Papers by Luiz Guilherme Vergara

Poiésis, Jun 7, 2019
RESUMO: A trajetória do Neto é contada pelo próprio artista com especial foco no seu projeto de "... more RESUMO: A trajetória do Neto é contada pelo próprio artista com especial foco no seu projeto de "indigenização da vida", na definição de Els Lagrou, antropóloga e professora da UFRJ. A multissensorialidade de seus ambientes radicaliza o sentido público da arte como espaço de convivialidade e reencantamento. Além de atrair públicos de todas as idades, suas obras refletem um posicionamento político e ético legitimado pela total imersão e acolhimento de uma outra sabedoria de vida, fora da razão ocidental junto aos rituais do povo huni kuin, no Acre. Nesta entrevista, Neto aborda um pouco do seu deslocamento ou até mesmo distanciamento de um regime de valores centrados no consumo da produção artística para discutir visões e preocupações ambientais, econômicas e espirituais que entrecruzam os povos originais, as florestas e as ameaças atuais geradas por um governo dominado pelo capital. PALAVRAS-CHAVE: povo huni kuin; ayahuasca; arte contemporânea; espiritualidade * Ernesto Neto, artista multimídia carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Tem realizado inúmeras exposições no circuito internacional de arte contemporânea e seu trabalho integra as coleções de alguns dos principais museus de arte no Brasil e no exterior.

Resumo E preciso “comecar sem nada”! Este artigo, ao colocar em foco uma abordagem fenomenologica... more Resumo E preciso “comecar sem nada”! Este artigo, ao colocar em foco uma abordagem fenomenologica da arte contemporânea como territorio de processos ou geografia de acoes, busca explorar alguns dilemas e algumas demandas que nasceram do legado experimental da arte ambiental, arte antiarte, que pressionam por mudancas sistemicas nas relacoes entre praticas artisticas e seus abrigos de encontro com a sociedade – suas instituicoes –, principalmente, os museus. E, justamente, com o conceito de territorio de processos que as confluencias entre praticas e teorias do espaco sao revistas, segundo uma base fenomenologica e pedagogica, na qual os sentidos eticos, politicos e poeticos sao indissociaveis das mudancas cognitivas e multissensoriais propostas como microgeografia da arte acao e afetos, ou esperanca. Essa microgeografia da esperanca e contada atraves do projeto Arte Acao Ambiental desenvolvido no MAC-Niteroi, no qual se registra um caso de colaboracao entre saberes transdisciplinare...
Arte & Ensaios, Feb 5, 2022
A convergencia e divergencia entre arte, instituicao e vida sao focos de um debate que se prolong... more A convergencia e divergencia entre arte, instituicao e vida sao focos de um debate que se prolonga da antropofagia utopica e a Poesia Pau-Brasil de Oswald de Andrade, passa atraves das raizes do Brasil em Sergio Buarque de Holanda, ressurgindo como estetica existencial recitada nos manifestos internacionais da contra-cultura e anti-arte pos anos 60, ou da passagem da arte concreta para a experiencia Neoconcreta. As indagacoes criticas debatidas neste artigo giram em torno do que e como os museus de arte ou centros de cultura contemporânea podem responder ao legado das praticas esteticas e eticas emergentes a partir dos anos 60, considerando como microgeografias da esperanca a complexidade e as utopias antropofagicas das raizes do Brasil?
Revista Concinnitas, 2011

MODOS: Revista de História da Arte
Para abordar novas institucionalidades entrelaçam-se aqui, como forma viva de um processo de Labo... more Para abordar novas institucionalidades entrelaçam-se aqui, como forma viva de um processo de Labor Textil Ch’ixi, de Silvia Cusicanqui, diferentes conceitos afins – desde a Coincidentia (ou Coincidatio) Oppositorum, o princípio de não localidade para o Mundo Emaranhado de Denise Ferreira, Quiasma de Merleau Ponty, el Cuerpo-Território de Veronica Gago e o reencantamento do mundo pela retomada de uma política do Comum de Silvia Federici. Em contraponto, tem-se o desfazimento de Demos que Tatiana Roque e Josué Medeiros abordam, explorando a crise da democracia através do colapso de suas instituições de cidadania em três rupturas – confiança, legitimidade e autoridade. O emaranhamento do mundo pode ser também abordado pelas viradas paradigmáticas que envolvem desde a hipótese de Gaia, por Lynn Margulis e James Lovelock, às diversas releituras, como Regenerantes de Gaia de Fabio Scarano, as “associoções multiespécies” e o pós “excepcionalismo humano” explorado por Emanuele Coccia e Anna...
Entrevista cedida a Carlos Douglas Martins Pinheiro Filho, para sua pesquisa de doutorado do Prog... more Entrevista cedida a Carlos Douglas Martins Pinheiro Filho, para sua pesquisa de doutorado do Programa de Pos-Graduacao em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA-UFRJ).
POIÉSIS, Dec 19, 2019
RESUMO: No dia 16 de outubro reunimos um grupo de estudantes de graduação em artes da UFF para um... more RESUMO: No dia 16 de outubro reunimos um grupo de estudantes de graduação em artes da UFF para uma visita aos projetos Lanchonete <> Lanchonete (Bar Delas), Escola Por Vir e a Grande Companhia de Mysterios e Novidades, Escola Sem Parede, todos no Bairro da Gamboa. O impacto dos depoimentos da Kriss Coiffeur, Ligia Veiga e Thelma Vilas Boas, juntamente com a riqueza cultural destes cenários urbanos, atravessou os palimpsestos e anacronismos de diferentes camadas históricas, políticas e econômicas, apontando para práticas de resistência e resiliências das ações coletivas e solidárias. Esta imprevisível aula aberta reuniu "ideias e visões", se apropriando do sentido de adiar o fim do mundo de Ailton Krenak, ideias de escolas de arte para adiar o fim do bairro da Gamboa ou do papel da arte no mundo.

POIÉSIS
É diante dos colapsos de estruturas sociais e instituições públicas que se redobra a importância ... more É diante dos colapsos de estruturas sociais e instituições públicas que se redobra a importância dos sentidos de futuro, das mudanças porvir antecipadas nos textos de Hélio Oiticica, The Senses Pointing Toward a New Transformation[i] e Subterranean Tropicália Projects[ii] (NY, 1971). Ao mesmo tempo que se reconhece a atualidade de uma utopia negativa da dissolução da obra objeto, esta abordagem ressalta o devir comportamental-grupal anarquista como mundo-escola-floresta nas visões antecipadoras de Oiticica como pragmatismo utópico (a partir de William James). Complementa-se esta abordagem com o que Etiénne Souriau define como “projeto-trajeto”, o “inacabamento existencial”, da condição de “forma espiritual”, ainda em “esboço” entre o texto e o PN15 Auto-Performance Penetrable (ambos inéditos), do que não ainda foi instituído, como cuidados expandidos para os próprios sentidos de mudança ética na virada do foco esteticista objetal para o comportamental-grupal.[i] Hélio Oiticica, The ...
POIÉSIS
Este texto foi escrito para o Simpósio de “arte tátil” realizado este ano (12 de julho de 1969... more Este texto foi escrito para o Simpósio de “arte tátil” realizado este ano (12 de julho de 1969) na Universidade Estadual da Califórnia em Long Beach – Lygia Clark e eu fomos convidados. O texto pretende mostrar e definir as possíveis relações com o sujeito e, também, as profundas diferenças, indicando os pontos em comum entre os trabalhos de ambos e a procura de um novo exercício de comunicação que, ao invés de uma busca por “invenções formais”, sirva como uma verdadeira linha de pensamento para lidar com os desafios da atualidade.
POIÉSIS
Esta entrevista com Tania Alice Feix, artista-pesquisadora, aborda a trajetória de sua virada do ... more Esta entrevista com Tania Alice Feix, artista-pesquisadora, aborda a trajetória de sua virada do teatro para a performance de arte relacional como cura que hoje vem assumindo uma radicalidade maior como atravessamentos entre projeto artístico, social, urbano e terapêutico. Seus trabalhos também envolvem intervenções urbanas e atravessamentos poéticos coletivos, interlocuções afetivas e sociais entre vidas na escala público e privado. A conversa foi realizada no dia 8/4/2019 no NEPAA, UNIRIO, Rio de Janeiro.
POIÉSIS
No dia 16 de outubro reunimos um grupo de estudantes de graduação em artes da UFF para uma vi... more No dia 16 de outubro reunimos um grupo de estudantes de graduação em artes da UFF para uma visita aos projetos Lanchonete <> Lanchonete (Bar Delas), Escola Por Vir e a Grande Companhia de Mysterios e Novidades, Escola Sem Parede, todos no Bairro da Gamboa. O impacto dos depoimentos da Kriss Coiffeur, Ligia Veiga e Thelma Vilas Boas, juntamente com a riqueza cultural destes cenários urbanos, atravessou os palimpsestos e anacronismos de diferentes camadas históricas, políticas e econômicas, apontando para práticas de resistência e resiliências das ações coletivas e solidárias. Esta imprevisível aula aberta reuniu “ideias e visões”, se apropriando do sentido de adiar o fim do mundo de Ailton Krenak, ideias de escolas de arte para adiar o fim do bairro da Gamboa ou do papel da arte no mundo.
POIÉSIS
Texto de introdução ao dossiê organizado pelo autor.

POIESIS
A trajetória do Neto é contada pelo próprio artista com especial foco no seu projeto de “indigeni... more A trajetória do Neto é contada pelo próprio artista com especial foco no seu projeto de “indigenização da vida”, na definição de Els Lagrou, antropó-loga e professora da UFRJ. A multissensorialidade de seus ambientes radicaliza o sentido público da arte como espaço de convivialidade e reencantamento. Além de atrair públicos de todas as idades, suas obras refletem um posiciona-mento político e ético legitimado pela total imersão e acolhimento de uma ou-tra sabedoria de vida, fora da razão ocidental junto aos rituais do povo huni kuin, no Acre. Nesta entrevista, Neto aborda um pouco do seu deslocamento ou até mesmo distanciamento de um regime de valores centrados no consumo da produção artística para discutir visões e preocupações ambientais, econô-micas e espirituais que entrecruzam os povos originais, as florestas e as ame-aças atuais geradas por um governo dominado pelo capital.
Uploads
Papers by Luiz Guilherme Vergara