Papers by Roberto Goulart Menezes

Brazilian Journal of International Relations
O objetivo deste artigo é analisar o papel do Mercosul na política externa brasileira entre 2015 ... more O objetivo deste artigo é analisar o papel do Mercosul na política externa brasileira entre 2015 e 2021, período no qual ocorreram mudanças significativas na posição do Brasil em relação ao bloco. Ao contrário dos governos Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), quando o País exerceu uma política externa de protagonismo e prioridade em relação ao Mercosul, a partir de 2015 ele perdeu importância estratégica na agenda externa brasileira. O governo Michel Temer foi marcado pela retração na integração regional com a expulsão da Venezuela do bloco, a aproximação com a Aliança do Pacífico e retorno ao regionalismo aberto. No governo Bolsonaro, essa agenda de desvencilhamento do Mercosul se intensificou uma vez que a política externa do Brasil foi marcada pelo alinhamento sem recompensas com os Estados Unidos de Trump até janeiro de 2021. Assim, o Mercosul atravessa um dos períodos mais difíceis desde sua criação em 1991. Entendemos que ao distanciar-se da região e tentar ...

Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2022
Este artigo tem como objetivo demonstrar que as mudanças realizadas por Donald Trump na política ... more Este artigo tem como objetivo demonstrar que as mudanças realizadas por Donald Trump na política migratória dos Estados Unidos foram conduzidas a partir da retórica da ameaça, com o propósito de securitizar a imigração. Partindo do binômio “eu-outro” para analisar discursos e ações unilaterais do Executivo, empregamos o método da Análise Crítica do Discurso (ACD) para identificar as estratégias discursivas que mobilizaram o debate “nós contra eles”. Em consonância com os pressupostos teóricos da Escola de Copenhague, argumentamos que Trump construiu um movimento de securitização da política migratória ao empregar uma narrativa em que latino-americanos e muçulmanos representam uma ameaça aos norte-americanos e aos Estados Unidos. Entretanto, concluímos que esse movimento foi incompleto, na medida em que não engendrou legitimação perante a maior parte da opinião pública, encontrou resistências à sua implementação no Judiciário e em governos estaduais, e não fomentou a construção de um consenso no Legislativo que resultasse em uma reforma coerente e ampla da imigração.

Este artigo examina o processo de integração na América do Sul sob as premissas do neodesenvolvim... more Este artigo examina o processo de integração na América do Sul sob as premissas do neodesenvolvimen-tismo liderado pelo Brasil, no período de 2003 a 2014. Esse giro à esquerda vem acompanhado da preocu-pação com o crescimento econômico com justiça social, da defesa da integração regional sob as premissas pós-neoliberais, da inserção internacional com certo grau de autonomia e do revigoramento do papel do Estado para alcançar esses propósitos. A linha de abordagem do tema considera também a presença chinesa na região, particularmente sua aproximação com a Argentina e o Brasil. Objetiva-se apresentar subsídios para o esclarecimento das seguintes questões: essa estratégia de integração liderada pelo Brasil, em que pese a defesa da integração, alcançou intensificá-la? E qual o lugar da integração no giro à esquerda? A análise do tema pauta-se em documentos oficiais e na literatura especializada, numa perspectiva histórica.

Resumo -O artigo aborda a relação entre políticas públicas, pobreza e desigualdade no Brasil cont... more Resumo -O artigo aborda a relação entre políticas públicas, pobreza e desigualdade no Brasil contemporâneo, identificando os elementos que, historicamente, têm implicado negativamente sobre o processo de desenvolvimento nacional. Assim, a partir dos dados elaborados pelo IBGE, no Censo Estatístico de 2000 e na Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro, atualizados até 2005, procura demonstrar que a desigualdade, e não necessariamente a pobreza, é o aspecto distintivo da sociedade brasileira. Para isso utilizamos o enfoque analítico proposto Amartya Sem, em sua obra Desenvolvimento como liberdade, por considerarmos ferramenta apropriada e eficaz para a promoção e avaliação de políticas públicas destinadas a combater a situação da pobreza e da desigualdade observada na realidade nacional. Para tanto, a introdução e a primeira parte deste texto contemplam um panorama geral da pobreza no Brasil. Em seguida, apresenta-se uma avaliação da obra de Sen, buscando destacar as principais hipóteses e variáveis empregadas por este autor e a pertinência das mesmas para a realidade brasileira. A conclusão pretende contemplar o conjunto das informações apresentadas, assegurando a linha de interpretação proposta.

Este artigo analisa o constructo do Mercado Comum do Sul (Mercosul), sua trajetória e lugar na pa... more Este artigo analisa o constructo do Mercado Comum do Sul (Mercosul), sua trajetória e lugar na paisagem política da integração do continente americano sob uma perspectiva histórica. Para isso, apresentamos as propostas de integração postas em curso na segunda metade do século XX na região, analisamos alguns eventos-chave da trajetória do Mercosul nos cenários regional e internacional bem como a economia política sul-americana. Além das teorias de relações internacionais, toma-se como pressuposto o simbolismo contido na ideia de resiliência nas ciências humanas e sociais, isto é, a capacidade de reagir e fazer frente às suas vulnerabilidades, adversidades, fragilidades -mormente a institucional -e instabilidades nos contextos intrabloco, regional e internacional. A partir desse escopo, baseando-se em pesquisa bibliográfica e documental, pretende-se colocar questões para o debate sobre a arquitetura do Mercosul e seu lugar na dinâmica da integração regional no novo mapa geopolítico sul-americano.
Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2012
Resumo: O objetivo deste artigo é discutir a trajetória recente da integração regional a partir d... more Resumo: O objetivo deste artigo é discutir a trajetória recente da integração regional a partir de uma perspectiva brasileira tendo como referência à política externa do governo Lula da Silva para a América do Sul. Na trajetória da integração sul-americana persistem problemas estruturais tais como a baixa complementaridade econômica, baixa interdependência, assimetrias, baixa capacidade da maioria dos Estados entre outros. Apesar dessas adversidades e entraves a integração segue no horizonte. Para lidar com os desafios da integração ao longo da última década, o Itamaraty passou a trabalhar com duas agendas: uma seletiva e a outra profunda.
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