A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo... more A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." Complexo de Cinderela Colette Dowling Tradução De Amarylis Eugênia F. Miazzi Título Original:The Cinderella Complex Para minha mãe e meu pai Índice Capítulo I O Colapso da Ambição Fugindo da Luta Outras mulheres, conflitos idênticos O desmoronar da falsa autonomia O fundo do poço O complexo de Cinderela Capítulo II A menininha dentro de cada mulher A famosa "situação de desvantagem" da mulher Sinais do recuo Confusão em Atlanta Depressão em todo o país Como o complexo de Cinderela afeta o trabalho feminino Aparência e linguagem da "filhinha de papai" Capítulo III Os primeiros sinais Tocando o medo A ocultação do medo: o estilo contrafóbico A reação feminina A fuga à independência A esposa secretamente fóbica A evitação como fuga de si mesma Capítulo IV Intimações ao desamparo O aprendizado Como começa tudo isso? Ajuda excessiva e "mutilação" feminina Adolescência: a primeira crise na feminilidade A oposição de obstáculos à filha adolescente A traição do pai A traição da mãe O resultado Inveja e competitividade: o círculo vicioso "Por que tudo é tão mais fácil para os homens?" "Não é justo!" Capítulo V A válvula de escape do casamento Há segurança na fusão Dedicação cega Cenas de um casamento Síndrome da "boa mulher" A segunda rodada: perseguindo o mito da segurança E então? Capítulo VI A crise relativa ao sucesso As catástrofes reservadas a "Anne" O alto preço do silenciar as ambições A "boa vida" da esposa que trabalha fora O caso de Sulka Presa entre dois mundos A frenética esposa-mãe-trabalhadora Disfarçando o conflito através da labuta doméstica Capítulo VII Elaborando o conflito interno O vazamento de energia Desfazendo o nó O sonho revelador Arrebatando-se à armadilha da dependência Libertando-se Capítulo I O desejo de salvação Estou só no terceiro andar de nossa casa, de cama, em razão de uma forte gripe, tentando evitar que a doença passe aos outros. Sinto o quarto grande e frio e, com o correr das horas, estranhamente inóspito. Começo a recordar a garotinha pequena, vulnerável e indefesa que fui. Ao cair da noite já me sinto imprestável, não tanto pela gripe quanto pela ansiedade. "O que estou fazendo aqui, tão solitária, tão distanciada dos outros, tão... insegura", pergunto a mim mesma. Que coisa estranha ver-me tão perturbada, afastada de meus familiares e de minha vida tão ocupada e frenética... desligada... O fluxo de pensamentos se interrompe e reconheço: eu sempre estou só. Cá está, sem aviso prévio, a verdade ignorada às custas de tanto dispêndio de energia. Odeio estar sozinha. Gostaria de viver como os marsupiais, dentro da pele de outrem. Mais que o ar, a energia e a própria vida, o que quero é estar segura, acalentada, cuidada. Espanto-me por descobrir que isso não é nada novo. Isso vem sendo parte de mim há muito tempo. Desde aqueles dias passados na cama, aprendi que há muitas mulheres como eu, milhares e milhares de nós, criadas de um modo tal que nos impossibilita encarar a realidade adulta de que toca a nós, apenas, a responsabilidade por nós mesmas. Podemos até verbalizar essa idéia, mas, no íntimo, não a aceitamos. Tudo na forma de sermos educadas continha a mensagem de que seríamos parte de alguma outra pessoa-que seríamos protegidas, sustentadas, alimentadas pela felicidade conjugal até o dia de nossa morte. É claro que, uma a uma, descobrimos-cada uma de nós com os instrumentos respectivos-a mentira dessa promessa. Porém, foi apenas nos anos 70 que se deu uma modificação no cenário cultural, e as mulheres passaram a ser vistas, concebidas e tratadas de modo diferente. As expectativas em relação a nós mudaram. Foi-nos dito que nossos velhos sonhos de infância eram débeis e ignóbeis, e que existiam coisas melhores a ambicionar: dinheiro, poder e a mais ilusória das condições, a liberdade. A capacidade de escolher o que faríamos de nossas vidas, como pensaríamos e a que daríamos importância. Liberdade é melhor que segurança, diziam-nos; a segurança aleija. Logo descobrimos, contudo, que a liberdade assusta. Ela nos apresenta possibilidades para as quais não nos sentimos equipadas: promoções, responsabilidades, oportunidades de viajarmos sozinhas sem homens a nos conduzirem, oportunidades de fazermos amigos por nossa conta. Todo tipo de perspectivas rapidamente abriu-se às mulheres; juntamente com isso, porém, vieram novas exigências: que cresçamos e paremos de esconder-nos sob o manto paternalista daquele que escolhemos para representar o ente "mais forte"; que comecemos a basear nossas decisões em nossos próprios valores, e não nos de nossos maridos, pais ou professores. A liberdade requer que nos tornemos autênticas e fiéis para conosco. Aqui é que repentinamente surge a dificuldade, quando não mais basta sermos "uma boa esposa", ou "uma boa filha", ou "uma
A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo... more A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." Complexo de Cinderela Colette Dowling Tradução De Amarylis Eugênia F. Miazzi Título Original:The Cinderella Complex Para minha mãe e meu pai Índice Capítulo I O Colapso da Ambição Fugindo da Luta Outras mulheres, conflitos idênticos O desmoronar da falsa autonomia O fundo do poço O complexo de Cinderela Capítulo II A menininha dentro de cada mulher A famosa "situação de desvantagem" da mulher Sinais do recuo Confusão em Atlanta Depressão em todo o país Como o complexo de Cinderela afeta o trabalho feminino Aparência e linguagem da "filhinha de papai" Capítulo III Os primeiros sinais Tocando o medo A ocultação do medo: o estilo contrafóbico A reação feminina A fuga à independência A esposa secretamente fóbica A evitação como fuga de si mesma Capítulo IV Intimações ao desamparo O aprendizado Como começa tudo isso? Ajuda excessiva e "mutilação" feminina Adolescência: a primeira crise na feminilidade A oposição de obstáculos à filha adolescente A traição do pai A traição da mãe O resultado Inveja e competitividade: o círculo vicioso "Por que tudo é tão mais fácil para os homens?" "Não é justo!" Capítulo V A válvula de escape do casamento Há segurança na fusão Dedicação cega Cenas de um casamento Síndrome da "boa mulher" A segunda rodada: perseguindo o mito da segurança E então? Capítulo VI A crise relativa ao sucesso As catástrofes reservadas a "Anne" O alto preço do silenciar as ambições A "boa vida" da esposa que trabalha fora O caso de Sulka Presa entre dois mundos A frenética esposa-mãe-trabalhadora Disfarçando o conflito através da labuta doméstica Capítulo VII Elaborando o conflito interno O vazamento de energia Desfazendo o nó O sonho revelador Arrebatando-se à armadilha da dependência Libertando-se Capítulo I O desejo de salvação Estou só no terceiro andar de nossa casa, de cama, em razão de uma forte gripe, tentando evitar que a doença passe aos outros. Sinto o quarto grande e frio e, com o correr das horas, estranhamente inóspito. Começo a recordar a garotinha pequena, vulnerável e indefesa que fui. Ao cair da noite já me sinto imprestável, não tanto pela gripe quanto pela ansiedade. "O que estou fazendo aqui, tão solitária, tão distanciada dos outros, tão... insegura", pergunto a mim mesma. Que coisa estranha ver-me tão perturbada, afastada de meus familiares e de minha vida tão ocupada e frenética... desligada... O fluxo de pensamentos se interrompe e reconheço: eu sempre estou só. Cá está, sem aviso prévio, a verdade ignorada às custas de tanto dispêndio de energia. Odeio estar sozinha. Gostaria de viver como os marsupiais, dentro da pele de outrem. Mais que o ar, a energia e a própria vida, o que quero é estar segura, acalentada, cuidada. Espanto-me por descobrir que isso não é nada novo. Isso vem sendo parte de mim há muito tempo. Desde aqueles dias passados na cama, aprendi que há muitas mulheres como eu, milhares e milhares de nós, criadas de um modo tal que nos impossibilita encarar a realidade adulta de que toca a nós, apenas, a responsabilidade por nós mesmas. Podemos até verbalizar essa idéia, mas, no íntimo, não a aceitamos. Tudo na forma de sermos educadas continha a mensagem de que seríamos parte de alguma outra pessoa-que seríamos protegidas, sustentadas, alimentadas pela felicidade conjugal até o dia de nossa morte. É claro que, uma a uma, descobrimos-cada uma de nós com os instrumentos respectivos-a mentira dessa promessa. Porém, foi apenas nos anos 70 que se deu uma modificação no cenário cultural, e as mulheres passaram a ser vistas, concebidas e tratadas de modo diferente. As expectativas em relação a nós mudaram. Foi-nos dito que nossos velhos sonhos de infância eram débeis e ignóbeis, e que existiam coisas melhores a ambicionar: dinheiro, poder e a mais ilusória das condições, a liberdade. A capacidade de escolher o que faríamos de nossas vidas, como pensaríamos e a que daríamos importância. Liberdade é melhor que segurança, diziam-nos; a segurança aleija. Logo descobrimos, contudo, que a liberdade assusta. Ela nos apresenta possibilidades para as quais não nos sentimos equipadas: promoções, responsabilidades, oportunidades de viajarmos sozinhas sem homens a nos conduzirem, oportunidades de fazermos amigos por nossa conta. Todo tipo de perspectivas rapidamente abriu-se às mulheres; juntamente com isso, porém, vieram novas exigências: que cresçamos e paremos de esconder-nos sob o manto paternalista daquele que escolhemos para representar o ente "mais forte"; que comecemos a basear nossas decisões em nossos próprios valores, e não nos de nossos maridos, pais ou professores. A liberdade requer que nos tornemos autênticas e fiéis para conosco. Aqui é que repentinamente surge a dificuldade, quando não mais basta sermos "uma boa esposa", ou "uma boa filha", ou "uma
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