Papers by Danú Gontijo

Revista Psicologia Politica, Aug 1, 2012
Em pleno século XXI, a tortura sobrevive no Brasil de forma ampla e sistemática. Não é mero resqu... more Em pleno século XXI, a tortura sobrevive no Brasil de forma ampla e sistemática. Não é mero resquício da ditadura, ou exceção num "pico de criminalidade" como incitado pela mídia; pelo contrário, tem sido regra, um dos símbolos da perpetuação do terrorismo de Estado contra as classes subalternas, que se inscreve tanto na seletividade dos corpos torturáveis, quanto na história, mediante o discurso excepcionalista. Nesse sentido, aproxima-se do crime perfeito, que, na perspectiva de Baudrillard, expressa o banimento do real e a instauração da ordem do simulacro. Ao tomar como exemplo pesquisa realizada no Distrito Federal em 2004, este artigo busca entender como a opinião pública sobre a tortura participa deste cenário criminoso, ou seja, a forma pela qual os sujeitos se inscrevem sutilmente nessa ordem dos simulacros na qual a razão cínica se estabelece. É dessa forma que se imbricam as dimensões política e psicológica desse cenário, no qual a maior ameaça é o discurso da inevitabilidade.

In the 21st century, torture survives in Brazil in a wide and systematic manner. It is not a mere... more In the 21st century, torture survives in Brazil in a wide and systematic manner. It is not a mere residue of the military ★ Mestre em Direito pela Universidade de Utrecht, Países Baixos e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. ★★ Doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília, Brasil. Professora da Universidade Católica de Brasília no Programa de PósGraduação em Psicologia, Brasília, DF, Brasil. Gontijo, Daniela Cabral & Pereira, Ondina Pena. (2012). Direito à vida sem tortura: direitos humanos para humanos direitos? Psicologia Política, 12(24), 313-327. DANIELA CABRAL GONTIJO – ONDINA PENA PEREIRA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA POLÍTICA 314 dictation or exception in a “peak of criminality” as incited by the media. On the contrary, it has been a rule, one of the symbols of the perpetuation of State terrorism against the subaltern classes, which translates in the selectivity of the “torturable bodies” as well...

Revista Psicologia Politica, 2011
Resumo Neste trabalho, busca-se realizar uma articulação entre a escuta clínica em psicologia e o... more Resumo Neste trabalho, busca-se realizar uma articulação entre a escuta clínica em psicologia e o feminismo, buscando, como resultado dessa articulação, explicitar a proposta de uma metodologia engajada e politizada para o atendimento às mulheres em situação de violência. Tal articulação tomou forma em trabalho de atendimento realizado com mulheres em situação de violência conjugal cujo processo evidenciou a necessidade de um olhar crítico sobre a onipresença das interpretações psicologizantes, centradas na ideologia da intimidade (Sennett, 1998), que impossibilitam a construção da ação clínica como ação política. Buscamos, à luz de Arendt (1993), elucidar as relações entre as dimensões política e privada do mundo antigo e suas diferenças em relação ao mundo moderno, com o intuito de contextualizar a reivindicação feminista de politização do privado.
Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de doutora em Bioética pelo
Talks | Falas by Danú Gontijo
Barrio | Bairro Latino : Lateinamerikanisches , 2024
O colonialismo foi uma grande cagada. Não contentes em cagar a Europa, foram cagar regra em outro... more O colonialismo foi uma grande cagada. Não contentes em cagar a Europa, foram cagar regra em outros cantos. Numa narrativa aventureira-descobridora que persiste ate hoje, colonizaram territórios e gentes, aniquilaram povos inteiros, dilaceraram comunidades, torturaram, expropriaram, expulsando milhares de suas terras, estuprando mulheres, escravizando pessoas, apropriando-se de suas riquezas, impondo suas narrativas e línguas coloniais. O colonial não é passado. Segue vivo,
sofisticado e envernizado. Colonial-modernidade, indissociáveis. O projeto anti-civilizatório máximo.
(performance literário-musical apresentada em 16 de Outubro de 2024 n'A Livraria, Berlin)
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sofisticado e envernizado. Colonial-modernidade, indissociáveis. O projeto anti-civilizatório máximo.
(performance literário-musical apresentada em 16 de Outubro de 2024 n'A Livraria, Berlin)
sofisticado e envernizado. Colonial-modernidade, indissociáveis. O projeto anti-civilizatório máximo.
(performance literário-musical apresentada em 16 de Outubro de 2024 n'A Livraria, Berlin)