Artigos by Ricardo Verdum
Planos de Governo e Povos Indígenas, 2024-2027, 2024
Neste documento trato do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 e do novo Programa de Aceleração do Cre... more Neste documento trato do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 e do novo Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC-3) do governo federal. Abordo a ambos e busco identificar seus possíveis efeito em dois âmbitos: sobre os interesses, bem-estar, destino e territórios dos Povos Indígenas; e naquilo que são atribuições e competências do Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Ele foi concebido como uma contribuição de conhecimento e ação para pessoas indígenas e não-indígenas que atuam dentro do aparelho de Estado ou de fora dele, e que sobre ele incide visando promover os direitos e garantias fundamentais dos povos indígenas - os contidos na Constituição de Federal de 1988 e os que integram o bloco de constitucionalidade brasileiro.

PPGAS / UNB, 1995
Meu propósito é apresentar um primeiro relato etnográfico sobre o subgrupo Yanomami conhecido na ... more Meu propósito é apresentar um primeiro relato etnográfico sobre o subgrupo Yanomami conhecido na etnografia pela denominação Yawari (iauárí), a parcela da população Yanomami que habita atualmente [1995] no médio rio Ajarani, nas proximidades da rodovia Perimetral Norte/BR-210, no estado de Roraima (Brasil). Parte de uma investigação mais ampla, que incluí a história do povoamento Yanomami da porção oriental do seu atual território e o complexo e tenso processo de interação com diferentes parcelas da sociedade nacional envolvente. A escolha deste subgrupo se deveu a basicamente quatro fatores: (i) pela inexistência de estudos anteriores dedicados a esta parcela da sociedade Yanomami; (ii) pelas especificidades que ele oferece para um estudo de relações interétnicas, isto é, por estar localizado na região de fronteira da extensa malha intercomunitária que constitui a sociedade Yanomami; (iii) pelos laços de consanguinidade, afinidade e reciprocidade (social, econômica e simbólica) que o articulam com os grupos locais Yanomami à norte (nos rios Apiaú, Mucajaí e Ericó) e a oeste (bacia do rio Catrimani) de sua atual posição geográfica; e (iv) por ser neste subgrupo onde realizei duas etapas de pesquisa de campo, a primeira em maio-junho de 1989 (Verdum 1990) e outra entre novembro de 1993 e fevereiro de 1994 (Verdum 1994).

Associação Brasileira de Antropologia, 2020
Neste livro reunimos pesquisadoras e pesquisadores que, a partir do seu trabalho de investigação,... more Neste livro reunimos pesquisadoras e pesquisadores que, a partir do seu trabalho de investigação, aprofundaram a discussão e trouxeram relevantes contribuições teóricas, metodológicas e éticas para o estudo de processos socioculturais com pessoas e comunidades vivendo em contextos de violência e terror ou que foram afetadas por ações de violência política na América Latina. Na sua organização, partimos de duas premissas principais. A primeira é que a memória (seja ela social, coletiva, histórica ou individual) é um campo de disputas sociopolíticas. Um campo onde o recordar, o falar, o silenciar e o esquecer estão sujeitos às micropolíticas da vida cotidiana e aos limites estabelecidos por poderes constituídos em diferentes escalas e âmbitos, agindo de maneira sutil ou enérgica. Daí por que falar de lembranças e esquecimentos impostos e em processos de domesticação do lembrar. A segundo premissa é que as investigações com memórias têm se mostrado um importante meio de promoção de direitos, de construção e reestabelecimento de capacidades de agência individual e/ou coletiva e de acesso à justiça, beneficiando particularmente os setores da população em situação de exclusão política e de discriminação social, econômica, étnica e racial. São dez capítulos elaborados por Myriam Jimeno, Rosalva Aída Hernández Castillo, Juana Valentina Nieto Moreno, Esther Jean Langdon, Jafte Dilean Robles Lomeli, Joanne Rappaport, Mariela Eva Rodriguez, Ana Maria Magalhães de Carvalho, Mónica Michelena, Martín Delgado Cultelli, Márcio Meira, Claudia Briones, Bruno Martins Morais, Ana Margarita Ramos e Ricardo Verdum.
Resenha & Debate. Nova Série, 2020
Trata-se de um mapeamento preliminar dos 2.173 candidaturas de pessoas que se autodeclararam indí... more Trata-se de um mapeamento preliminar dos 2.173 candidaturas de pessoas que se autodeclararam indígena junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O total de candidaturas para os cargos do executivo e do legislativo municipais em 2020 segundo o mesmo TSE é de 550.397. Portanto, as candidaturas autodeclaradas indígenas representam singelos 0,4%. Percentual semelhante ao da parcela da população brasileira que autodeclarou ser indígena no Censo Demográfico de 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Importante ressaltar que as candidaturas autodeclaradas indígenas em 2020 tiveram um aumento de quase 27% em relação às lançadas em 2016 (1.715 para 2.173).
Avaliação crítica do Projeto de Lei (PL) Nº 191/2020, que propõe que seja autorizada a pesquisa e... more Avaliação crítica do Projeto de Lei (PL) Nº 191/2020, que propõe que seja autorizada a pesquisa e a extração de minerais e hidrocarbonetos em Terras Indígenas, assim como também a instalação e a operação de hidrelétricas e sistemas de transmissão, distribuição e dutovias, entre outras infraestruturas associadas. O projeto foi assinado no último dia 5 de fevereiro sob a justificativa da necessidade de regulamentar os parágrafos 1º do artigo 176 e 3º do artigo 231 da Constituição Federal de 1988. O PL também propõe a realização de alterações na Lei nº 6.001/1973, o Estatuto do Índio, para permitir aos povos e comunidades indígenas a exploração econômica de suas terras e territórios, por meio de atividades tais como agricultura (OGMs inclusive), pecuária, extrativismo e turismo.

Debates Indígenas, 2019
Explica que el impeachment a Dilma Rousseff en 2016 fortaleció el poder de los sectores que, desd... more Explica que el impeachment a Dilma Rousseff en 2016 fortaleció el poder de los sectores que, desde dentro y fuera del aparato del Estado (como los medios de comunicación), venían actuando de manera implacable por el no reconocimiento y la no efectividad de los derechos adquiridos de los pueblos indígenas. Tradicionalmente esos sectores han actuado de forma sistemática en contra de cualquier derecho que suponga un obstáculo al libre mercado, a la incorporación de nuevas tierras y territorios al sistema capitalista de producción y a la explotación de los recursos naturales disponibles. El juicio político a Dilma Rousseff creo la oportunidad para que lla ultraderecha llegara a la presidencia, con la elección de Jair Bolsonaro. De este modo, desde enero de 2019 están trabajando por la deconstrucción de los derechos y las políticas a favor de los pueblos indígenas y otros sectores sociales vulnerables e históricamente marginados.El autor detalla a través de cuadros y mapas el avance contra los pueblos indígenas y el medio ambiente.

University of Bath, 2019
A bacia amazônica é o lar de mais de 385 grupos indígenas, incluindo 71 grupos que vivem em isola... more A bacia amazônica é o lar de mais de 385 grupos indígenas, incluindo 71 grupos que vivem em isolamento voluntário, e a maior floresta tropical intacta do mundo. Esses dois fatos não são independentes. De fato, os estudos concluíram consistentemente que as florestas dentro dos territórios indígenas são algumas das mais protegidas, ultrapassando as florestas dentro de outras áreas protegidas. Embora os territórios indígenas estejam sob pressão de forças externas há muito tempo, essas ameaças aumentaram nos últimos anos devido a uma combinação de pressões de desenvolvimento que incluem expansão da agroindústria, mineração, exploração de petróleo e gás e obras de infraestrutura de larga escala. Juntos, estes ameaçam a existência continuada de territórios indígenas. Em nenhum lugar essas pressões são mais visíveis do que na Amazônia Legal do Brasil, uma região que abrange nove estados e 65% da floresta amazônica. No Congresso Nacional, os interesses ligados ao agronegócio, mineração e desenvolvimento de infraestrutura buscam estratégias que visem enfraquecer certas garantias constitucionais e desvendar as salvaguardas sociais e ambientais que protegem os direitos territoriais e étnicos dos povos indígenas e o uso sustentável dos recursos florestais, hídricos e do subsolo. A legislação atual não permite atividades de mineração dentro dos territórios indígenas ou na maioria das unidades de conservação. Restrições semelhantes estão em vigor em relação ao uso de recursos hídricos que passam por territórios indígenas. O acesso a esses recursos (por exemplo, no caso de uma usina hidrelétrica) exige que os projetos sejam aprovados pelo Congresso Nacional, após um processo de consulta com as populações indígenas afetadas. No entanto, após a eleição de Jair Bolsonaro como presidente em outubro de 2018, a mensagem é clara: Bolsonaro e seus aliados pretendem avançar com mudanças radicais para as paisagens físicas e institucionais que mantêm e protegem as populações indígenas da Amazônia. Como chegamos aqui? A partir dos anos 1970 e continuando até a década de 1990, os grupos amazônicos e seus apoiadores organizaram, exigiram e conquistaram maior reconhecimento e proteção dos governos nacionais, instituições financeiras internacionais e do setor privado. Suas reivindicações de longa data por território e status legal foram abordadas, embora não uniformemente em toda a Amazônia. Ao mesmo tempo, após a Cúpula da Terra do Rio (1992), os ambientalistas que procuraram lidar com a perda da floresta tropical viram a criação de territórios indígenas, com suas cláusulas de uso restrito, como um importante instrumento para enfrentar o crescente desmatamento.

Huffpost, 2019
Independentemente do destino que a Funai vier a ter durante o governo de Jair Bolsonaro, um fato ... more Independentemente do destino que a Funai vier a ter durante o governo de Jair Bolsonaro, um fato é certo: há pelo menos três anos as decisões políticas para os povos indígenas do País já estão diretamente ligadas aos interesses da aliança entre setores do agronegócio, da mineração e da indústria de infraestrutura. Tanto é assim que ela indicou os últimos quatro presidentes da Funai. Essa aliança vem atuando diretamente no órgão indigenista de forma coordenada e sistemática-além de truculenta-visando à mudança da legislação relativa aos direitos territoriais dos indígenas e o desmonte da rede de atores sociais a eles solidários. O "trabalho" tem sido feito por meio de insinuações e acusações fraudulentas, argumentos jurídicos tendenciosos, procedimentos que aparentam normalidade institucional, troca de favores e corrupção. A CPI da Funai/Incra (2015-2017) foi um exemplo disso. Com a escassez de recursos orçamentários e de pessoal na Funai, uma "nova" forma de pensar os territórios indígenas passou a ganhar espaço em meio ao indigenismo oficial e até no próprio movimento indígena. Ressurgiram narrativas que questionam o porquê de os indígenas não poderem ser empresários de si mesmos; nem arrendarem porções de suas terras ou estabelecer acordos comerciais; nem endividarem-se com o setor financeiro para alavancar seus projetos. Tais narrativas encontram eco em um tipo de indigenismo que chamarei de agroextrativista neoliberal. Um indigenismo que questiona e resiste a qualquer nova ação de demarcação oficial de terras indígenas, ao mesmo tempo em que estimula e apoia (nas comunidades com terras já demarcadas) maneiras de pensar, agir e organizar a vida que abrem as portas aos negócios da terra. Se não bastasse, o direito dos indígenas à terra está nas mãos do Ministério da Agricultura, controlado por ruralistas. Em 2017, emergiu no caldeirão da política nacional uma curiosa agremiação: o Grupo Agricultores Indígenas de Base, que veio a público tutelada por parlamentares ruralistas e notórios anti-indígenas e reverberou um discurso confuso e ressentido semelhante ao da extrema direita brasileira. Eles pedem mudanças no órgão indigenista e nas políticas públicas e também medidas que limitem a atuação de organizações não-governamentais que chamam de "comunistas" e "bolivarianas". É cada dia mais urgente problematizar o tema agricultura indígena. Ao mesmo tempo em que temos sistemas tradicionais agrícolas se desenvolvendo em associação à conservação da floresta e à geração de agrobiodiversidade, há comunidades indígenas no Sul, Centro-Oeste e na Amazônia que, por incentivo e sem alternativa melhor, incorporaram a proposta de produzir commodities agrícolas em suas terras, e hoje delas dependem. Isso tem gerado efeitos nocivos à saúde humana e ambiental, assim como tensões e conflitos no interior das comunidades. No RS e em SC, "parcelas" de territórios indígenas foram arrendadas a agropecuaristas, que procuraram agências do Banco do Brasil para obter crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar em nome dos indígenas.

European Review of Latin American and Caribbean Studies, 2018
Large-scale access and energy infrastructure projects, together with expanding investments in nat... more Large-scale access and energy infrastructure projects, together with expanding investments in natural resource extraction, pose significant challenges to biodiversity conservation, forest cover, and the defence of forest peoples' rights and livelihoods across the wider Amazon region. Following a period in which safeguards and forest dwellers' territorial rights were strengthened under more permissive political opportunity structures, the current period has been characterized by efforts to weaken these protections and to facilitate large-scale private investment in previously protected lands. We describe these investment-based threats to forests and rights, and the nature of regulatory rollbacks in the region. We then discuss some of the ways in which social movement actors have responded to these pressures and the extent to which they have affected the policies driving these pressures on forests and rights. While in prior decades movements were able to exercise mediated influence on policy, at present the channels open to them are mostly indirect, though opportunities for collaboration between movements organizations and rights-defending government agencies do emerge periodically offering channels for mediated influence.

Proceedings of the National Academy of Sciences , 2018
Mineral and hydrocarbon extraction and infrastructure are increasingly significant drivers of for... more Mineral and hydrocarbon extraction and infrastructure are increasingly significant drivers of forest loss, greenhouse gas emissions, and threats to the rights of forest communities in forested areas of Amazonia, Indonesia, and Mesoamerica. Projected investments in these sectors suggest that future threats to forests and rights are substantial, particularly because resource extraction and infrastructure reinforce each other and enable population movements and agricultural expansion further into the forest. In each region, governments have made framework policy commitments to national and cross-border infrastructure integration, increased energy production, and growth strategies based on further exploitation of natural resources. This reflects political settlements among national elites that endorse resource extraction as a pathway toward development. Regulations that protect forests, indigenous and rural peoples' lands, and conservation areas are being rolled back or are under threat. Small-scale gold mining has intensified in specific locations and also has become a driver of deforestation and degradation. Forest dwell-ers' perceptions of insecurity have increased, as have documented homicides of environmental activists. To explain the relationships among extraction, infrastructure, and forests, this paper combines a geospatial analysis of forest loss overlapped with areas of potential resource extraction, interviews with key informants, and feedback from stakeholder workshops. The increasing significance of resource extraction and associated infrastructure as drivers of forest loss and rights violations merits greater attention in the empirical analyses and conceptual frameworks of Sustainability Science. extractive industry | infrastructure | deforestation | rights | climate
RELATÓRIO – Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017, 2018

Este texto tem por objetivo ajudar na compreensão do processo orçamentário dos anos 2016 e 2017, ... more Este texto tem por objetivo ajudar na compreensão do processo orçamentário dos anos 2016 e 2017, o primeiro em fase de implementação e execução, e o segundo em fase de apreciação e de autorização pelo Congresso Nacional. Trabalhamos com a expectativa de que ele estimule e auxilie investigações mais qualitativas e situadas no contexto da gestão de políticas públicas. Que ele contribua para que não haja retrocessos nos meios de acesso à informação e de transparência em relação às ações e à execução orçamentária e financeira do setor público estatal federal. E também que sirva de apoio e incentivo para intelectuais, acadêmicos e não acadêmicos, lideranças, representantes e coletivos indígenas, no seu árduo trabalho de analisar, avaliar, interpretar, compreender, pressionar, participar, influir e, principalmente, de intervir nos processos de planejamento e implementação das políticas e ações do estado nacional – tanto legislativas quanto administrativas – buscando estabelecer práticas democráticas distintas das práticas assimilacionistas e de integração que predominam na relação do estado brasileiro com os povos indígenas. Por suposto, estamos falando da perspectiva do fortalecimento do autogoverno indígena, algo que só será possível e efetivo na medida em que estas pessoas, individual e coletivamente, assumam-se enquanto agentes de resistência e transformação.

Neste primeiro boletim da ABA em 2016 iremos nos concentrar na problemática fundiária, isto é, na... more Neste primeiro boletim da ABA em 2016 iremos nos concentrar na problemática fundiária, isto é, na efetivação do direito à terra ou territorial de povos e comunidades indígenas no país. Como veremos a seguir, embora este direito esteja reconhecido na Constituição Federal de 1988, ele vem sendo questionado e fragilizado especialmente pelo setor ruralista, mas não exclusivamente, por meio de propostas de emendas à Constituição (PEC 215) e da instituição de Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de “investiga” a atuação da Funai no processo de reconhecimento de direitos territoriais de povos indígenas. Esta pressão ruralista, não temos dúvidas, acaba se refletindo no desempenho do órgão indigenista oficial, e por consequência no processo de regularização fundiárias das Terras Indígenas. Em decorrência disso, há hoje conflitos por terra em diversas partes do país. A situação dos Guarani Kaiowa e Ñandéva no Mato Grosso do Sul é sem dúvida, neste início de século XXI, o quadro mais crítico e assustador de violência a que um povo indígena está submetido no país.

Se para muitas pessoas - entre elas técnicos e dirigentes governamentais, empresários e agentes f... more Se para muitas pessoas - entre elas técnicos e dirigentes governamentais, empresários e agentes financeiros, integrantes de agências multilaterais e cooperação, consultores e jornalistas, sindicalistas e bichos-de-obras, entre outros/as - a Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas é a “nova fronteira” de oportunidades da indústria da hidroeletricidade, o Plano Decenal de Expansão de Energia 2024 do governo federal mostra que a “velha fronteira” localizada na Região Sul continua gerando oportunidades de “negócio, lucros, emprego e trabalho”, tanto quanto impactos nem tão positivos nas condições de vida e nos direitos territoriais e étnicos de Povos Indígenas no país. Isso é o que pretendo indicar com este texto, que surge como produto de um estudo mais amplo, em curso, sobre as chamadas políticas de desenvolvimento sustentável, com ênfase nos seus efeitos sobre povos, territórios e territorialidades indígenas no país

Este texto é produto da análise da parcela do Plano Plurianual do governo federal (o PPA 2012-201... more Este texto é produto da análise da parcela do Plano Plurianual do governo federal (o PPA 2012-2015) destinado à promoção dos direitos dos povos indígenas no país, onde se buscou estabelecer conexões entre o proposto no PPA e os orçamentos anuais. Na sua realização utilizamos as bases de dados existentes e disponíveis na internet no âmbito da administração pública federal, tendo por referência principal o estabelecido no documento Plano Plurianual 2012-2015: Programa de Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas. Embora tenham ocorrido significativos avanços de transparência na gestão pública ao longo das últimas duas décadas, verificamos que há ainda muitas lacunas de informação a serem preenchidas, e não é difícil ficar enredado na utilização das ferramentas que estão hoje disponíveis à sociedade. Além disto, a qualidade da informação sobre o alcance das metas em cada um dos nove objetivos do programa é desigual e em alguns casos não é possível saber o que exatamente foi alcançado. Daí o porquê de usarmos a expressão cipoal para caracterizar a situação.
A partir dos dados e informações armazenadas no banco de dados criado pelo Instituto de Estudos S... more A partir dos dados e informações armazenadas no banco de dados criado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) no âmbito da iniciativa “Investimentos e Direitos na Amazônia”, constatamos que de um conjunto formado por vinte e três hidrelétricas, em ao menos dezessete empreendimentos há impactos socioambientais em Terras Indígenas, ou seja, na população que ai vive e/ ou nas condições ambientais e nos meios de que fazem uso e dos quais dependem para sua manutenção e desenvolvimento.
Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2014, , Jun 19, 2015
No texto analisamos a execução do orçamento da política indigenista do governo federal brasileiro... more No texto analisamos a execução do orçamento da política indigenista do governo federal brasileiro em 2014. Iniciamos com uma breve apresentação do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, seguida de dados e comentários sobre o desempenho do governo na execução do programa Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas e de ações que integram outros programas da Lei Orçamentária de 2014. Nossa expectativa é de que o conteúdo apresentado seja de utilidade às pessoas que almejam ir mais além de simplesmente saber os números.
Alteridades, Jan 1, 2008
BRAZILIAN INDIGENISM IN TIMES OF MULTICULTURALISM. This article analyzes the changes that occurre... more BRAZILIAN INDIGENISM IN TIMES OF MULTICULTURALISM. This article analyzes the changes that occurred within the politicaladministrative structures of the Brazilian State after the 1988 Federal Constitution, particularly in regards to the relation to the indigenous peoples, the limitations and obstacles to understand the multicultural nature of Brazilian society as well as the special rights guaranteed to these peoples. Lastly, an evaluation is carried out concerning the current reality and the future perspectives.
Boletim Orçamento e Política Socioambiental, nº 28, Jun 2012
Ano XI -Junho de 2012 E D I T O R I A L N este boletim retomamos a análise dos Planos de Investim... more Ano XI -Junho de 2012 E D I T O R I A L N este boletim retomamos a análise dos Planos de Investimento do Brasil e Sul-Americanos que se materializam por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Plano de Ação Estratégico (PAE) do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN), da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL). Trata-se de investimentos em infraestrutura e geração de energia considerados estratégicos pelo governo brasileiro para manter e potencializar um ritmo e um padrão de crescimento baseado fortemente na exploração de recursos naturais.
Boletim Orçamento e Política Socioambiental, Jun 2004
Neste artigo pretendemos chamar a atenção para a situação da água nas terras indígenas e seu impa... more Neste artigo pretendemos chamar a atenção para a situação da água nas terras indígenas e seu impacto na qualidade de vida das pessoas que nelas vivem – homens, mulheres e crianças. Esperamos, assim, tirar da marginalidade e dar visibilidade a um tema tão importante quanto o da terra, fundamental para o presente e o futuro dos povos indígenas no Brasil. A água potável, conforme já declarou o Comitê das Nações Unidas para os Direitos Econômicos, Culturais e Sociais, é um direito humano.
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Artigos by Ricardo Verdum
As terras indígenas são um dos principais alvos da produção ilegal de ouro. São também os principais alvos territoriais de requerimentos encaminhados a Agência Nacional de Mineração (ANM), solicitando autorização para pesquisar e lavrar ouro e outros minerais. E no Congresso Nacional, como é sabido, tramitam proposições legislativas que objetivam “regulamentar” esse processo, completamente alheias ao que querem e pensam as comunidades e povos indígenas. Consultar e garantir o seu direito ao consentimento prévio livre e informado é algo que não passa pela cabeça de seus promotores.
Esses são, em linhas gerais, os temas, problemas e questões trabalhadas neste informe. Nossa expectativa é que contribua para colocar luz sobre o que está acontecendo, e que estimule outras pessoas a seguir adiante no esforço de compreender e agir propositivamente nos espaços adequados, individual e coletivamente, em defesa dos direitos dos povos indígenas diante da pilhagem do seu patrimônio. Ao final, há um balanço rápido das principais conclusões alcançadas.
e desterritorialização das políticas indigenistas na América Latina. Nele procuro compreender como estas instituições operacionalizam seus objetivos de integração dos indígenas, articulando uma complexa rede de atores, governamentais e não governamentais, por meio dos quais disseminam ideias, noções, práticas e dinheiro. Foco minha atenção na Missão Andina, vista como manifestação do indigenismo integracionista clássico, e em duas experiências contemporâneas de etnodesenvolvimento, uma no Brasil e outra do Equador. Este livro se propõe a investigar esses processos e a demonstrar alguns de seus efeitos sobre os povos indígenas, os antropólogos e na política e a ação indigenista em diferentes escalas.
do governo federal, 2016 também foi o ano em que ocorreu uma ruptura na coligação partidária que hegemonizara a política institucional brasileira por quase quatorze anos. Infelizmente essa ruptura se deu em favor da sua ala mais conservadora, ou mais neoliberal como preferem
alguns, colocando em risco e/ou em alguns casos promovendo efetivos retrocessos em conquistas sociais e políticas obtidas pelos movimentos sociais organizados ao longo dos últimos vinte anos.
A formação de gestores de projetos indígenas é uma ação muito recente na história de formação voltada para construção de projetos indígenas, construídos de forma participativa e tendo nos povos indígenas o protagonismo dessa formação. Por esse motivo, a presente publicação sobre a experiência de formação de gestores de projetos indígenas visa apresentar as contribuições e análise do primeiro Curso de Formação de Gestores de Projetos Indígenas e as experiências dos projetos de formação de gestores executados pelas organizações indígenas e indigenistas e instituições governamentais nas regiões de Roraima, Mato Grosso, Alto Rio Negro, Solimões e Maranhão.
relação entre povos indígenas e o sistema político institucional brasileiro em nível municipal. Também foram convidados
a colaborar pesquisadores com trabalho de análise em outros países na
América Latina, como Argentina, Colômbia, Equador, México e Peru.
A formação de gestores de projetos indígenas é uma ação muito recente na história de formação voltada para construção de projetos indígenas, construídos de forma participativa e tendo nos povos indígenas o protagonismo dessa formação. Por esse motivo, a presente publicação sobre a experiência de formação de gestores de projetos indígenas visa apresentar as contribuições e análise do primeiro Curso de Formação de Gestores de Projetos Indígenas e as experiências dos projetos de formação de gestores executados pelas organizações indígenas e indigenistas e instituições governamentais nas regiões de Roraima, Mato Grosso, Alto Rio Negro, Solimões e Maranhão.