
Ricardo Uvinha
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Papers by Ricardo Uvinha
Urban transformations help shape new opportunities and create/re-create awareness in everyday living environments. It is not transformation in the infrastructural sense, but transformation in the form of a service industry producing socio-economic change that can result in inclusion and exclusion of people in the community, thus affecting the everyday living environment. Within this, we need to consider the tourist gaze and how users who visit/tour vulnerable living environments report perceptions of their experiences on forums such as TripAdvisor, which helps researchers frame understandings of commodification, opportunities/awareness and even authenticity (each addressed in this paper). This paper evaluates TripAdvisor posts of ‘Rio’s Rocinha Favela Tour’. In many respects, the notion of commodification, and even authenticity, runs through each theme, but the analysis and data posted to TripAdvisor challenges us to consider how a favela becomes a consumer product or a tourist attraction. The Rocinha Favela tour is widely publicised to prospective visitors as a chance to experience a living and working favela, the focus of the first theme presented in this paper. Given Rocinha has become a popular attraction in Rio, this leads to the second theme: opportunity or awareness. Opportunities do exist for people in the community to get involved in tourism, and turning the favela into a product helps shape and maintain awareness. The third theme builds on and relates to the previous two, but focuses more on the semblances of authenticity that emerges. To link the points highlighted in this paper, a discussion of soft power concerns relationships bonded through economic and cultural influence. Because favelas have become distinct attractions, it is cultural appeal and a different (residential) side of the city that persuades travellers to visit. Online and social media platforms for more than a decade now have played an important role today in projecting images and promoting authentic experiences based on user-perceptions, and this paper looks at how the users communicate their experiences.
tanto em pequena como em grande escala, que se celebram cada
ano em países, regiões e localidades de todo o mundo. Neste
cenário, destacam-se alguns megaeventos esportivos recentes,
como o Mundial de Futebol do Brasil 2014 e os Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro em 2016.
O megaevento tornou-se um instrumento de marketing
fundamental, pois é capaz de incrementar as chegadas turísticas na área interessada, melhorar a imagem da cidade e a
sua notoriedade, sem contar que traz também para a cidade
anfitriã a oportunidade de melhorar a disposição urbanística,
os serviços, as estruturas receptoras e as vias de comunicação, obras que normalmente são feitas em ocasiões de grandes
manifestações. Por isso, para algumas cidades representa uma
ocasião imperdível, sobretudo para aquelas pouco reconhecidas
que desejam reconverter a própria imagem, tanto em nível
nacional como internacional.
De todas as formas, estar sob “foco mediático” no mundo,
ainda que por poucos dias, constitui uma oportunidade única
não somente em termos de visibilidade mundial, mas também
para promover os desenvolvimentos tecnológicos, a criatividade
e a habilidade das empresas locais.
A organização de um megaevento esportivo comporta
consideráveis investimentos e, por consequência, o envolvimento de diferentes sujeitos econômicos, os quais podem
ser públicos ou privados. Seguramente, é de fundamental
importância a colaboração entre os diferentes stakeholders e
atores envolvidos no processo para o sucesso do evento, sem
esquecer o ponto de vista e a colaboração dos residentes e da
comunidade local.
Os megaeventos esportivos são, normalmente, fenômenos
que requerem serviços e infraestruturas bem organizadas e
estruturadas para responder aos padrões que as grandes instituições esportivas internacionais, como a Fédération International
de Futebol Association (FIFA) e o Comité Olímpico Internacional
(COI), exigem para os candidatos a acolher tal massiva manifestação. Infelizmente, são exigências e standards que muitas
vezes se chocam com as prioridades de países e cidades em via
de desenvolvimento, como a melhoria no sistema da educação,
da saúde, da segurança, da habitação e do saneamento básico
(somente para citar algumas). Sem contar o fato de que muitos
países ou cidades anfitriãs ficam com dívidas durantes muitos anos após o encerramento do megaevento esportivo, para cobrir
os esforços feitos para os elevados investimentos.
Uma simples análise financeira, portanto, não é suficiente para avaliar o sucesso de um evento de grande dimensão,
porque estão envolvidas inúmeras variáveis não quantificáveis
(ligadas ao sucesso da manifestação), tais como a restruturação
da cidade, a melhoria da própria imagem, o maior nível de
atratividade, a visibilidade e, sobretudo, o nível de satisfação
dos moradores.
Nas últimas décadas, muitos pesquisadores na comunidade científica internacional têm mostrado um crescente
interesse e uma maior atenção para estudos sobre os megaeventos esportivos. A literatura, sobretudo anglo-saxônica,
concentra-se sobre algumas tipologias de eventos e impactos
dos mesmos sem alcançar a uma classificação unívoca e coesa.
A temática é complexa e as dúvidas que se provoca em tal
assertiva são numerosas.
Diante deste cenário, elencamos a seguir algumas questões para delimitar o problema e provocar reflexões sobre o
tema: Quais têm sido os fatores que levam um megaevento
esportivo a ser um instrumento cada vez mais utilizado por
muitas cidades? Quais são os impactos e os legados causados no
território que os acolhe? Quais são os benefícios e as desvantagens relacionados com este tipo de evento, em especial para a
comunidade local?
Assim, entre as várias discussões a que os megaeventos
esportivos podem suscitar, será focada, a seguir, uma reflexão
sobre a percepção dos moradores e da comunidade local que
sediam tais eventos em países emergentes, como é o caso do Brasil.
O presente capítulo é orientado pelos seguintes objetivos:
a) quanto ao objetivo geral é compreender a importância da
percepção dos moradores de uma cidade ou nação anfitriã sobre uma grande manifestação esportiva; b) já quanto aos
objetivos específicos, identificar e analisar os prós e contras
ao nível sócio territorial, bem como as mudanças que podem
acontecer na vida cotidiana dos residentes após a realização de
um megaevento esportivo.
A metodologia consistiu fundamentalmente numa análise
de informações bibliográficas relativas à percepção da população local da cidade ou nação anfitriã sobre um megaevento
esportivo. A pesquisa foi de tipo qualitativa e procurou fornecer
um panorama de oportunidades, riscos, limites e desvantagens
relativos às possibilidades de acolher um megaevento esportivo.
Segundo Veal (2011), as metodologias que se utilizam para
recolher informação qualitativa, além da revisão da literatura
e da fundamentação teórica, incluem também a observação,
as entrevistas informais, a observação direta e participante e
todas atividades que foram desenvolvidas para a realização do
presente estudo.
O trabalho desenvolveu-se por fases ou etapas de acordo
com a metodologia de investigação realizada por Quivy e
Campenhoudt (1995). De fato, segundo estes autores, os princípios fundamentais que as investigações deveriam respeitar
podem resumir-se em sete etapas: a pergunta de partida, a
exploração através das leituras e das entrevistas exploratórias, a problemática, a construção do modelo de análise, a
implementação das ferramentas de investigação, a análise das
informações e, enfim, as relativas conclusões.
Será realizada, assim, uma análise da literatura concernente ao tema das heranças que os megaeventos deixam no
território. Se aborda particularmente o impacto sócio territorial, analisando tanto os aspetos positivos como os negativos.
Ressalta-se, ainda, a importância da análise da percepção da comunidade local sobre os megaeventos, tendo no turismo um
enfoque especial. São consideradas as variáveis intrínsecas e
extrínsecas da população anfitriã e a importância da análise
da percepção e do ponto de vista dos moradores sobre o megaevento esportivo.