Papers by Naira Nascimento
Via Atlântica, 2015
A aproximação entre a escrita do consagrado autor moçambicano Mia Couto (1955- ) e a do brasileir... more A aproximação entre a escrita do consagrado autor moçambicano Mia Couto (1955- ) e a do brasileiro Guimarães Rosa (1908-1967), já mereceu a consideração de numerosos estudos críticos. O presente artigo volta-se para a produção romanesca de ambos, procurando evidenciar uma outra questão, em geral relegada pela crítica que aborda a interação entre eles: a figura do mediador. Objetiva-se averiguar de que forma a inserção de uma figura mediadora no plano literário, localizada entre as culturas tradicionais rurais e as culturas letradas urbanas, tenta colmatar problemas da tradução linguística, da verossimilhança ficcional no contexto dessas obras e, ainda assim, perspectiva uma espécie de alter-ego narrativo.

Revista do Centro de Estudos Portugueses, 2019
Resumo: Enquadrado no bojo da produção identificada como “literatura dos retornados”, o interesse... more Resumo: Enquadrado no bojo da produção identificada como “literatura dos retornados”, o interesse principal de Ana de Amsterdam (2016a), de Ana Cássia Rebelo, não recai nas imagens traumáticas do retorno ou na violência praticada entre colonizadores e colonizados, como é recorrente no gênero. De forma até sintomática, as lembranças de África são esporádicas na menina de cinco anos que deixou Moçambique junto à família. Em seu lugar, a exuberância de uma Índia portuguesa sonhada e projetada por ela ocupam as lacunas de um presente insatisfatório, dividido entre a criação dos três filhos de um casamento em crise e o emprego burocrático desempenhado numa Lisboa pouco atrativa. Em ambos, tanto na Goa portuguesa como no trajeto para o trabalho, despontam narrativas de mulheres que constituem a síntese entre o diário íntimo de Ana e a escrita testemunhal da diáspora. Numa primeira parte do estudo, recupera-se a gênese do romance no formato do blog assinado pela autora, evidenciando a “esc...
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons... more All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas Iniciales
Navegações, Jan 31, 2018
Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob for... more Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons-Atribuição 4.
REVISTA DE LETRAS - JUÇARA
Por meio da análise à épica de Rocha Pombo, A Guairá (1891), revisitamos a tradição do indianismo... more Por meio da análise à épica de Rocha Pombo, A Guairá (1891), revisitamos a tradição do indianismo brasileiro. Partindo de uma bifurcação no primeiro romantismo, através das representações de Gonçalves Dias e de José de Alencar, verifica-se como a temática indianista foi se organizando tendo em vista as demandas históricas do contexto finissecular. Entendida como parte de um projeto geracional e também afim ao ideário público de seu autor, propomos uma releitura baseada nos seguintes tópicos: o estatuto do ameríndio ao final do século XIX, o anti-lusitanismo republicano, o impacto das ondas migratórias e o pan-americanismo, enquanto questões históricas que atualizam o gênero na transição secular.
Revista Criação & Crítica
Por meio da análise de dois romances de José Eduardo Agualusa, O ano em que Zumbi tomou o Rio (20... more Por meio da análise de dois romances de José Eduardo Agualusa, O ano em que Zumbi tomou o Rio (2002) e de A rainha Ginga (2014), publicado no Brasil em 2015, pretende-se estudar a centralidade que as culturas de Língua Portuguesa exercem em sua produção desde 1997. No caso dos dois romances, o protagonismo é emprestado a duas personagens históricas de culturas de origem africana, Zumbi e Ginga, que compõem um intrincado tabuleiro de identidades na triangulação lusófona desenhada pelo Oceano Atlântico. A reflexão sobre língua, poesia e tradução constituem, contudo, a tônica nunca ausente dos romances e contos desse prosador angolano.

Acta Scientiarum. Language and Culture
Publicadas em volume somente em 1845, as Cartas chilenas circularam por meio de versões manuscri... more Publicadas em volume somente em 1845, as Cartas chilenas circularam por meio de versões manuscritas em 1789, meses antes do episódio da Conjuração Mineira, que levaria Tomás Antônio Gonzaga primeiro à prisão e, anos depois, ao degredo em Moçambique. As Cartas Marruecas saíram no mesmo ano de 1789, ainda incompletas, no Correo de Madri, já postumamente, tendo seu autor, José de Cadalso, falecido durante o serviço militar em consequência de um bombardeio britânico no sul do seu país, em 1782. Ambos os textos participam de uma linhagem literária epistolar disseminada durante o século XVIII conhecida também como as Cartas pseudo-orientalizantes, que tem seu principal marco nas Cartas Persas, de Montesquieu. O artigo, seguindo o curso das leituras de ordem histórica atribuídas aos dois textos, procura perceber que, apesar da inspiração iluminista, tanto Cadalso como Gonzaga cederam às implicações socioculturais vivenciadas no espaço ibérico em finais do Antigo Regime.
Revista Letras, 2014
A jangada e a nau destacam-se como imagens privilegiadas tanto por José Saramago (A jangada de p... more A jangada e a nau destacam-se como imagens privilegiadas tanto por José Saramago (A jangada de pedra) como por Eduardo Lourenço (A nau de Ícaro) enquanto metáforas de leitura da nação portuguesa. Esse artigo procura evidenciar o diálogo estabelecido entre a produção ficcional de José Saramago, centrada nesse caso sobretudo no romance A viagem do elefante (2008), e a ensaística de Eduardo Lourenço, presentes em O labirinto da saudade (1983), Nós e a Europa ou as duas razões (1988) e A nau de Ícaro (1999). Numa escrita marcada pelo veio crítico mas também pelo acento lírico, Eduardo Lourenço buscou dimensionar em numerosos estudos o lugar de Portugal e dos portugueses no mundo após a aventura marítima de mais de cinco séculos. Empresa semelhante foi testada por José Saramago, não sem alguma resistência por parte de seus compatriotas.
História Questões & Debates, 2012

Muitas Vozes, 2012
Resumo: É objetivo do estudo refl etir sobre alguns aspectos da recepção da literatura africana d... more Resumo: É objetivo do estudo refl etir sobre alguns aspectos da recepção da literatura africana de expressão portuguesa, em especial no Brasil, e sobre algumas das suas condições da produção literária nos respectivos países, tendo como ponto de partida a representação da diáspora africana no romance Tiara (1999), da angolana naturalizada guineense Filomena Embaló. O artigo divide-se em três partes. A primeira contempla a análise do romance, pontuando a construção do enredo e de alguns personagens; a segunda investiga a inserção desse título na produção africana de língua portuguesa e tece considerações a respeito do mercado editorial nos principais centros urbanos lusófonos na África; enquanto a terceira parte levanta algumas hipóteses interpretativas para as variantes recepcionais, a partir de uma breve incursão pela produção romanesca dos dois autores em maior evidência no mercado editorial brasileiro:
RUA, 2016
Este artigo pretende discutir as relações entre corpo, cidade e sexualidade (SANTAELLA, 2004; HIS... more Este artigo pretende discutir as relações entre corpo, cidade e sexualidade (SANTAELLA, 2004; HISSA & NOGUEIRA, 2013), a partir das interferências da travesti Gilda, em Curitiba, nas décadas de 70 e 80, e que, por sua vez, deram origem a vários movimentos artísticos, na música, no teatro e no cinema. Para subsidiar as interpretações em relação à Modernidade, PósModernidade e cidade, enquanto espaço-tempo do trânsito dos corpos, foram emprestadas as reflexões de Baudelaire, Benjamin, Canclini e Sarlo.
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