todos do CPCIDOC; aos amigos Harumi, Beso, Ronaldo, Glaura, Karla, Suzana, Kiko, Ricardo e Sérgio... more todos do CPCIDOC; aos amigos Harumi, Beso, Ronaldo, Glaura, Karla, Suzana, Kiko, Ricardo e Sérgio; aos meus pais, Ida Maria e Jesus Rubens, e aos pais da Alê, Antônio e Maria, por todo o apoio ao longo de todos esses anos; em especial à Alessandra, sempre ao meu lado por todas essas horas, por toda a minha vida. ABSTRACT This research has investigated the process of construction of the documentary's screenplay thought as the mode of organization of the production and the discourse of the film. If in the fiction film the development of the screenplay occurs integrally in a period before preproduction in the documentary film this development occurs in a different way: its about an open development that's stretch out to all the process of filmmaking. The structure of this research was based upon this very notion. Its included, in its four parts, considerations about the three periods of film production: preproduction, production, and postproduction. The possibility to work with an open screenplay allows technical functions like direction of photography and edition to gains more participation in the creativity process of the film. A cena do roteiro Dentro do modelo dominante de formatação do roteiro de cinema, o início da cena dramática é sempre identificado por um cabeçalho que indica a localização cenográfica e o período do dia em que será realizada a filmagem, conforme vemos no exemplo a seguir: CENA 2 -TERRENO BALDIO -EXTERIOR/DIA André sai do supermercado, caminha pela calçada até um terreno baldio ao lado do supermercado. Ele olha para os lados, abre a mochila, revelando uma grande quantidade de dinheiro, notas de cem e cinqüenta. Despeja o dinheiro no chão. Derrama álcool sobre o dinheiro e acende um fósforo. O dinheiro queima. 4 Qualquer alteração no tempo e no espaço da ação, ou seja, qualquer quebra da continuidade da ação descrita, determinará o fim de uma cena e o início de outra. A cena é a partícula rigorosamente dramática no corpo de um texto que é, por vocação, narrativo, o texto cinematográfico. Como instrumento de um projeto narrativo, a cena do roteiro de cinema possui uma versatilidade rara se comparada com a cena do texto teatral. Seus formatos e funções se diversificam, podendo incluir cenas sem conteúdo dramático como as cenas de transição, de duração ínfima, que pouco se adaptam às convenções do palco e que servem à narrativa para informar a movimentação dos personagens pelo espaço e/ou pelo tempo da ação. O tratamento da cena, dado pela maioria dos manuais de roteiro, apregoa, invariavelmente, a necessidade de que esta venha a ser concebida como o núcleo de uma ação dramática maior a ela integrada. A funcionalidade da cena está estreitamente ligada a eficácia de sua força motriz. A cena, como peça perfeitamente ajustada ao grande motor dramático da história, deve levar a história A rigor, para que seja dramática, é necessário que a cena apresente algum conflito, configurado através do choque de intenções contrárias entre duas ou mais personagens, ou entre personagens e alguma força antagônica. No modelo aristotélico, que prega a adoção da unidade de ação como princípio fundamental para a composição da peça, a cena é uma célula da ação dramática, trás em si elementos dessa ação principal mesmo que não esteja, em um primeiro momento, claramente vinculada a esta, caso típico das cenas que introduzem pistas falsas para enganar o espectador em sua investigação particular a cerca dos rumos da história. A função primeira da cena é fazer a ação avançar. No caso das cenas essenciais, e no modelo aristotélico todas as cenas devem ser essenciais caso contrário deverão ser descartadas, a cena é parte mãe dos Naves, Ana Rosa, recorre ao advogado Alamy, em cuja a casa já havia trabalhado, na esperança de libertar os dois filhos da prisão: 37 -AV. TIRADENTES -CASA DE ALAMY -EXT. DIA Uma menina brinca de pular corda no jardim da casa. Ana Rosa correndo entra portão adentro sem parar, atravessa o jardim e penetra na casa. A menina pára de brincar e observa com ar de surpresa. A porta, por onde entrou Ana Rosa, aberta. A menina ouve as súplicas e lamúrias que vêm do interior da casa.
todos do CPCIDOC; aos amigos Harumi, Beso, Ronaldo, Glaura, Karla, Suzana, Kiko, Ricardo e Sérgio... more todos do CPCIDOC; aos amigos Harumi, Beso, Ronaldo, Glaura, Karla, Suzana, Kiko, Ricardo e Sérgio; aos meus pais, Ida Maria e Jesus Rubens, e aos pais da Alê, Antônio e Maria, por todo o apoio ao longo de todos esses anos; em especial à Alessandra, sempre ao meu lado por todas essas horas, por toda a minha vida. ABSTRACT This research has investigated the process of construction of the documentary's screenplay thought as the mode of organization of the production and the discourse of the film. If in the fiction film the development of the screenplay occurs integrally in a period before preproduction in the documentary film this development occurs in a different way: its about an open development that's stretch out to all the process of filmmaking. The structure of this research was based upon this very notion. Its included, in its four parts, considerations about the three periods of film production: preproduction, production, and postproduction. The possibility to work with an open screenplay allows technical functions like direction of photography and edition to gains more participation in the creativity process of the film. A cena do roteiro Dentro do modelo dominante de formatação do roteiro de cinema, o início da cena dramática é sempre identificado por um cabeçalho que indica a localização cenográfica e o período do dia em que será realizada a filmagem, conforme vemos no exemplo a seguir: CENA 2 -TERRENO BALDIO -EXTERIOR/DIA André sai do supermercado, caminha pela calçada até um terreno baldio ao lado do supermercado. Ele olha para os lados, abre a mochila, revelando uma grande quantidade de dinheiro, notas de cem e cinqüenta. Despeja o dinheiro no chão. Derrama álcool sobre o dinheiro e acende um fósforo. O dinheiro queima. 4 Qualquer alteração no tempo e no espaço da ação, ou seja, qualquer quebra da continuidade da ação descrita, determinará o fim de uma cena e o início de outra. A cena é a partícula rigorosamente dramática no corpo de um texto que é, por vocação, narrativo, o texto cinematográfico. Como instrumento de um projeto narrativo, a cena do roteiro de cinema possui uma versatilidade rara se comparada com a cena do texto teatral. Seus formatos e funções se diversificam, podendo incluir cenas sem conteúdo dramático como as cenas de transição, de duração ínfima, que pouco se adaptam às convenções do palco e que servem à narrativa para informar a movimentação dos personagens pelo espaço e/ou pelo tempo da ação. O tratamento da cena, dado pela maioria dos manuais de roteiro, apregoa, invariavelmente, a necessidade de que esta venha a ser concebida como o núcleo de uma ação dramática maior a ela integrada. A funcionalidade da cena está estreitamente ligada a eficácia de sua força motriz. A cena, como peça perfeitamente ajustada ao grande motor dramático da história, deve levar a história A rigor, para que seja dramática, é necessário que a cena apresente algum conflito, configurado através do choque de intenções contrárias entre duas ou mais personagens, ou entre personagens e alguma força antagônica. No modelo aristotélico, que prega a adoção da unidade de ação como princípio fundamental para a composição da peça, a cena é uma célula da ação dramática, trás em si elementos dessa ação principal mesmo que não esteja, em um primeiro momento, claramente vinculada a esta, caso típico das cenas que introduzem pistas falsas para enganar o espectador em sua investigação particular a cerca dos rumos da história. A função primeira da cena é fazer a ação avançar. No caso das cenas essenciais, e no modelo aristotélico todas as cenas devem ser essenciais caso contrário deverão ser descartadas, a cena é parte mãe dos Naves, Ana Rosa, recorre ao advogado Alamy, em cuja a casa já havia trabalhado, na esperança de libertar os dois filhos da prisão: 37 -AV. TIRADENTES -CASA DE ALAMY -EXT. DIA Uma menina brinca de pular corda no jardim da casa. Ana Rosa correndo entra portão adentro sem parar, atravessa o jardim e penetra na casa. A menina pára de brincar e observa com ar de surpresa. A porta, por onde entrou Ana Rosa, aberta. A menina ouve as súplicas e lamúrias que vêm do interior da casa.
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