Papers by Luiz Alberto Alves Couceiro

Outros Tempos – Pesquisa em Foco - História, 2015
A partir de meados do século XVIII, inicia-se, no Maranhão, o cultivo extensivo de algodão. Não h... more A partir de meados do século XVIII, inicia-se, no Maranhão, o cultivo extensivo de algodão. Não havia nem sequer investimentos metropolitanos no porto de São Luís. A Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755-1788) impulsionou a produção do algodão, com aquisição de escravos e escoamento eficaz para a Europa, aproveitando a crise com a Guerra de Secessão e a ausência de monopólio. Esta Companhia foi fechada, no entanto, o cultivo do algodão continuou a crescer. Sabendo-se que nesta mesma época havia uma demanda industrial por algodão, perguntamonos: a) Quais atores sociais agiram no Maranhão? b) O que aconteceu para o algodão passar de moeda interna a mercadoria exportada? c) Qual a relação do conceito "segunda escravidão" com o empreendimento algodoeiro? d) Qual foi a importância do crédito para garantir esta produção? Para responder, analisaremos uma fonte primária e discutiremos a relação entre o conceito de "segunda escravidão" e o crédito.
Revista De Historia Comparada, 2013
Resumo: Este artigo é resultado de um estudo sobre a crença na feitiçaria no Império do Brasil. N... more Resumo: Este artigo é resultado de um estudo sobre a crença na feitiçaria no Império do Brasil. Nossa pesquisa mostrou que não existiam leis reguladoras das acusações de feitiçaria no Império, ao contrário da colônia e do período republicano. Analisamos casos paradigmáticos publicados no jornal O Alabama, em Salvador, Bahia, entre 1863 e 1871, para compreender como, através de quais elementos, as pessoas que nele escreveram trataram a crença no feitiço. Primeiro, traçamos o perfil desse jornal, depois caracterizamos a sociedade de Salvador com base nas discussões acerca das sociedades ditas complexas, e por último analisamos aquelas notícias como sendo de conflitos entre acusadores e acusados. Palavras-chave: antropologia das religiões afro-brasileiras-antropologia das sociedades complexas-acusações de feitiçaria.

Outros Tempos – Pesquisa em Foco - História, 2015
OT-Como a sua formação na Universidade deu-lhe fôlego para uma perspectiva teórica e histórica am... more OT-Como a sua formação na Universidade deu-lhe fôlego para uma perspectiva teórica e histórica ampla? Dale Tomich-Penso que minha formação na universidade, como o resto da minha trajetória intelectual subsequente, não foi planejada. Foi uma série de respostas espontâneas a situações que fui encontrando. Entrei na Universidade de Wisconsin-Madison em 1964. Esta é a universidade pública do Estado em que nasci e cresci. É uma grande universidade com uma tradição reconhecida de ensino e pesquisa de caráter progressista. Ao mesmo tempo, 1964 foi o começo dos movimentos dos anos sessenta e setentao movimento por direitos civis no Sul, o movimento anti-Vietnã e o próprio movimento estudantil-, e Madison foi um centro importante dessas atividades políticas, tanto no nível intelectual quanto no de militância. Mas, na verdade, entrei na universidade sem ideia nenhuma do que ia estudar, como é bem possível no sistema universitário norte-americano, e sem muita perspectiva política. Minha situação mudou no fim do meu primeiro ano quando conheci o Professor Harvey Goldberg. Este foi professor de história europeia, com uma cultura humanista e política ampla e apaixonado pela história. Interessava-se pela história do movimento operário e a história do socialismo. Goldberg foi a figura chave na minha experiência universitária. Foi ele quem me mostrou a história como uma maneira de compreender o mundo e me iniciou no ofício de historiador. Foi responsável por minha formação intelectual e orientou todo o meu programa de estudos. Acompanhei suas aulas avançadas sobre a história social europeia. Ele me ajudou a selecionar os outros cursos que fiz tanto na história quanto nas ciências sociais e, além dos cursos formais, organizou para mim uma série de leiturasincluindo a história econômica e social, a história dos movimentos sociais e a história de pensamento socialista. Goldberg foi o responsável por outra experiência fundamental que determinou minha formação como historiador. Insistiu que eu participasse de um intercâmbio entre os departamentos de história de Wisconsin e a Universidade de Warwick na Inglaterra para estudar com E.P. Thompson. A Formação de Classe Operária Inglesa tinha sido publicado um pouco antes. Foi como se eu tivesse a oportunidade de entrar no atelier de um mestre historiador. Acompanhei o seu curso sobre a "Industrialização" e tive um "tutorial" com Thompson, com um grupo menor de alunos que se reunia para discutir com o professor. Foi uma experiência extraordinária para mim. A perspectiva do curso foi bem ampla e comparativa. Foi aí que li pela primeira vez o Capitalismo e Escravidão de Eric Williams. Uma de minhas colegas de 'tutorial' foi a historiadora feminista Anna Davin, até hoje uma grande amiga, que veio a ser uma das fundadoras da revista History Workshop Journal. Mas o que mais me marcou foi o poder intelectual e a personalidade de Thompson. Foi um semestre de interação intensa, trabalhando com fontes primárias. Thompson foi muito atencioso conosco, alunos de graduação. Levava-nos para acompanhar suas viagens de pesquisa e convidou-nos para sua casa em várias ocasiões.
Sociedade e Cultura, 2007
Viveiros de Castro Cavalcanti foram interlocutores fundamentais para a produção do presente artig... more Viveiros de Castro Cavalcanti foram interlocutores fundamentais para a produção do presente artigo, e a eles queremos deixar registrado nosso agradecimento. E também dizer que os eximimos de todo o conteúdo do texto, de nossa inteira responsabilidade. ** Mestre e doutorando em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia-IFCS/UFRJ.
Cadernos de Campo (São Paulo, 1991), 2006
Revista de História, 2005
Estudos Afro-Asiáticos, 2003
O objetivo principal dos autores é pensar as relações de trabalho entre senhores, escravos, lavra... more O objetivo principal dos autores é pensar as relações de trabalho entre senhores, escravos, lavradores, administradores e feitores, em fazendas de café do Sudeste, nas décadas finais da escravidão. Para isso, tais relações sociais são analisadas através da idéia de "comunidade de fazenda", chamando a atenção para o conflito entre livres e escravos na formação de alianças em torno das regras sociais de justiça e trabalho das "comunidades de fazenda", ora sendo rompidas, ora sendo reafirmadas em permanente conflito social.

Revista de Antropologia, 2003
RESUMO: O objetivo principal do autor é pensar as relações de trabalho entre senhores, escravos, ... more RESUMO: O objetivo principal do autor é pensar as relações de trabalho entre senhores, escravos, lavradores, administradores e feitores, em fazendas de café do Sudeste, nas décadas finais da escravidão. Para isso, tais relações sociais são analisadas através de dois estudos de caso, nos quais se chama a atenção para o conflito entre homens livres e escravos na formação de alianças em torno das regras sociais de justiça e trabalho, as quais são constantemente rompidas e reafirmadas, em permanente conflito social. PALAVRAS-CHAVE: antropologia da escravidão; emancipação; política escrava; sociabilidade em fazendas. Introdução: inflexões políticas em fazendas de café no Sudeste escravista Na segunda metade do século XIX, o Vale do Paraíba e a região do Oeste paulista foram as áreas econômicas mais importantes do Império do Brasil, graças à próspera produção de café para os mercados externos. 1998 Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo, Companhia das Letras.
Afro-Ásia
Resenha de: HAZAREESINGH, Sudhir. O maior revolucionário das américas: a vida épica de Toussaint ... more Resenha de: HAZAREESINGH, Sudhir. O maior revolucionário das américas: a vida épica de Toussaint Louverture. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. 583 p.

Campos, Dec 20, 2021
Entre julho de 2014 e janeiro de 2015, lecionei a disciplina Laboratório de Ensino em Ciências So... more Entre julho de 2014 e janeiro de 2015, lecionei a disciplina Laboratório de Ensino em Ciências Sociais (doravante LECS), da qual a ementa previa levar os(as) alunos(as) a observar, relatar e analisar relações sociais a partir do universo escolar 1. No primeiro dia de LECS, apresentei-me, dizendo que era professor de antropologia na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no campus de São Luís e que programara as aulas para que trechos dos textos selecionados fossem lidos pelos(as) alunos(as), em voz alta e revezamento. LECS fazia parte das atividades do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), em Codó-município localizado no leste do Maranhão, a cerca de 300 km da capital, São Luís. A UFMA aderiu ao Parfor em 2009, ano da criação do programa, oferecendo, dentre outros, curso de licenciatura em Ciências Sociais, em regime de colaboração entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e os governos estaduais e municipais, além do Distrito Federal, através de instituições de ensino superior. Os(as) alunos(as) envolvidos(as) na disciplina residiam não só em Codó, mas também em municípios próximos, como Caxias, Peritoró e São Mateus do Norte, sendo todos(as) professores(as) em

Outros Tempos – Pesquisa em Foco - História, 2015
OT-Como a sua formação na Universidade deu-lhe fôlego para uma perspectiva teórica e histórica am... more OT-Como a sua formação na Universidade deu-lhe fôlego para uma perspectiva teórica e histórica ampla? Dale Tomich-Penso que minha formação na universidade, como o resto da minha trajetória intelectual subsequente, não foi planejada. Foi uma série de respostas espontâneas a situações que fui encontrando. Entrei na Universidade de Wisconsin-Madison em 1964. Esta é a universidade pública do Estado em que nasci e cresci. É uma grande universidade com uma tradição reconhecida de ensino e pesquisa de caráter progressista. Ao mesmo tempo, 1964 foi o começo dos movimentos dos anos sessenta e setentao movimento por direitos civis no Sul, o movimento anti-Vietnã e o próprio movimento estudantil-, e Madison foi um centro importante dessas atividades políticas, tanto no nível intelectual quanto no de militância. Mas, na verdade, entrei na universidade sem ideia nenhuma do que ia estudar, como é bem possível no sistema universitário norte-americano, e sem muita perspectiva política. Minha situação mudou no fim do meu primeiro ano quando conheci o Professor Harvey Goldberg. Este foi professor de história europeia, com uma cultura humanista e política ampla e apaixonado pela história. Interessava-se pela história do movimento operário e a história do socialismo. Goldberg foi a figura chave na minha experiência universitária. Foi ele quem me mostrou a história como uma maneira de compreender o mundo e me iniciou no ofício de historiador. Foi responsável por minha formação intelectual e orientou todo o meu programa de estudos. Acompanhei suas aulas avançadas sobre a história social europeia. Ele me ajudou a selecionar os outros cursos que fiz tanto na história quanto nas ciências sociais e, além dos cursos formais, organizou para mim uma série de leiturasincluindo a história econômica e social, a história dos movimentos sociais e a história de pensamento socialista. Goldberg foi o responsável por outra experiência fundamental que determinou minha formação como historiador. Insistiu que eu participasse de um intercâmbio entre os departamentos de história de Wisconsin e a Universidade de Warwick na Inglaterra para estudar com E.P. Thompson. A Formação de Classe Operária Inglesa tinha sido publicado um pouco antes. Foi como se eu tivesse a oportunidade de entrar no atelier de um mestre historiador. Acompanhei o seu curso sobre a "Industrialização" e tive um "tutorial" com Thompson, com um grupo menor de alunos que se reunia para discutir com o professor. Foi uma experiência extraordinária para mim. A perspectiva do curso foi bem ampla e comparativa. Foi aí que li pela primeira vez o Capitalismo e Escravidão de Eric Williams. Uma de minhas colegas de 'tutorial' foi a historiadora feminista Anna Davin, até hoje uma grande amiga, que veio a ser uma das fundadoras da revista History Workshop Journal. Mas o que mais me marcou foi o poder intelectual e a personalidade de Thompson. Foi um semestre de interação intensa, trabalhando com fontes primárias. Thompson foi muito atencioso conosco, alunos de graduação. Levava-nos para acompanhar suas viagens de pesquisa e convidou-nos para sua casa em várias ocasiões.
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