0% acharam este documento útil (0 voto)
10 visualizações9 páginas

Guia Completo Spring Boot Java

O guia aborda o Spring Boot, uma ferramenta que simplifica o desenvolvimento de aplicações web e microsserviços em Java, destacando suas características como autoconfiguração, starters e servidores embutidos. Ele explora conceitos fundamentais do Spring Framework, como Inversão de Controle e Injeção de Dependência, além de detalhar a criação de APIs RESTful, persistência de dados com Spring Data JPA e segurança com Spring Security. O documento conclui enfatizando a filosofia de desenvolvimento do Spring Boot que prioriza a convenção sobre configuração e a produtividade.

Enviado por

ahab3928918
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
10 visualizações9 páginas

Guia Completo Spring Boot Java

O guia aborda o Spring Boot, uma ferramenta que simplifica o desenvolvimento de aplicações web e microsserviços em Java, destacando suas características como autoconfiguração, starters e servidores embutidos. Ele explora conceitos fundamentais do Spring Framework, como Inversão de Controle e Injeção de Dependência, além de detalhar a criação de APIs RESTful, persistência de dados com Spring Data JPA e segurança com Spring Security. O documento conclui enfatizando a filosofia de desenvolvimento do Spring Boot que prioriza a convenção sobre configuração e a produtividade.

Enviado por

ahab3928918
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 9

Guia Completo de Spring Boot com Java:

Do Básico ao Avançado

Introdução: O que é Spring Boot?

O Spring Boot é uma ferramenta de código aberto que foi desenvolvida para
simplificar e acelerar o processo de criação de aplicações Web e microsserviços
baseadas no Spring Framework [1]. Seu principal objetivo é reduzir a complexidade
da configuração inicial e eliminar o boilerplate code (código repetitivo) que
historicamente acompanhava o desenvolvimento com o Spring tradicional [2].

O Spring Boot se estabeleceu como o padrão de fato para o desenvolvimento backend


em Java devido a um conjunto de recursos que promovem a produtividade e a
conveniência.

Por que usar Spring Boot?

O sucesso do Spring Boot reside em seus pilares de design, que visam a experiência do
desenvolvedor:

Autoconfiguração: O Spring Boot inspeciona o classpath e as configurações


existentes para configurar automaticamente os beans necessários para a
aplicação. Por exemplo, ao detectar a presença do spring-boot-starter-web ,
ele configura automaticamente um servidor web embutido e o Spring MVC.

Starters: São conjuntos de dependências pré-configuradas e coesas que


facilitam a adição de funcionalidades específicas ao projeto. Em vez de gerenciar
múltiplas dependências manualmente, o desenvolvedor adiciona um único
starter para um recurso (como JPA, Segurança ou Web).

Servidor Embutido: O framework inclui um servidor web (como Tomcat, Jetty


ou Undertow) embutido, permitindo que a aplicação seja empacotada e
executada como um arquivo JAR autônomo. Isso simplifica drasticamente o
processo de deployment (implantação).
Configuração Externalizada: Permite que a configuração da aplicação seja
gerenciada externamente, usando arquivos como [Link] ou
[Link] , facilitando a adaptação do mesmo código a diferentes
ambientes (desenvolvimento, teste, produção).

Capítulo 1: Fundamentos do Spring Framework (Pré-


requisito)

Para dominar o Spring Boot, é fundamental compreender os conceitos centrais do


Spring Framework, que serve como sua fundação.

1.1. Inversão de Controle (IoC) e Contêiner IoC

A Inversão de Controle (IoC) é um princípio de design fundamental onde o controle


sobre a criação e o ciclo de vida dos objetos é transferido do código do desenvolvedor
para um framework ou contêiner [3]. No ecossistema Spring, essa responsabilidade é
assumida pelo Contêiner IoC (também conhecido como ApplicationContext).

1.2. Injeção de Dependência (DI)

A Injeção de Dependência (DI) é o padrão de design que implementa o princípio de


IoC. Em vez de um objeto ser responsável por instanciar suas próprias dependências,
o Contêiner IoC as “injeta” no objeto. Isso promove o baixo acoplamento e facilita a
testabilidade do código. As anotações mais comuns para realizar a injeção de
dependência no Spring são: @Autowired , @Inject e @Resource .

1.3. Beans e Escopos

Um Bean é um objeto que é instanciado, montado e gerenciado pelo Contêiner IoC do


Spring. O Escopo de um bean define seu ciclo de vida e quantas instâncias serão
criadas.
Escopo Descrição Comportamento

Padrão. Uma única instância do bean é Compartilhado por toda a


Singleton
criada por contêiner Spring. aplicação.

Uma nova instância do bean é criada a Não compartilhado, ideal para


Prototype
cada requisição. objetos com estado.

Uma instância do bean é criada por


Request Específico para aplicações web.
requisição HTTP.

Uma instância do bean é mantida


Session Específico para aplicações web.
durante a sessão do usuário.

Capítulo 2: Configuração e Estrutura de um Projeto


Spring Boot

2.1. Criando um Projeto com Spring Initializr

A maneira mais eficiente de iniciar um projeto Spring Boot é através do Spring


Initializr (disponível em [Link] ). Esta ferramenta web permite
selecionar a versão do Spring Boot, a linguagem (Java, Kotlin ou Groovy), o sistema de
build (Maven ou Gradle) e as dependências (Starters) necessárias, gerando um projeto
pronto para ser importado e desenvolvido.

2.2. Starters do Spring Boot

Os Starters são a chave para a simplicidade do Spring Boot. Eles encapsulam um


conjunto de dependências transitivas que são comumente usadas juntas.
Starter Propósito Exemplo de Uso

spring-boot- Construção de aplicações web,


Inclui Tomcat e Spring MVC.
starter-web incluindo APIs RESTful.

spring-boot- Persistência de dados usando JPA e Configura DataSource e


starter-data-jpa Hibernate. EntityManager.

spring-boot- Adiciona segurança robusta à Habilita autenticação e


starter-security aplicação. autorização.

spring-boot- Conjunto de bibliotecas para testes Inclui JUnit, Mockito e


starter-test unitários e de integração. Spring Test.

2.3. Configuração Externalizada

A configuração da aplicação é tipicamente gerenciada por arquivos no diretório


src/main/resources .

[Link]: Formato tradicional de chave-valor.

[Link]=8080
[Link]=minha-api

[Link]: Formato YAML, mais legível e hierárquico.

server:
port: 8080
spring:
application:
name: minha-api

2.4. Usando @Value e @ConfigurationProperties

Para acessar as configurações dentro do código Java, duas anotações são amplamente
utilizadas:
@Value : Utilizada para injetar um único valor de propriedade em um campo.

@ConfigurationProperties : Permite mapear um grupo de propriedades (com


um prefixo comum) para uma classe Java, facilitando a manipulação de
configurações complexas de forma tipada e segura.

Capítulo 3: Construindo APIs RESTful

O Spring Boot, em conjunto com o Spring MVC, é a plataforma ideal para a criação de
APIs RESTful de alto desempenho.

3.1. Arquitetura em Camadas

A arquitetura mais comum em aplicações Spring Boot segue o padrão de três


camadas:

1. Controller: Responsável por receber as requisições HTTP, delegar a lógica de


negócio e retornar as respostas.

2. Service: Contém a lógica de negócio principal da aplicação.

3. Repository: Lida com a comunicação e persistência de dados no banco de


dados.

3.2. Anotações de Controller

A anotação @RestController é a peça central para a criação de controllers REST. Ela é


uma combinação de @Controller e @ResponseBody , indicando que a classe lida com
requisições web e que o valor de retorno dos métodos deve ser serializado
diretamente no corpo da resposta HTTP (geralmente em JSON ou XML).

O mapeamento de URLs e verbos HTTP é feito com anotações específicas:


@RequestMapping , @GetMapping , @PostMapping , @PutMapping e @DeleteMapping .

3.3. Manipulação de Dados

A manipulação dos dados de entrada e saída é facilitada por anotações:

@RequestBody : Mapeia o corpo da requisição HTTP (o payload) para um objeto


Java.
@PathVariable : Extrai valores de variáveis contidas na URL (ex:
/usuarios/{id} ).

@RequestParam : Extrai valores de parâmetros de consulta (ex: /usuarios?


nome=Manus ).

Capítulo 4: Persistência de Dados com Spring Data JPA

O Spring Data JPA é um módulo que simplifica drasticamente a implementação da


camada de repositório, reduzindo a necessidade de escrever código repetitivo para
operações CRUD (Create, Read, Update, Delete).

4.1. Entidades e Mapeamento Objeto-Relacional

As classes que representam as tabelas no banco de dados são chamadas de


Entidades. O mapeamento é feito com anotações da especificação JPA:

@Entity : Marca a classe como uma entidade JPA.

@Table : Especifica o nome da tabela no banco de dados.

@Id : Define o campo que será a chave primária.

@GeneratedValue : Define a estratégia de geração de chave (ex: IDENTITY para


auto-incremento).

4.2. Repositórios e JpaRepository

Em vez de implementar a interface de repositório manualmente, o desenvolvedor


apenas a estende de JpaRepository<T, ID> , onde T é a classe da entidade e ID é o
tipo da chave primária.

import [Link];

public interface UserRepository extends JpaRepository<User, Long> {


// O Spring Data JPA gera a implementação deste método automaticamente
User findByEmail(String email);
}
4.3. Query Methods e @Query

O Spring Data JPA oferece duas formas poderosas de criar consultas:

1. Query Methods: O framework infere a consulta SQL a partir do nome do método


(ex: findByEmailAndAtivo(String email, boolean ativo) ).

2. @Query : Permite que o desenvolvedor escreva consultas personalizadas usando


JPQL (Java Persistence Query Language) ou SQL nativo, oferecendo controle
total sobre a consulta.

Capítulo 5: Segurança com Spring Security

O Spring Security é o padrão da indústria para proteger aplicações Spring. Ele fornece
mecanismos robustos de autenticação e autorização.

5.1. Configuração e Filtros

Ao adicionar o spring-boot-starter-security , o Spring Boot configura


automaticamente uma cadeia de filtros de segurança. A configuração personalizada é
feita estendendo a classe WebSecurityConfigurerAdapter (ou usando a nova
abordagem com SecurityFilterChain a partir do Spring Security 5.7+).

5.2. Autenticação e Autorização

Autenticação: É o processo de verificar a identidade do usuário (quem você é). O


Spring Security suporta diversos mecanismos, como autenticação baseada em
formulário, HTTP Basic e OAuth2.

Autorização: É o processo de determinar o que um usuário autenticado pode


fazer (o que você pode fazer). Isso é tipicamente gerenciado por anotações como
@PreAuthorize e @Secured .

5.3. JWT (JSON Web Tokens)

Para APIs RESTful e arquiteturas de microsserviços, o JWT é o padrão moderno de


autenticação sem estado. O Spring Security pode ser configurado para validar tokens
JWT, permitindo que a aplicação permaneça stateless (sem estado) e escalável.
Capítulo 6: Tópicos Avançados e Ecossistema

6.1. Spring Boot Actuator

O Actuator é um módulo essencial para aplicações em produção. Ele fornece


endpoints HTTP prontos para uso que permitem monitorar, gerenciar e inspecionar a
aplicação.

Endpoint Descrição

Exibe informações básicas de saúde da aplicação (status do banco de dados,


/health
disco, etc.).

/info Exibe informações arbitrárias sobre a aplicação (versão, nome, etc.).

/metrics Fornece métricas detalhadas sobre a JVM, o servidor web e a aplicação.

/beans Lista todos os beans no Contêiner IoC.

6.2. Microsserviços com Spring Cloud

O Spring Cloud é um conjunto de projetos que fornece ferramentas para construir


padrões comuns em sistemas distribuídos e arquiteturas de microsserviços:

Service Discovery (Eureka): Permite que os serviços se registrem e se


descubram dinamicamente.

API Gateway (Spring Cloud Gateway): Atua como um ponto de entrada único
para todos os clientes, roteando requisições para os microsserviços apropriados.

Config Server: Oferece gerenciamento centralizado de configurações para todos


os serviços.

6.3. Testes de Aplicações Spring Boot

O Spring Boot facilita a escrita de testes de integração e unitários com anotações


especializadas:

@SpringBootTest : Carrega o contexto completo da aplicação, ideal para testes


de integração de ponta a ponta.
@WebMvcTest : Foca apenas na camada Controller, mockando as camadas de
Serviço e Repositório para testes mais rápidos e isolados.

@DataJpaTest : Foca apenas na camada JPA, configurando um banco de dados


em memória para testes de persistência.

Conclusão

O Spring Boot é mais do que uma evolução do Spring Framework; é uma filosofia de
desenvolvimento que prioriza a convenção sobre a configuração e a produtividade.
Combinado com a robustez da linguagem Java e o vasto ecossistema Spring, ele
permite que desenvolvedores construam aplicações robustas, escaláveis e de fácil
manutenção em um tempo significativamente menor. Dominar os conceitos de IoC, DI,
JPA e Segurança é o caminho para se tornar um desenvolvedor Java backend de alto
nível e pronto para os desafios do desenvolvimento moderno.

Referências

[1] Microsoft Azure. O que é o Java Spring Boot? – Introdução ao Spring Boot.
Disponível em: [Link]
dictionary/what-is-java-spring-boot [2] DIO. Explorando os Conceitos Essenciais do
Spring Boot: Um Guia Nerd para Desenvolvedores. Disponível em:
[Link]
guia-nerd-para-desenvolvedores [3] GeeksforGeeks. Best Way to Master Spring Boot –
A Complete Roadmap. Disponível em:
[Link]
complete-roadmap/ [4] [Link]. Spring Boot Roadmap. Disponível em:
[Link]

Você também pode gostar