Papers by Fernanda Vieira

Também não posso deixar de lembrar que a minha mãe e minha irmã Marta deram, em momentos-chave ma... more Também não posso deixar de lembrar que a minha mãe e minha irmã Marta deram, em momentos-chave mais que estímulo, apoio financeiro, que viabilizou a minha ida para os Estados Unidos. Mais uma vez, deixo meu profundo agradecimento. Agradeço ao meu filho Noaue, que cresceu com a tese, por tudo o que isso representou na nossa vida e só ele pode saber. Agradeço, finalmente, às integrantes da banca Professoras Meryl Adelman, Naara Luna, Lia Zanotta Machado e Deis Siqueira pela leitura cuidadosa, as contribuições e sugestões estimulantes e instigantes que sugerem desdobramentos e novos horizontes para a pesquisa. O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-Brasil. vii Resumo A reprodução assistida tornou possível o início do processo reprodutivo fora do corpo. A manipulação e circulação de embriões, óvulos, sêmen e o 'deslocamento' do útero, com a chamada gestação de substituição, permitiram novas experiências sociais. Este trabalho busca investigar os discursos dos principais atores e atrizes sociais, no campo da reprodução assistida no Brasil, sobre questões suscitadas por estas inovações tecnológicas, em relação à parentalidade. Neste campo, novas tecnologias reprodutivas, futuros pais e mães, médicos/as, legisladores/as, feministas, bioeticistas, entre outros atores e atrizes sociais, confrontaram-se em torno de células reprodutivas, embriões congeladospossíveis filhos/as relacionados/as geneticamente ou não aos seus pais, criando ou reatualizando discursos sobre maternidade, paternidade, reprodução, direitos individuais, direitos parentais e direitos sexuais e reprodutivos, ancorados em visões determinadas sobre as relações de gênero, classe e sexualidade. Estes discursos são também observados como uma forma de subjetivação gerada por inovações científicas que compreendem novas fronteiras morais. A perspectiva teórica é originária do encontro de tradições sociológicas com a teoria feminista. A pesquisa foi baseada em levantamento documental sobre os debates legislativos em torno da regulação da reprodução assistida e em um grupo de discussão virtual sobre infertilidade. As fontes de análise, plurais, perfazem um mosaico através do qual se vislumbram vozes e dilemas, relacionados aos ideais sociais de família no país. A tese identifica tensões e conflitos entre os aspectos de continuidade e ruptura, normalização e subversão, invenção e reprodução, autonomia e assujeitamento. Os discursos sobre maternidade e paternidade são reinventados, reatualizados e reinscritos em uma sociedade de 'risco fabricado' onde as hierarquias reprodutivas se impõem.
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