Programação Java Básica

Introdução

A lógica de programação é a capacidade de desenvolver programas de computador usando

instruções coerentemente ordenadas de forma que a máquina realize determinada operação.

O termo geral que se usa para o que um computador faz é processamento. Onde, o que entra para o
processamento são duas coisas: dados e instruções, e ao final gera-se um resultado, chamado de
saída.

Todos os programas (ou até um programa individualmente) são conhecidos tecnicamente como
software. O software é executado, por sua vez, por um conjunto de dispositivos eletrônicos e/ou
mecânicos chamado hardware.

Classificação dos computadores modernos:

--> Hand helds (computadores de mão)

São computadores que são projetados e construídos para serem movimentados e carregados com
facilidade. Pertencem a essa categoria os tablets e os smartphones (celulares com computadores
embutidos).

--> Desktops

São os computadores de mesa, feitos para serem usados em um local fixo. Pertencem a este grupo
os computadores do tipo PC (de mesa), o Macintosh, como também os notebooks, que contêm uma
capacidade de processamento similar a estes computadores, mas são móveis.

--> Servidores

São computadores dedicados a oferecer serviços em uma rede de computadores. Estes

computadores possuem um hardware mais potente que os desktops e portáteis, pois devem ser
capazes de lidar com grandes volumes de processamento.

--> Mainframes

São grandes computadores mais antigos, ainda utilizados por empresas ao redor do mundo. Estes
computadores concentram todo o processamento de todas as tarefas de uma instituição e são
acessados através de terminais, que geralmente contém apenas um monitor de vídeo e um teclado.
Muitos deles foram gradualmente substituídos por servidores acessados via desktops ou
computadores portáteis.

--> Supercomputadores

São computadores com um hardware muito poderoso, capaz de executar processamentos bastante
pesados (como previsão do tempo e simulações de explosões atômicas). São capazes de executar
diversas tarefas em paralelo e muitos deles são formados por vários computadores individuais

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trabalhando juntos. Como exemplos, podemos citar os computadores Cray (mostrado ao lado) e os
Clusters.

O Hardware

Pode-se dizer que um computador é um sistema computacional, formado por diversas partes
integradas. Todo esse sistema é divido em três unidades, como mostrado abaixo:

A unidade de entrada e saída é responsável pela comunicação com o mundo exterior. É através
desses componentes do hardware que o computador realizará a entrada de dados e instruções e a
saída de informações de um processamento.

A unidade de armazenamento é responsável por guardar os dados manipulados pelo software e

também por armazenar suas instruções. Ela é formada por dois tipos de dispositivos: voláteis (têm
seu conteúdo apagado quando deixam de receber energia elétrica, ex.: memória RAM) e não-
voláteis (mantém seu conteúdo de informações por longo prazo de tempo, ex.: HD’s e memórias
ROM).

A unidade central de processamento, também conhecida como CPU (Central Processing Unit) é o
cérebro do computador. O dispositivo de hardware que compõe essa unidade é o microprocessador.

A linguagem de máquina

O conjunto de instruções básicas da CPU, representadas como números, dá-se o nome de

linguagem de máquina. Cada tipo de processador possui sua própria linguagem de máquina. Assim,
os processadores Intel têm sua linguagem de máquina, os processadores Motorola têm outra, e
assim por diante.

Dados no geral são representados na forma de números inteiros. As imagens, por exemplo, são
representadas como uma sequência de pontos, cada um contendo uma cor, que é geralmente
representada por três números inteiros. Os sons são representados através de números inteiros, que
representam amostras do som registrado.

Números reais são representados como dois números inteiros, um representando a mantissa e
outro um expoente (neste caso, o número real é igual à mantissa multiplicada por um número fixo, a
base, que geralmente é 10 ou 2, elevado ao expoente). Por exemplo, o número 2,5 seria escrito,

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utilizando a base 10, na forma 25 x 10 -1. Logo, o número poderia ser representado pelos inteiros 25 e
-1.

Um texto é formado por diversos símbolos, chamados de caracteres. Cada caractere é associado
com um número, obedecendo a uma tabela de codificação. Uma das mais conhecidas é a Tabela
ASCII.

Organização da memória

A memória de um computador pode ser vista, de forma bastante simplificada, como um conjunto
ordenado de células. Cada uma destas células recebe um número inteiro positivo diferente,
conhecido como endereço. Atualmente, as memórias podem conter até bilhões destas células.

Cada célula de memória é mais conhecida como byte. Como mostrado na figura abaixo, um byte é
um agrupamento de oito bits, numerados em ordem crescente, da direita para a esquerda, de 0 a 7.
Diz-se que o bit 7 é o mais significativo e o bit 0 é o menos significativo.

Veja abaixo uma ilustração das células de memória:

Sistema de numeração

Nosso sistema de numeração atual é o sistema decimal. Ele é baseado no sistema indo-arábico, que
trouxe como grande vantagem o uso do zero para representar casas decimais vazias. Este sistema
utiliza dez algarismos para representar qualquer número: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Por utilizar dez
algarismos, dizemos que esse sistema possui base dez.

Numerando as posições dos dígitos de um número, da direita para a esquerda, a partir de zero,
pode-se escrever uma representação algébrica dele. Por exemplo, o número 305 pode ser
representado por:

320150 = 3x102 + 0x101 + 5x100

O computador, por sua vez, utiliza o sistema binário, um sistema de numeração de base dois. Este
sistema também utiliza notação posicional (onde a posição indica o valor do algarismo no número).

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Assim temos, por exemplo:

1110(base 2) = 1x21 + 1x20 = 3

13120110(base 2) = 1x23 + 1x22 + 0x21 + 1x20 = 13
A tabela abaixo mostra a correspondência entre alguns números escritos no sistema decimal e no
sistema binário:

Para realizar a conversão de um número do sistema decimal para número binário utiliza-se o
método do caminho inverso dos restos das divisões sucessivas, vide ilustração abaixo:

Como cada byte contém oito bits, pode armazenar, no máximo, números inteiros positivos com oito
dígitos binários. O maior número inteiro positivo que pode ser representado em binário com oito
dígitos é o número 255. Para armazenar valores maiores que este basta usarmos mais bytes, assim
números inteiros grandes, por exemplo, podem ser armazenados em dois, quatro ou até oito bytes.

O Software

Classificação dos Softwares

 Softwares de sistema, que fornecem o suporte para a execução de outros programas.

Podemos incluir nessa categoria os sistemas operacionais, máquinas virtuais, compiladores,
drivers e servidores para os mais diferentes fins.

 Aplicativos, que funcionam com o apoio de softwares de sistema e fornecem alguma

funcionalidade para alguma pessoa.

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 Softwares Embarcados, que são programas gravados diretamente em um chip. Exemplos

incluem a BIOS (Basic Input Output System) dos computadores da família PC e alguns
softwares utilizados para controle, principalmente na indústria.

Inicialização de um PC

Ao você ligar um computador do tipo PC, o processador executa instruções presentes em um circuito
localizado na placa-mãe chamado de BIOS (Basic Input Output System – Sistema Básico de Entrada e
Saída). A BIOS contém um programa gravado em uma memória ROM (Read Only Memory – Memória
Somente de Leitura) que executa alguns testes iniciais no computador. Estes testes incluem a
verificação do processador, memórias e vídeo. Caso algum desses componentes apresente um
problema, um sinal sonoro será emitido (geralmente uma sequência de bips diferentes, dependendo
do problema).

Ao terminar estes testes, o programa inicial da BIOS termina.

Em seguida, é executado o sistema operacional. Na verdade, o sistema operacional não é um

programa em si, mas um conjunto de vários programas. Seu objetivo é fornecer um ambiente
amigável para que os aplicativos possam ser executados. E de quebra fornece um ambiente básico
para que as pessoas possam utilizar o hardware. Então, desse momento em diante, a CPU estará
executando as instruções presentes no sistema operacional, que são carregadas a partir de um
dispositivo de armazenamento não volátil, como o disco rígido.

Todo processo está ilustrado na figura abaixo:

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Hoje em dia existem muitos sistemas operacionais disponíveis no mercado. Dentre os principais,
pode-se destacar o Windows da Microsoft, o Linux (criado pelo finlandês Linus Torvalds e mantido
por diversas pessoas e empresas ao redor do mundo), o MAC OS X da Apple e o Android da Google
(usado em smartphones e tablets).

Inicialmente o sistema operacional transfere do disco rígido para a memória RAM algumas
informações importantes para uso do hardware e inicia alguns de seus principais componentes. Com
o término dessa etapa, o computador finalmente está pronto para ser utilizado.

As linguagens de programação

As linguagens de programação tornam possível criar um programa usando palavras e símbolos.

Onde, através de um processo de tradução, o texto em linguagem de programação é convertido
para a linguagem de máquina da CPU desejada.

As linguagens de programação mais primitivas são conhecidas como linguagens de baixo nível,
também chamadas de Assembly. Nessas linguagens, os números atribuídos às instruções na
linguagem de máquina são substituídos por mnemônicos (conjunto de três ou quatro letras que
indicam a função da instrução).

Apesar de bem próxima à linguagem de máquina, nenhuma CPU é capaz de compreender Assembly
diretamente. Um programa escrito nessas linguagens precisa ser convertido para a linguagem de
máquina da CPU através de um processo conhecido como montagem. Este processo de tradução é
realizado através de programas chamados de montadores ou, em inglês, assemblers. Por isso, as
linguagens de baixo nível são comumente chamadas de linguagens de montagem.

O uso de Assembly é restrito a pequenos programas que devem interagir diretamente com o
hardware (geralmente sem passar pelo sistema operacional) e devem ser pequenos e rápidos. Para
os aplicativos de um modo geral, utiliza-se algo mais próximo à linguagem humana: as linguagens de
alto nível.

As linguagens de programação de alto nível utilizam algumas palavras (geralmente em inglês) para
denominar instruções e estruturas de programação que são independentes da linguagem de
máquina utilizada. Assim, consegue-se escrever programas de forma mais clara e simples.

Diversas linguagens de alto nível já foram criadas, desde meados da década de 1950 até hoje. Como
exemplos, podem-se citar FORTRAN, Pascal, C, C++, C#, Java, Python e PHP.

Nenhuma CPU é capaz de interpretar diretamente instruções em linguagem de alto nível. Assim,
como nas linguagens assembly, é necessário realizar um processo de tradução. Nas linguagens de
alto nível este processo pode ser realizado de duas formas diferentes: utilizando compilação ou
utilizando interpretação.

Na compilação, o programa escrito em linguagem de alto nível é transformado de uma só vez em um

programa em linguagem de máquina (figura abaixo). O programa gerado pode ser armazenado em
um meio permanente, como o disco rígido, e executado sempre que necessário pela CPU, sem

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passar pelo processo novamente. A compilação é um processo bastante complexo, sendo realizada
por programas específicos chamados de compiladores.

Ao programa escrito em linguagem de programação dá-se o nome de código-fonte ou programa-

fonte. É através dele que construiremos e modificaremos o programa. Cada software possui o seu
código-fonte, que geralmente é mantido pela equipe que o escreveu. O código-fonte, então, é
submetido ao compilador a fim de gerar o programa em linguagem de máquina, que é chamado de
código de máquina ou programa executável. Este programa pode ser enviado à CPU para execução.

E agora, ao contrário do que ocorre na compilação, o processo de interpretação lê cada instrução do

programa-fonte, transforma-a em código de máquina e a executa. Nenhum programa executável é
gerado. O responsável por realizar esse processo é um programa chamado interpretador.

Algumas linguagens tentaram explorar o melhor dos dois mundos. O exemplo mais conhecido é o da
linguagem Java. Programas em Java são compilados para uma linguagem intermediária chamada de
bytecode. O bytecode, por sua vez, é executado por um interpretador chamado Máquina Virtual
Java (JVM – Java Virtual Machine). Como o bytecode é interpretado mais rapidamente do que o
código-fonte Java do programa consegue-se um desempenho próximo ao de um programa
compilado com a vantagem de poder executá-lo em qualquer computador com uma JVM (figura
abaixo).

A linguagem JAVA

Java é, atualmente, uma das mais utilizadas no mundo, principalmente para o desenvolvimento de
softwares para a Internet e dispositivos móveis. Ela surgiu a partir de um projeto iniciado dentro da
empresa Sun Microsystems, em 1991.

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Em 1995, a Internet estava explodindo em popularidade. Os projetistas da linguagem viram o

potencial da tecnologia Java na construção de conteúdo dinâmico nas páginas. Até então, as páginas
na Internet eram estáticas, sem nenhum tipo de animação ou efeito especial. Pequenos programas
Java, chamados applets, podiam ser incluídos em alguma página para fornecer algum jogo, animação
ou componente gráfico.

Atualmente, os applets estão em desuso, já que tecnologias como Flash e HTML 5 podem substituí-
lo com mais eficiência. Mesmo assim, o Java é uma das linguagens mais utilizadas hoje em dia,
principalmente em grandes sistemas corporativos na Internet e em programação para dispositivos
móveis, como os equipamentos que utilizam o sistema operacional Android da Google.

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