Papers by José Ronaldo Souza Júnior
De fato, este setor tem assumido um papel cada vez mais estratégico na economia do país. Dada sua... more De fato, este setor tem assumido um papel cada vez mais estratégico na economia do país. Dada sua contribuição decisiva tanto para a oferta interna de alimentos e matérias-primas quanto para o equilíbrio na balança comercial, o setor vem impactando expressivamente no comércio exterior e no nível de atividade, com forte encadeamento para frente. Também há uma relação direta entre preço de produtos agropecuários e inflação. Representados pelo grupo “alimentos e bebidas”, estes produtos são responsáveis por 24,27% do IPCA, possuindo a maior participação percentual. Dentro deste grupo encontra-se ainda a “alimentação no domicílio”, que representa 15,61% do IPCA global.
Revista Conjuntura Economica, 2007

Indicadores mensais de nível de atividade econômica podem ser úteis não só para o acompanhamento ... more Indicadores mensais de nível de atividade econômica podem ser úteis não só para o acompanhamento conjuntural, mas também para estudos econométricos de séries temporais que utilizem variáveis com esta periodicidade. Os indicadores mensais disponíveis no Brasil que são mantidos atualizados não têm a mesma abrangência nem apresentam as mesmas taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB). O que se pretende aqui é descrever uma metodologia simples, que procura oferecer um indicador mensal cujas médias trimestrais e anuais sejam iguais às do PIB divulgado pelo Sistema de Contas Nacionais (SCN), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, há estudos, como Chauvet (2001) e Rabi Junior (2008), que estimam séries mensais de PIB. O problema é que estas estimativas não são mantidas atualizadas. As estimativas apresentadas neste texto, por sua vez, serão mantidas atualizadas e disponíveis ao público por meio do Ipeadata. 2 Na falta de uma série atualizada de PIB mensal, a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do IBGE, que acompanha apenas a produção da indústria 1. Técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea.
Política de Metas de Inflação: teoria e evidências empíricas 4.2 Requisitos mínimos para a adoção... more Política de Metas de Inflação: teoria e evidências empíricas 4.2 Requisitos mínimos para a adoção da política de metas 6. Alguns desses problemas também são enfrentados por países desenvolvidos, mas, em geral, se apresentam de forma mais grave nos países em desenvolvimento. 10. Discussões detalhadas sobre essas políticas são feitas nos próximos capítulos deste livro. 11. Em 2013, a queda das tarifas de energia elétrica, associada à reversão dos reajustes das tarifas de transporte público, fez com que a inflação dos preços administrados apresentasse alta de apenas 1,9%, enquanto os preços livres registraram alta de 7,0%.

Os resultados apresentados no texto mostram que, ao frear o crescimento das despesas primarias, a... more Os resultados apresentados no texto mostram que, ao frear o crescimento das despesas primarias, a Emenda Constitucional (EC) no 95 tem o potencial de estabilizar e reduzir a divida bruta do governo geral, garantindo, assim, a sustentabilidade da divida publica brasileira. Os efeitos positivos da maior credibilidade da politica fiscal podem extrapolar a questao puramente fiscal e se espalhar para a economia real por meio de um aumento da seguranca para consumidores e investidores quanto ao futuro da economia brasileira. O novo regime fiscal e claramente uma estrategia gradualista para lidar com o grave problema atual das contas publicas brasileiras. O prazo de vinte anos, com a possibilidade de alteracao na metade do periodo, tambem parece ser adequado. Dependendo do desempenho da economia nos proximos dez anos, pode ser possivel adotar uma regra mais branda a partir de 2027. O horizonte de duas decadas, contudo, e indicado para dar mais credibilidade a esse tipo de estrategia porque...

Um indicador muito utilizado para inferir sobre o bem-estar dos trabalhadores é o seu rendimento.... more Um indicador muito utilizado para inferir sobre o bem-estar dos trabalhadores é o seu rendimento. Para que a evolução desse indicador reflita a variação do poder de compra do trabalhador, costuma-se deflacionar os dados de rendimento usando índices de preço ao consumidor relacionados a essa variação. O procedimento usual em análises agregadas do mercado de trabalho é usar um único índice para todos os trabalhadores. Implicitamente, pressupõe-se que: i) o padrão de consumo dos trabalhadores está bem representado por uma cesta de bens representativa cuja evolução dos preços é captada pelo índice; e ii) eventuais diferenças nos padrões de consumo não seriam suficientes para alterar sistematicamente a evolução de índices de preço hipotéticos que captassem a heterogeneidade nos padrões de consumo. No entanto, conforme exposto em Lameiras, Carvalho e Souza Júnior (2017), o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a evolução dos índices de preço pode variar por períodos consideráveis de tempo, quando se leva em consideração padrões distintos de consumo por faixa de renda. Por exemplo, na variação acumulada em doze meses até agosto de 2018, a inflação para as famílias com renda muito baixa alcançou 3,55%, enquanto que para as famílias com renda alta atingiu 4,53% -o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 4,19%. Em uma perspectiva de longo prazo, observa-se que, nos últimos onze anos (de julho de 2006 a outubro de 2017), a inflação dos mais pobres apresenta uma variação de 102%, bastante superior à observada na faixa de renda mais alta, de 86%. O objetivo desta Nota Técnica é, portanto, averiguar em que medida essas diferenças na trajetória da inflação afetam a evolução dos rendimentos médios, individuais e domiciliares, para as diferentes faixas de renda, utilizando-se de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua desde 2012.

passando por um período de intensas mudanças demográficas, com importantes efeitos macroeconômico... more passando por um período de intensas mudanças demográficas, com importantes efeitos macroeconômicos. Após um período de intenso crescimento populacional, que durou até meados dos anos 1970, a taxa de fecundidade no país caiu, diminuindo o crescimento populacional e produzindo o gradual envelhecimento da população (Camarano, Kanso e Fernandes, 2014). A etapa atual corresponde à fase final do processo de transição demográfica com importantes efeitos sobre a disponibilidade de mão de obra nas próximas décadas, entre vários outros efeitos macroeconômicoscomo destacado por Souza-Júnior e Levy (2014). O impacto da dinâmica demográfica sobre a oferta de mão de obra pode se dar por duas vias. Por um lado, conforme as coortes nascidas no período de alta fecundidade e crescimento populacional elevado chegam à idade adulta, a taxa de dependência total da população cai, pois o número de adultos em idade laboral cresce mais rápido que o de crianças e idosos. Com o contínuo envelhecimento destas coortes, a taxa de dependência volta a aumentar, desta vez devido ao crescimento mais rápido do número de idosos. Por outro lado, com a diminuição no tamanho das famílias, as mulheres têm mais tempo livre para se dedicarem ao mercado de trabalho. Isto gera um efeito adicional: além do aumento da sua taxa de atividade, o investimento em educação aumenta a escolaridade da força de trabalho feminina e, portanto, a torna mais produtiva (Bloom, Canning e Sevilla, 2001, p. 21). 1. Baseada em Souza-Júnior e Levy (2014).
Política de Metas de Inflação: teoria e evidências empíricas 4.2 Requisitos mínimos para a adoção... more Política de Metas de Inflação: teoria e evidências empíricas 4.2 Requisitos mínimos para a adoção da política de metas 6. Alguns desses problemas também são enfrentados por países desenvolvidos, mas, em geral, se apresentam de forma mais grave nos países em desenvolvimento. 10. Discussões detalhadas sobre essas políticas são feitas nos próximos capítulos deste livro. 11. Em 2013, a queda das tarifas de energia elétrica, associada à reversão dos reajustes das tarifas de transporte público, fez com que a inflação dos preços administrados apresentasse alta de apenas 1,9%, enquanto os preços livres registraram alta de 7,0%.

Cenários de longo prazo podem ser uma ferramenta importante para a avaliação de custos, benefício... more Cenários de longo prazo podem ser uma ferramenta importante para a avaliação de custos, benefícios e riscos macroeconômicos de alternativas de política econômica. No momento atual, caracterizado por desajuste fiscal estrutural, baixa eficiência dos gastos públicos e arcabouços regulatórios e institucionais com efeitos perversos sobre a atividade econômica, esse tipo de planejamento torna-se ainda mais relevante. Neste contexto, o crescimento econômico do país pode receber impulso positivo significativo por meio da realização de reformas que permitam, de um lado, conter o crescimento explosivo da dívida pública -propiciando as condições mínimas requeridas para a estabilidade macroeconômica -, e, de outro lado, removam distorções microeconômicas e gargalos estruturais que impeçam a elevação sustentada do investimento e da produtividade geral da economia. Logo, a discussão de possíveis cenários que contemplem diferentes níveis de avanço na adoção dessas reformas pode contribuir para o melhor entendimento das possibilidades e das limitações ao crescimento potencial do país. Nesta nota, apresentam-se e discutem-se três possíveis cenários para a economia brasileira no período 2020-2031, que se diferenciam pelo grau de avanço na adoção de uma ampla gama de medidas com impactos esperados positivos sobre o crescimento potencial do país. No cenário de referência, supõe-se a implementação de reformas fiscais que permitam reequlibrar as contas públicas de forma sustentada, eliminando a principal fonte de incerteza macroeconômica atual e propiciando as condições para a retomada da economia brasileira. Supõe-se, porém, avanço modesto na adoção das reformas microeconômicas requeridas para a elevação do investimento e da produtividade, de modo que o crescimento potencial neste cenário, após o período de recuperação baseado na capacidade ociosa atualmente disponível, seria baixo e cadente -refletindo a tendência observada nas últimas décadas. Com efeito, descontado o crescimento do capital humano e do capital de infraestrutura, o país apresentou, no período 1980-2017, uma perda média de produtividade por volta de 0.5% ao ano (a.a.) (Cavalcanti e Souza-Júnior, 2018). O crescimento do capital humano no período deve-se, essencialmente, à melhora quantitativa da oferta de mão de obra e da escolaridade, beneficiada pelo bônus demográfico e pela universalização do ensino básico -que ainda possui, contudo,

Este texto se propoe a estimar duas versoes do produto potencial para o Brasil no periodo 1992-20... more Este texto se propoe a estimar duas versoes do produto potencial para o Brasil no periodo 1992-2010, por meio da funcao de producao e do filtro Hodrick-Prescott (HP), e a usar esses resultados para: i) avaliar a relevância do hiato do produto dentro das decisoes de politica monetaria (comparando as duas estimativas); e ii) analisar fontes do crescimento do produto potencial. A funcao de producao calculada indica que o baixo crescimento da produtividade pode ter sido um dos principais responsaveis pelo reduzido potencial de crescimento do pais. As estimativas indicam que ainda nao foi possivel atingir, de forma consistente, taxas de crescimento do produto potencial de 4% ao ano. Quando se considera a influencia do hiato do produto na funcao de reacao da autoridade monetaria, verifica-se que ambas as medidas geram desempenhos similares. Portanto, se o analista procura apenas mensurar a variacao do hiato do produto, o filtro HP pode ser o mais indicado dada sua simplicidade metodologic...

Texto para Discussão
A série histórica de estoque de capital é fundamental para estudos de crescimento econômico e par... more A série histórica de estoque de capital é fundamental para estudos de crescimento econômico e para estimação do produto potencial – variável muito utilizada em análises de política macroeconômica –, por meio da função de produção. Uma das principais contribuições deste trabalho em relação aos já existentes é estimar o estoque de capital a partir de dados da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) desagregados por produto utilizando um detalhado levantamento e tratamento de dados históricos. Isso faz com que possíveis distorções decorrentes de mudança nos preços relativos e de mudanças na composição do investimento sejam capturadas com maior precisão, e as estimativas da depreciação e do investimento líquido fiquem mais acuradas. Para se obter dados desagregados dessa forma, foi necessário adequar informações de diferentes metodologias obtidas nas tabelas de recursos e usos (TRUs) e nas matrizes de insumo-produto (MIPs), bem como utilizar taxas de depreciação e tempo de vida útil em ní...

passando por um período de intensas mudanças demográficas, com importantes efeitos macroeconômico... more passando por um período de intensas mudanças demográficas, com importantes efeitos macroeconômicos. Após um período de intenso crescimento populacional, que durou até meados dos anos 1970, a taxa de fecundidade no país caiu, diminuindo o crescimento populacional e produzindo o gradual envelhecimento da população (Camarano, Kanso e Fernandes, 2014). A etapa atual corresponde à fase final do processo de transição demográfica com importantes efeitos sobre a disponibilidade de mão de obra nas próximas décadas, entre vários outros efeitos macroeconômicoscomo destacado por Souza-Júnior e Levy (2014). O impacto da dinâmica demográfica sobre a oferta de mão de obra pode se dar por duas vias. Por um lado, conforme as coortes nascidas no período de alta fecundidade e crescimento populacional elevado chegam à idade adulta, a taxa de dependência total da população cai, pois o número de adultos em idade laboral cresce mais rápido que o de crianças e idosos. Com o contínuo envelhecimento destas coortes, a taxa de dependência volta a aumentar, desta vez devido ao crescimento mais rápido do número de idosos. Por outro lado, com a diminuição no tamanho das famílias, as mulheres têm mais tempo livre para se dedicarem ao mercado de trabalho. Isto gera um efeito adicional: além do aumento da sua taxa de atividade, o investimento em educação aumenta a escolaridade da força de trabalho feminina e, portanto, a torna mais produtiva (Bloom, Canning e Sevilla, 2001, p. 21). 1. Baseada em Souza-Júnior e Levy (2014).
Revista Economia & Tecnologia, 2012
Economia Aplicada, 2014
Este trabalho investiga o comportamento da demanda por moeda no Brasil de forma a derivar os cust... more Este trabalho investiga o comportamento da demanda por moeda no Brasil de forma a derivar os custos de bem-estar da inflação pós-Plano Real. Os resultados, para um período de dezessete anos, corroboram a forma funcional log-log que mostra significativos ganhos de bem-estar relativos aos custos sociais anteriores ao Plano Real. Para uma inflação de aproximadamente 4, 5% a.a., tem-se custo de bem-estar entre 0, 15 e 0, 20% da renda. Conclui-se, como esperado, que o país deve direcionar suas políticas para alcançar tanto um patamar de inflação menor quanto para obter um nível de taxa de juros real de estado estacionário de países desenvolvidos.
O IBGE recentemente divulgou os dados do Sistema de Contas Nacionais (SCN) referência 2010, cuja ... more O IBGE recentemente divulgou os dados do Sistema de Contas Nacionais (SCN) referência 2010, cuja metodologia é baseada nas recomendações do system of national accounts 2008 (European Commission et al. 2009). Essa nova referência causou mudanças significativas no produto interno bruto (PIB) e nas participações relativas de seus componentes. Com o objetivo geral de melhorar o entendimento das tendências recentes da economia brasileira à luz dos novos dados do SCN, esta nota propõe-se a estimar as mudanças nas estimativas da produtividade total dos fatores (PTF) e no produto potencial. As estimativas foram feitas conforme metodologia descrita em Souza-Júnior e Caetano (2013; 2014).
Carta de Conjuntura do Ipea, n. 26, 2015
Para aproveitar o amplo conjunto de informações contidas no IBC-Br,
mantendo-se a coerência do i... more Para aproveitar o amplo conjunto de informações contidas no IBC-Br,
mantendo-se a coerência do indicador mensal com os dados do SCN, utiliza-se o mesmo método de desagregação temporal de Denton (1971). Por meio deste método, pode-se estimar uma série de PIB mensal com base num indicador mensal de atividade econômica tendo como referência (benchmarking) os dados originais do PIB trimestral. Isto significa que as médias trimestrais do índice de PIB mensal ficam iguais aos dados originais trimestrais do IBGE. Utilizado pelo próprio IBGE (2015) para ajustar as contas trimestrais – neste caso, a referência são as contas anuais –, o método de Denton é também indicado no manual de contas nacionais trimestrais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Carta de Conjuntura do Ipea, n. 25, 2014
Do ponto de vista apenas do crescimento projetado da força de trabalho, a nova
dinâmica demográf... more Do ponto de vista apenas do crescimento projetado da força de trabalho, a nova
dinâmica demográfica, tudo o mais constante – em particular, as atuais taxas de investimento –, aponta para taxas de crescimento econômico ao redor de 2% a.a. Este resultado é pouco sensível a alterações nas hipóteses relativas às taxas de atividade por faixa etária.
Taxas de crescimento mais elevadas dependem criticamente de um aumento das
taxas de investimento. Esta dependência, no entanto, esbarra no problema dos baixos níveis de poupança domésticos. O aumento destes, por sua vez, poderia ocorrer em função do amadurecimento da força de trabalho e do aumento da expectativa de vida. Entretanto, este efeito depende da estrutura de incentivos associada aos mecanismos de transferência intergeracional.
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mantendo-se a coerência do indicador mensal com os dados do SCN, utiliza-se o mesmo método de desagregação temporal de Denton (1971). Por meio deste método, pode-se estimar uma série de PIB mensal com base num indicador mensal de atividade econômica tendo como referência (benchmarking) os dados originais do PIB trimestral. Isto significa que as médias trimestrais do índice de PIB mensal ficam iguais aos dados originais trimestrais do IBGE. Utilizado pelo próprio IBGE (2015) para ajustar as contas trimestrais – neste caso, a referência são as contas anuais –, o método de Denton é também indicado no manual de contas nacionais trimestrais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
dinâmica demográfica, tudo o mais constante – em particular, as atuais taxas de investimento –, aponta para taxas de crescimento econômico ao redor de 2% a.a. Este resultado é pouco sensível a alterações nas hipóteses relativas às taxas de atividade por faixa etária.
Taxas de crescimento mais elevadas dependem criticamente de um aumento das
taxas de investimento. Esta dependência, no entanto, esbarra no problema dos baixos níveis de poupança domésticos. O aumento destes, por sua vez, poderia ocorrer em função do amadurecimento da força de trabalho e do aumento da expectativa de vida. Entretanto, este efeito depende da estrutura de incentivos associada aos mecanismos de transferência intergeracional.
mantendo-se a coerência do indicador mensal com os dados do SCN, utiliza-se o mesmo método de desagregação temporal de Denton (1971). Por meio deste método, pode-se estimar uma série de PIB mensal com base num indicador mensal de atividade econômica tendo como referência (benchmarking) os dados originais do PIB trimestral. Isto significa que as médias trimestrais do índice de PIB mensal ficam iguais aos dados originais trimestrais do IBGE. Utilizado pelo próprio IBGE (2015) para ajustar as contas trimestrais – neste caso, a referência são as contas anuais –, o método de Denton é também indicado no manual de contas nacionais trimestrais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
dinâmica demográfica, tudo o mais constante – em particular, as atuais taxas de investimento –, aponta para taxas de crescimento econômico ao redor de 2% a.a. Este resultado é pouco sensível a alterações nas hipóteses relativas às taxas de atividade por faixa etária.
Taxas de crescimento mais elevadas dependem criticamente de um aumento das
taxas de investimento. Esta dependência, no entanto, esbarra no problema dos baixos níveis de poupança domésticos. O aumento destes, por sua vez, poderia ocorrer em função do amadurecimento da força de trabalho e do aumento da expectativa de vida. Entretanto, este efeito depende da estrutura de incentivos associada aos mecanismos de transferência intergeracional.
Adicionalmente, a dinâmica demográfica também teria contribuído positivamente para o esforço de poupança doméstica à medida que apopulação fosse envelhecendo. Contudo, as taxas de poupança doméstica mantiveram-se relativamente baixas quando comparadas às de outros países em desenvolvimento que apresentaram taxas de crescimento mais elevadas nas últimas décadas. Isto indica que outros fatores atuaram no sentido contrário, impedindo que este segundo dividendo se materializasse na magnitude esperada.
Do ponto de vista apenas do crescimento projetado da força de trabalho,
a nova dinâmica demográfica, tudo o mais constante – em particular, as atuais taxas de investimento –, aponta taxas de crescimento econômico ao redor de 2% a.a. Este resultado é pouco sensível a alterações nas hipóteses relativas às taxas de atividade por faixa etária.
de curto prazo o formulador de política econômica – principalmente, da política monetária – precisa avaliar também uma série de indicadores conjunturais. É preciso acompanhar, por exemplo: os indicadores econômicos setoriais; o nível de confiança dos consumidores e dos empresários; o nível atual e as previsões para taxa de câmbio e inflação; e as tendências do PIB, da taxa de desemprego e do Nuci.
Nas análises de médio e longo prazos, por sua vez, o mais importante é analisar
a evolução da capacidade de crescimento sustentável da economia. Dessa forma, torna-se fundamental estimar o PIB potencial através da análise da evolução dos determinantes da capacidade de oferta: capital, trabalho e PTF. Por esses motivos, e devido à ampla utilização e recomendação do método por diversas instituições internacionais, como destacado anteriormente, a função de produção é ampla- mente utilizada como principal ferramenta para o estudo do produto potencial no Brasil e no exterior.