Papers by Maria Helena Raimundo

As religiões afro-brasileiras, que nasceram no Brasil a partir de africanos escravizados ou que e... more As religiões afro-brasileiras, que nasceram no Brasil a partir de africanos escravizados ou que estão ligadas, de alguma forma, às culturas africanas, são recorrentemente violentadas por brasileiros de diversas outras denominações religiosas, principalmente as cristãs, e também pelo poder público que, na maioria das vezes, não toma medidas protetivas que assegurem a liberdade de expressão religiosa. Os últimos 20 anos assistiram ao aumento dessa violência. O ódio religioso tem sido recorrente, explícito e cada vez mais afrontoso. O objetivo deste texto é, a partir de uma perspectiva histórica, compreender a violência religiosa contra a Umbanda e o Candomblé como uma faceta do racismo que demoniza, persegue e, no limite, promove o extermínio da população e da consciência negra. Utilizamos como metodologia a História oral analisando as memórias e os discursos construídos pela oralidade que marcam a religiosidade por meio de entrevistas, orações, pontos cantados, em confronto com discursos e episódios onde o ódio e o conflito se evidenciam (matérias de jornais, assassinatos atribuídos a pais de santos), entendemos que Uberlândia, embora permeada do ideal da cidade Maravilha, é um lugar onde o conflito racial se evidencia de forma velada e que esconde entre suas dobras, não só um grande contingente de população negra organizada, mas também o racismo e os conflitos inerente a sua existência.
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