Papers by Fabiana Eckhardt

Revista Teias, 2018
Referindo-me especialmente à avaliação, ousaria reordenar os assuntos que compõem o tema do dossi... more Referindo-me especialmente à avaliação, ousaria reordenar os assuntos que compõem o tema do dossiê da seguinte forma: "políticas, cotidianos e avaliação". Pensando em "políticas educacionais". Sobre políticas? Muitos gestores e professores, ao falarem sobre avaliação, justificam a manutenção nas escolas da avaliação classificatóriacom a qual dizem não concordar porque o sistema os obriga a adotar. Há uma pergunta reincidente na maioria dos debates sobre a avaliação da aprendizagem: "Como avançar, se as políticas educacionais nos impelem a seguir tais práticas?" "Essas práticas", no caso, são de caráter classificatório, tais como a aplicação de provas finais, o sistema de atribuição de notas e médias, a recuperação terapêutica, a reprovação de alunos no Ensino Fundamental e Médio, entre outras. A manutenção da avaliação classificatória é uma determinação legal? Analiso a questão pelo seguinte ângulo: nunca como nas duas últimas décadas, escolas e universidades sofreram tanto o espectro dos exames em larga escala, de caráter institucional. De tal forma que a "avaliação" passou a ser assunto recorrente e polêmico por parte de professores, familiares, profissionais de outras áreas, da mídia em geral, enfim de toda sociedade. Esse fato provocou, sim, influências perversas no dia a dia das salas de aula de todos os segmentos do ensino. Diria, até mesmo, que resultando em práticas ainda mais excludentes do que as que se seguia no século passado, uma vez que se nomeiam por "avaliação" os referidos exames. É o caso, por exemplo, de escolas que norteiam sua organização curricular, testes, exercícios e outros tomando por base a Prova Brasil e/ou outros exames aplicados por secretarias estaduais e municipais, "treinando" os alunos para responder a essas provas e desvirtuando o próprio sentido 1 Jussara Hoffmann é uma das maiores especialistas em avaliação da aprendizagem do país. Iniciou seus estudos e pesquisas nessa área em 1979, na UFRJ, tendo se tornado a segunda Mestra em Educação do país na Linha de Pesquisa Avaliação Educacional em 1981. Desde lá, destacou-se no país pela sua contribuição inovadoras a área, desenvolvendo a teoria de Avaliação Mediadora. Atuou como docente em curso de especialização na PUCRS e, a partir de 1986, como professora adjunta na Faculdade de Educação da UFRGS, instituição na qual se dedicou aos estudos e pesquisas sobre Avaliação Mediadora e Educação Infantil. Em 1996, após a sua aposentadoria, dedicou-se à formação de educadores, atuando como Conferencista e Consultora Educacional no país e no exterior. Jussara Hoffmann é também a idealizadora e fundadora da Editora Mediação, onde atua, até este momento, como Diretora Editorial, sendo responsável pela publicação de mais de 220 títulos na área de formação pedagógica.

Conhecimento & Diversidade
Reconhecendo a forte influência europeia na história da psicologia e o seu desdobramento epistemo... more Reconhecendo a forte influência europeia na história da psicologia e o seu desdobramento epistemológico que produziu racionalidades coloniais, essa pesquisa, tomando como guia os estudos sobre a colonialidade e o pensamento decolonial, analisou a inserção desses conceitos na produção científica brasileira no que tange à formação em psicologia. Para isso, realizou uma revisão crítica de literatura nas bases de dados: PePSIC-BVS; Google Scholar e Scielo Brasil, com os descritores pensamento decolonial e psicologia. Concluímos que a inserção ainda é incipiente, pontual e todos os estudos apontam a necessidade de inclusão do pensamento periférico, do pensamento crítico de fronteira dentro dos cursos de formação em psicologia, com vistas ao rompimento de certezas naturalizadas de modos de ser que corroboram uma visão de humano, mundo e normalidades coloniais.
Pesquisa e Desenvolvimento: um olhar sobre a humanidade, 2020
A inserção das classes populares em um curso de pedagogia foi o foco deste estudo que teve como o... more A inserção das classes populares em um curso de pedagogia foi o foco deste estudo que teve como objetivo entender como as demandas e expectativas desses sujeitos poderiam contribuir para repensar a formação de professores neste curso. Os sujeitos investigados foram estudantes do quinto período de curso de pedagogia de uma universidade privada no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Teve como referencial teórico-metodológico a Educação Popular e os Estudos Decoloniais, assumindo o diálogo como caminho por meio de observação participante e rodas de conversa. Os resultados da pesquisa indicam que as situações-limites da/na formação de professores/as são provocadas pela epistemologia a qual o projeto moderno de escola e a universidade brasileira se vinculam.

Revista Teias
Avaliação, objeto de intenso debate, é um tema plural, presente nas diversas esferas que compõem ... more Avaliação, objeto de intenso debate, é um tema plural, presente nas diversas esferas que compõem a dinâmica educacional e nas múltiplas experiências educativas. Afeito a abordagens várias, se conecta a movimentos múltiplos, nos quais políticas, processos e práticas se entretecem a diferentes perspectivas, produzindo tanto regulação e controle como atuações no cotidiano escolar que se tornam fontes coletivas de diálogo, criação e re-existência. Propomos o dossiê Cotidianos, políticas e avaliação como parte deste debate. Por realizarse em diferentes contextos, articulando diferentes sujeitos, a avaliação traz em si possibilidades democráticas que alimentam pesquisas, estudos e práticas que se debruçam sobre este tema complexo e tantas vezes controverso. Afirmamos a potência da avaliação educacional como prática crítica, dialógica, participativa e reflexiva, diante de uma tendência de consolidação da avaliação como processo que padroniza, classifica, seleciona e justifica exclusões, consoante a um momento de forte retrocesso nas conquistas democráticas. Reiteramos a esperança como força mobilizadora da educação e nos encontramos com Paulo Freire, destacando este momento em que celebramos os 50 anos da Pedagogia do Oprimido. A
O presente artigo busca apresentar a Pesquisa com o cotidiano como uma metodologia participativa ... more O presente artigo busca apresentar a Pesquisa com o cotidiano como uma metodologia participativa que, tomando o dialogo como principio metodologico e epistemologico, balizado pela relacao sujeito-sujeito, tem nos permitido compreender o cotidiano como espaco-tempo de reivindicacao, contestacao, reflexao, elaboracao da realidade concreta e producao de conhecimento. Tal compreensao atrelada ao legado da educacao popular no Brasil e na America Latina nos auxilia a formular possibilidades em busca da garantia do direito a educacao publica, gratuita e de qualidade a criancas, adolescentes, jovens e adultos das classes populares.
O presente artigo busca apresentar a Pesquisa com o cotidiano como uma metodologia participativa ... more O presente artigo busca apresentar a Pesquisa com o cotidiano como uma metodologia participativa que, tomando o dialogo como principio metodologico e epistemologico, balizado pela relacao sujeito-sujeito, tem nos permitido compreender o cotidiano como espaco-tempo de reivindicacao, contestacao, reflexao, elaboracao da realidade concreta e producao de conhecimento. Tal compreensao atrelada ao legado da educacao popular no Brasil e na America Latina nos auxilia a formular possibilidades em busca da garantia do direito a educacao publica, gratuita e de qualidade a criancas, adolescentes, jovens e adultos das classes populares.
The present article presents a clipping of a research on the moral development of children which ... more The present article presents a clipping of a research on the moral development of children which searched to investigate the socialization process lived by them in the school context. In this work we look for to bring the voice of the child, subject of this process and to place it in a platform and quarrel. What this child thinks and feels about such process? What this child informs ourselves on the moral universe in which is inserted? What other possibilities of relations present ourselves with this moral/social universe? We finish the text with considerations that look for showing the infantile logic on the socialization process.
This article presents reflections made in the approach with a class of the third year of the lite... more This article presents reflections made in the approach with a class of the third year of the literacy cycle of a public school located in the metropolitan region of the state of Rio de Janeiro. The discussion presented is part of one of the movements carried out by a research that seeks to understand the interference of an external evaluation in school daily life. This text, aims to reflect on conceptions of childhood, literacy and teaching work present in the school. For this, a qualitative approach was followed, using data produced from participant observation, analysis of pedagogical activities and interviews with the teacher. The results show reproductive traits of coloniality in the school daily life, living with decolonization movements caused by the encounters between the subjects.

Revista Teias, Oct 1, 2018
Referindo-me especialmente à avaliação, ousaria reordenar os assuntos que compõem o tema do dossi... more Referindo-me especialmente à avaliação, ousaria reordenar os assuntos que compõem o tema do dossiê da seguinte forma: "políticas, cotidianos e avaliação". Pensando em "políticas educacionais". Sobre políticas? Muitos gestores e professores, ao falarem sobre avaliação, justificam a manutenção nas escolas da avaliação classificatóriacom a qual dizem não concordar porque o sistema os obriga a adotar. Há uma pergunta reincidente na maioria dos debates sobre a avaliação da aprendizagem: "Como avançar, se as políticas educacionais nos impelem a seguir tais práticas?" "Essas práticas", no caso, são de caráter classificatório, tais como a aplicação de provas finais, o sistema de atribuição de notas e médias, a recuperação terapêutica, a reprovação de alunos no Ensino Fundamental e Médio, entre outras. A manutenção da avaliação classificatória é uma determinação legal? Analiso a questão pelo seguinte ângulo: nunca como nas duas últimas décadas, escolas e universidades sofreram tanto o espectro dos exames em larga escala, de caráter institucional. De tal forma que a "avaliação" passou a ser assunto recorrente e polêmico por parte de professores, familiares, profissionais de outras áreas, da mídia em geral, enfim de toda sociedade. Esse fato provocou, sim, influências perversas no dia a dia das salas de aula de todos os segmentos do ensino. Diria, até mesmo, que resultando em práticas ainda mais excludentes do que as que se seguia no século passado, uma vez que se nomeiam por "avaliação" os referidos exames. É o caso, por exemplo, de escolas que norteiam sua organização curricular, testes, exercícios e outros tomando por base a Prova Brasil e/ou outros exames aplicados por secretarias estaduais e municipais, "treinando" os alunos para responder a essas provas e desvirtuando o próprio sentido 1 Jussara Hoffmann é uma das maiores especialistas em avaliação da aprendizagem do país. Iniciou seus estudos e pesquisas nessa área em 1979, na UFRJ, tendo se tornado a segunda Mestra em Educação do país na Linha de Pesquisa Avaliação Educacional em 1981. Desde lá, destacou-se no país pela sua contribuição inovadoras a área, desenvolvendo a teoria de Avaliação Mediadora. Atuou como docente em curso de especialização na PUCRS e, a partir de 1986, como professora adjunta na Faculdade de Educação da UFRGS, instituição na qual se dedicou aos estudos e pesquisas sobre Avaliação Mediadora e Educação Infantil. Em 1996, após a sua aposentadoria, dedicou-se à formação de educadores, atuando como Conferencista e Consultora Educacional no país e no exterior. Jussara Hoffmann é também a idealizadora e fundadora da Editora Mediação, onde atua, até este momento, como Diretora Editorial, sendo responsável pela publicação de mais de 220 títulos na área de formação pedagógica.

Revista Teias
Sísifo, figura da mitologia grega, evoca-nos duas distintas ideias: a sagacidade que ludibria os ... more Sísifo, figura da mitologia grega, evoca-nos duas distintas ideias: a sagacidade que ludibria os poderosos — por duas vezes enganou as forças do submundo e escapou à morte — e o sofrimento de um esforço que jamais finda. Condenado a uma pena exemplar por enganar as forças do inferno, Sísifo é submetido a um ordálio cíclico e sem fim. Contudo, fica uma questão: Teria a atuação docente, principalmente durante o isolamento social e suas aulas remotas, seu quê de pena sisífica? Ou existe no aparente castigo do filho de Éolo mais que as aparências sugerem? O presente artigo apresenta uma aproximação entre o mito de Sísifo e o fazer docente voltado ao atendimento às classes populares, revelando um drama sob a ótica do esperançar freireano, sob os auditores de diferentes dimensões do tempo: Chronos, Aión e Kairós. Tal drama surge no tempo aiônico, o tempo da infância, no tempo do fazer sempre de novo sem deixar pesar em vão o fardo da pedra. Pedra esta ressignificada no presente texto, rep...

Revista de Ciências da Educação
Este artigo apresenta parte de um estudo qualitativo de cunho participativo, realizado entre os a... more Este artigo apresenta parte de um estudo qualitativo de cunho participativo, realizado entre os anos de 2013 e 2017, e traz uma reflexão sobre a crescente inserção de sujeitos das classes populares no curso de Pedagogia de uma universidade privada localizada na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Para o desenvolvimento do texto, busca-se situar a chegada desses estudantes na universidade e, em diálogo com as experiências desses sujeitos, os estudos decoloniais e a pedagogia do oprimido, visualizar o deslocamento do sentimento de humilhação para o sentimento de periferia. Entre o desejo de pertencimento e a sensação de inadequação, estudantes se movem no cotidiano do curso de Pedagogia e demonstram outras possibilidades de compreensão do processo formativo. Tomando a relação centro-periferia (DUSSEL, 2006) como metáfora, este texto sinaliza como resultado outra compreensão acerca da formação de professores oriundos das classes populares. Palavras-chave: Curso de Pedagogia. De...
Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 2015
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