Papers by Fernando Traveira

Queremos uma universidade em contínuo fazer-se. Onde muitos já sabem muitas coisas; portanto, for... more Queremos uma universidade em contínuo fazer-se. Onde muitos já sabem muitas coisas; portanto, formada por pessoas capazes de refletir e abertas à reflexão, ao intercâmbio das ideias, a participação em iniciativas construtivas. Nestes termos, todo o corpo universitário, professores – alunos – dirigentes, precisa comprometer-se com a reflexão, criando-a, provocando-a, permitindo-a e lutando continuadamente para conquistar espaços que assegurem a reflexão. Não imaginamos um modelo definitivo de universidade, mas pretendemos achar, inventar, conquistar, entender melhor e mais profundamente à realidade, na medida em que a estivermos construindo. Nesses termos, queremos criar um inter /relacionamento professor-aluno, fundamentado no principio do incentivo à criatividade, à crítica, ao debate, ao estudo e, com isso, marcando a coo/ responsabilidade na condução do seu próprio processo. Trata-se, portanto, de criar uma relação entre dois sujeitos empenhados em edificar a reflexão crítica: de um lado o professor, sujeito de criação, com proposição de estudos, questionamentos e debates; de outro, o aluno, sujeito – nunca objeto – de seu aprendizado, exercitando e desenvolvendo seu potencial crítico, através de um esforço inteligente de assimilação, de criação e de questionamento. Para ser consciência crítica, portanto, a universidade deve estar continuamente em interação com a sociedade. Com essa pretensão, queremos construir uma universidade plantada numa realidade concreta, onde se torne possível e habitual trabalhar, refletir a realidade histórica – geográfica, nos seus níveis social, político, econômico e cultural, desde a esfera mais próxima, o município, microrregião, o estado, a região, o país até as esferas mais remotas, o continente latino-americano, o terceiro mundo, o planeta. Estar atentos para os desafios dessa realidade e estudá-los é a grande tarefa do corpo universitário. Se entendermos a função específica da universidade como desenvolvimento da dimensão de racionalidade, poderemos visualizar o processar-se dessa mesma racionalidade em dois momentos complementares: primeiro, a racionalidade onde poderemos visualizar o processar-se dessa mesma racionalidade instrumental-crítica, porque tem a universidade a responsabilidade de formar os quadros superiores exigidos pelo desenvolvimento do país: segundo, a racionalidade crítico-criadora, porque sua missão não se esgota na mera transmissão do que já está posto; ela deve fazer avançar esse saber. Criadora e crítica, porque além de tomar consciência continuamente do que faz, deve se colocar num processo permanente de revisão do seu próprio fazer, ou seja, estar atenta à leitura dos acontecimentos da realidade, para ver, analisar, comparar, julgar, discernir e, finalmente, propor perspectivas de ação, em acordo sempre com as exigências da humanidade em seu processo histórico. Para que tal clima se faça, é obviamente necessário que o professor esteja sempre bem informado da realidade como um todo, e de sua área de especialização em particular, a fim de que possa proporcionar a seus alunos temas de reflexão concretos, problemas e fontes
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