Papers by Paulo Henrique de Felipe

Revista da Anpoll
In this paper, I describe the possessive constructions in Mehináku, highlighting the types of str... more In this paper, I describe the possessive constructions in Mehináku, highlighting the types of strategies found in the language, so far, to express possession relationships. I present two major types of possession constructions: (i) nominal (also known as attributive) possession, and (ii) predicative possessive constructions, which involve both the use of nouns and verbs. Regarding nominal possession, Mehináku, like other Arawak languages (PAYNE, 1991; AIKHENVALD, 1999), recognizes a split between inalienably possessed and alienably possessed nouns, expressed through the attribution of different morphemes to these nouns. Inalienable nouns, for example, receive fewer morphological formatives, including only the marks of person and agreement with possessor and number, whereas alienable nouns can occur without the presence of an obligatory possessor. In this case, they will carry, in addition to the morphological formatives that appear in the inalienable nouns, specific morphemes of a...

Revista do GEL
In this work, I present a first analysis of the syntactic alignment in the Mehináku (Arawak) lang... more In this work, I present a first analysis of the syntactic alignment in the Mehináku (Arawak) language to show how this language behaves in terms of its different verbal predicates and the arguments that these predicates take. I argue that this language tends to manifest an active-stative alignment (or split ergativity, as proposed by Aikhenvald (1999, 2001, 2002, 2018, 2019) for other Arawak languages), since it is the semantic type of the verb that determines which type of argument functioning as subject will be taken and, moreover, in what syntactic position this argument will appear. I show that transitive verbs, agentive intransitives, non-agentive intransitives, and most stative intransitive verbs (type 1) align in the same way, taking as subject one of the pronominal proclitics of the language positioned before the verb, while a small portion of the stative intransitive verbs (type 2) align with the direct object of the transitive verb since it takes as its subject the full pr...

Orientador: Angel Humberto Corbera MoriTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Inst... more Orientador: Angel Humberto Corbera MoriTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Esta tese apresenta uma descrição da fonologia e da morfossintaxe da língua Mehináku. O Mehináku é uma língua que pertence à família Arawak e está classificada, de acordo com a proposta de Aikhenvald (1999), no ramo Paresi-Xingu, subgrupo Xingu. Esta língua é falada por aproximadamente 325 pessoas que vivem às margens do rio Kurisevo, no Território Indígena do Xingu (Mato Grosso, Brasil). Trata-se de um estudo descritivo, realizado a partir da análise de dados (de amostras de fala) coletados sobretudo com falantes que vivem na aldeia Utawana, a segunda maior dentre as aldeias Mehináku. A tese está organizada em quatro partes e comtempla 11 capítulos. A primeira parte, contém: o capítulo 1, dedicado à introdução, em que apresento o povo Mehináku, o contexto cultural em que este povo está inserido, seu perfil sociolinguístico, a filiação genética da lín...

O objetivo do artigo e analisar, com base no modelo teorico da Gramatica Discursivo-Funcional (He... more O objetivo do artigo e analisar, com base no modelo teorico da Gramatica Discursivo-Funcional (Hengeveld e Mackenzie 2008), as formas de expressao das categorias de tempo e aspecto em linguas indigenas da familia Pano (matis, shanenawa, shawa, arara, katukina, yawanawa e huariapano), considerando-se o principio de ordenacao dessas categorias gramaticais com relacao ao predicado da oracao, bem como as relacoes semânticas de escopo entre tais categorias quanto aos niveis e as camadas de organizacao da gramatica. Como resultados, verificamos que a ordenacao das categorias de tempo e aspecto nas linguas da amostra tende a respeitar as relacoes semânticas de escopo entre elas (Hengeveld 2011), mantendo o seguinte padrao: v(erbo)-a(specto)-t(empo)-m(odo). Notamos ainda que o aspecto qualitativo tende a se colocar mais proximo do predicado verbal, por funcionar como operador qualitativo, ao passo que o aspecto quantitativo tende a se posicionar um pouco mais distante do predicado, por func...

Este trabalho apresenta uma analise inicial dos processos linguisticos de harmonia vocalica, acen... more Este trabalho apresenta uma analise inicial dos processos linguisticos de harmonia vocalica, acentuacao e tambem um esboco preliminar do estatuto das aproximantes [w] e [j] na lingua Mehinaku, da familia Arawak, falada por aproximadamente 250 pessoas que habitam as proximidades do rio Kurisevo, no Parque Indigena do Xingu, no estado de Mato Grosso, Brasil. Nesta lingua, notamos que tanto as vogais dos prefixos quanto dos sufixos, quando estes estao anexados aos verbos, sofrem processo de harmonizacao vocalica, a depender da qualidade e natureza da vogal do verbo que os sucede ou precede. Esse mesmo processo tambem pode ser visto em relacao aos nomes, em que a harmonizacao vocalica se manifesta da mesma forma. Em relacao ao acento, notamos que ele e livre para as palavras dissilabicas, mas fixo para as demais. As aproximantes, por sua vez, embora tenham sido tratadas por Aweti (2014) como vogais, sao aqui tratadas como consoantes.

Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 2020
A relação entre língua e cultura, e o modo como esses dois âmbitos da vida humana estão imbricado... more A relação entre língua e cultura, e o modo como esses dois âmbitos da vida humana estão imbricados, tem encontrado guarida, há séculos, tanto na linguística quanto na antropologia. Dentre os temas que emergem dessa relação está o parentesco, que é foco de ambas as áreas porque está associado tanto a um sistema terminológico, e por isso figura como um tema linguístico, quanto a um sistema de atitudes que designa um conjunto de relações sociais entre indivíduos, e por isso está associado à antropologia. Neste trabalho, vamos apresentar uma descrição da terminologia de parentesco consanguíneo do povo Mehináku, a fim de verificar como se dá a nomeação dos entes familiares entre esse povo, e, mais, como essa terminologia pode variar a depender da relação que se estabelece entre nomeador e nominado. O povo Mehináku é falante de uma língua de mesmo nome, pertencente à família linguística Arawak, e falada por aproximadamente 400 pessoas que vivem às margens ou nas proximidades do Rio Kurise...
Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 2020
Com a colonização do país e, consequentemente, a mistura de povos etnicamente diferentes, muitas ... more Com a colonização do país e, consequentemente, a mistura de povos etnicamente diferentes, muitas foram as mudanças, de caráter diverso e assimétrico, sofridas pelas línguas em contato. Ao longo da trajetória histórica e política do Brasil, por exemplo, muito se tem discutido a respeito dos processos linguísticos oriundos desse contato, bem como sua implicação para os sistemas das línguas em convívio. Tais estudos, em sua maioria, versam em analisar o sistema do Português e o modo como ele foi influenciado pelas línguas com as quais conviveu. Tomando um sentido contrário, neste trabalho buscaremos refletir a respeito de como se dão os empréstimos linguísticos do português na língua Mehináku (Arawak), a fim de traçar um panorama geral dos tipos mais comuns de empréstimos linguísticos presentes neste idioma.
Revista do GEL, 2019
Nosso objetivo neste trabalho é analisar, do ponto de vista da Semântica da Enunciação, a canção ... more Nosso objetivo neste trabalho é analisar, do ponto de vista da Semântica da Enunciação, a canção Koangagua, do grupo de rap indígena Brô MC’s, a fim de evidenciar, dentre outros aspectos, o jogo que se articula entre as línguas, enquanto órgãos políticos, no espaço enunciativo e as marcas linguísticas da presença do enunciador neste espaço de enunciação. Mobilizaremos, para a análise desta canção, as noções de espaço e cena da enunciação, temporalidade e as figuras enunciativas, como propostas em Guimarães (2014, 2013, 2010, 2007, 2003, 2002, 1989).
Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 2019
Nosso objetivo, neste trabalho, é apresentar uma breve descrição linguística do sistema numeral, ... more Nosso objetivo, neste trabalho, é apresentar uma breve descrição linguística do sistema numeral, ou seja, dos termos numéricos, na língua Mehináku (Arawak). Evidenciaremos, em especial, o modo de funcionamento do sistema de contagem nessa língua. Pela análise da língua Mehináku que fizemos até o momento, percebemos que essa língua apresenta 20 números, que correspondem aos dedos das mãos e dos pés, respectivamente, sendo somente três números autônomos e com radicais completamente distintos. São eles: pawitsa (um), mipiama (dois) e kamayukula (três). Todos os demais números são derivados destes primeiros. Mostraremos, ainda, informações relativas ao plural e ao coletivo, bem como os recursos neológicos criados pelos falantes da língua Mehináku para tratar de valores em dinheiro.
Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 2018
O objetivo principal deste trabalho é apresentar uma análise inicial da morfologia dos verbos na ... more O objetivo principal deste trabalho é apresentar uma análise inicial da morfologia dos verbos na língua Mehináku (Arawak). Os verbos, nesta língua, dividem-se transitivamente em dois tipos: (i) verbos transitivos, que requerem dois argumentos obrigatórios (um agente/sujeito como argumento externo e um objeto como argumento interno) e (ii) verbos intransitivos, que admitem apenas um argumento (um agente/sujeito como argumento externo). Do ponto de vista morfológico, os verbos são acompanhados por prefixos pronominais, que geralmente representam o argumento externo da construção, além de sufixos marcadores de tempo e aspecto. Os argumentos internos não são marcados no verbo, mas expressos sintaticamente.
Revista da Anpoll, 2018
Nosso objetivo nesse trabalho tipológico é mostrar como um grupo de 39 línguas indígenas faladas ... more Nosso objetivo nesse trabalho tipológico é mostrar como um grupo de 39 línguas indígenas faladas ou que já foram faladas na América do Sul se comportam em relação à marcação de posse. Nesse estudo, nós mostraremos que as construções alienáveis nas línguas que apresentam diferenças formais entre as categorias de posse alienável e inalienável (Grupo A) são em sua maioria núcleo-marcadas, bem como nas construções inalienáveis, em que esse padrão foi também o mais recorrente. Nós também iremos mostrar que as línguas do Grupo A não exibem construções inalienáveis marcadas no dependente, além do fato de que os padrões de marcação de posse estão relacionados, entre outros resultados.
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