A despeito da igualdade política de gêneros no campo legal, as mulheres permanecem sub-representa... more A despeito da igualdade política de gêneros no campo legal, as mulheres permanecem sub-representadas politicamente. Além do intenso desequilíbrio de proporção de gêneros na política, as poucas mulheres que adentram nestes espaços institucionais deparam-se com a sub-representação em cargos de comando da estrutura política. Dessa forma, este artigo possui o objetivo de jogar luz às razões de tamanha sub-representação nestes dois âmbitos, compreendendo o papel das ações afirmativas de gênero neste quadro. Para tanto, realizamos uma análise cruzada entre as alterações da legislação eleitoral e do quantitativo de mulheres na Câmara dos Deputados e em cargos de comando de escopos federal e estadual, dividindo o artigo em quatro seções que perpassam diferentes momentos e problemáticas.
Durante os primeiros anos do século XXI, o Brasil foi considerado pioneiro no avanço dos direitos... more Durante os primeiros anos do século XXI, o Brasil foi considerado pioneiro no avanço dos direitos das mulheres (Htun 2002). A despeito de tais avanços, um cenário sombrio se descortinou para as feministas, quando, em 2018, Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial, com o apoio de segmentos conservadores. Neste novo cenário, chama atenção o fato de que o discurso de ódio e o preconceito do novo presidente foi legitimado em um processo eleitoral no qual as mulheres aumentaram seu espaço na Câmara dos Deputados, representando 15% dos deputados eleitos (um aumento de 72,4%, face aos 8,7%, da legislatura anterior). Essa aparente contradição se dissolve quando observamos que a maioria das deputadas eleitas eram filiadas a partidos da base do governo (44 entre 77), alinhadas com atores coletivos contrário aos avanços das pautas feministas. Analisar essa mudança é o objetivo deste paper.
A despeito da igualdade política de gêneros no campo legal, as mulheres permanecem sub-representa... more A despeito da igualdade política de gêneros no campo legal, as mulheres permanecem sub-representadas politicamente. Além do intenso desequilíbrio de proporção de gêneros na política, as poucas mulheres que adentram nestes espaços institucionais deparam-se com a sub-representação em cargos de comando da estrutura política. Dessa forma, este artigo possui o objetivo de jogar luz às razões de tamanha sub-representação nestes dois âmbitos, compreendendo o papel das ações afirmativas de gênero neste quadro. Para tanto, realizamos uma análise cruzada entre as alterações da legislação eleitoral e do quantitativo de mulheres na Câmara dos Deputados e em cargos de comando de escopos federal e estadual, dividindo o artigo em quatro seções que perpassam diferentes momentos e problemáticas.
Durante os primeiros anos do século XXI, o Brasil foi considerado pioneiro no avanço dos direitos... more Durante os primeiros anos do século XXI, o Brasil foi considerado pioneiro no avanço dos direitos das mulheres (Htun 2002). A despeito de tais avanços, um cenário sombrio se descortinou para as feministas, quando, em 2018, Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial, com o apoio de segmentos conservadores. Neste novo cenário, chama atenção o fato de que o discurso de ódio e o preconceito do novo presidente foi legitimado em um processo eleitoral no qual as mulheres aumentaram seu espaço na Câmara dos Deputados, representando 15% dos deputados eleitos (um aumento de 72,4%, face aos 8,7%, da legislatura anterior). Essa aparente contradição se dissolve quando observamos que a maioria das deputadas eleitas eram filiadas a partidos da base do governo (44 entre 77), alinhadas com atores coletivos contrário aos avanços das pautas feministas. Analisar essa mudança é o objetivo deste paper.
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