RESUMO: O presente trabalho discute como a capoeira surge no cenário colonial como mecanismo de r... more RESUMO: O presente trabalho discute como a capoeira surge no cenário colonial como mecanismo de resistência e resgate cultural, de modo a estabelecer relações entre os povos africanos que habitavam a cidade de São Salvador e a Corte, situada no Rio de Janeiro. O "episódio da capoeira" do romance Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, será analisado com base tanto na psicanálise quanto nos estudos da negritude, de modo a delimitar as facetas constituintes do "orgulho negro". Palavras-chave: Capoeira; Psicanálise; Colônia; Negritude. Após três anos de pesquisa intensa em museus, bibliotecas e na Universidade Federal da Bahia, Ana Maria Gonçalves coletou informações suficientes para escrever o primeiro esboço (aproximadamente 1000 páginas A4, em espaçamento simples) do livro que lançaria mais tarde pela editora Record. O processo de escrita levou dois anos até que a versão final fosse lapidada e publicada, em 2006, com o título de Um Defeito de Cor. A narradoratestemunha nos auxilia na compreensão do que era a realidade deles, dando voz a um mundo "subalterno", que não sabíamos existir. O romance, riquíssimo em dados históricos, contempla a vida de Luíza Mahin, supostamente a mãe de Luiz Gama, um dos grandes abolicionistas de nosso país, as dificuldades de sua vida e as incessantes buscas realizadas para encontrar o filho vendido pelo próprio pai. Com base neste dado, a autora nos apresenta um mundo de dores, quedas, surpresas, e, mais do que tudo, de superação. Toma a diáspora africana como base de seu romance, visto que as idas e vindas no Atlântico endossam sua narrativa. O livro tenta dar conta de reescrever trajetórias, traçar conexões entre o presente e o passado (glorioso) do povo negro, seguindo o pensamento da teórica estadunidense Carole Boyce Davies de que, "por termos sido/sermos produtos de separações
RESUMO: O presente trabalho discute como a capoeira surge no cenário colonial como mecanismo de r... more RESUMO: O presente trabalho discute como a capoeira surge no cenário colonial como mecanismo de resistência e resgate cultural, de modo a estabelecer relações entre os povos africanos que habitavam a cidade de São Salvador e a Corte, situada no Rio de Janeiro. O "episódio da capoeira" do romance Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, será analisado com base tanto na psicanálise quanto nos estudos da negritude, de modo a delimitar as facetas constituintes do "orgulho negro". Palavras-chave: Capoeira; Psicanálise; Colônia; Negritude. Após três anos de pesquisa intensa em museus, bibliotecas e na Universidade Federal da Bahia, Ana Maria Gonçalves coletou informações suficientes para escrever o primeiro esboço (aproximadamente 1000 páginas A4, em espaçamento simples) do livro que lançaria mais tarde pela editora Record. O processo de escrita levou dois anos até que a versão final fosse lapidada e publicada, em 2006, com o título de Um Defeito de Cor. A narradoratestemunha nos auxilia na compreensão do que era a realidade deles, dando voz a um mundo "subalterno", que não sabíamos existir. O romance, riquíssimo em dados históricos, contempla a vida de Luíza Mahin, supostamente a mãe de Luiz Gama, um dos grandes abolicionistas de nosso país, as dificuldades de sua vida e as incessantes buscas realizadas para encontrar o filho vendido pelo próprio pai. Com base neste dado, a autora nos apresenta um mundo de dores, quedas, surpresas, e, mais do que tudo, de superação. Toma a diáspora africana como base de seu romance, visto que as idas e vindas no Atlântico endossam sua narrativa. O livro tenta dar conta de reescrever trajetórias, traçar conexões entre o presente e o passado (glorioso) do povo negro, seguindo o pensamento da teórica estadunidense Carole Boyce Davies de que, "por termos sido/sermos produtos de separações
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