia é o paradigma desse tipo de organizações.
Classificação

 Características
1. Nestas organizações existe a limitação da soberania dos Estados
membros, resultantes da transferência de poderes soberanos dos
Estados para as Organizações.
2. Os titulares dos órgãos deliberativos, legislativa e executiva
exercem as suas funções em nome próprio e com independência
em relação aos Estados de origem.
3. As deliberações são tomadas em regra por maioria.
Classificação

5. Os órgãos da organização podem aprovar actos com


conteúdo legislativo, regulamentar ou administrativo que
mais do que obrigatórios aos Estados são directa e
imediatamente aplicáveis na sua ordem jurídica interna
6. Não apenas os Estados têm acesso aos seus Tribunais.
Classificação

Em qual dessa qualificação se enquadra a União


Africana?
A União Africana pode interferir nos assuntos
internos dos Estados?
Qual a maioria de deliberação?
Quais o tipos de actos normativos vigentes na U.A.?
Classificação

 É a resposta a estas questões que


nos vai permitir proceder à
qualificação pretendida.
CONCLUSÃO

 Com se pode constatar temos várias


características que poderiam indicar que a União
Africana tende a ter características de uma
organização supranacional.
 Todavia, a supranacionalidade terá de ser aferida
não só pelo disposto nos normativos mas também
pela aplicação prática dos mesmos.
Conclusão

 Sendo assim, apesar da UA ter algumas


características de supranacionalidade não se pode
considera-la uma organização supranacional
porquanto ainda ela não actua segundo esse viés.
Órgãos da União Africana

 Estão Elencados no artigo 5.º do Acto


Constitutivo
1. A Conferência da União:
Órgão Máximo;
2. O Conselho Executivo;
3. O Parlamento Pan-Africano;
4. O Tribunal de Justiça;

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