Papers by Thayla Fernandes da Conceição

Revista Simbiótica, 2022
Resumo
O ensaio fotográfico aqui apresentado é fruto de uma incursão no primeiro grande ato, em m... more Resumo
O ensaio fotográfico aqui apresentado é fruto de uma incursão no primeiro grande ato, em maio de 2019 e na cidade do Rio de Janeiro, contra os cortes na educação anunciados pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, conhecido como 15M ou #15M. Apresento aqui algumas imagens, em especial, das ações diretas manifestas naquela ocasião, conduzindo-as a partir das múltiplas afetações ali vividas.
Palavras-chave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educação.
Presentation
The photo essay presented here is the result of an incursion in the first major act, in May 2019 and in the city of Rio de Janeiro, against the damage to education public policies caused by the government of Jair Messias Bolsonaro, known as 15M or #15M. I present here some images, in particular, of the direct actions manifested on that occasion, leading them from the multiple affectations experienced there.
Keywords: 15M; #15M; Bolsonaro; Education.
Presentación
El ensayo fotográfico que aquí se presenta es el resultado de una incursión en el primer gran acto, en mayo de 2019 y en la ciudad de Río de Janeiro, contra los recortes en educación anunciados por el gobierno de Jair Messias Bolsonaro, conocido como 15M o #15M. Presento aquí algunas imágenes, en particular, de las acciones directas manifestadas en esa ocasión, llevándolas desde las múltiples afectaciones allí vividas.
Palavras clave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educación.

Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2021
Resumo
A cidade do Rio de Janeiro, ao tornar-se palco de diversos Grandes Eventos, foi apresentad... more Resumo
A cidade do Rio de Janeiro, ao tornar-se palco de diversos Grandes Eventos, foi apresentada como uma marca, a “Rio2016”, cujo slogan oficial é “A New World”, o que revela a opção pela adequação às diretrizes do mundo globalizado a partir do “norte”, que encara as cidades enquanto commodities, mercadorias (Vainer, 2000). Neste dito new world, a ideia da integração entre as forças de segurança/controle e o aprimoramento do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), surge como um dos maiores legados e se materializa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), prédio-sede para a desejada articulação das forças de segurança atuantes na cidade que se responsabilizariam pela garantia dos espetáculos em questão. Passados os eventos, anuncia-se uma nova grande crise no campo da segurança pública e no CICC se instala o gabinete da intervenção federal militar, solução política-institucional adotada para a referida crise. Utilizamos aqui, portanto, o CICC como uma linha de percurso analítico e simbólico para construirmos um arco narrativo sobre a passagem dos Grandes Eventos à decretação da intervenção, com foco nas problemáticas do campo da segurança pública, com destaque para os discursos das autoridades referentes e a instrumentalização de dados sobre a crise. Valemo-nos, por exemplo, das contribuições de Stephen Graham (2016) sobre o “novo urbanismo militar”, de Bruno Cardoso (2014) sobre o próprio CICC e de Vera Malaguti sobre a cidade do Rio e seus sentimentos políticos, principalmente o medo (2003).
Revista Direito & Praxis, 2021
Dossiê organizado pelo Laboratório Críticas e Alternativas à Prisão

Revista Científica Foz, Jul 31, 2019
Resumo: Este ensaio busca apresentar, de forma geral, traços culturais paraenses (no caso, belene... more Resumo: Este ensaio busca apresentar, de forma geral, traços culturais paraenses (no caso, belenenses, ou "papa-xibé"), com foco na Feira do Peixe e na Feira do Açaí. Estas feiras acontecem pela madrugada nos arredores do Mercado Ver-o-peso e abastecem a cidade diariamente com elementos fundamentais à sua cultura e à sua existência enquanto lugar. Aqui, portanto, deixo um breve registro textual e imagético deste lugar de onde venho, buscando apresentá-lo e celebrar os trabalhadores e trabalhadoras ribeirinhos que servem de motor para a perpetuação destas culturas. Palavras-chave: Belém do Pará; Feira do Açaí; Feira do Peixe. Abstract: This essay seeks to present some of the culture of the state of Pará (in this case, from Belém, the capital of Pará, also popularly called "papa-xibé" culture) with focus on the Fish Fair ("Feira do Peixe") and the Açaí Fair ("Feira do Açaí"). These fairs take place at dawn in the surroundings of the Ver-o-Peso Market and daily supply the city with fundamental elements to its culture and its existence as a place. Here, therefore, I leave a brief textual and imaginary record of this place where I came from, seeking to present it and celebrate the riverine workers who serve as the engine for the perpetuation of these cultures.
IV Encontro Nacional de Antropologia do Direito - ENADIR, 2015
GT 1 – Antropologia nas prisões: sobrecargas de segregações.

I CONACSO - Congresso Nacional de Ciências Sociais: desafios da inserção em contextos contemporâneos, 2015
Resumo: Em 2013 vivenciamos as chamadas “Jornadas de Junho”, que se iniciaram com protestos do Mo... more Resumo: Em 2013 vivenciamos as chamadas “Jornadas de Junho”, que se iniciaram com protestos do Movimento Passe Livre em São Paulo e se expandiram radicalmente, de forma que milhões de pessoas, pertencentes a movimentos sociais organizados ou não, foram às ruas de todo país por suas diversas discordâncias. Este contexto prosseguiu no advento dos chamados “grandes eventos” – Copa das Confederações e a Copa do Mundo, nos quais a segurança pública foi uma das áreas foco de investimento estratégico-financeiro, juntamente às políticas de reorganização do espaço público e remoção. Possuindo o “monopólio da violência legítima”, o Estado se organizou para limitar manifestações populares e garantir as chamadas “ordem pública” e “defesa social”, e assim os âmbitos legislativos, judicial, policial e das forças armadas se constituíram naquilo que denominamos “inteligências estatais criminalizadoras”. Nosso objetivo neste trabalho é compreendê-las a partir das reflexões sobre estado de exceção, violência, poder, dispositivos e profanações propostas principalmente por Michel Foucault e Giorgio Agamben. Concluímos que a construção e a aplicação destas inteligências são sofisticações deste contexto, porém, refletem movimento historicamente verificável de criminalização dos protestos de rua, de coibição de oposições e de legitimação de atuações repressivas e autoritárias (contra as quais devemos nos colocar).
Palavras-chave: jornadas de junho; grandes eventos; inteligências estatais criminalizadoras.
Abstract: In 2013 we experienced the so-called “Days of June”, which began with Movimento Passe Livre protests in São Paulo and expanded radically, so that millions of people belonging to social movements organized or not, took to the streets around the country for its various disagreements. This context continued in the advent of so-called “big events” – Confederations Cup and the World Cup, in which public safety was one of the focus areas of strategic and financial investment together
the reorganization policies of public space and removal. Possessing the “monopoly of legitimate violence”, the State is organized to limit demonstrations and ensuring so-called “public order” and “social protection”, and thus the spheres of the legislative, judicial, police and armed forces were formed in what we call “criminalizing State intelligences”. Our goal in this work is to understand them from the reflections on the state of exception, violence, power, devices, and desecrations proposed mainly by Michel Foucault and Giorgio Agamben. We conclude that the construction and application of these intelligences are sophistications this context, however, reflect historically verifiable movement of criminalization of street protests, in restraint of oppositions and legitimizing repressive and authoritarian performances (against which we must put ourselves).
Keywords: days june; big events; intelligences state criminalized

VIII Congresso Português de Sociologia, 2014
Resumo
A rua é espaço onde há intensa polifonia de atores sociais e uma das vozes que nela ecoam ... more Resumo
A rua é espaço onde há intensa polifonia de atores sociais e uma das vozes que nela ecoam é a dos que se expressam com artes. O dialogismo existente em espaços urbanos, onde se inserem os artistas de rua, não se constrói, porém, pacificamente. A multiplicidade de formas de apropriação destes espaços traz belos contrastes, mas também conflitos, inclusive a envolver o Direito estatal. Exemplo desta problemática é o que ocorre em São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Em 2010, houve nela a proibição das apresentações de artistas de rua, pois considerou o governo local que estes estariam a
ocupar o espaço público irregularmente, e assim iniciou-se uma fase de intensa criminalização deles. Os artistas, por outro lado, alegaram que a rua é espaço feito para a livre expressão e que a tentativa de controlo legal exacerbado seria um atentado à democracia e limitação às diferentes formas de expressão artística. A partir de então o caso tem-se desdobrado entre proibições, critérios para apresentação, e mesmo confrontos. Diante do exposto, resta-nos questionar: representam os artistas de rua o oposto da noção de civilidade em meio urbano? É necessária e democrática a proibição e a utilização do aparato policial para controle destas atividades? Este trabalho se justifica porque a problemática da criminalização dos artistas de rua e da elaboração de leis para controle das atividades artísticas verificadas em São Paulo é comum a várias outras localidades, dentro e fora do Brasil.
Abstract
The street is where there is an intense polyphony of social actors, including those that express themselves with artistic expressions. However, the dialogism in existing urban areas, where these street artists are, is not peaceful. The multiplicity in these spaces brings beautiful contrasts, but also conflicts, some including legal conditions. An example of this problem is what happens in São Paulo, the largest city in Latin America, where in 2010 street artists performances (busking) were prohibited. The local government considered that street artists were illegally occupying public spaces and then a period of intense criminalization begin. Artists, on the other hand, argued that the street is the place for free expression and that the attempt to control excessively the performances would be an attack on democracy and would limit different forms of art expression. Since then the case has been set between prohibitions, permission, but under many legal criteria, and even confrontations. Considering this fact, we can ask: are the street artists representing the opposite of civility in urban areas? The legal prohibition
and the use of police force to control these activities is really necessary and democratic? This work is justified because the issues of criminalization of street artists and of laws excessive controlling artistic activities in São Paulo is common to several other locations worldwide.
Simbiótica. Revista Eletrônica, Dec 31, 2013
Revista Simbiótica, 2012
Um inteligente ensaio de antropologia visual acerca da dinâmica cultural na China de hoje. Captur... more Um inteligente ensaio de antropologia visual acerca da dinâmica cultural na China de hoje. Captura o contraste entre o tradicional e o moderno.
Revista Simbiótica, 2012
O objetivo deste trabalho é fazer pensar – construir o pensar através do “ver” – com base no cong... more O objetivo deste trabalho é fazer pensar – construir o pensar através do “ver” – com base no congelar claro de paisagens e no esconder do humano – sobre o nosso passar, o nosso atravessar, a velocidade que escolhemos para acompanhar os passos da cidade, e a sua brincadeira aparente de sempre nos fazer sentir desacelerar quando o que mais desejamos é ter ainda mais tempo, pois nunca suficiente é a nossa velocidade...
Uploads
Papers by Thayla Fernandes da Conceição
O ensaio fotográfico aqui apresentado é fruto de uma incursão no primeiro grande ato, em maio de 2019 e na cidade do Rio de Janeiro, contra os cortes na educação anunciados pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, conhecido como 15M ou #15M. Apresento aqui algumas imagens, em especial, das ações diretas manifestas naquela ocasião, conduzindo-as a partir das múltiplas afetações ali vividas.
Palavras-chave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educação.
Presentation
The photo essay presented here is the result of an incursion in the first major act, in May 2019 and in the city of Rio de Janeiro, against the damage to education public policies caused by the government of Jair Messias Bolsonaro, known as 15M or #15M. I present here some images, in particular, of the direct actions manifested on that occasion, leading them from the multiple affectations experienced there.
Keywords: 15M; #15M; Bolsonaro; Education.
Presentación
El ensayo fotográfico que aquí se presenta es el resultado de una incursión en el primer gran acto, en mayo de 2019 y en la ciudad de Río de Janeiro, contra los recortes en educación anunciados por el gobierno de Jair Messias Bolsonaro, conocido como 15M o #15M. Presento aquí algunas imágenes, en particular, de las acciones directas manifestadas en esa ocasión, llevándolas desde las múltiples afectaciones allí vividas.
Palavras clave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educación.
A cidade do Rio de Janeiro, ao tornar-se palco de diversos Grandes Eventos, foi apresentada como uma marca, a “Rio2016”, cujo slogan oficial é “A New World”, o que revela a opção pela adequação às diretrizes do mundo globalizado a partir do “norte”, que encara as cidades enquanto commodities, mercadorias (Vainer, 2000). Neste dito new world, a ideia da integração entre as forças de segurança/controle e o aprimoramento do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), surge como um dos maiores legados e se materializa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), prédio-sede para a desejada articulação das forças de segurança atuantes na cidade que se responsabilizariam pela garantia dos espetáculos em questão. Passados os eventos, anuncia-se uma nova grande crise no campo da segurança pública e no CICC se instala o gabinete da intervenção federal militar, solução política-institucional adotada para a referida crise. Utilizamos aqui, portanto, o CICC como uma linha de percurso analítico e simbólico para construirmos um arco narrativo sobre a passagem dos Grandes Eventos à decretação da intervenção, com foco nas problemáticas do campo da segurança pública, com destaque para os discursos das autoridades referentes e a instrumentalização de dados sobre a crise. Valemo-nos, por exemplo, das contribuições de Stephen Graham (2016) sobre o “novo urbanismo militar”, de Bruno Cardoso (2014) sobre o próprio CICC e de Vera Malaguti sobre a cidade do Rio e seus sentimentos políticos, principalmente o medo (2003).
Palavras-chave: jornadas de junho; grandes eventos; inteligências estatais criminalizadoras.
Abstract: In 2013 we experienced the so-called “Days of June”, which began with Movimento Passe Livre protests in São Paulo and expanded radically, so that millions of people belonging to social movements organized or not, took to the streets around the country for its various disagreements. This context continued in the advent of so-called “big events” – Confederations Cup and the World Cup, in which public safety was one of the focus areas of strategic and financial investment together
the reorganization policies of public space and removal. Possessing the “monopoly of legitimate violence”, the State is organized to limit demonstrations and ensuring so-called “public order” and “social protection”, and thus the spheres of the legislative, judicial, police and armed forces were formed in what we call “criminalizing State intelligences”. Our goal in this work is to understand them from the reflections on the state of exception, violence, power, devices, and desecrations proposed mainly by Michel Foucault and Giorgio Agamben. We conclude that the construction and application of these intelligences are sophistications this context, however, reflect historically verifiable movement of criminalization of street protests, in restraint of oppositions and legitimizing repressive and authoritarian performances (against which we must put ourselves).
Keywords: days june; big events; intelligences state criminalized
A rua é espaço onde há intensa polifonia de atores sociais e uma das vozes que nela ecoam é a dos que se expressam com artes. O dialogismo existente em espaços urbanos, onde se inserem os artistas de rua, não se constrói, porém, pacificamente. A multiplicidade de formas de apropriação destes espaços traz belos contrastes, mas também conflitos, inclusive a envolver o Direito estatal. Exemplo desta problemática é o que ocorre em São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Em 2010, houve nela a proibição das apresentações de artistas de rua, pois considerou o governo local que estes estariam a
ocupar o espaço público irregularmente, e assim iniciou-se uma fase de intensa criminalização deles. Os artistas, por outro lado, alegaram que a rua é espaço feito para a livre expressão e que a tentativa de controlo legal exacerbado seria um atentado à democracia e limitação às diferentes formas de expressão artística. A partir de então o caso tem-se desdobrado entre proibições, critérios para apresentação, e mesmo confrontos. Diante do exposto, resta-nos questionar: representam os artistas de rua o oposto da noção de civilidade em meio urbano? É necessária e democrática a proibição e a utilização do aparato policial para controle destas atividades? Este trabalho se justifica porque a problemática da criminalização dos artistas de rua e da elaboração de leis para controle das atividades artísticas verificadas em São Paulo é comum a várias outras localidades, dentro e fora do Brasil.
Abstract
The street is where there is an intense polyphony of social actors, including those that express themselves with artistic expressions. However, the dialogism in existing urban areas, where these street artists are, is not peaceful. The multiplicity in these spaces brings beautiful contrasts, but also conflicts, some including legal conditions. An example of this problem is what happens in São Paulo, the largest city in Latin America, where in 2010 street artists performances (busking) were prohibited. The local government considered that street artists were illegally occupying public spaces and then a period of intense criminalization begin. Artists, on the other hand, argued that the street is the place for free expression and that the attempt to control excessively the performances would be an attack on democracy and would limit different forms of art expression. Since then the case has been set between prohibitions, permission, but under many legal criteria, and even confrontations. Considering this fact, we can ask: are the street artists representing the opposite of civility in urban areas? The legal prohibition
and the use of police force to control these activities is really necessary and democratic? This work is justified because the issues of criminalization of street artists and of laws excessive controlling artistic activities in São Paulo is common to several other locations worldwide.
O ensaio fotográfico aqui apresentado é fruto de uma incursão no primeiro grande ato, em maio de 2019 e na cidade do Rio de Janeiro, contra os cortes na educação anunciados pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, conhecido como 15M ou #15M. Apresento aqui algumas imagens, em especial, das ações diretas manifestas naquela ocasião, conduzindo-as a partir das múltiplas afetações ali vividas.
Palavras-chave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educação.
Presentation
The photo essay presented here is the result of an incursion in the first major act, in May 2019 and in the city of Rio de Janeiro, against the damage to education public policies caused by the government of Jair Messias Bolsonaro, known as 15M or #15M. I present here some images, in particular, of the direct actions manifested on that occasion, leading them from the multiple affectations experienced there.
Keywords: 15M; #15M; Bolsonaro; Education.
Presentación
El ensayo fotográfico que aquí se presenta es el resultado de una incursión en el primer gran acto, en mayo de 2019 y en la ciudad de Río de Janeiro, contra los recortes en educación anunciados por el gobierno de Jair Messias Bolsonaro, conocido como 15M o #15M. Presento aquí algunas imágenes, en particular, de las acciones directas manifestadas en esa ocasión, llevándolas desde las múltiples afectaciones allí vividas.
Palavras clave: 15M; #15M; Bolsonaro; Educación.
A cidade do Rio de Janeiro, ao tornar-se palco de diversos Grandes Eventos, foi apresentada como uma marca, a “Rio2016”, cujo slogan oficial é “A New World”, o que revela a opção pela adequação às diretrizes do mundo globalizado a partir do “norte”, que encara as cidades enquanto commodities, mercadorias (Vainer, 2000). Neste dito new world, a ideia da integração entre as forças de segurança/controle e o aprimoramento do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), surge como um dos maiores legados e se materializa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), prédio-sede para a desejada articulação das forças de segurança atuantes na cidade que se responsabilizariam pela garantia dos espetáculos em questão. Passados os eventos, anuncia-se uma nova grande crise no campo da segurança pública e no CICC se instala o gabinete da intervenção federal militar, solução política-institucional adotada para a referida crise. Utilizamos aqui, portanto, o CICC como uma linha de percurso analítico e simbólico para construirmos um arco narrativo sobre a passagem dos Grandes Eventos à decretação da intervenção, com foco nas problemáticas do campo da segurança pública, com destaque para os discursos das autoridades referentes e a instrumentalização de dados sobre a crise. Valemo-nos, por exemplo, das contribuições de Stephen Graham (2016) sobre o “novo urbanismo militar”, de Bruno Cardoso (2014) sobre o próprio CICC e de Vera Malaguti sobre a cidade do Rio e seus sentimentos políticos, principalmente o medo (2003).
Palavras-chave: jornadas de junho; grandes eventos; inteligências estatais criminalizadoras.
Abstract: In 2013 we experienced the so-called “Days of June”, which began with Movimento Passe Livre protests in São Paulo and expanded radically, so that millions of people belonging to social movements organized or not, took to the streets around the country for its various disagreements. This context continued in the advent of so-called “big events” – Confederations Cup and the World Cup, in which public safety was one of the focus areas of strategic and financial investment together
the reorganization policies of public space and removal. Possessing the “monopoly of legitimate violence”, the State is organized to limit demonstrations and ensuring so-called “public order” and “social protection”, and thus the spheres of the legislative, judicial, police and armed forces were formed in what we call “criminalizing State intelligences”. Our goal in this work is to understand them from the reflections on the state of exception, violence, power, devices, and desecrations proposed mainly by Michel Foucault and Giorgio Agamben. We conclude that the construction and application of these intelligences are sophistications this context, however, reflect historically verifiable movement of criminalization of street protests, in restraint of oppositions and legitimizing repressive and authoritarian performances (against which we must put ourselves).
Keywords: days june; big events; intelligences state criminalized
A rua é espaço onde há intensa polifonia de atores sociais e uma das vozes que nela ecoam é a dos que se expressam com artes. O dialogismo existente em espaços urbanos, onde se inserem os artistas de rua, não se constrói, porém, pacificamente. A multiplicidade de formas de apropriação destes espaços traz belos contrastes, mas também conflitos, inclusive a envolver o Direito estatal. Exemplo desta problemática é o que ocorre em São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Em 2010, houve nela a proibição das apresentações de artistas de rua, pois considerou o governo local que estes estariam a
ocupar o espaço público irregularmente, e assim iniciou-se uma fase de intensa criminalização deles. Os artistas, por outro lado, alegaram que a rua é espaço feito para a livre expressão e que a tentativa de controlo legal exacerbado seria um atentado à democracia e limitação às diferentes formas de expressão artística. A partir de então o caso tem-se desdobrado entre proibições, critérios para apresentação, e mesmo confrontos. Diante do exposto, resta-nos questionar: representam os artistas de rua o oposto da noção de civilidade em meio urbano? É necessária e democrática a proibição e a utilização do aparato policial para controle destas atividades? Este trabalho se justifica porque a problemática da criminalização dos artistas de rua e da elaboração de leis para controle das atividades artísticas verificadas em São Paulo é comum a várias outras localidades, dentro e fora do Brasil.
Abstract
The street is where there is an intense polyphony of social actors, including those that express themselves with artistic expressions. However, the dialogism in existing urban areas, where these street artists are, is not peaceful. The multiplicity in these spaces brings beautiful contrasts, but also conflicts, some including legal conditions. An example of this problem is what happens in São Paulo, the largest city in Latin America, where in 2010 street artists performances (busking) were prohibited. The local government considered that street artists were illegally occupying public spaces and then a period of intense criminalization begin. Artists, on the other hand, argued that the street is the place for free expression and that the attempt to control excessively the performances would be an attack on democracy and would limit different forms of art expression. Since then the case has been set between prohibitions, permission, but under many legal criteria, and even confrontations. Considering this fact, we can ask: are the street artists representing the opposite of civility in urban areas? The legal prohibition
and the use of police force to control these activities is really necessary and democratic? This work is justified because the issues of criminalization of street artists and of laws excessive controlling artistic activities in São Paulo is common to several other locations worldwide.