Papers by Manuela Alves de lima

Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations, 2012
This paper assesses how China’s rise as a global power has affected Latin America, in general, an... more This paper assesses how China’s rise as a global power has affected Latin America, in general, and Brazil, in particular. If the global economy will increasingly be Asian-centered and Sino-centered in the decades to come, we must ask which role will be reserved for Latin American countries. We argue that, despite the intentions of a re-orientation in its growth model, the response of the Chinese policymakers to the international financial crisis has reinforced, at least in the short and medium terms, the dependence on exports and investments. Considering the sluggish recovery in advanced economies, that strategy is likely to amplify Chinese pressures to access dynamic domestic markets in emerging countries. In this context, Latin America represents not only a source of natural resources but an increasingly important market for absorbing the Chinese manufactured products. As a consequence, countries such as Brazil, with more diversified production and international trade structures, ...

Introdução Na primeira década do século XXI a China consolidou sua posição de potência econômica ... more Introdução Na primeira década do século XXI a China consolidou sua posição de potência econômica global, com capacidade de projetar sua influência nas mais distintas formas. Os relatórios semestrais do Fundo Monetário Internacional 5 e de outros órgãos multilaterais e centros de pesquisa já vinham revelando que o crescimento chinês, junto com a expansão estadunidense, estava explicando mais da metade do ritmo de elevação da renda mundial no ciclo 2003-2008. A crise não reverteu este quadro. Pelo contrário, o vigor de sua economia foi reafirmado em 2009 6 , com seu PIB variando em 8,7%. Com projeções de manutenção de um ritmo de crescimento anual entre 9% e 10% nos próximos anos, e considerando as dificuldades das economias maduras, a China seguirá sua senda de recuperação de uma posição hierarquicamente superior na ordem internacional 7. Neste contexto, vários estudos vêm sendo desenvolvidos 8 com o intuito de avaliar os impactos sobre a América Latina do processo de ascensão da China à condição de potência global. O presente trabalho pertence a essa linha de investigações. Procura-se contribuir com uma análise que enfatiza o período pós-crise financeira global. São construídos diversos indicadores de desempenho das exportações brasileiras e chinesas na região. Nossa análise parte de uma perspectiva brasileira, na medida em que o mercado latino-americano, especialmente o sulamericano, tem sido vital para a absorção das exportações de manufaturas do país. Identifica-se uma clara tendência de que as exportações chinesas estão avançando sobre espaços previamente ocupados por fornecedores do Brasil. Nossa principal hipótese de trabalho é de que a China procurará manter um perfil de diversificação nos seus mercados de destino, reduzindo, gradualmente, a dependência dos países industrializados, mais fortemente atingidos pela crise financeira global. No ambiente de um "novo normal", os países emergentes, dentre eles os latinoamericanos, terão seus mercados mais disputados (Gross, 2009, e Spence, 2009), o que pode deslocar ainda mais as exportações brasileiras de manufaturas. Argumenta-se que para a China as exportações são vitais para manter o crescimento com equilíbrio do balanço de pagamentos. Mais do que uma versão simplista do export-led growth a manutenção de uma estratégia ativa de internacionalização é importante para dar estabilidade 9 à trajetória de modernização do país. Além desta breve introdução, o texto está dividido em quatro seções. A próxima seção aborda a importância do comércio exterior para a continuidade do crescimento econômico chinês. Na seqüência, analisa-se o comportamento das exportações chinesas no mundo no período recente. A seção subseqüente apresenta uma comparação do desempenho das vendas externas da China e do Brasil na América Latina, identificando potenciais setores onde as exportações chinesas podem resultar em perdas de competitividade para o Brasil. Seguem as considerações finais. 1 As opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos autores, não coincidindo, necessariamente, com a posição oficial de suas instituições de origem.
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