Papers by Cristian Sales

Sankofa (São Paulo), 2018
A partir da análise de poesias selecionadas em duas coletâneas, Água Negra (2011) e Correntezas e... more A partir da análise de poesias selecionadas em duas coletâneas, Água Negra (2011) e Correntezas e outros estudos marinhos (2015), da escritora baiana Lívia Natália, o objetivo do nosso estudo é evidenciar como a produção literária afro-brasileira de autoria feminina incorpora elementos e crenças ligados às religiões afro-brasileiras. Nos versos de Lívia Natália, percebemos a devoção da voz poética à deusa das águas doces, o orixá feminino Oxum, entidade yorubá que representa a beleza, a feminilidade, a fertilidade, o amor e a maternidade. Além disso, é através do abébé omin, um leque dourado em forma circular, usado por Oxum, que o discurso poético encontra na religiosidade afro-brasileira uma ferramenta de preservação das tradições, dos saberes e dos valores trazidos/herdados de África. São poesias que expressam a força criativa da literatura afro-brasileira de autoria feminina ancorada na religiosidade, forjando modos de resistências contemporâneas para uma coletividade. Para tant...
Sankofa (São Paulo), 2012
Este artigo tem por objetivo analisar a escrita do corpo feminino negro na produção literária de ... more Este artigo tem por objetivo analisar a escrita do corpo feminino negro na produção literária de escritoras afrobrasileiras. Para tanto, foram escolhidas as poesias de Miriam Alves, uma das muitas vozes femininas contemporâneas que tem se empenhado em elaborar outros modelos e novas imagens para o corpo da mulher negra, cujos desenhos, sentidos e significados estão ligados à história e à vivência dos(as) afrodescendentes na diáspora africana. Em seus versos, são inscritas outras formas de dizer este(s) corpo(s) que estão distanciadas das representações estereotipadas, etnocêntricas e falocêntricas construídas, historicamente, por uma tradição cultural no Brasil.
Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades
a Revista Calundu é uma publicação on-line e semestral do Calundu-Grupo de Estudos sobre Religiõe... more a Revista Calundu é uma publicação on-line e semestral do Calundu-Grupo de Estudos sobre Religiões Afro-brasileiras. O periódico publica artigos em português e espanhol e conta com comissão editorial interdisciplinar. A coordenação da comissão editorial é realizada pelas doutoras Tânia Mara Campos de Almeida (editora chefe) e Gerlaine Martini (editora adjunta), que trabalham horizontalmente e sem diferenciação hierárquica com os demais membros da comissão.

O presente texto busca analisar o romance Fe en Disfraz, da escritora negra caribenha Mayra Santo... more O presente texto busca analisar o romance Fe en Disfraz, da escritora negra caribenha Mayra Santos Febres, publicado em 2009. Pretendemos com este trabalho refletir como a autora se utiliza de documentos históricos para reescrever as histórias e os legados de resistência de las ancestras na América Latina e Caribe Hispânico. Desta forma, ao cruzar fronteiras e contextualizar as experiências vividas por mulheres insurretas da diáspora, em países como Brasil e Porto Rico, a trama destaca as estratégias de sobrevivência e a resistência negra feminina ao colonialismo. Assim, valendo-se de recursos ficcionais, através da personagem Fe Verdejo e dos relatos de mulheres africanas e negras escravizadas investigadas por ela, emergem narrativas diaspóricas que contrariam epistemologias dominantes. Ao mesmo tempo,Santos-Febres oferece-nos contribuições epistêmicas e críticas que preenchem as lacunas da historicidade e contestam as "formas estreitas de pensar" sobre as relações coloniais (GROSGOGUEL, 2007). Ao fazer isso, argumentamos que a partir da "perspectiva de las ancestras" (ARROYO PIZARRO, 2013), a obra literária formula um ponto de vista próprio para reestabelecer o protagonismo de suas existências e restituir a sua humanidade violada pela dominação colonial.
O artigo investe numa discussão acerca dos saberes ancestrais femininos assentados por vozes de e... more O artigo investe numa discussão acerca dos saberes ancestrais femininos assentados por vozes de escritoras negras diaspóricas. A partir de aspectos da produção poética de Lívia Natália e Paula Melissa (Mel Adún), evidenciamos que os versos assentados na ancestralidade negro-africana in(corpo)ram elementos simbólicos, os quais reverenciam a deusa das águas doces, a orixá feminina Osun. Osun é uma divindade iorubana que representa a beleza, a feminilidade, a fertilidade, o amor, a maternidade, o poder feminino, a insubmissão feminina. Dessa maneira, fundamentado por contribuições epistêmicas da filosofia africana, o texto explora como esses saberes ganham potência na poesia negra feminina contemporânea. Para tal, a fim de buscar referenciais teóricos pertinentes à compreensão do corpus, dialogaremos Eduardo Oliveira (2007) e Adilbênia Freire Machado (2020).

A partir da análise de poesias selecionadas em duas coletâneas, Água Negra (2011) e Correntezas e... more A partir da análise de poesias selecionadas em duas coletâneas, Água Negra (2011) e Correntezas e outros estudos marinhos (2015), da escritora baiana Lívia Natália, o objetivo do nosso estudo é evidenciar como a produção literária afro-brasileira de autoria feminina incorpora elementos e crenças ligados às religiões afro-brasileiras. Nos versos de Lívia Natália, percebemos a devoção da voz poética à deusa das águas doces, o orixá feminino Oxum, entidade yorubá que representa a beleza, a feminilidade, a fertilidade, o amor e a maternidade. Além disso, é através do abébé omin, um leque dourado em forma circular, usado por Oxum, que o discurso poético encontra na religiosidade afro-brasileira uma ferramenta de preservação das tradições, dos saberes e dos valores trazidos/herdados de África. São poesias que expressam a força criativa da literatura afro-brasileira de autoria feminina ancorada na religiosidade, forjando modos de resistências contemporâneas para uma coletividade.

Este texto investe na discussão acerca da produção epistêmica assentada por intelectuais negras c... more Este texto investe na discussão acerca da produção epistêmica assentada por intelectuais negras caribenhas contemporâneas. Para esse estudo, seleciona um ensaio da coletânea Tongas, palenques y quilombos: ensaios y columnas de afroresistencia de Yolanda Arroyo Pizarro (2013). Trata-se de uma obra constituída de ensaios, conferências e entrevistas em que a autora porto-riquenha revisita o passado colonial no Caribe hispânico e, além disso, evidencia histórias de insurgências de mulheres desde las ancestras. Partindo dessas considerações, demonstra como outras narrativas entram em disputa com a historiografia oficial. Isso posto, o artigo argumenta que Arroyo Pizarro propõe novas articulações e construções político-epistêmicas em contraposição às epistemologias hegemônicas. Logo, a fim de buscar referenciais teóricos pertinentes à compreensão do texto dentro da possibilidade de pensar a proposição de epistemologias negras caribenhas; insurgência político-epistêmicas; insurgências negras epistêmicas; dialoga com as pensadoras Catherine Walsh (2008, 2009) e Grada Kilomba (2019). PALAVRAS-CHAVE: Intelectuais negras caribenhas. Práxis negra intelectual. Epistemes caribenhas. Insurgências negras epistêmicas. Porto Rico DESDE LAS ANCESTRAS: UMA INTRODUÇÃO Homenaje a la resistencia, a la rebeldia, a la entrega amorosa, al recuerdo de la tierra para siempre perdida en medio de la nada inconmensurable, tanto como la inmensidad de la travessia oceânica no perdida, sí impuesta, sí obligada, aceptar como viaje de placer agónico, sin boleto de vuelta. (ARROYO PIZARRO, 2013, p. 108).
A minha mãe, Maria Carina e ao meu pai, José Nunes (in memorian). Por terem investido em minha fo... more A minha mãe, Maria Carina e ao meu pai, José Nunes (in memorian). Por terem investido em minha formação profissional e acadêmica. Por terem acreditado em meus sonhos. Por terem me incentivado em momentos difíceis. Pelas palavras de mãe revestidas de axé, sabedoria e autoestima. Ao meu sobrinho Cláudio José e as minhas sobrinhas Carina e Catharine, por tornarem o meu cotidiano mais alegre, repleto de carinho e afetuosidade. Certamente, nesse percurso, eu não estive só! À CAPES, pela bolsa de estudo que me possibilitou participar de eventos acadêmicos, nos quais pude colher contribuições importantes, estabelecer trocas, diálogos com pesquisadores(as). Por financiar o meu acesso às leituras necessárias para a realização dessa dissertação. Ao Programa de Pós-graduação em Estudo de Linguagens-PPGEL por acolher a pesquisa e pela formação oferecida.
Vol.6, N.2, 2018 by Cristian Sales
Muiraquitã: Revista de Letras e Humanidades, 2018
Palavras-chave: Escrevivências, Negras grafias
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Vol.6, N.2, 2018 by Cristian Sales