Papers by Paula Gil Larruscahim

In July 2014, two pixadores were murdered by military police officers in Sao Paulo, Brazil, while... more In July 2014, two pixadores were murdered by military police officers in Sao Paulo, Brazil, while they were trying to perform pixacao in a residential building. The doorman trapped Ailton and Alex on the top of the building and called police, saying that he suspected a robbery. Police officers came in, and Alex and Ailton were dead a few minutes later. At the end of the same year, the film Pixadores was launched at European film festivals. It won the award for best film at the One World film festival in Romania and the best direction award at the Aubagne Film Festival in France. Pixacao emerged as a subculture during the mid-1980s in Sao Paulo. Most pixadores are men who come from the peripheries of this megalopolis. They paint their signatures (pixos) and the name of their crews using an unintelligible Arabic-gothic calligraphy, in black latex ink or with spraypaint cans, across the Sao Paulo cityscape. Pixacao has never had a comfortable relationship with the authorities and activ...
PERIPHERIE – Politik • Ökonomie • Kultur, 2016
"Die Praktiken des Widerstands sind vielfältig und sie bilden sich entsprechend der bestehenden K... more "Die Praktiken des Widerstands sind vielfältig und sie bilden sich entsprechend der bestehenden Konfl ikte heraus. Sie können im simplen Akt der Transgression von Gesetzen und Normen bestehen, bis hin zur Beteiligung in weitreichenderen Organisationen" (Ribeiro 2015: 184). 1 1 Übersetzungen aus dem Portugiesischen und dem Englischen im Folgenden durch die Autor_innen, falls nicht anders gekennzeichnet.

Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, 2015
In this article we discuss pixação as one of the many manifestations of Brazilian popular culture... more In this article we discuss pixação as one of the many manifestations of Brazilian popular culture in the specific context of the metropolis at the passage from the 20th to the 21st century. Conceptualizing pixo as popular culture we call in mind some aspects of the criminalization of some expressions of popular culture in the early 20th century. In the following sections we develop a historical outline of the criminalization of pixação in the context of media, political and criminological discourse. This work is result of a partial analysis of the interbreeding of our field research on pixação in the city of São Paulo during the years 2013-2015. Its theoretical background lies in critical and cultural criminology, as well as in critical urban geography. By combining ethnographic research, with semi-structured interviews and media material, we seek to conduct a critical reflection of the process of criminalization of pixação since the mid-1980s.

In recent years, Brazil has been discussed as an emergent or booming economy. São Paulo plays a c... more In recent years, Brazil has been discussed as an emergent or booming economy. São Paulo plays a central role in these development narratives, being presented as the country’s economic powerhouse and an island of modernity within Brazil and Latin America. Policies aiming to consolidate São Paulo’s global or world city-ness deepen inequalities and exclusions. Nevertheless, these policies are confronted with visual intervention practices in public spaces that do not fit modern Euro-American business capital imaginaries and standards. Pixação is a typical style of graffiti found in Brazilian cities, originally practiced by youth in São Paulo in the 1980s. Though the signatures, spread across Brazilian cities’ façades, generally do not contain any explicit political content, we discuss pixação as an everyday practice of resistance in the context of spatial segregation and the repressive policing of public space. Furthermore, we refer to recent cases of pixadores getting involved in broader social struggles, making their techniques and knowledge prolific instruments for social movements. Finally, we show that practitioners in European cities have recently adopted these techniques. Thus, we argue that the multidirectional knowledge exchange claimed by post-colonial urban theory is being practiced in the field of visual interventions in public space.

No presente artigo discutimos o pixo como uma das tantas manifestações da cultura popular brasile... more No presente artigo discutimos o pixo como uma das tantas manifestações da cultura popular brasileira no contexto especifico urbano do séculos XX e XXI. Assim, é importante referir que somos nós quem atribuímos ao pixo tal significado, pois este pode ser (e é) percebido e chamado de muitas outras maneiras. O fato de usarmos essa denominação como categoria analítica para apontarmos certos aspectos de nosso problema de pesquisa, não significa dizer que somos porta-vozes de todos os praticantes da pixação. Exatamente o contrário: a presente análise é apenas uma das tantas possíveis abordagens desse fenômeno.
In this article we discuss pixação as one of the many manifestations of
Brazilian popular culture in the specific context of the metropolis at
the passage from the 20th to the 21st century. Conceptualizing pixo as
popular culture we call in mind some aspects of the criminalization of
some expressions of popular culture in the early 20th century. In the
following sections we develop a historical outline of the criminalization
of pixação in the context of media, political and criminological
discourse. This work is result of a partial analysis of the interbreeding
of our field research on pixação in the city of São Paulo during the
years 2013-2015. Its theoretical background lies in critical and cultural
criminology, as well as in critical urban geography. By combining
ethnographic research, with semi-structured interviews and media
material, we seek to conduct a critical reflection of the process of
criminalization of pixação since the mid-1980s.
This paper explores the hypothesis that the process of rupture in Brazilian graffiti writer’s s... more This paper explores the hypothesis that the process of rupture in Brazilian graffiti writer’s subculture resulting in different groups - pichadores, pixadores and grafiteiros - took place in two different, though complementary, stages. The first stage is the commodification of graffiti by successive media campaigns and its penal control by the state. The second stage - which may be considered as a side effect of the first one - consists of the emergence of a new transgressive pixação movement. Instead of merely writing or tagging their signatures and messages on the walls of the city, they claim the freedom of usage of the urban space and contest the importance that property has in the late modernity context.

Enquanto o controle penal é sinônimo de imposição da ordem e de sofrimento, arte e a cultura popu... more Enquanto o controle penal é sinônimo de imposição da ordem e de sofrimento, arte e a cultura popular, de modo diverso, vêm justamente para desordenar, provocar, desestabilizar e transgredir. Para François Ost, jurista e filósofo belga, o trabalho da arte é então, o de questionar as convenções, por em dúvida as certezas, desobstruir o espaço e liberar o tempo das utopias criadoras. Já o direito codifica a realidade e a institui por uma rede de qualificações convencionadas, a encerra num sistema de obrigações e interdições. Particularmente, em matéria de arte de rua, o Brasil é provavelmente o único país do mundo que diferencia a pichação do grafite, havendo inclusive uma lei penal (9605/98) que criminaliza um e considera o outro arte. Fazendo-se uma breve cronologia da pichação e do grafite no Brasil, observa-se que, até o fim da década de 60, praticamente a maioria das intervenções urbanas eram conhecidas como pichações e possuíam um conteúdo essencialmente político contra a ditadura militar da época. Embora até hoje os limites que separam o grafite da pichação e da "pixação" (estilo único da cidade de São Paulo) não sejam nítidos, é a partir do fim dos anos 70 e início dos 80 que o grafite passa a se estabelecer como um estilo diferenciado da pichação, em razão da influência do grafite nova-iorquino apresentado por pioneiros do grafite brasileiro como por exemplo, Alex Vallauri. Àquela época, os grafiteiros nova-iorquinos usavam os trens como uma espécie de galeria irreverente de arte: pública, aberta, em movimento e com a finalidade de reclamar o direito à cidade como uma importante e necessária parte de suas vivências socioculturais. Como o grafite literalmente 'circulava' pela cidade e representava muito mais do que a voz isolada de alguns, não tardou para chamar a atenção da mídia e da prefeitura de Nova York que interpretaram o movimento como perigoso e subversivo à ordem. O grafite passa então a representar para a mídia, público e autoridades um ato vandalismo. Era o começo da 'Guerra ao Grafite" e é nesse contexto pejorativo que o grafite chega ao Brasil. Segundo Paulo Knauss é muito provável que as primeiras reportagens brasileiras sobre grafite tenham sido sobre as campanhas contra o grafite em Nova York (Graffiti Wars). No entanto, segundo o historiador, o termo não era grafite, mas sim pichação: o rótulo da pichação serviu assim para homogeneizar um campo de manifestações diversas e muito variadas em seus sentidos e soluções formais. Essa confusão homogeneizadora fez com que o grafite filiado aos 'tags' nova-iorquinos não se autonomizasse como expressão urbana no Brasil, na virada da década de 1970 para a de 1980. O resultado desse processo de desqualificação e homogeneização do grafite e da pichação no Brasil até o início da década de 90, associado à imagem de vandalismo, foi sua neutralização e enfraquecimento como expressão urbana artística e política. Além disso, outra poderosa alegoria passa ser vinculada ao grafite e principalmente à pichação: a poluição visual. Até 1998, o grafite e a pixação eram punidos como crime de dano (art. 163, CP). A partir de 1998 a lei 9605/98 é modificada e passa a criminalizar indistintamente as ações de grafitar, pichar e conspurcar (sujar, manchar). A imagética da poluição visual urbana é um dos fatores essenciais para a
A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de …, 2006
Talks by Paula Gil Larruscahim

A constituição da pixação paulistana como um commoning, se da pela sua potência conflitiva de des... more A constituição da pixação paulistana como um commoning, se da pela sua potência conflitiva de desafiar e questionar os limites do público e do privado. Esse desafio acontece tanto pela ocupação de superfícies urbanas, como de instituições de ensino, artísticas e monumentos públcos.
A pixação é uma organização social complexa, que detém um saber revelar a falibilidade dos sistemas de segurança e controle que incidem no meio urbano. É uma tecnologia de subversão, aprendida pela prática e partilhada por todos nas conversas dos points (pontos de encontro dos pixadores), onde revelam suas proezas para seus iguais. É um sistema de comunicação autônomo que satura a rede com a exposição de uma marca. E a criação do público, que interage com a obra no reconhecimento de seus autores, e os retira da invisibilidade que vivenciam cotidianamente.
“Não é a pixação uma forma de resistência (de re/existência) ao poder como pensam os marxistas e militantes da esquerda tradicional. Ela é uma micropolítica do cotidiano, uma fenda existencial, uma disputa decalcada na lógica das subjetivações. A pixação é uma ginástica política e ética.” (trecho do livro – O Sujeito Pixador – Daniel Mitman).
Uploads
Papers by Paula Gil Larruscahim
In this article we discuss pixação as one of the many manifestations of
Brazilian popular culture in the specific context of the metropolis at
the passage from the 20th to the 21st century. Conceptualizing pixo as
popular culture we call in mind some aspects of the criminalization of
some expressions of popular culture in the early 20th century. In the
following sections we develop a historical outline of the criminalization
of pixação in the context of media, political and criminological
discourse. This work is result of a partial analysis of the interbreeding
of our field research on pixação in the city of São Paulo during the
years 2013-2015. Its theoretical background lies in critical and cultural
criminology, as well as in critical urban geography. By combining
ethnographic research, with semi-structured interviews and media
material, we seek to conduct a critical reflection of the process of
criminalization of pixação since the mid-1980s.
Talks by Paula Gil Larruscahim
A pixação é uma organização social complexa, que detém um saber revelar a falibilidade dos sistemas de segurança e controle que incidem no meio urbano. É uma tecnologia de subversão, aprendida pela prática e partilhada por todos nas conversas dos points (pontos de encontro dos pixadores), onde revelam suas proezas para seus iguais. É um sistema de comunicação autônomo que satura a rede com a exposição de uma marca. E a criação do público, que interage com a obra no reconhecimento de seus autores, e os retira da invisibilidade que vivenciam cotidianamente.
“Não é a pixação uma forma de resistência (de re/existência) ao poder como pensam os marxistas e militantes da esquerda tradicional. Ela é uma micropolítica do cotidiano, uma fenda existencial, uma disputa decalcada na lógica das subjetivações. A pixação é uma ginástica política e ética.” (trecho do livro – O Sujeito Pixador – Daniel Mitman).
In this article we discuss pixação as one of the many manifestations of
Brazilian popular culture in the specific context of the metropolis at
the passage from the 20th to the 21st century. Conceptualizing pixo as
popular culture we call in mind some aspects of the criminalization of
some expressions of popular culture in the early 20th century. In the
following sections we develop a historical outline of the criminalization
of pixação in the context of media, political and criminological
discourse. This work is result of a partial analysis of the interbreeding
of our field research on pixação in the city of São Paulo during the
years 2013-2015. Its theoretical background lies in critical and cultural
criminology, as well as in critical urban geography. By combining
ethnographic research, with semi-structured interviews and media
material, we seek to conduct a critical reflection of the process of
criminalization of pixação since the mid-1980s.
A pixação é uma organização social complexa, que detém um saber revelar a falibilidade dos sistemas de segurança e controle que incidem no meio urbano. É uma tecnologia de subversão, aprendida pela prática e partilhada por todos nas conversas dos points (pontos de encontro dos pixadores), onde revelam suas proezas para seus iguais. É um sistema de comunicação autônomo que satura a rede com a exposição de uma marca. E a criação do público, que interage com a obra no reconhecimento de seus autores, e os retira da invisibilidade que vivenciam cotidianamente.
“Não é a pixação uma forma de resistência (de re/existência) ao poder como pensam os marxistas e militantes da esquerda tradicional. Ela é uma micropolítica do cotidiano, uma fenda existencial, uma disputa decalcada na lógica das subjetivações. A pixação é uma ginástica política e ética.” (trecho do livro – O Sujeito Pixador – Daniel Mitman).