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Bruno Borja

UFRRJ, Departamento de Ciências Econômicas, Faculty Member

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Professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ, campus Nova Iguaçu) e do Programa de Pós-graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade (PPGPaCS / UFRRJ). Doutor em Economia Política Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2013). Coordenador do OBaC - Observatório Baixada Cultural (IFRJ / UFRRJ), com pesquisa sobre Economia da cultura e política cultural na Baixada Fluminense. Coordenador da Escola Popular de Artes (EPA / UFRRJ). Professor Colaborador da Pós-graduação em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ, campus Nilópolis). Poeta.

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Papers by Bruno Borja

Cultura e economia nos marcos do capitalismo dependente: considerações sobre a dependência cultural

Jornal dos Economistas , 2024

Cultura e economia estão bem mais próximas do que, a princípio, se pode imaginar. A divisão posit... more Cultura e economia estão bem mais próximas do que, a princípio, se pode imaginar. A divisão positivista das ciências impôs uma separação ilusória entre os campos de pesquisa da vida social. O que poderíamos entender como uma segmentação metodológica entre partes de uma totalidade única se tornou uma cisão intransponível entre as áreas do conhecimento. Precisamos reconstruir as pontes.
Nesse sentido, gostaria de debater a relação entre cultura e economia nos marcos do capitalismo dependente, apresentando algumas considerações sobre a dependência cultural.

Gramsci e a política cultural: Estado, cultura e hegemonia / Gramsci and cultural policy: State, culture, and hegemony

Revista Marx e o Marxismo, 2023

Antonio Gramsci dedicou grande parte do seu trabalho à reflexão e à atuação nos campos da polític... more Antonio Gramsci dedicou grande parte do seu trabalho à reflexão e à atuação nos campos da política e da cultura. Nesse artigo, buscamos explorar essas duas vertentes de sua crítica ao capitalismo, focando especialmente na política cultural. Tratamos da interpretação de Gramsci sobre a relação entre o desenvolvimento histórico do Estado e a política cultural, quando se percebe como o desenvolvimento do capitalismo colocou a necessidade do Estado stricto sensu abarcar novas funções, com destaque para a função educativa, quando implementa sua política cultural e se torna um Estado de cultura. Avançaremos para a interpretação de Gramsci sobre o âmbito da sociedade civil, onde ocorre uma luta pela hegemonia através da política cultural das classes em disputa, com papel decisivo dos aparelhos privados de hegemonia, atuando para a formação do senso comum e da opinião pública.

Ecos do desenvolvimento : uma história do pensamento econômico brasileiro

by Rodrigo Castelo and Bruno Borja

CULTURA POPULAR NO CAPITALISMO DEPENDENTE: ENTRE RESISTÊNCIAS E INCORPORAÇÕES

Temporalis, 2023

O artigo parte da interpretação da cultura popular enquanto modo de vida e produção cultural das ... more O artigo parte da interpretação da cultura popular enquanto modo de vida e produção cultural das classes subalternas, sendo entendida como uma forma de resistência à exploração capitalista e central na luta de classes. Buscamos apresentar as particularidades da cultura popular no capitalismo dependente, onde vigoram leis particulares de desenvolvimento, em especial a superexploração. Nesse sentido, tentamos interpretar a cultura popular como forma de resistência à superexploração no capitalismo dependente. Também analisamos as contradições de seu processo de incorporação, seja na construção da identidade nacional conduzida pelo Estado e pelas classes dominantes, seja no desenvolvimento da indústria cultural local, comandada pela burguesia dependente em associação com a burguesia imperialista.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura popular; Capitalismo dependente; Incorporação cultural.

CULTURA E CAPITALISMO DEPENDENTE: notas para uma teoria marxista da dependência cultural

Germinal: marxismo e educação em debate, 2022

A teoria marxista da dependência nos legou um marco teórico-político para analisar as formações e... more A teoria marxista da dependência nos legou um marco teórico-político para analisar as formações econômico-sociais latino-americanas, tratando a dependência como uma totalidade e captando as particularidades do modo de produção capitalista na região. No entanto, dentro dessa totalidade de análise, pouco espaço foi dado à cultura e à dependência cultural. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar, na relação entre cultura e capitalismo dependente, notas para uma teoria marxista da dependência cultural. A partir da definição de cultura enquanto modo de vida, procuro analisar a trajetória de desenvolvimento do capitalismo dependente e suas conexões com a dependência cultural.

Celso Furtado e a cultura da dependência

Oikos, Nov 24, 2009

Partindo de sua Teoria do Subdesenvolvimento, Celso Furtado explora o aspecto cultural do subdese... more Partindo de sua Teoria do Subdesenvolvimento, Celso Furtado explora o aspecto cultural do subdesenvolvimento e da dependência, de forma a reafirmar seus principais conceitos e teses. Neste artigo busca-se apresentar brevemente, e em linhas gerais, as reflexões de Furtado sobre as conexões entre cultura e desenvolvimento, realçando as especificidades dos países subdesenvolvidos, onde influi diretamente a dominação cultural exercida pelos países centrais na conformação de uma cultura da dependência.

A história do pensamento econômico brasileiro entre 1964 e 1989: um método para discussão

sep.org.br

Cultura e Pandemia: precarização do trabalho cultural na Baixada Fluminense

by Bruno Borja and Luise Villares

Pragmatizes - Revista Latino Americana de Estudos em Cultura, 2021

A pandemia trouxe profundas alterações no campo da cultura. O setor cultural enorme desafio com a... more A pandemia trouxe profundas alterações no campo da cultura. O setor cultural enorme desafio com a necessidade de isolamento social, passando por um processo forçado de transição digital. O presente artigo busca compreender as consequências do neoliberalismo sobre as políticas culturais e o mercado de trabalho cultural, analisando a especificidade do impacto da pandemia na cultura da Baixada Fluminense, território periférico na Região Metropolitana do Ri Janeiro, onde se evidencia o caráter informal e precário das condições de trabalho. Para interpretar o impacto da pandemia sobre a precarização do trabalho cultural, utilizamos dados primários extraídos da pesquisa Impactos da Covid-19 na Economia Criativa da Baixada Fluminense, desenvolvida pelo OBaC - Observatório Baixada Cultural.

Intérpretes do Brasil: influências na origem do pensamento econômico brasileiro

História Econômica & História de Empresas, 2021

O final do século XIX e o início do século XX foram marcados por uma profusão de tentativas de da... more O final do século XIX e o início do século XX foram marcados por uma profusão de tentativas de dar um significado autônomo à sociabilidade que funcionava no interior das fronteiras do que se entendia como Brasil. Descobrir o sentido do Brasil era algo tão forte no pensamento social da época que as expressões econômicas, políticas e artísticas foram marcadas por essa questão, sem necessariamente buscarem uma referência nacionalista ou xenófoba, apesar de em alguns casos passar por elas. Tomando como referência o tempo histórico entre os movimentos abolicionistas e a Era Vargas, o objetivo deste texto é recuperar no pensamento dos intérpretes do Brasil os elementos da configuração das estruturas econômico-sociais brasileiras que ganham centralidade em suas visões sobre o Brasil e influenciam a origem do pensamento econômico brasileiro.

Jogos poéticos: poesia e crítica social

by Lucia Helena Ramos de Souza and Bruno Borja

Anais do 17o. Simposio Nacional de História das Ciências e das Tecnicas, 2020

O que se pretende nesse artigo é, antes, afirmar que o jogo e a poesia são formas de conhecimento... more O que se pretende nesse artigo é, antes, afirmar que o jogo e a poesia são formas de conhecimento, conhecimento da realidade, auto-conhecimento, conhecimento coletivo – são epistêmes. E por isso mesmo, como conhecimento que são interdisciplinam com as ciências e com a filosofia. E reafirmado isso, apresentar o método Jogos Poéticos - desenvolvido desde 2012, em oficinas de poesia e crítica social. O método é baseado num trio de ação - que chamaremos de “triuna” para que não se dissociem: ler, brincar e criar. 1) Ler – o mundo e sua poesia, poemas, poetas, e seus tempos históricos. O recorte escolhido foi o período a partir do Modernismo, demarcado flexivelmente pela Semana de Arte Moderna, de 1922, até a poesia periférica, neste século XXI pós-moderno. Um corpoético, fio da história, é proposto. Quem era o poeta, que tempo era esse, de quantos tempos precisou? E o que mais acontecia durante esse poema? 2) Brincar: ou jogar, fazer a experiência do brinquedo, do desafio divertido, amoroso, individual e coletivo. Com o fio da História, que a partir da arte e da poesia, se dobra e desdobra - em várias possibilidades do real além das representações da realidade, feito uma linha de amarelinha que pretende alcançar o céu ou de corda bamba onde dança a bailarina de sombrinha, como diz o poeta. O brinquedo de criar, de inventar e fundar mundos. Ser o outro para ter memória, afeto, emoção e história. Ou um poema para lembrar. 3) Criar: ou fazer. Construir o poema, o desenho, a colagem, a pintura, a cena, performar. Individual e coletivo. Uma práxis. Fazer do debate e da troca algo para ser dito, falado, escrito, comunicado. Na experiência de 2015, o projeto Jogos Poéticos realizou edição no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como curso de extensão em Poesia e Crítica Social – seu momento mais articulado e aprofundado, e um método academicamente orientado, além de fichas pedagógicas (para que o brinquedo seja replicado por quem se interessar pelo jogo). A partir dessa experiência, que acontece desde 2012 e em construção contínua, foram realizadas e relatadas várias ações poéticas, artísticas, pedagógicas – ressonâncias da atuação dos participantes das oficinas tanto no movimento de saraus e slams de poesia, quanto ação artística poéticas em espaços da cidade e experiências em sala de aula. Foram mais de sessenta poetas pesquisados, com produção de zines (ao molde da poesia marginal) para leitura e material didático, 16 módulos com média de seis a oito encontros, com média de quatro poetas pesquisados cada. Com público de aproximadamente 15 participantes em cada oficina. Das oficinas e seus participantes, alguns coletivos de poesia formaram-se, entre eles o coletivo Balalaica e ação de arte poética Piquenique Antropofágico. Assim, os Jogos Poéticos confirmam que se a vida é jogo, só é possível reinventá-la, poeticamente.

RAÚL PREBISCH E SEUS MANIFESTOS: MOMENTOS DE FORMAÇÃO DA CEPAL

Revista de Economia Contemporânea, 2021

Raúl Prebisch foi a principal liderança política e intelectual da Cepal, formulando as teses inau... more Raúl Prebisch foi a principal liderança política e intelectual da Cepal, formulando as teses inaugurais do que viria a ser conhecido como estruturalismo latinoamericano. Passados 70 anos da publicação do primeiro estudo da Comissão sobre a América Latina, este artigo se propõe a sistematizar e analisar criticamente as formulações teóricas de Prebisch no momento de formação da Cepal. Após apresentar sua trajetória política e intelectual, serão analisados seus três primeiros documentos produzidos na comissão: O Desenvolvimento Econômico da América Latina e Alguns de seus Principais Problemas (1949); Crescimento, Equilíbrio e Disparidades: interpretação do processo de desenvolvimento econômico (1950); e Problemas Teóricos e Práticos do Crescimento Econômico (1951).

RESISTÊNCIA E NEOLIBERALISMO: POLÍTICA CULTURAL DO CARNAVAL CARIOCA

by Bruno Duarte, Bruno Borja, and Luise Villares

Boletim do Observatório da Diversidade Cultural, 2020

RESUMO O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um ... more RESUMO O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um histórico do século XX e abordando a conjuntura atual de crise neoliberal. A política cultural do carnaval passa pelas seguintes fases: repressão por parte do Estado; símbolo da identidade nacional; incorporação pela indústria cultural; mercantilização da festa; revés com a crise econômica e política cultural antidemocrática do prefeito Crivella. * A fusão entre samba e carnaval é uma particularidade da cultura brasileira. O samba é uma das muitas expressões culturais formadas a partir da tradição cultural africana, amalgamada às matrizes ameríndia e europeia. Para que continuasse sendo disseminado, o samba carioca resistiu entre apropriações e negociações. Apropriado, coube ao Estado e ao capital massificar seu produto de maior valor: os desfiles de carnaval das escolas de samba. Descendente dos batuques africanos, o samba urbano carioca se consolida juntamente com a transição ao capitalismo no Brasil, especialmente ao longo da Primeira República. Foi neste período, como aponta Moura (1983), que se formou uma cultura negra urbana livre na cidade, predominantemente na região conhecida como "Pequena África": uma triangulação entre a zona portuária, a estação ferroviária Central do Brasil e a Praça Onze.

A cultura e o vírus do neoliberalismo - trabalhadores da cultura e política cultural na pandemia

by Bruno Borja and Luise Villares

Portal Esquerda Online, 2020

A pandemia do coronavírus trouxe profundas alterações no campo da cultura, instalando uma crise d... more A pandemia do coronavírus trouxe profundas alterações no campo da cultura, instalando uma crise de proporções gigantescas. O setor cultural está passando por um momento crítico de desestruturação e reestruturação, com acelerado processo de transição digital. Este artigo busca interpretar o impacto da pandemia no setor cultural, analisando a situação dos trabalhadores da cultura e a política cultural elaborada para responder à crise, com a Lei Aldir Blanc.

Artigo publicado no portal Esquerda Online. 2020

Resistência e Neolibaralismo - a política cultural do carnaval carioca

by Bruno Borja and Luise Villares

BOLETIM OBSERVATÓRIO DA DIVERSIDADE CULTURAL , 2020

O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um históri... more O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um histórico do século XX e abordando a conjuntura atual de crise neoliberal. A política cultural do carnaval passa pelas seguintes fases: repressão por parte do Estado; símbolo da identidade nacional; incorporação pela indústria cultural; mercantilização da festa; revés com a crise econômica e política cultural antidemocrática do prefeito Crivella.

Publicado no BOLETIM OBSERVATÓRIO DA DIVERSIDADE CULTURAL nov. 2020, p. 116.

Celso Furtado e a política de patrimônio cultural

by Bruno Borja and Luise Villares

Políticas Culturais em Revista, 2020

Este artigo apresenta uma síntese do entendimento de Celso Furtado sobre a importância do patrimô... more Este artigo apresenta uma síntese do entendimento de Celso Furtado sobre a importância do patrimônio cultural e sobre como seu reconhecimento corrobora a criação de políticas culturais preocupadas com o desenvolvimento nacional. Objetiva-se entender como as políticas patrimoniais estavam sendo implementadas no Ministério da Cultura durante a gestão de Furtado (1986-1988). Três pontos centrais são abordados neste artigo: (1) a reestruturação do Ministério da Cultura em seu mandato e as políticas de patrimônio; (2) o pensamento e a prática de Furtado sobre o que vêm a ser patrimônio cultural e o vínculo entre política patrimonial e desenvolvimento nacional; e (3) o legado de Furtado para a política de patrimônio e sua contribuição para as leis de patrimônio consolidadas na Constituição de 1988.

Desenvolvimento e política cultural - reflexões de Celso Furtado no caminho do Ministério da Cultura

Cadernos do Desenvolvimento, 2019

Amplamente reconhecido como um dos economistas mais importantes da história brasileira, Celso Fur... more Amplamente reconhecido como um dos economistas mais importantes da história brasileira, Celso Furtado ainda é pouco conhecido por suas reflexões no campo da política cultural, mesmo tendo sido ministro da Cultura. No intuito de resgatar e apresentar a originalidade de seu pensamento na área, o artigo busca analisar de forma sintética suas
reflexões sobre desenvolvimento e política cultural. Primeiro, será tratada sua obra anterior ao período no Ministério da Cultura, cujo núcleo se concentra na relação entre cultura e desenvolvimento. Depois, serão abordadas suas reflexões especificamente sobre política cultural, a partir de suas intervenções políticas, já no caminho do Ministério.

O Capital e a Cultura: elementos de economia política da cultura em Marx

Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, 2020

Embora Marx não tenha escrito nenhum trabalho específico sobre cultura, é possível vislumbrar em ... more Embora Marx não tenha escrito nenhum trabalho específico sobre cultura, é possível vislumbrar em sua obra elementos de estudos culturais pela perspectiva da crítica da economia política. O ponto de partida do artigo é a diferenciação de duas dimensões específicas da cultura: a cultura enquanto modo de vida particular e a cultura enquanto produção cultural. Em ambas a intenção é perceber as peculiaridades da cultura quando apropriada pelo capital. Neste sentido, serão percorridos alguns dos escritos de Marx para extrair os pontos de contato entre o capital e a cultura, isto é, como a relação social de produção dominante no modo de produção capitalista se coloca como determinante também para o campo da cultura. Por este caminho, serão apresentados alguns elementos de economia política da cultura em Marx.

Books by Bruno Borja

Educação. Arte e Literatura

by Pimenta Cultural, Maro Lara Martins, Bruno Borja, and Patrícia Moreira Muniz Rosa

Educação. Arte e Literatura, 2022

Este livro é fruto dos debates realizados no II Seminário de Pensamento Social Brasileiro – intel... more

Controvérsias do Pensamento Econômico Brasileiro - história, desenvolvimento e revolução

Editora Mórula, 2022

Livro organizado no âmbito do LEMA - Laboratório de Estudos Marxistas da UFRJ. Busca apresentar t... more Livro organizado no âmbito do LEMA - Laboratório de Estudos Marxistas da UFRJ. Busca apresentar temas da história do pensamento econômico brasileiro a partir de um método marxista. Trata as controvérsias do pensamento econômico desde uma perspectiva interdisciplinar enquanto interpretações do Brasil, avaliando as interpretações do passado histórico, as análises da conjuntura presente e as propostas políticas de transformação do futuro.

Cultura e economia nos marcos do capitalismo dependente: considerações sobre a dependência cultural

Jornal dos Economistas , 2024

Cultura e economia estão bem mais próximas do que, a princípio, se pode imaginar. A divisão posit... more Cultura e economia estão bem mais próximas do que, a princípio, se pode imaginar. A divisão positivista das ciências impôs uma separação ilusória entre os campos de pesquisa da vida social. O que poderíamos entender como uma segmentação metodológica entre partes de uma totalidade única se tornou uma cisão intransponível entre as áreas do conhecimento. Precisamos reconstruir as pontes.
Nesse sentido, gostaria de debater a relação entre cultura e economia nos marcos do capitalismo dependente, apresentando algumas considerações sobre a dependência cultural.

Gramsci e a política cultural: Estado, cultura e hegemonia / Gramsci and cultural policy: State, culture, and hegemony

Revista Marx e o Marxismo, 2023

Antonio Gramsci dedicou grande parte do seu trabalho à reflexão e à atuação nos campos da polític... more Antonio Gramsci dedicou grande parte do seu trabalho à reflexão e à atuação nos campos da política e da cultura. Nesse artigo, buscamos explorar essas duas vertentes de sua crítica ao capitalismo, focando especialmente na política cultural. Tratamos da interpretação de Gramsci sobre a relação entre o desenvolvimento histórico do Estado e a política cultural, quando se percebe como o desenvolvimento do capitalismo colocou a necessidade do Estado stricto sensu abarcar novas funções, com destaque para a função educativa, quando implementa sua política cultural e se torna um Estado de cultura. Avançaremos para a interpretação de Gramsci sobre o âmbito da sociedade civil, onde ocorre uma luta pela hegemonia através da política cultural das classes em disputa, com papel decisivo dos aparelhos privados de hegemonia, atuando para a formação do senso comum e da opinião pública.

Ecos do desenvolvimento : uma história do pensamento econômico brasileiro

by Rodrigo Castelo and Bruno Borja

CULTURA POPULAR NO CAPITALISMO DEPENDENTE: ENTRE RESISTÊNCIAS E INCORPORAÇÕES

Temporalis, 2023

O artigo parte da interpretação da cultura popular enquanto modo de vida e produção cultural das ... more O artigo parte da interpretação da cultura popular enquanto modo de vida e produção cultural das classes subalternas, sendo entendida como uma forma de resistência à exploração capitalista e central na luta de classes. Buscamos apresentar as particularidades da cultura popular no capitalismo dependente, onde vigoram leis particulares de desenvolvimento, em especial a superexploração. Nesse sentido, tentamos interpretar a cultura popular como forma de resistência à superexploração no capitalismo dependente. Também analisamos as contradições de seu processo de incorporação, seja na construção da identidade nacional conduzida pelo Estado e pelas classes dominantes, seja no desenvolvimento da indústria cultural local, comandada pela burguesia dependente em associação com a burguesia imperialista.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura popular; Capitalismo dependente; Incorporação cultural.

CULTURA E CAPITALISMO DEPENDENTE: notas para uma teoria marxista da dependência cultural

Germinal: marxismo e educação em debate, 2022

A teoria marxista da dependência nos legou um marco teórico-político para analisar as formações e... more A teoria marxista da dependência nos legou um marco teórico-político para analisar as formações econômico-sociais latino-americanas, tratando a dependência como uma totalidade e captando as particularidades do modo de produção capitalista na região. No entanto, dentro dessa totalidade de análise, pouco espaço foi dado à cultura e à dependência cultural. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar, na relação entre cultura e capitalismo dependente, notas para uma teoria marxista da dependência cultural. A partir da definição de cultura enquanto modo de vida, procuro analisar a trajetória de desenvolvimento do capitalismo dependente e suas conexões com a dependência cultural.

Celso Furtado e a cultura da dependência

Oikos, Nov 24, 2009

Partindo de sua Teoria do Subdesenvolvimento, Celso Furtado explora o aspecto cultural do subdese... more Partindo de sua Teoria do Subdesenvolvimento, Celso Furtado explora o aspecto cultural do subdesenvolvimento e da dependência, de forma a reafirmar seus principais conceitos e teses. Neste artigo busca-se apresentar brevemente, e em linhas gerais, as reflexões de Furtado sobre as conexões entre cultura e desenvolvimento, realçando as especificidades dos países subdesenvolvidos, onde influi diretamente a dominação cultural exercida pelos países centrais na conformação de uma cultura da dependência.

A história do pensamento econômico brasileiro entre 1964 e 1989: um método para discussão

sep.org.br

Cultura e Pandemia: precarização do trabalho cultural na Baixada Fluminense

by Bruno Borja and Luise Villares

Pragmatizes - Revista Latino Americana de Estudos em Cultura, 2021

A pandemia trouxe profundas alterações no campo da cultura. O setor cultural enorme desafio com a... more A pandemia trouxe profundas alterações no campo da cultura. O setor cultural enorme desafio com a necessidade de isolamento social, passando por um processo forçado de transição digital. O presente artigo busca compreender as consequências do neoliberalismo sobre as políticas culturais e o mercado de trabalho cultural, analisando a especificidade do impacto da pandemia na cultura da Baixada Fluminense, território periférico na Região Metropolitana do Ri Janeiro, onde se evidencia o caráter informal e precário das condições de trabalho. Para interpretar o impacto da pandemia sobre a precarização do trabalho cultural, utilizamos dados primários extraídos da pesquisa Impactos da Covid-19 na Economia Criativa da Baixada Fluminense, desenvolvida pelo OBaC - Observatório Baixada Cultural.

Intérpretes do Brasil: influências na origem do pensamento econômico brasileiro

História Econômica & História de Empresas, 2021

O final do século XIX e o início do século XX foram marcados por uma profusão de tentativas de da... more O final do século XIX e o início do século XX foram marcados por uma profusão de tentativas de dar um significado autônomo à sociabilidade que funcionava no interior das fronteiras do que se entendia como Brasil. Descobrir o sentido do Brasil era algo tão forte no pensamento social da época que as expressões econômicas, políticas e artísticas foram marcadas por essa questão, sem necessariamente buscarem uma referência nacionalista ou xenófoba, apesar de em alguns casos passar por elas. Tomando como referência o tempo histórico entre os movimentos abolicionistas e a Era Vargas, o objetivo deste texto é recuperar no pensamento dos intérpretes do Brasil os elementos da configuração das estruturas econômico-sociais brasileiras que ganham centralidade em suas visões sobre o Brasil e influenciam a origem do pensamento econômico brasileiro.

Jogos poéticos: poesia e crítica social

by Lucia Helena Ramos de Souza and Bruno Borja

Anais do 17o. Simposio Nacional de História das Ciências e das Tecnicas, 2020

O que se pretende nesse artigo é, antes, afirmar que o jogo e a poesia são formas de conhecimento... more O que se pretende nesse artigo é, antes, afirmar que o jogo e a poesia são formas de conhecimento, conhecimento da realidade, auto-conhecimento, conhecimento coletivo – são epistêmes. E por isso mesmo, como conhecimento que são interdisciplinam com as ciências e com a filosofia. E reafirmado isso, apresentar o método Jogos Poéticos - desenvolvido desde 2012, em oficinas de poesia e crítica social. O método é baseado num trio de ação - que chamaremos de “triuna” para que não se dissociem: ler, brincar e criar. 1) Ler – o mundo e sua poesia, poemas, poetas, e seus tempos históricos. O recorte escolhido foi o período a partir do Modernismo, demarcado flexivelmente pela Semana de Arte Moderna, de 1922, até a poesia periférica, neste século XXI pós-moderno. Um corpoético, fio da história, é proposto. Quem era o poeta, que tempo era esse, de quantos tempos precisou? E o que mais acontecia durante esse poema? 2) Brincar: ou jogar, fazer a experiência do brinquedo, do desafio divertido, amoroso, individual e coletivo. Com o fio da História, que a partir da arte e da poesia, se dobra e desdobra - em várias possibilidades do real além das representações da realidade, feito uma linha de amarelinha que pretende alcançar o céu ou de corda bamba onde dança a bailarina de sombrinha, como diz o poeta. O brinquedo de criar, de inventar e fundar mundos. Ser o outro para ter memória, afeto, emoção e história. Ou um poema para lembrar. 3) Criar: ou fazer. Construir o poema, o desenho, a colagem, a pintura, a cena, performar. Individual e coletivo. Uma práxis. Fazer do debate e da troca algo para ser dito, falado, escrito, comunicado. Na experiência de 2015, o projeto Jogos Poéticos realizou edição no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como curso de extensão em Poesia e Crítica Social – seu momento mais articulado e aprofundado, e um método academicamente orientado, além de fichas pedagógicas (para que o brinquedo seja replicado por quem se interessar pelo jogo). A partir dessa experiência, que acontece desde 2012 e em construção contínua, foram realizadas e relatadas várias ações poéticas, artísticas, pedagógicas – ressonâncias da atuação dos participantes das oficinas tanto no movimento de saraus e slams de poesia, quanto ação artística poéticas em espaços da cidade e experiências em sala de aula. Foram mais de sessenta poetas pesquisados, com produção de zines (ao molde da poesia marginal) para leitura e material didático, 16 módulos com média de seis a oito encontros, com média de quatro poetas pesquisados cada. Com público de aproximadamente 15 participantes em cada oficina. Das oficinas e seus participantes, alguns coletivos de poesia formaram-se, entre eles o coletivo Balalaica e ação de arte poética Piquenique Antropofágico. Assim, os Jogos Poéticos confirmam que se a vida é jogo, só é possível reinventá-la, poeticamente.

RAÚL PREBISCH E SEUS MANIFESTOS: MOMENTOS DE FORMAÇÃO DA CEPAL

Revista de Economia Contemporânea, 2021

Raúl Prebisch foi a principal liderança política e intelectual da Cepal, formulando as teses inau... more Raúl Prebisch foi a principal liderança política e intelectual da Cepal, formulando as teses inaugurais do que viria a ser conhecido como estruturalismo latinoamericano. Passados 70 anos da publicação do primeiro estudo da Comissão sobre a América Latina, este artigo se propõe a sistematizar e analisar criticamente as formulações teóricas de Prebisch no momento de formação da Cepal. Após apresentar sua trajetória política e intelectual, serão analisados seus três primeiros documentos produzidos na comissão: O Desenvolvimento Econômico da América Latina e Alguns de seus Principais Problemas (1949); Crescimento, Equilíbrio e Disparidades: interpretação do processo de desenvolvimento econômico (1950); e Problemas Teóricos e Práticos do Crescimento Econômico (1951).

RESISTÊNCIA E NEOLIBERALISMO: POLÍTICA CULTURAL DO CARNAVAL CARIOCA

by Bruno Duarte, Bruno Borja, and Luise Villares

Boletim do Observatório da Diversidade Cultural, 2020

RESUMO O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um ... more RESUMO O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um histórico do século XX e abordando a conjuntura atual de crise neoliberal. A política cultural do carnaval passa pelas seguintes fases: repressão por parte do Estado; símbolo da identidade nacional; incorporação pela indústria cultural; mercantilização da festa; revés com a crise econômica e política cultural antidemocrática do prefeito Crivella. * A fusão entre samba e carnaval é uma particularidade da cultura brasileira. O samba é uma das muitas expressões culturais formadas a partir da tradição cultural africana, amalgamada às matrizes ameríndia e europeia. Para que continuasse sendo disseminado, o samba carioca resistiu entre apropriações e negociações. Apropriado, coube ao Estado e ao capital massificar seu produto de maior valor: os desfiles de carnaval das escolas de samba. Descendente dos batuques africanos, o samba urbano carioca se consolida juntamente com a transição ao capitalismo no Brasil, especialmente ao longo da Primeira República. Foi neste período, como aponta Moura (1983), que se formou uma cultura negra urbana livre na cidade, predominantemente na região conhecida como "Pequena África": uma triangulação entre a zona portuária, a estação ferroviária Central do Brasil e a Praça Onze.

A cultura e o vírus do neoliberalismo - trabalhadores da cultura e política cultural na pandemia

by Bruno Borja and Luise Villares

Portal Esquerda Online, 2020

A pandemia do coronavírus trouxe profundas alterações no campo da cultura, instalando uma crise d... more A pandemia do coronavírus trouxe profundas alterações no campo da cultura, instalando uma crise de proporções gigantescas. O setor cultural está passando por um momento crítico de desestruturação e reestruturação, com acelerado processo de transição digital. Este artigo busca interpretar o impacto da pandemia no setor cultural, analisando a situação dos trabalhadores da cultura e a política cultural elaborada para responder à crise, com a Lei Aldir Blanc.

Artigo publicado no portal Esquerda Online. 2020

Resistência e Neolibaralismo - a política cultural do carnaval carioca

by Bruno Borja and Luise Villares

BOLETIM OBSERVATÓRIO DA DIVERSIDADE CULTURAL , 2020

O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um históri... more O artigo analisa a política cultural do carnaval na cidade do Rio de Janeiro, traçando um histórico do século XX e abordando a conjuntura atual de crise neoliberal. A política cultural do carnaval passa pelas seguintes fases: repressão por parte do Estado; símbolo da identidade nacional; incorporação pela indústria cultural; mercantilização da festa; revés com a crise econômica e política cultural antidemocrática do prefeito Crivella.

Publicado no BOLETIM OBSERVATÓRIO DA DIVERSIDADE CULTURAL nov. 2020, p. 116.

Celso Furtado e a política de patrimônio cultural

by Bruno Borja and Luise Villares

Políticas Culturais em Revista, 2020

Este artigo apresenta uma síntese do entendimento de Celso Furtado sobre a importância do patrimô... more Este artigo apresenta uma síntese do entendimento de Celso Furtado sobre a importância do patrimônio cultural e sobre como seu reconhecimento corrobora a criação de políticas culturais preocupadas com o desenvolvimento nacional. Objetiva-se entender como as políticas patrimoniais estavam sendo implementadas no Ministério da Cultura durante a gestão de Furtado (1986-1988). Três pontos centrais são abordados neste artigo: (1) a reestruturação do Ministério da Cultura em seu mandato e as políticas de patrimônio; (2) o pensamento e a prática de Furtado sobre o que vêm a ser patrimônio cultural e o vínculo entre política patrimonial e desenvolvimento nacional; e (3) o legado de Furtado para a política de patrimônio e sua contribuição para as leis de patrimônio consolidadas na Constituição de 1988.

Desenvolvimento e política cultural - reflexões de Celso Furtado no caminho do Ministério da Cultura

Cadernos do Desenvolvimento, 2019

Amplamente reconhecido como um dos economistas mais importantes da história brasileira, Celso Fur... more Amplamente reconhecido como um dos economistas mais importantes da história brasileira, Celso Furtado ainda é pouco conhecido por suas reflexões no campo da política cultural, mesmo tendo sido ministro da Cultura. No intuito de resgatar e apresentar a originalidade de seu pensamento na área, o artigo busca analisar de forma sintética suas
reflexões sobre desenvolvimento e política cultural. Primeiro, será tratada sua obra anterior ao período no Ministério da Cultura, cujo núcleo se concentra na relação entre cultura e desenvolvimento. Depois, serão abordadas suas reflexões especificamente sobre política cultural, a partir de suas intervenções políticas, já no caminho do Ministério.

O Capital e a Cultura: elementos de economia política da cultura em Marx

Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, 2020

Embora Marx não tenha escrito nenhum trabalho específico sobre cultura, é possível vislumbrar em ... more Embora Marx não tenha escrito nenhum trabalho específico sobre cultura, é possível vislumbrar em sua obra elementos de estudos culturais pela perspectiva da crítica da economia política. O ponto de partida do artigo é a diferenciação de duas dimensões específicas da cultura: a cultura enquanto modo de vida particular e a cultura enquanto produção cultural. Em ambas a intenção é perceber as peculiaridades da cultura quando apropriada pelo capital. Neste sentido, serão percorridos alguns dos escritos de Marx para extrair os pontos de contato entre o capital e a cultura, isto é, como a relação social de produção dominante no modo de produção capitalista se coloca como determinante também para o campo da cultura. Por este caminho, serão apresentados alguns elementos de economia política da cultura em Marx.

Educação. Arte e Literatura

by Pimenta Cultural, Maro Lara Martins, Bruno Borja, and Patrícia Moreira Muniz Rosa

Educação. Arte e Literatura, 2022

Este livro é fruto dos debates realizados no II Seminário de Pensamento Social Brasileiro – intel... more

Controvérsias do Pensamento Econômico Brasileiro - história, desenvolvimento e revolução

Editora Mórula, 2022

Livro organizado no âmbito do LEMA - Laboratório de Estudos Marxistas da UFRJ. Busca apresentar t... more Livro organizado no âmbito do LEMA - Laboratório de Estudos Marxistas da UFRJ. Busca apresentar temas da história do pensamento econômico brasileiro a partir de um método marxista. Trata as controvérsias do pensamento econômico desde uma perspectiva interdisciplinar enquanto interpretações do Brasil, avaliando as interpretações do passado histórico, as análises da conjuntura presente e as propostas políticas de transformação do futuro.