Papers by Gustavo Ponciano

This paper presents a reading of Claro enigma, by Drummond, adverse to the opposition between thi... more This paper presents a reading of Claro enigma, by Drummond, adverse to the opposition between this book and A rosa do povo. The key for the reading is the epigraph in Claro enigma, “Les événements m’ennuient”, by Valéry. The study amplifies Arrigucci Junior’s opinion about the relationship between exterior and interior in Drummond’s poetry: there are poems of sensitive interiority in A rosa do povo, and the historical thought permeates Claro enigma. As paratext, the valerian epigraph is approached according to Genette’s theory. Thus the epigraph is not read literally, but according to their possible sources: “Propos me concernant” and a letter to André Gide published in Histoire-Politique. The study proposes the poem “O enigma”, included in Novos poemas, as a bridge between A rosa do povo and Claro enigma, essential to perceive the exterior and interior expressiveness as the poetic unit in Drummond writings.

The present study analyses how Jorge Luis Borges (1899-1986) deflects his readers’ attention from... more The present study analyses how Jorge Luis Borges (1899-1986) deflects his readers’ attention from the connections between “El Aleph”, from the eponymous collection published in 1949, and Dante’s Commedia, a key text in the creation of his short story. In order to compose his text, Borges adopts an apophatic strategy, which consists in highlighting the precursor without making reference to him. This strategy uses two devices: the absence of direct reference to Dante’s biography and writings in “El Aleph”; the oblique paratexts, that points out to sources – “The Crystal Egg”, Hamlet and Leviathan – which work as comparative parameters applicable to the Aleph only as object: the sphere at Daneri’s house basement. We approach Borges’s paratexts as critical texts, especially the prefaces from História universal de la infamia (1935) and Nueve ensayos dantescos (1949-1982). The main theoretical and critical sources are works by Genette, Hillis Miller and Thiem.

O presente segmento da tese propõe uma tipologia do anacronismo localizado na obra de Jorge Luis ... more O presente segmento da tese propõe uma tipologia do anacronismo localizado na obra de Jorge Luis Borges, especialmente em ensaios de Discusión (1932) e no conto “Pierre Menard, autor del Quijote” (1939). A intenção é a de que o anacronismo seja observado, a princípio, como ferramenta discursiva da operação da presença do heterogêneo – os autores e textos eleitos como precursores e pertencentes à tradição – nas composições de seu próprio operador, Borges. Em seu segundo segmento, o artigo propõe que esta ferramenta também é aplicada na abordagem que Borges faz a seus próprios textos, que, deslocados do estado original, lidos e reescritos, recebem novas camadas de significação. Observamos o caso de “Poema conjetural”, publicado em 4 de julho de 1943, texto que segue a consciência de Francisco Narciso de Laprida, personagem histórico da independência argentina, no momento de sua morte. O poema contém uma crítica política que, no entanto, está instalada nas sutilezas da simetria de datas (o golpe militar de 1943 deu-se a 4 de junho) e do uso de um anacronismo na conjectura de Laprida, o termo sudamericano. Analisamos como Borges retomou, em conferência e entrevistas, seu “Poema conjetural” para agregar comentários que destacam o anacronismo e a crítica política nele sugerida. Defendemos a ideia de que estes textos envelopantes revelam o desejo do autor de assinalar em seu poema a presença de um pathos, um discurso da solidariedade humana direcionada ao sul-americano. É na presença da ambivalência do discurso em (sobre) “Poema conjetural” que o anacronismo poema histórico/poema contemporâneo alcança potência máxima.

The present study starts from the representation of the poetry that precedes the Homeric poems as... more The present study starts from the representation of the poetry that precedes the Homeric poems as an attempt to locate the origen of lyric poetry. The sources are fragments of Homeric poems and some historiographical records from History of Literature, which also rely on data provided by Archaeology and Anthropology. Conforming to these sources, this “original poetry” is linked to the ritual, the magical and the religious spheres. According to Hauser, there would be professionals of magic word, whose origin is the prehistoric magus-artist. In the Homeric text, the divine aoidos enigmatically emerges surrounded by dancers. In the Iliad, Achilles’ shield, forged by Hephaestus, is described over 136 verses in which there are excerpts with dances being conducted by songs not performed by expert aoidos, such as Phemius and Demodocus. Dance is also connected to poetry in the arts group that dispenses tékhne presented by Plato in the Ion. As stated in Vernant, the forms of expression that lead to Greek religion unite the myth (key event for the establishment of literature, according to Lesky), the rite (linked to the dance), and the figurative representation. Finally, the evidence points out to the existence of another poetry, other than the Homeric epic, and of conceptions of poet that diverge from that of the expert aoidos.
The present study aims to spotlight Jorge Luis Borges’s (1899-1986) work as an unsettling questio... more The present study aims to spotlight Jorge Luis Borges’s (1899-1986) work as an unsettling questioning mechanism of Metaphysics and Platonism, which assign to logos the irreducible and unique origin of truth. For that purpose, the analysis starts with the observation of the essay “Las Kenningar” and the short story “El Aleph”, by Borges, and associates the reflection to the ideas of Jacques Derrida (1930-2004) and Gilles Deleuze (1925-1995).
A metáfora é uma recorrência temática na ensaística de Jorge Luis Borges. Porém, o tratamento dad... more A metáfora é uma recorrência temática na ensaística de Jorge Luis Borges. Porém, o tratamento dado pelo autor portenho ao objeto ensaiado não foi sempre o mesmo. Do jovem poeta e ensaísta ultraísta ao maduro palestrante, as concepções foram profundamente alteradas. Neste ensaio, pretendemos passar por estas diversificadas concepções para nos concentrarmos
em uma delas: a metáfora entendida como possibilidade de convergência de conceitos diversos, mesmo contraditórios. Mais do que tema, defendemos a tese de que esta metáfora é própria ao funcionamento ensaístico de Borges. Para promover o debate, nos apoiamos em textos de Paul Ricoeur, Jaime Alazraki, Joseph Hillis Miller, Joaquina Navarro, Álvaro Salvador, entre outros.
Uploads
Papers by Gustavo Ponciano
em uma delas: a metáfora entendida como possibilidade de convergência de conceitos diversos, mesmo contraditórios. Mais do que tema, defendemos a tese de que esta metáfora é própria ao funcionamento ensaístico de Borges. Para promover o debate, nos apoiamos em textos de Paul Ricoeur, Jaime Alazraki, Joseph Hillis Miller, Joaquina Navarro, Álvaro Salvador, entre outros.
em uma delas: a metáfora entendida como possibilidade de convergência de conceitos diversos, mesmo contraditórios. Mais do que tema, defendemos a tese de que esta metáfora é própria ao funcionamento ensaístico de Borges. Para promover o debate, nos apoiamos em textos de Paul Ricoeur, Jaime Alazraki, Joseph Hillis Miller, Joaquina Navarro, Álvaro Salvador, entre outros.