ARTIGOS by Améfrica - Revista de Estudos das Diásporas Africanas
James McNally, tradução de Bernardo Oliveira, 2024
Este artigo trata da transformação experimental da herança musical afro-brasileira e suas implica... more Este artigo trata da transformação experimental da herança musical afro-brasileira e suas implicações na diáspora africana. Como estudo de caso, o artigo examina o álbum Anganga (2015), de Juçara Marçal e Cadu Tenório, que apresenta reinterpretações de cantos afro-brasileiras tradicionais com uma textura instrumental experimental. Argumento que o álbum permite aos artistas negociar os limites das esferas tradicional e experimental de formas que proporcionam possibilidades expressivas distintas, mas também levantam potenciais questões éticas. A partir de narrativas “Afrológicas” da consciência histórica no experimentalismo musical, o artigo propõe uma estrutura para a compreensão desse encontro que desafia os discursos criativos brasileiros em relação à mistura musical.

Bernardo Oliveira e Frederico Coelho, 2024
A partir de conceitos egressos da filosofia de Gilbert Simondon, acerca das relações entre técnic... more A partir de conceitos egressos da filosofia de Gilbert Simondon, acerca das relações entre técnica e invenção, propomos neste artigo uma reflexão embrionária sobre o papel da cultura técnica africano-brasileira na formação do Brasil. O escravizado na história do Brasil e no pensamento brasileiro sempre correspondeu à mão de obra bruta e desqualificada, informação que se encontra em discrepância com uma série de registros, estudos e episódios da formação do país. O pensamento de Gilbert Simondon nos é útil pois, desconsiderando as tendências tecnofóbicas perceptíveis nas Ciências Humanas do século XX — influentes no pensamento brasileiro —, atenta para a realidade técnica na qual estamos imersos e se propõe a reverter a “alienação psico-fisiológica na era das máquinas”, isto é, a tendência a desvincular a educação humanista das questões técnicas e, particularmente, daquilo que o pensador francês considera a "gênese dos objetos técnicos", isto é, o objeto técnico sendo definido pelo seu processo de engendramento. À “alienação psico-fisiológica na era das máquinas”, soma- se a alienação da formação do Brasil: foram alguns dos escravizados (escravizados, escravos ao ganho, alforriados, libertos...) que, munidos de saberes milenares e de uma cultura mais profunda que a de seus capatazes, sustentaram, por séculos, a cultura técnica brasileira. Foram os polímatas escravizados que, ocupando a tarefa de carpinteiros, ferreiros, pedreiros, tecelões, fundidores, moedeiros, tacheiros, caldeeiros, artistas, etc., exerceram o papel de organizadores permanentes de uma “sociedade dos objetos técnicos”, que lavraram o campo e construíram as cidades, fomentaram a cultura, conservaram e aprimoraram formas de lutar, persistir, modificar e territorializar uma vida possível.
Renata Beatriz Rodrigues da Costa e Sandro José da Silva, 2024
Este artigo discute os modos pelos quais mulheres quilombolas de comunidades negras quilombolas d... more Este artigo discute os modos pelos quais mulheres quilombolas de comunidades negras quilombolas desenvolvem relações de força e poder no norte do Espírito Santo. Dona Gessi Cassiano é nossa protagonista. Sua biografia e a descrição da circulação de objetos rituais em uma comunidade regida por ritos católico e a relação com o transe, bem como a agência de Seu Tranca Ruas são os elementos de análise. A etnografia é fruto de um trabalho de campo realizado na comunidade quilombola de Linharinho, localizada na cidade de Conceição da Barra no estado do Espírito Santo.

Berenice Corti, Pia Paganelli, Laura Gamaleri, Paula Picaelli e Leando Mellid, 2024
Este trabajo presenta una síntesis de la mesa “La Bahia que nos une: Ramiro Musotto y las músicas... more Este trabajo presenta una síntesis de la mesa “La Bahia que nos une: Ramiro Musotto y las músicas del Atlántico Negro” del II Ciclo Afro (Cachoeira, Bahía, 2023), en donde expusimos avances de la investigación que, como Grupo de Estudios en Músicas y Artes Afrobrasileñas en Buenos Aires (GEMAA Bs.As.), realizamos sobre el músico argentino-bahiano Ramiro Musotto. En particular destacamos su rol como agente de dispersión y circulación de específicas formaciones musicales y más ampliamente culturales y epistémicas del Atlántico Negro, gestadas en la región de Bahía (Brasil) hacia Buenos Aires y otros lugares de Argentina. A partir del análisis de su rol como educador, de su impacto en el mundo de las danzas afro de simbología de orixás, y del análisis de su obra musical, sugerimos que, en un lapso relativamente corto, Musotto contribuyó no solo a modificar el panorama de la percusión argentina, sino a restituir la memoria musical ancestral en nuestro territorio.

Luiz Paulo Ramos de Carvalho, Fernanda Ester Sánchez García, Camila Gavazzi Felix e Rafael Alves Corradi, 2024
Este trabalho traz como contribuição a produção de cartografias, colagens e mosaicos da área conh... more Este trabalho traz como contribuição a produção de cartografias, colagens e mosaicos da área conhecida por “Pequena África” no Rio de Janeiro, na tentativa de disputar narrativas com as epistemologias dominantes, a partir da perspectiva descolonial. Mediante ferramentas capazes da desconstrução de modelos de intervenção espacial, busca-se confrontar o urbanismo europeu e europeizante e, assim, desvelar territorialidades não excludentes. Compreende-se que reconhecer e mapear saberes territoriais é uma forma de realizar um giro epistemológico e afirmar tais territorialidades. Assim, tem-se como base: disputas de lugar, disputas de sentido do, no e pelo espaço, por meio de monumentos e estátuas de personalidades negras, arquiteturas afro-cariocas e de elementos materiais e imateriais da paisagem, afirmativos da cultura Améfrica. Tais dispositivos são analisados por meio dos conceitos de produção do espaço (Lefebvre), branqueamento e enegrecimento (Santos), que, articulados, ajudam a compreender as conexões dos significantes violência e sofrimento, resistência e criação.

Cleilton Pazini Santana, 2024
Tomando como ponto de partida a ideia de interseccionalidade em voga nos debates sobre gênero e ... more Tomando como ponto de partida a ideia de interseccionalidade em voga nos debates sobre gênero e raça, esse estudo propõe estabelecer algumas bases que possibilitem um diálogo entre o trabalho das sociólogas Ângela Davis e Judith Butler. Pretende-se apresentar de forma introdutória alguns aspectos das principais obras em língua portuguesa das duas autoras, bem como indicar possíveis caminhos para se estabelecer um diálogo entre as mesmas. Para tanto, procede-se a revisão bibliográfica comparativa com raciocínio dialeticamente orientado. Desse modo, observa-se que, embora as autoras citadas adotem diferentes abordagens sociológicas, suas obras aproximam-se quanto aos pressupostos adotados e quanto às conclusões alcançadas. Conclui-se que o diálogo entre as mesmas não somente é possível como se mostra útil como ferramenta de análise para questões preciosas no que tange à realidade social vivenciada por mulheres negras na atualidade.
Itamar Cossi, 2024
Este texto propõe uma reflexão a partir da análise da obra de Os Transparentes de Ondjaki (2013) ... more Este texto propõe uma reflexão a partir da análise da obra de Os Transparentes de Ondjaki (2013) como espaço fronteiriço de casa/corpo com base na teoria de Gaston Bachelard (1978) e arquivo decolonial, conceito baseado na teoria de Walter Mignolo (2009), cujo um dos objetivos é trazer um novo viés sobre o território angolano pós guerra e se desprender do conhecimento baseado no ocidente. Como opção decolonial, a obra de Ondjaki estabelece novos parâmetros de se pensar, fazer e viver Angola contemporânea, não os impondo como verdade universal, senão como fonte de denúncia e resgate os sujeitos negligenciados, enterrados e descartados pela História e que agora, pela literatura decolonial angolana ressurgem, re-existem e tentam se desvincular do colonialismo que ainda perdura no país.
DOCUMENTOS by Améfrica - Revista de Estudos das Diásporas Africanas
FICÇÃO by Améfrica - Revista de Estudos das Diásporas Africanas
Manuel Zapata Olivella, tradução de Marcos Ramos, 2024
Conto publicado originalmente em ¿Quién dio el fusil a Oswald? (1967)
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