Papers by Marcia Alvarenga
Parametros curriculares nacionais: o que dizem os professores?

Revista Interinstitucional Artes de Educar
Dossiê 50 anos da Pedagogia do Oprimido: Movimentos de opressões e emancipações contemporâneas na... more Dossiê 50 anos da Pedagogia do Oprimido: Movimentos de opressões e emancipações contemporâneas na América Latina e Áfricauma apresentação Escrever sobre a apresentação dos artigos reunidos para a edição deste dossiê especial da Revista Interinstitucional Artes de Educar constituiu um desafio instigante. Sobretudo pelo convite sempre aberto, que as obras de Paulo Freire nos oferecem para pensar em ação sobre a educação na América Latina e no Brasil, em particular, sobre as ressonâncias das vozes da Nossa América que, na escrita de Freire em "Pedagogia do Oprimido", atualiza e sela nosso compromisso com uma educação democrática, crítica e libertadora. Sabemos ser ambicioso escrever uma apresentação sobre como cada autora e autor, nos artigos que compõem este Dossiê, foi tocada e tocado ao ler Pedagogia do Oprimido. Especialmente, por rememorarmos uma obra seminal que, em cinco décadas, se mantém convidativa para novas leitoras e novos leitores, objeto de análise de pesquisadoras e pesquisadores com incursões de mais longa duração no campo da educação, na perspectiva da Educação Popular e dos movimentos sociais contemporâneos. Pois, então, o contato com os artigos reunidos convida as organizadoras a partir de um
Entre Árvores e Sabiás, Memórias De Paulo Freire - Conversa Com Carlos Rodrigues Brandão

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS: disputas de sentidos e cartografia da ação
Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, 2016
O artigo propoe realizar dois movimentos que enlacam a problematica da formacao de educadores de ... more O artigo propoe realizar dois movimentos que enlacam a problematica da formacao de educadores de jovens e adultos, no contexto do modelo do Estado Democratico de Direito, nos quais se organizam as bases normativas que dao novo relevo ao estatuto da Educacao de Jovens e Adultos (EJA). O primeiro movimento refle a disputa de sentidos sobre a formacao de educadores da EJA, a partir de um breve inventario bibliografico e documental que mobilizam tanto organismos internacionais, quanto a sociedade civil, com vistas a elaboracao dos Planos Nacionais de Educacao de 2001 e 2014. Destacamos que, nessa arena de disputas, tambem se inscrevem pesquisadores da EJA e sujeitos de movimentos sociais em defesa da EJA. O segundo movimento apresenta o levantamento de acoes organizadas de educadores da EJA que disputam os sentidos de sua formacao. Para tanto, recorre-se as contribuicoes metodologicas delineadas por Ribeiro (2011, 2009), ao cartografar projetos desenvolvidos por educadores de jovens e...
O Ensino Do Inglês Na Base Nacional Comum Curricular: Embates Entre Língua Franca e Língua De Fronteira

A Educação de Jovens Adultos no PNE 2014-2024: entre os ajustes econômicos e os direitos sociais na atual conjuntura de crises no Brasil
Educação e Cultura Contemporânea
Tendo por base pesquisa bibliografica e documental de carater normativo sobre politicas para a Ed... more Tendo por base pesquisa bibliografica e documental de carater normativo sobre politicas para a Educacao de Jovens e Adultos (EJA), o artigo examina os limites e possibilidades das metas do Plano Nacional de Educacao 2014-2024 (Lei 13005/2014) para esta modalidade que, sob a insignia do regime de colaboracao, busca operacionalizar estrategias para a exigibilidade do direito a educacao com vistas ao enfrentamento das desigualdades sociais. Aponta que, a despeito de o modelo de Estado Democratico de Direito ter emergido da Constituicao Federal de 1988, o direito a educacao de jovens e adultos tem historicamente refletido movimentos ora de expansao, ora de contracao em relacao a sua oferta em conjunturas de crises politica e economica. Analisa, na perspectiva metodologica do materialismo historico-dialetico, que as metas do atual PNE para as politicas de EJA ja estao sendo afetadas pela crise recente do capitalismo, acrescido pela crise pela disputa do poder politico revelada, de forma mais aguda, apos as eleicoes presidenciais em 2014, pondo em duvida a consolidacao do direito a educacao de jovens e adultos. Conclui que as metas 8, 9 e 10 do Plano Nacional de Educacao nao podem ser analisadas separadamente, pois fazem parte da dinâmica de relacoes sociais que as inter-relacionam ao economico, ao politico e ao social que nos parece fundamental para analisarmos as garantias relacionadas ao direito a educacao para jovens e adultos trabalhadores com baixo perfil de escolarizacao em conjuntura de ataque aos direitos sociais em seu conjunto. Palavras-chave: Plano Nacional de Educacao; Educacao de Jovens e Adultos; Direito a Educacao

Jornal de Políticas Educacionais
Produzido no contexto dos 10 anos de implantação da Política de Cotas para acesso aos cursos de g... more Produzido no contexto dos 10 anos de implantação da Política de Cotas para acesso aos cursos de graduação nas universidades estaduais do estado do Rio de Janeiro e nos 30 anos de promulgação da Constituição Brasileira, em 1988, o objetivo do artigo é analisar a inter-relação entre a modalidade da EJA e Política de Cotas na FFP/UERJ, tendo como recorte estudantes cotistas que ingressaram na UERJ no ano de 2016. A metodologia da pesquisa teve como ponto de partida dados colhidos em fontes institucionais através de sínteses cadastrais dos sistemas da universidade e questionário semiestruturados dirigidos para cotistas egressos da EJA. Os resultados da pesquisa indicam serem reduzidos os estudantes egressos da EJA que acessam a universidade pelo sistema de cotas, o que nos faz interpelar, dialeticamente, sobre os desafios enfrentados pelos dos estudantes egressos da EJA e a potência das cotas para a democratização da universidade.

Revista Trabalho Necessário
No presente artigo problematizamos a forma ―sujeito de direito como ―objeto de sentido que recobr... more No presente artigo problematizamos a forma ―sujeito de direito como ―objeto de sentido que recobre as metas do Plano Nacional de Educação (PNE/2014) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), tendo por principal objetivo explicitar a forma sujeito de direito como forma jurídica do capitalismo. Ao tomar o delineamento metodológico de Bakhtin, o fazemos a partir de um corpus documental enunciativo de sentidos que recobrem a forma sujeito de direito. Ancoradas em referencial crítico, analisamos a forma sujeito de direito que se encontra aberta a contrapontos, pois interpela a igualdade entre sujeitos e expõe uma ruptura epistemológica sobre a forma sujeito de direito que deve ser analisada para fora deste signo ideológico. Concluímos que o direito à educação, como direito público subjetivo, embora não se refira imediatamente à relação social de valor de troca, assume essa forma jurídica quando apreendidas nas metas do PNE para a educação de jovens e adultos, na modalidade EJA e Ensino ...

Olhares: Revista do Departamento de Educação da Unifesp
O artigo intenciona um diálogo com o campo da Formação de Professores, em especial, com as políti... more O artigo intenciona um diálogo com o campo da Formação de Professores, em especial, com as políticas de formação de Professoras das infâncias e de jovens e adultos em periferias urbanas. Apresentamos recortes de uma pesquisa que investigou a formação de professoras egressas do Instituto de Educação Clélia Nanci, em São Gonçalo/RJ, visando conhecer e compreender suas concepções sobre seus processos formativos. O artigo convida à reflexão sobre processos formativos docentes nos quais a escala do lugar, o território material e simbólico, é tomada como um campo de forças que intensifica e interpela os modos objetivos e subjetivos de processos formativos de professores no âmbito da infância e da educação escolar de jovens e adultos. Palavras-chave: Processos formativos de professoras; Políticas de Formação de Professores; Educação das infâncias e de jovens e adultos

Inter-relações entre Educação Popular e Movimentos Sociais na mobilização de inéditos viáveis no Complexo da Maré/RJ
Revista de Ciências da Educação
O artigo tem como objetivo analisar a inter-relação entre Educação Popular e movimento sociais, e... more O artigo tem como objetivo analisar a inter-relação entre Educação Popular e movimento sociais, entremeada pela dialética formulada por Paulo Freire entre “situação-limite” e “inédito viável”, tendo como recorte empírico territorial o Complexo da Maré, no Estado do Rio de Janeiro. Metodologicamente, dedica-se atenção às fontes impressas e virtuais produzidas e apropriadas pelos movimentos em redes da Maré, consideradas na pesquisa como instrumentos de mobilização que articulam ações inspiradas em matrizes político-pedagógicas da Educação Popular. Conclui-se que essa inter-relação constitui, em si, inéditos viáveis para superação das situações-limite vividas pelos moradores no cotidiano da produção social do território. Palavras-chave: Educação Popular. Complexo da Maré. Inéditos viáveis. Inter-relationships between Popular Education and social movements in the mobilization of rapid inedies in the Maré Complex/RJ The article aims to analyze the interrelation between Popular Education...

Boletim de Geografia
O artigo é fruto de pesquisa que teve por objetivo analisar possíveis impactos de uma política pú... more O artigo é fruto de pesquisa que teve por objetivo analisar possíveis impactos de uma política pública dirigida à população jovem, o ProJovem Urbano (PJU), com vistas à sua inserção nas relações de trabalho no recorte do território estudado. A abordagem metodológica da pesquisa envolveu a elaboração de uma cartografia sobre as demandas de setores empresariais, tendo como fontes de pesquisa anúncios de jornal de circulação regional sobre oferta de empregos com ênfase na população etária do PJU. As análises consideraram espaços de ocorrência, de concentração e de perfil da atividade produtiva, que contemplaram os objetivos da política pública em referência. Concluímos o artigo argumentando que o caso do PJU reflete e refrata nexos entre escolarização e formação para o trabalho subalterno, tendo este Programa limites para promover educação e formação profissional capaz de romper a lógica estrutural da subordinação e precarização do trabalho de jovens que vivem em periferias urbanas.
Perspectivas Em Politicas Publicas, 2008
Neste artigo, buscamos problematizar as relações que envolvem poder local e movimentos sociais e ... more Neste artigo, buscamos problematizar as relações que envolvem poder local e movimentos sociais e suas repercussões na democratização e gestão das políticas públicas educacionais. Interrogamos em que medida o paradigma da democracia representativa seguido pelos espaços participativos institucionalizados, em particular os Conselhos Municipais de Educação, tem criado novas condições à construção e concretização de políticas públicas educacionais. Tendo como campo empírico de nossas investigações um município localizado no leste metropolitano do Rio de Janeiro, analisamos alguns limites e desafios que afetam a dinâmica da participação institucionalizada, os conflitos e sentidos em disputa na implementação das políticas educacionais que assegurem o direito à educação das classes populares.

Revista Teias, Apr 25, 2012
Neste artigo compartilhamos uma experiência que vimos ressignificando no espaço da Faculdade de F... more Neste artigo compartilhamos uma experiência que vimos ressignificando no espaço da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, a partir de registros escritos no que denominamos de Cadernos de Formação. Propostos como atividade teórico/prática para turmas de Pedagogia, do ponto de vista político-epistemológico, consideramos que através dos "cadernos" são possíveis outras narrativas de formação nos permitindo considerar contribuições destes para um currículo praticado na formação de professores e professoras. Os cadernos como suportes de produção de conhecimento trabalham com a concepção freireana de que toda formação é projeto e utopia, buscando uma formação que possibilite aos professores/as realizarem diferentes dimensões d a docência. Palavras-chave: Cadernos de Formação; currículo praticado; formação de professores. Nas últimas décadas, inúmeros têm sido os debates e reflexões no campo da formação de professores. Podemos dizer que esses debates vêm expressando uma profunda e tensa disputa na tentativa de responder às perguntas seminais sobre "o que é formar", "por que formar", "como deve ser essa formação", "como organizar o currículo" nos cursos de formação de professores, dentre outras questões. Sem dúvida, vimos acompanhando que entidades nacionais brasileiras como a Associação Nacional de Formação de Professores (Anfope), Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), Ministério da Educação (MEC) e as internacionais como o Banco Mundial expressam divergências profundas, tanto em nível político, como epistemológico, por exemplo, disputando e tentando imprimir suas visões de mundo às políticas de formação de professores no país. No sentido de compreendermos essas relações vale recuperar a contribuição de Marilena Chauí que, em artigo publicado no início da década de 1980, apontava para a complexidade político-ideológica das concepções em disputa sobre/no campo da formação de professores, sendo Maria Tereza Goudard Tavares. Professora da graduação e do mestrado em Educação Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores e Procientista da UERJ.

Education Policy Analysis Archives, Jun 30, 2014
Linguagens e Experiência em Educação de Jovens e Adultos Resumo: O alargamento de horizontes da p... more Linguagens e Experiência em Educação de Jovens e Adultos Resumo: O alargamento de horizontes da produção do conhecimento nas ciências sociais e humanas tem provocado muitos deslocamentos sobre a linguagem tanto como fonte quanto forma de comunicação de pesquisas. No campo da Educação de Jovens e Adultos, a esfera da linguagem verbal tem sido predominante como fonte de pesquisa, sobretudo no que diz respeito à dualidade entre oralidade e escrita que tensiona processos e aprendizagens na alfabetização e ensino da língua. Com base em atividades realizadas junto a estudantes jovens e adultos em escola pública de periferia urbana, no estado do Rio de Janeiro, interrogamos e analisamos possibilidades recíprocas entre linguagem verbal e linguagem imagética mobilizadas pelas experiências de jovens e adultos na produção de sentidos e aprendizagens em contexto escolar. Palavras-chave: linguagens; experiência; educação de jovens e adultos Languages and Experience in Education of Youth and Adults aape epaa Linguagens e Experiência em EJA DOSSIE EJA II 2 Languages and experiences in Youth and Adult Education Abstract: The expanding horizons of knowledge production in the social and human sciences have caused many shifts on language as a source and as a form of communication of scientific research. In the field of Education for Youth and Adults, the area of oral language has been dominant as a source of research, particularly with respect to the duality between orality and literacy and learning processes in literacy and language. Based on the activities carried out with young people and adult learners in public school in the urban periphery, in the state of Rio de Janeiro, we interrogate and analyze the possibilities of exchange between oral language and language dual images mobilized by the experiences of youth and adults in the production of meaning and learning in the school context.
Polis (Santiago), 2015
Buen vivir : ¿alternativa postcapitalista? Embates entre paradigmas de políticas para a educação ... more Buen vivir : ¿alternativa postcapitalista? Embates entre paradigmas de políticas para a educação em espaços rurais no Brasil contemporâneo Los enfrentamientos entre paradigmas de política para la educación en los espacios rurales del Brasil contemporáneo Clashes between paradigms on policies for education in rural areas in contemporary Brazil

Revista SOLETRAS, 2014
Resumo: Neste artigo buscamos contribuir para a problematização do direito à educação de jovens e... more Resumo: Neste artigo buscamos contribuir para a problematização do direito à educação de jovens e adultos trabalhadores, tomando como tensão repercussões e rebatimentos políticos e sociais que perpassam processos de leitura e escrita em contexto escolar. A abordagem teórica do artigo está ancorada no enlace entre linguagem oral e escrita como problema de hegemonia político-cultural e, em última instância, como questão de ideologia. Apoiando-nos no diálogo com Antonio Gramsci, Mikhail Bakhtin e Paulo Freire, o artigo teve sua possibilidade material de escrita desenvolvida a partir de atividades de produção textual de jovens e adultos e em entrevistas realizadas junto a professoras que atuam nesta modalidade de ensino em uma escola pública de periferia urbana, no estado do Rio de Janeiro. Palavras-chave: Linguagens. Educação de Jovens e Adultos. Hegemonia político-cultural. Na pesquisa realizada, o ato de compreender as mediações realizadas pelos professores e professoras tem ganhado maior amplitude e densidade diante de perguntas: formar leitores ou escritores da língua? Ou, considerando ser leitura e escrita processos distintos, mas não excludentes, como superar as dificuldades de alfabetizar jovens e adultos na perspectiva de formar leitores e escritores da língua? A polêmica fomentada pelos diversos veículos de comunicação sobre o livro didático Por uma vida melhor (RAMOS, 2011), ganhou repercussão em nossas reflexões e estudos sobre as questões anteriormente destacadas. O referido livro voltado para a educação de jovens e adultos, em seu primeiro capítulo, "Escrever é diferente de falar" apresenta exemplos sobre variedades linguísticas 3 , tendo sido este tema tratado de forma descontextualizada pelos mesmos veículos, ao sentenciarem que o livro "ensinava errado" a língua portuguesa. A magnitude do destaque dado pela imprensa levou diferentes vozes de entidades e associações acadêmicas, escritores e profissionais da linguagem a se posicionarem 1 Professora Associada e Procientista da UERJ. Atua na graduação e no Mestrado em Educação Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores da UERJ.
Interagir: pensando a extensão, 2011
Portuguese
Education Policy Analysis Archives, 2014
O alargamento de horizontes da produção do conhecimento nas ciências sociais e humanas tem provoc... more O alargamento de horizontes da produção do conhecimento nas ciências sociais e humanas tem provocado muitos deslocamentos sobre a linguagem tanto como fonte quanto forma de comunicação de pesquisas. No campo da Educação de Jovens e Adultos, a esfera da linguagem verbal tem sido predominante como fonte de pesquisa, sobretudo no que diz respeito à dualidade entre oralidade e escrita que tensiona processos e aprendizagens na alfabetização e ensino da língua. Com base em atividades realizadas junto a estudantes jovens e adultos em escola pública de periferia urbana, no estado do Rio de Janeiro, interrogamos e analisamos possibilidades recíprocas entre linguagem verbal e linguagem imagética mobilizadas pelas experiências de jovens e adultos na produção de sentidos e aprendizagens em contexto escolar.

REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 2000
Marcia Soares de Alvarenga 1 UERJ RESUMO: No Brasil, as iniciativas que envolvem as políticas gov... more Marcia Soares de Alvarenga 1 UERJ RESUMO: No Brasil, as iniciativas que envolvem as políticas governamentais de alfabetização de jovens e adultos parecem confirmar, cada vez mais, a inexorável existência de sua conexão com os modelos políticos e econômicos que foram e continuam sendo desenvolvidos no país, condicionando a questão da cidadania aos marcos ideológicos determinados por estes modelos. As políticas governamentais de alfabetização, destinadas aos jovens e adultos excluídos do processo de escolarização, são instruídas como "missões civilizatórias" que, transformadas em "campanhas", "cruzadas" ou "movimentos", tentam promover a erradicação da diferença entre a barbárie e a civilização; entre a não-cidadania e a cidadania, conduzindo, pelo estandarte da alfabetização, a mensagem ideológica que atribui à ausência, à falta da leitura e da escrita a raiz fundante de tais diferenças. A perspectiva de análise, adotada neste trabalho, assume como tarefa definir como a categoria cidadania vem sendo construída nas políticas oficiais de alfabetização de jovens e adultos, marcando-a com concepções e referenciais próprios do pensamento das classes hegemônicas no Brasil, produzindo a "ideologia do analfabetismo".
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