Thesis Chapters by Jane R Guimarães

Mecanosfera - a questão da tecnologia entre Deleuze, Guattari e Simondon, 2022
A mecanosfera, conceito proposto por Deleuze e Guattari nas obras que
constituem a série Capitali... more A mecanosfera, conceito proposto por Deleuze e Guattari nas obras que
constituem a série Capitalisme et Schizophrénie, Anti-Oedipe (1972) e Mille
Plateaux (1980), tem como aspeto fundamental a constatação da ausência da
distinção entre as esferas natural e artificial. “Não há biosfera, noosfera, por toda
a parte só há uma única e mesma Mecanosfera” (Deleuze & Guattari, 1997, p.
86). Esta esfera das máquinas - onde não há dissociação entre a esfera do
homem e a dos demais seres, entre a natureza e a dimensão técnica - é o
principal contributo dos dois pensadores para a filosofia da tecnologia. A
presente dissertação procura pensar a génese desta noção, considerando os
contributos de outros pensadores, como o conceito de plateau of
intensity, proposto por Gregory Bateson; a crítica do modelo hilemorfico,
desenvolvida por Gilbert Simondon; a indissociação entre a técnica e o humano,
salientada por André Leroi-Gourhan; e a teoria cibernética de comunicação
entre os diversos seres, defendida por Norbert Wiener. Retomando, por fim, a
obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a dissertação procura refletir sobre a
tecnologia inserindo-a numa esfera de multiplicidades, atravessada por intensas
tensões e conflitos, procurando escapar a alternativas ilusórias, como as que
correntemente se colocam entre a tecnofilia e a tecnofobia, entre o
antropocentrismo e o pós-humanismo.
Uploads
Thesis Chapters by Jane R Guimarães
constituem a série Capitalisme et Schizophrénie, Anti-Oedipe (1972) e Mille
Plateaux (1980), tem como aspeto fundamental a constatação da ausência da
distinção entre as esferas natural e artificial. “Não há biosfera, noosfera, por toda
a parte só há uma única e mesma Mecanosfera” (Deleuze & Guattari, 1997, p.
86). Esta esfera das máquinas - onde não há dissociação entre a esfera do
homem e a dos demais seres, entre a natureza e a dimensão técnica - é o
principal contributo dos dois pensadores para a filosofia da tecnologia. A
presente dissertação procura pensar a génese desta noção, considerando os
contributos de outros pensadores, como o conceito de plateau of
intensity, proposto por Gregory Bateson; a crítica do modelo hilemorfico,
desenvolvida por Gilbert Simondon; a indissociação entre a técnica e o humano,
salientada por André Leroi-Gourhan; e a teoria cibernética de comunicação
entre os diversos seres, defendida por Norbert Wiener. Retomando, por fim, a
obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a dissertação procura refletir sobre a
tecnologia inserindo-a numa esfera de multiplicidades, atravessada por intensas
tensões e conflitos, procurando escapar a alternativas ilusórias, como as que
correntemente se colocam entre a tecnofilia e a tecnofobia, entre o
antropocentrismo e o pós-humanismo.
constituem a série Capitalisme et Schizophrénie, Anti-Oedipe (1972) e Mille
Plateaux (1980), tem como aspeto fundamental a constatação da ausência da
distinção entre as esferas natural e artificial. “Não há biosfera, noosfera, por toda
a parte só há uma única e mesma Mecanosfera” (Deleuze & Guattari, 1997, p.
86). Esta esfera das máquinas - onde não há dissociação entre a esfera do
homem e a dos demais seres, entre a natureza e a dimensão técnica - é o
principal contributo dos dois pensadores para a filosofia da tecnologia. A
presente dissertação procura pensar a génese desta noção, considerando os
contributos de outros pensadores, como o conceito de plateau of
intensity, proposto por Gregory Bateson; a crítica do modelo hilemorfico,
desenvolvida por Gilbert Simondon; a indissociação entre a técnica e o humano,
salientada por André Leroi-Gourhan; e a teoria cibernética de comunicação
entre os diversos seres, defendida por Norbert Wiener. Retomando, por fim, a
obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a dissertação procura refletir sobre a
tecnologia inserindo-a numa esfera de multiplicidades, atravessada por intensas
tensões e conflitos, procurando escapar a alternativas ilusórias, como as que
correntemente se colocam entre a tecnofilia e a tecnofobia, entre o
antropocentrismo e o pós-humanismo.